Nota: FullMetal Alchemist não me pertence... por enquanto...

Essa é minha primeira fic, então peguem leve tá bom?!

Boa leitura!

O sol brilhava radiante e intenso, nenhuma nuvem pra consolar os olhos, a tarde estava abafada assim como todas as outras daquele verão que parecia infindável.

Na janela mais alta do prédio central do quartel, um homem de cabelos negros e olhos, que para os menos preparados e treinados pareciam arrogantes e interrogadores, mas que na verdade eram apenas de uma escuridão profunda e misteriosa, cheios de segredos e dores... observavam aqueles tantos soldados se exercitando lá fora, sua mente vagava pelos últimos acontecimentos e imaginava que tipo de futuro haveria no horizonte.

- Coronel? – chamou uma voz muito familiar

Mustang se virou fitou a tenente a sua frente, parada com uma dúzia de papeis na mão, suspirou a fim de voltar ao mundo real. Mas Roy nada respondeu, só se sentou enquanto ela se aproximava da mesa.

- É necessário que o Sr. revise esses papeis e assine, o prazo vence amanha. – ela dizia calmamente mesmo sabendo que eles se manteriam ali sem serem tocados até quando ela os viesse buscar no dia seguinte.

- Farei o possível... – respondeu vagamente

Riza já se preparava para deixar o escritório quando se virou e perguntou determinada como sempre.

- Há algo errado coronel?

Surpreendido com a capacidade da mulher a sua frente de perceber o que para os outros parecia imperceptível, mais até do que com a pergunta tão direta, Roy novamente suspirou.

- Não há nada tenente, agora se puder me deixar sozinho.

- Sim senhor. – respondeu Riza sem estranhar a recusa

- Espere! – ele ordenou antes ao vê-la perto da porta, saindo

Ela se voltou surpresa mas não demonstrou, aprendera desde muito pequena que as emoções devem ser guardadas para nós mesmos e que não devemos expô-las. "Isso nos deixa vulneráveis" dizia seu avô.

- Sente-se. – ele disse apontando a cadeira a sua frente, o que estava por vir era muito constrangedor para ser dito e ouvido sem que estivessem "em igualdade" pelo menos visual.

A tenente Hawkeye obedeceu sem objeção, sempre cumpria as ordens dele, sem questionamentos nem recusas.

- Temos que conversar sobre o que aconteceu naquela noite... – disse firmemente, sua voz escondia de forma muito eficaz todo o medo que sentia daquelas palavras. Medo compartilhado pela mulher a sua frente.

- Não coronel, não temos... – atalhou a tenente tentando manter o controle diante da situação embaraçosa. Evitou a conversa na noite em questão, e prometera a si mesma evitar toda a dor que aquilo lhe ocasionaria, enquanto respirasse.

- Não poderemos fugir disso Riza! – ele esbravejou perdendo o controle, mas logo recuperando-se.

Constrangida com a forma que ele falara e como a tratara, pelo primeiro nome, Hawkeye se levantou para sair, na tentativa de fugir do dialogo insosso e doloroso que se seguiria se ela permanecesse ali.

- Não me dê as costas tenente! – disse Roy com severidade.

Num instinto ela se virou, lembrava-se da sua patente, do seu superior e de tudo que esquecera por alguns segundos.

Suspirou e o fitou com os belos olhos avermelhados de uma forma gélida e penetrante, olhar esse que objetivava acabar com aquela severidade e com a conversa.

Após ver aquele par de gemas vermelhas que ele conheciam tão bem fitando-o daquela forma Roy desistiu de discutir, mas só por algumas horas ou dias.

Depois do momento de desconforto na sala do coronel Riza foi até o seu escritório (fora transferida para uma espaçosa sala), se sentou muito indignada com a repentina necessidade de Roy de conversar sobre aqueles assuntos num local tão impróprio, e mais do que isso, estava impressionada com o fato dele não ter esquecido do ocorrido.

"Por que essa recusa?" – se perguntava mentalmente o Coronel Mustang diante da reação de Riza. – Não a conheço tão bem como imaginei...

- Não conhece quem? – perguntou o sargento Fuery ao ouvir o que acabava de dizer Roy

Surpreendido pela pergunta o coronel se virou e fitou sem responder, mas com um sorriso que já indicava quem era a tal pessoa.

- Você me parece mal, coronel – observou o sargento

- São apenas alguns problemas. – respondeu Roy sem revelar nada mais.

- Compreendo, bem vamos ao trabalho. Aqui está a ordem de transferência do cabo Keitara.

Entregou o envelope ao seu superior, prestou continência e saiu.

- Mais isso. – disse Mustang impaciente, tudo o que ele queria era fugir daquele quartel, daquela situação e principalmente, daquele problema.

A noite chegou rapidamente, Roy nem percebera, estava estirado na sua cadeira cochilando.

Riza bateu na porta, como ninguém respondeu lá dentro, resolveu entrar.

"Dormindo outra vez" – pensou ela ao vê-lo. Foi em sua direção e chamou

- Coronel?!

Ele ainda dormia

- Coronel! –ela disse impaciente assustando o pobre coitado que quase caiu da cadeira.

- O que foi tenente? – ele perguntou tentando se refazer do susto.

- O Sr. não vai para casa hoje? – ela perguntou tentando não rir da cara que ele fez ao acordar.

- S...sim, vamos.

- Vamos? – ela perguntou surpresa.

- Sim, você dirige, esqueceu? – ele respondeu esfregando os olhos, cansado.

- Ah sim, desculpe. – ela disse um pouco constrangida por ter imaginado um convite por trás daquilo.

- Vamos. –ele disse se adiantando e abrindo a porta da sala para ela.

Foram até a garagem e pegaram o carro. Seguiram em silencio ate a porta da casa de Roy.

- Boa noite coronel. – disse Riza ao ver que ele não saia do carro e apenas fitava a rua deserta e escura a sua frente.

- Não estamos mais no quartel. – ele disse sem olha-la

- Não entendi.

- Não precisa me tratar por coronel... – ele falou agora fitando-a intensamente.

- Preciso sim. –ela respondeu desviando os olhos para o volante.

- Você não pode fugir de mim pra sempre, afinal trabalhamos no mesmo lugar. – ele respondeu sem dar muita atenção ao que ela disse.

- Talvez não para sempre, mas tentarei pelo maximo de tempo possível. – ela falou ainda sem conseguir olhar o homem ao seu lado, o homem que há muito tempo povoava seus sonhos e preenchia seu coração.

- O que vc teme? – ele perguntou impaciente ao ouvir aquilo.

- Muitas coisas... – respondeu ela depois de alguns segundos, mas disposta a não revelar mais nada. – E se o Sr. não se importa vou para minha casa, vejo que não está disposto a descer do carro, descerei eu então.

Riza saiu do automóvel e foi andando pela rua escura, deixando para traz um Roy boquiaberto e imóvel no banco do passageiro.

Assim que desceu do carro Mustang foi em sua direção, quando a alcançou segurou no seu braço e fez com que ela se virasse e o fitasse.

- Largue me coronel! –ela disse séria

- Só quando vc conversar comigo! – esbravejou apertando o braço de Riza.

Ela olhou o membro e a mão que o apertava ao brutalmente.

- Não temos o que conversar coronel, agora solte me! – com um movimento ela se libertou e continuou seu caminho

Desta vez Roy não a seguiu, foi para casa onde passou toda à noite fitando o teto de seu quarto.

Enquanto isso Riza saía do banho um pouco cansada de tudo que passara naquele dia.

"Eu entreguei meu coração e o recebi de volta, sangrando... isso é justo?" – se perguntava ela quando ia para cama enxugando seus longos cabelos loiros: - "Não seja tola, vce sabia das conseqüências, sabe que não deve dar importância a essas coisas" – refletia quando se deitou na sua cama, sozinha...

Bem, espero que tenham gostado do primeiro capitulo!

Reviews são mto apreciadas!