Primeira fic em português de Gohou/Legal Drug!!!
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Avisos tradicionais:
- Gohou Drug não me pertence, nem seus personagens. Se pertencesse, não estaria em hiato. E já teria tido beijo faz teeeempo... XD
- Essa fic contém yaoi, romance de com meninos e meninos. Bom, mas é Gohou Drug. Estranho seria se fosse hétero.
- Eu escrevi tendo em mente o (OMFG) extra do volume 2, o famigerado 'extra do chocolate'. Ter lido até lá acho que ajuda a entender um pouco a história. Acho.
- Fanfic revisada em 01/02/2009.
Vícios e Venenos
Capítulo 1: Como Eu Imaginava
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Kudou Kazahaya abriu os olhos, encarando o relógio-despertador. Ficou feliz em constatar que faltavam bons cinco minutos para que despertasse... porque era horrível acordar com o som daquele despertador. Bom, mas era uma melhora significativa se pensarmos que a alternativa era acordar com Rikuou lhe atirando coisas, pisando em cima, puxando suas cobertas, roubando seu travesseiro, lhe espirrando água, ou qualquer outro método que aquele crianção inventaria.
Aliás, o quarto que dividiam estava repentinamente mais confortável sem aquele urso socialmente inepto andando por ele. Rikuou tinha saído no dia anterior, sem dar satisfação, disse que não dormiria em casa naquela noite e talvez não nas próximas também. Devia ser algo sério, já que Kakei-san não era do tipo que simplesmente dava dias de folga.
Enquanto enrolava na cama, sem querer levantar – ainda era cedo, mesmo – Kazahaya apenas se perguntou porque seu travesseiro estava parecendo estranho, apesar de cheirar de forma deliciosamente familiar. Na verdade, o colchão também não tinha a forma de seu corpo, nem aquelas eram suas cobertas.
"Ah, devo ter dormido na cama de Rikuou de novo..." pensou, preguiçosamente. Fora dormir muito tarde, e muito cansado. Isso já tinha acontecido antes. Não se importava realmente, não assim, aninhado e quentinho e feliz por estar acordado. Afinal, havia ajustado o despertador que ficava ao lado da sua própria cama, e não esse. Talvez acabasse não ouvindo, e teria levado a bronca do ano de Kakei.
E se sentou na cama um segundo depois, num estalo. Alguma coisa. Alguma coisa da qual precisava urgentemente. A-go-ra.
Hum, comida? Acordar? Trabalhar? Dançar? Ouvir alguma música?
A sensação de necessidade se espalhou pelo seu corpo, quente, quase queimando. Fazia seu coração disparar. Kazahaya fechou os olhos, e começou a falar sozinho.
Porque isso, obviamente, era alguma sensação de Rikuou, algo que o moreno devia sentir, e talvez entender. E Kazahaya estava sentindo graças aos seus poderes, por ter dormido na cama dele. E era algo quase sufocante. (E, aliás, hoje era o dia de Rikuou fazer ao café da manhã, então muito conveniente ele sair assim, não é? Não duvidava, ah, não mesmo, que tinha sido de propósito!)
Kazahaya tocou seus lábios com os dedos. Entreabriu-os, e mordeu suavemente a ponta do indicador. O que é que podia ser tão ansiado? Mordeu o nó do dedo, pensativo.
Voltou a falar consigo mesmo, pois é claro que essa sensação de desejo, ao mesmo tempo horrível e maravilhosa, devia ter sido plantada de propósito para que contaminasse o pobre e inocente Kazahaya. Rikuou era desse tipo de pessoa maligna. Devia ter algo a ver com seus olhos muito verdes, olhos verdes eram malignos. Assim como cabelos negros, ombros largos, rostos bonitos ou qualquer outra coisa que significasse Ri-ku-ou. O mal em pessoa.
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Kazahaya agora varria a farmácia, tarde da noite, pensando no dia estranho que tivera. Kakei estava sentado atrás do balcão, fazendo contas silenciosamente, e Saiga cochilava ao seu lado, com seus óculos escuros.
O garoto passara o dia todo tentando encontrar qual era o alvo de seu desejo atual, mas nada ajudara. Nem mesmo era chocolate, como da última vez que tocara em algo pessoal de Rikuou. Comera um pedacinho de uma barra e continuava achando um pouco enjoativo. Não, não parecia ser qualquer outra coisa de comer. Era mais uma sensação... no corpo todo. Na boca, sim, muito, mas também em toda a superfície de sua pele. Uma necessidade... urgente. Tentou tomar um banho – não, não era isso. Tentou usar roupas mais quentes – não era isso também, e teve que se trocar no meio do dia por conta do calor.
De qualquer forma não tinha sido um dia muito produtivo. Tinha quebrado um copo de manhã, se distraiu ao atender clientes, deixou caixas de remédios caírem, não percebeu quando duas adolescentes roubaram um frasco de creme para cabelo. A sensação de ansiedade e desejo simplesmente roubava toda sua atenção, e nem mesmo as expressões mortíferas de Kakei-san e as provocações de Saiga-san o abalaram como de costume.
Na verdade, hoje Kakei-san parecia ainda mais bonito e interessante que de costume, e Saiga-san um pouquinho mais sedutor e minimamente menos detestável. Devia ser algum efeito secundário do calor inexplicável e quase paralisante que atravessava seu corpo a cada poucos minutos.
Achava que até poderia se acostumar com essa sensação, desde que ela não o intrigasse e incomodasse tanto. Então, por enquanto, ele continuava a procurar como parar ou controlar isso. E já sabia também que, definitivamente, não era um intenso desejo de limpar a farmácia. Mas ele continuaria a procurar, até...
...ah. Então era isso.
Sentiu a presença antes mesmo de ver ou ouvir a porta se abrindo. Virou-se, olhando para a porta, largando a vassoura. Alto, moreno, carrancudo, cansado, o cabelo negro brilhando do sereno da noite, olhos verdes profundos. Era isso, era ele.
A mente de Kazahaya já não era a mesma, estava totalmente nublada pelo desejo. Simplesmente sentiu a incrível felicidade de ter encontrado, e correu até seu objeto de cobiça. Jogou-se nos braços de um mais do que surpreso Rikuou, e o beijou de forma extrema e urgente. Era isso, era ele, e agora faria esse desejo se calar, enfim.
Rikuou estava paralisado pelo susto. O que diabo era aquilo? Mas o desejo logo nublou sua mente também. Correspondeu ao beijo, com ansiedade, soltando a mochila que carregava nas mãos, e apertando Kazahaya num abraço. Sentia os lábios dele, perfeitamente macios, sentia toda a inesperada paixão contida neles. Poderia se perder para sempre nessa sensação, queria se perder pra sempre nessa sensação.
Simplesmente saciar o desejo, foi o que Kazahaya pensou que iria acontecer quando beijou o recém-chegado. Mas estar com os lábios colados nos de Rikuou era o mesmo que se alimentar do desejo direto da sua fonte, se embriagar do próprio néctar proibido que lhe anuviara a mente o dia todo. O desejo apenas fazia aumentar, e parecia não ter fim.
Kazahaya começou a guiar as mãos de Rikuou pelas suas roupas, começando pelo laço do avental, o incentivando a fazer o que realmente queria – pois ele podia sentir o que Rikuou queria, é claro. Rikuou, embora obviamente relutasse em seguir seus verdadeiros desejos de tirar a roupa de Kazahaya ali mesmo, estava extasiado. O beijo era exatamente incrível, e quente, como ele sempre tinha imaginado. Era como se o seu colega de quarto e trabalho resolvesse repentinamente atender seus sonhos, e desejos, e desejar o mesmo que ele desejava.
Mas isso já tinha acontecido uma vez, em que Kazahaya podia sentir os desejos de Rikuou - graças aos seus poderes. Droga. Droga, droga, droga. Porque obviamente era o que acontecia de novo, de alguma forma. Estava tão claro. Sua mente pensava com coerência, agora, a nuvem de desejo se dissipando de repente.
Rikuou transformou seu desapontamento em força de vontade para romper o beijo e afastar Kazahaya de si.
Kazahaya, por sua vez, estava confuso, no primeiro instante. Olhou para Rikuou com os olhos vazios e perdidos... até perceber.
- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!! O que você pensou que estava fazendo? Seu louco, insano, tarado, pervertido! Doente, maligno, cruel...!!! – Kazahaya limpava a boca nas costas da mão, sem convicção suficiente nisso, mas as palavras soando altas o suficiente pra ele mesmo achar que estava se convencendo. – Pervertido, tarado, problemático!
- Não precisa ser tão rude consigo mesmo, Kazahaya. Certo, você é tarado e pervertido, mas nem beija tão mal quanto eu imaginava. – Rikuou estava se concentrando em achar graça na reação (como sempre exagerada e absurda) do rapaz, e não no turbilhão que perpassava seu corpo e sua mente. Tanto que só percebeu a bobagem fatal que dissera quando viu Kazahaya começar a gritar absurdos novamente, mas se calar, empalidecendo. E quase podia ver e ouvir a boca que acabara de beijar, repetindo: "nem beija tão mal quanto eu imaginava?"
Kazahaya viu Rikuou olhá-lo, o eterno sorriso irônico se desmanchando. O viu virar as costas e ir para os fundos da farmácia, e ouviu seus passos conhecidos subindo a escada.
Sentia-se desmontar, desmanchar. O que fora esse dia, esse beijo, essa urgência, esse "quanto eu imaginava", essa sensação de que havia algo além do efeito colateral de ter dormido na cama dele? Sentia como se tivesse perdido algum ponto importante nisso tudo.
E agora percebia que Kakei-san estava onde sempre esteve, o encarando de trás do balcão da farmácia. Saiga-san ainda cochilava, apesar dos gritos de Kazahaya.
- Agora que já recepcionou seu namorado, acredito que poderia continuar varrendo, por favor? Quando terminar, poderá subir, ir para os braços dele e matar as saudades...
continua!
Bom, não fiquei particularmente feliz com esse primeiro capítulo. Ele ficou curto e corrido... mas prometo que vou tentar melhorar nos próximos!
E espero ver muito mais fics de GD por aqui, em breve!
Meu eterno obrigada à Kaza-chan pela primeira leitura, pela empolgação e pelo estímulo inestimável, e à minha tia que financiou meus lindos volumes de GD!
E ao CrisPepper, meu grande amor.
N.A. após revisão: Eu realmente ainda gosto dessa fic... (bem, se não gostasse não teria revisado).
Nessa revisão, apenas corrigi ortografia, gramática e falhinhas de lógica. As piadas tosquinhas e o estilo feliz-e-contente vão ficar aí.
Agora que ela está ficando arrumadinha, voltou a ser um dos meus orgulhinhos. Espero que gostem dela também.
