N/A: Então é isso, estou postando essa O/s inspirada nessa música, I Care, como o ff não deixa postar links, sugiro que procurem no YT a música, e bom, preciso saber o que vocês acharam da história e então postarei a segunda parte.
Boy, maybe if you care enough
Rapaz, talvez se você se importasse o bastante
I wouldn't have to care so much
Eu não teria que me importar tanto
What happened to our trust?
O que aconteceu com a nossa confiança?
Now you just given up
Agora, você simplismente desistiu
You used to be so in love
Você costumava ser tão apaixonado
Now you don't care no more
Agora, você não importa mais
Well, I care
Bem, eu me importo
- Quero o divórcio.
Ele me olhou, como se eu tivesse dito que matei alguém, na verdade nós havíamos matado algo. O casamento. O amor, quem sabe. Mesmo as palavras soando erradas até para mim que as pronunciei, era o que tinha que ser, o divórcio era o certo a fazer agora. Mesmo que eu estivesse destruída por dentro.
- Você... Não é possível... – Edward riu com escárnio – Isso foi por causa da briga boba que tivemos. Claro, porquê você pode sair com suas amigas depois do trabalho, tomar todas e chegar em casa quase de manhã e eu não posso fazer o mesmo? – aumentou a voz gradativamente, a mão na cintura e o sorriso cínico indicavam que ele estava irritado.
- Não seja idiota e hipócrita. – eu precisava competir com seu tom de voz.
Um lampejo pareceu ter atravessado seus olhos, que não demoraram um segundo para queimarem em acusação.
- Você tem outro. – não era uma pergunta.
- O QUE?
- Está procurando qualquer motivo para se livrar do casamento. É obvio que tem outro.
A raiva me contaminou. Edward nunca fora tão idiota e arrogante como vinha sendo e era agora.
- COMO VOU TER OUTRO SE NEM VEJO UM CASAMENTO? TUDO O QUE VEJO SÃO DOIS ESTRANHOS DIVIDINDO O MESMO TETO E A MESMA CAMA, QUE ALIAS HÁ MUITO TEMPO SÓ SERVE PARA DORMIR! – explodi.
- É POR FALTA DE SEXO QUE ESTÁ PEDINDO DIVÓRCIO? QUE PORRA É ESSA, ISABELLA? ISSO NUNCA FOI O MAIS IMPORTANTE PARA VOCÊ!
- E NÃO É! Só não aguento mais chegar e ficar em casa e me sentir completamente sozinha! – controlei meu tom de voz, era tarde da noite, os vizinhos não precisavam ouvir mais uma das nossas discussões.
- Sozinha? Você tem tantas amigas, sua mãe mora perto, conhece os vizinhos. Invente uma desculpa melhor, Isabella. – franziu o nariz com desdém.
Foi impossível não voltar a gritar.
- NÃO QUERO AMIGAS, MINHA MÃE OU VIZINHOS, QUERO MEU MARIDO!
- E quem está a sua frente? – se esforçou para não gritar.
- Há muito tempo não sei mais. – minha voz não saiu mais que um sussurro antes de deixar o quarto com uma batida brusca de porta.
Desci as escadas e sentei no sofá, esperando que Edward não viesse atrás de mim. Eu não iria repetir que queria o divórcio de novo, não mais hoje. Há quase quatro meses vínhamos passando por uma crise séria no nosso casamento de quase três anos. Ambos atarefados e estressados com trabalhos e sem paciência um para com o outro. Isso seria normal, como em qualquer outro casamento, se Edward e eu não agíssemos como completos estranhos dentro de casa. Para falar a verdade eu não me lembrava de como ou quando tínhamos chegado a esse ponto. Em nossas discussões eu sempre deixava claro que a nossa indiferença me machucava, nos machucava, e ele parecia não se importar.
Eu me importava e estava na hora de dar um basta nisso.
...
Me sobressaltei com um baque surdo vindo de algum lugar e então percebi que havia adormecido no sofá, pisquei algumas vezes até que minha visão estivesse em perfeito estado e tive o vislumbre da silhueta de Edward caminhando em direção à cozinha. Constatei com pesar que se isso acontecesse há algum tempo atrás eu acordaria na cama, confortável e aconchegada ao seu peito. Constatei com mais pesar ainda que o conto de fadas nunca existiu, por mais imperfeito que pudesse ser.
Dei uma rápida olhada no relógio acima da porta e quase caí do sofá. Tinha uma audiência importante hoje. E estava atrasada. Ambos, Edward e eu, erámos advogados, formados na mesma turma, foi assim que nos conhecemos.
Eu precisava daquele livro e não o achava em canto algum. Na internet a fila de espera era imensa, vasculhei todas as bibliotecas e livrarias da cidade e agora estava pela décima vez em três dias vasculhando a biblioteca da NYU.
- Hey, cuidado para não cair – ouvi uma voz masculina animada me alertar.
Olhei para baixo e quase me arrependi de ter subido naquela escada ao invés de pedir para que algum monitor por ali o fizesse.
- Não devo passar do chão.- devolvi simpaticamente para o cara ao qual não me dei ao luxo de dar a devida atenção. Aquele trabalho extra somaria confortavelmente mais créditos ao meu currículo.
- Não seria legal ver uma moça bonita como você esborrachada no chão.
Parei minha busca e o fitei. Mantinha a cabeça inclinada para cima para que pudesse me ver, ele era bonito, uma observação impossível de se evitar à primeira vista, vestia um suéter de lã pesado que marcava seus músculos discretamente, os olhos tinham um tom verde que eu adorava e seu sorriso era amistoso, de certa forma marcante, os cabelos eram incrivelmente bagunçados, como se nunca tivessem sido penteados. Ele fazia a maioria das aulas comigo, lembrava vagamente dele ter me pedido algumas anotações em algumas aulas. Acho que seu nome era Edvard, ou algo do tipo.
- Está sem par para a festa da Pui? – perguntei, deduzindo o motivo do flerte. Alguns caras do curso já haviam me chamado para acompanhá-los, recusei todos, precisava estudar.
- Não estarei se você aceitar ir comigo. – colocou as mãos nos bolsos da calça jeans, curvando os ombros para a frente enquanto me lançava um meio sorriso.
- Vou ter que recusar. Desculpe. – voltei a atenção à fileira de livros e tentei não mostrar minha impaciência diante do fato de que ele estava tomando meus preciosos minutos de procura.
- Está procurando pelo 'Ignorantia juris'?
- Como... como sabe?
- Ouvi você comentando com Ângela. Vai mesmo encarar esse trabalho extra? – perguntou franzindo a testa em descrença.
- Vai me render créditos. – bufei, irritada por não ter encontrado o livro mais uma vez, descendo a escada com cuidado até estar com meus dois pés seguros e plantados no chão.
- Bom, acho que é a única que vai fazer o trabalho extra. Eu tenho o livro. – falou, me virei para fita-lo, para olhar diretamente nos olhos daquele, que, naquele momento, era meu salvador. Ele era muito mais alto que eu e realmente seu sorriso era uma coisa bonita de se apreciar.
- Sério?- minha voz aumentou consideravelmente e a monitora no começo do corredor extenso me repreendeu com um "Shhhh!"
Ele assentiu, sorrindo e me estendeu o livro depois de pegá-lo de dentro de sua bolsa. Quase chorei de emoção.
- Fico te devendo essa, mesmo – murmurei emocionada, foleando algumas páginas do livro.
- Não fica devendo se for à festa da Pui comigo.
Fitei seus olhos verdes de novo, ele não parecia ser mau caráter, tinha emprestado seu livro à praticamente uma estranha...
- Tudo bem.
- Te espero no estacionamento do bloco A as oito.
- Obrigada, mesmo.
- Não seria legal ver uma moça bonita como você decepcionada por não achar um livro – piscou sorrindo antes de sair.
Acompanhei seus passos até que ele sumisse pelo corredor.
Naquela mesma noite nos beijamos pela primeira vez e desde então começamos a sair. Tomar café, almoçar, fazer trabalho juntos sempre nos levava a beijos roubados e amassos no sofá de seu apartamento, no carro, nas escadarias que davam acesso aos dormitórios, na biblioteca... Edward não era o cara mais lindo, deslumbrante e sexy do mundo, mas tinha um jeito cativante e carismático que deixava qualquer uma derretida. Foram quase quatro meses até que começássemos um relacionamento sério. Ele ganhou meu respeito, minha devoção e meu amor.
Que ironia. Há quase quatro meses estávamos pouco a pouco destruindo o que construímos. Parecia que nessa fase da minha vida só existia os quase.
Suspirei olhando minha aparência no espelho enquanto passava uma boa quantidade de corretivo e pó para omitir minhas olheiras. Edward entrou no quarto e em um movimento mal calculado onde eu queria sair do closet e ele entrar, acabamos nos esbarrando.
- Desculpe – balbuciei, conseguindo sair do closet.
Sua mão agarrou meu pulso, sem violência.
- Podemos conversar quando eu chegar? – sua voz demonstrava cansaço.
- Não sei se vou chegar antes das vinte e duas.
- Não tem problema. Eu espero – deu um aceno de cabeça, soltando meu pulso e entrou no closet, procurando uma gravata em uma das três gavetas específicas.
- Bella, isso me aperta tanto! – reclamou enquanto eu ajustava sua gravata e o colarinho da camisa branca perfeitamente engomada.
- Você é oficialmente um advogado agora, amor. Tem que se portar e trajar como um.
- Mas, caramba, você sabe que isso faz um calor danado? – fez um bico adorável que não resistir a beijar.
- Sei. E pare de mimo, já usou gravatas antes. – argumentei, ajudando-o a vestir o terno que alinhava tão bem seus ombros e braços.
- Em um debate e na nossa formatura. E era inverno nas duas ocasiões.
- Edward, pare de agir como uma criança de cinco anos... – reclamei.
- Me dê três motivos para que eu saia nesse calor com essa gravata e terno, Bella.
- Você. Fica. Fodidamente. Sexy. De terno e gravata – pontuei as palavras aproximando minha boca da sua. Ele aceitou apenas aquele motivo.
...
- Protesto, excelência. – me levantei da cadeira em um átimo. – O fato de meu cliente tomar remédios controlados não interfere em suas decisões.
- Mas o próprio réu admitiu ter deixado de tomar seus remédios antes de efetuar a quebra do contrato e do litígio. O que significa que não estava em seu estado normal. – Müller rebateu ao meu lado.
- Indeferido.
Sentei na cadeira, irritada. Müller abotoou seu terno com um sorriso pretencioso antes de se sentar novamente e o juiz anunciar a entrada de uma nova testemunha.
- Dra. Cullen, não lhe paguei uma fortuna para deixar o advogado meia boca da minha ex mulher levar todo o meu dinheiro. Dê a volta por cima ou arrumarei outro advogado e entrarei com um pedido de retorno dos seus honorários. – meu cliente, Seth Parker, sussurrou irritado ao meu lado.
O caso era simples, Seth havia quebrado contrato com sua sócia e esposa por motivos litigiosos, havia se apaixonado por outra mulher e pretendia pagar a multa pela quebra para se mudar do estado e abrir um negócio e recomeçar uma vida com sua nova companheira. Mas como gente fútil e ambiciosa existe, sua, agora ex, mulher entrou com um pedido de pensão alegando danos morais e materiais, exigindo uma fortuna. O problema é que eu não conseguia me concentrar e argumentar coerentemente quando as palavras ditas mais cedo por Edward rondavam minha cabeça, seria o fim definitivo de tudo, eu sabia, eu pedi por isso ontem, mas ainda assim aquilo me perturbava com uma força fora do comum. Era a minha vida perfeita indo por água a baixo afinal.
Depois de duas exaustivas horas, consegui dar a volta por cima. Seth não só se livrou da mulher como também conseguiu reduzir o valor de sua multa pela quebra de contrato quando aleguei – com provas concretas – que ela havia mantido um caso extra conjugal com um gigolô qualquer.
- Obrigado, Dra. Cullen. – Seth agradecia enquanto estava no corredor do tribunal – Me desculpe por minha ameaça, mas sabe como é, eu estava nervoso. – sorriu sem graça.
- Eu quem peço desculpas, Seth. Tudo deu certo afinal, boa sorte com o novo negócio.
- Obrigado, um amigo meu precisa de um advogado, vou recomendá-la.
- Já tem meu cartão, certo?
Ele acenou e se foi. Voltei a caminhar apressada pelos corredores, dei uma rápida olhada em meu relógio de pulso e vi que teria apenas dez minutos para almoçar antes de voltar ao tribunal para defender outra causa, desta vez pública.
- Cullen. – Müller caminhava apressado em minha direção. – Quero lhe dar os parabéns pela causa. – estendeu a mão com um sorriso venenoso.
Müller era o que chamo de trash lawyer, aceitava qualquer causa, era advogado apenas pelo dinheiro, não pela real justiça. Qualquer passo em falso e ele dava o bote.
- Obrigada, Müller. – apertei sua mão firmemente.
- Encontrei seu marido no Venice Club outra noite e ele comentou algo sobre estar precisando de outro sócio para o Swan&Cullen. – comentou de modo ardiloso.
- Ah, claro. Queremos ampliar o escritório e estamos procurando por um sócio. – mascarei minha surpresa ao fato de que Edward frequentou o Venice, um clube de stripp muito conhecido em Chicago por não ser apenas um clube de stripp.
- Aqui está meu cartão, podemos discutir uma junção. – estendeu seu cartão.
- Claro, me desculpe Müller, mas tenho um compromisso. Entrarei em contato – peguei seu cartão, amassando-o assim que alcancei as escadarias do tribunal, descartei-o na lata de lixo mais próxima.
...
O relógio do painel do carro marcava duas da manhã. Estacionei na garagem e retirei a chave da ignição, bebi meu café puro e sem açúcar com o máximo de calma que consegui. As palavras de Müller rodavam minha cabeça e então algo se clareou em minha mente. Não, por Deus, não. Aquilo nunca tinha se passado por minha cabeça justamente por minha confiança em Edward ser cega. Ele era meu marido, e antes de tudo, sócio e melhor amigo. Pelo menos era o que eu achava. Se Edward estivesse me traindo eu não queria nem pensar no que viria pela frente.
Respirei fundo antes de pegar minha pasta e ativar o alarme do carro, girei a chave na porta que dava acesso à cozinha, entrei, fechando-a. Meus saltos ecoaram pelo piso num som incomodo para quem passou o dia entre tribunal, escritório e papéis. Deixei as chaves no aparador da sala e subi as escadas sem pressa, entrando no quarto. A casa estava silenciosa e escura, a não ser por uma luz vinda da porta ao lado, o escritório. Ignorei o hábito de verificar se ele estava realmente lá e coloquei minha pasta em cima da poltrona no canto do quarto. Me desfiz do sobretudo, saltos, terninho, brincos, camiseta, amarrei meus cabelos no topo da cabeça, me livrei da saia lápis e entrei no chuveiro. A água me fez um ótimo favor ao relaxar meus músculos tensos e cansados, tudo o que queria agora era minha cama macia e meus cobertores quentes.
Saí do vapor quente me sentindo renovada, caminhei até o closet e me livrei do roupão, vestindo uma calcinha azul turquesa leve de renda enquanto procurava uma camisola confortável para vestir, resistindo ao impulso de pegar uma de suas camisas.
Soltei um gritinho fino de susto quando percebi Edward parado no closet, olhando daquele jeito que meu corpo e coração conheciam como ninguém, segundos depois me dei conta da minha situação, tapando meus seios nus com os braços, meu rosto ardeu.
Ele apenas me olhou, predatório, e caminhou sem pressa até mim.
Automaticamente dei dois passos para trás, minhas costas foram detidas pelo espelho grande no fundo do closet. Ele estendeu sua mão, os dedos traçaram meu rosto, contornaram a linha da mandíbula e desceram pelo pescoço num afago. Fechei os olhos, deleitando a sensação. Há quanto tempo ele não me tocava assim, com carinho? Há quanto tempo tínhamos tido uma noite regada a amor e sexo? Meu corpo reconheceu seu amante assim que seus dedos traçaram a linha do colo e sua boca sugou meu pescoço, fazendo meus lábios se partirem em um gemido mudo.
Minha mente se apagou. E quando dei por mim Edward estocava dentro de mim violentamente, minhas costas batiam com tanta força contra o espelho que tinha certeza que a qualquer minuto se espatifaria em pedaços. Mordi seu ombro com força sentindo os espasmos de um orgasmo muito próximo e quem sabe pretendendo machuca – lo também. Não trocávamos beijos, eram mordidas e apertos cheios de raiva, ressentimento, talvez saudade ou arrependimento, minha mente não trabalhava muito bem naquele momento. Edward soltou um som gutural, acelerando ainda mais – se possível – o ritmo. Um gemido escapou dos meus lábios, meu corpo se contraiu com força, me avisando que eu tinha chegado ao orgasmo de forma louca e intensa. Chegando também ao fim ele imprensou meu corpo contra o espelho com tanta força que me senti sem conseguir respirar por alguns segundos. Talvez sua intenção fosse me machucar. Ou seria a intenção de ambos? Foi o que me perguntei quando vi meus dentes marcados em seu pescoço e ombro, sua pele branca, completamente vermelha agora, parecia ferver pelo esforço feito, provavelmente eu não estava tão diferente daquele estado.
Seus braços antes me sustentando me largaram, minhas pernas cederam trêmulas, respirei fundo me mantendo de pé novamente com a ajuda do espelho atrás de mim. Ele levantou a calça moletom que vestia. E me deu as costas. O que ele tinha feito? Ou melhor. Por quê? Não pude controlar as palavras.
- Por... por que... o que...? – gaguejei estupidamente.
XX
N/A:
Obrigada a todos que leram!
Voltarei em breve, porém preciso mesmo saber de suas opiniões. ;D
Lay.
