Disclaimer: Supernatural e os personagens não me pertencem.


Smile

O sorriso dela era como lascas de diamante em meio ao sol. Ele brilhava. Mesmo naquela fotografia desgastada. Na qual somente seu rosto de salvou-se das chamas em que o Bobby havia a jogado.

Antigamente, não era difícil ver aquilo sorriso, pelo contrário, quando se sabia o ponto exato, era muito fácil arrancá-lo de Jo. E ele sabia. Todos os pontos exatos, todas as coisas certas, o equilíbrio.

E quando ela ria. Joanna ria na maior parte do tempo. Nos momentos inapropriados. E isso lhe dava certa energia. Para aquele velho Dean. Aquele que ria junto entre os lençóis e a fazia sua mais de uma vez – porque ela queria, e atender a vontade dela era o que mais lhe interessava no momento.

Mas o tempo passou e ele começou a substituir as memórias por tarde demais.

Tarde demais doía. E por isso parou de pensar. Não queria lembrar do tempo em que haviam ficado afastados. Do tempo que ele não quisera se aproximar, porque era mais cômodo ser o Winchester de sempre. Pegar mulheres, sair para beber. Ele tinha medo de compromissos, e quando as coisas ficaram piores se permitiu pensar desse jeito.

E era quando ele lembrava.

Porque gostava de lembrar daquela Jo. Da radiante, jovem e feliz. Daquela que lhe dava mais socos do que beijos, e mesmo assim conseguia ser carinhosa. Daquela que ria e sorria e o fazia estar alegre sem mistérios. Daquela que o prendia por ser simples. Daquela que ele teve medo por tanto tempo mas que agora queria tê-la por perto.

Nunca admitira, mas guardava aquele pequeno pedaço da foto na carteira. Sam – nem ninguém – poderia saber de seu ponto mais fraco. Algo dentro dele o condenava por aquilo, mas ele não poderia simplesmente jogar aquele tesouro fora. E quando esquecesse o rosto dela? Aquele que sabia que precisava lembrar.

Ele era tão simples e tão único.

Quando as coisas ficavam difíceis, Dean se permitia acreditar que a veria mais uma vez. Que o seu pedaço do céu seria com ela. Porque de certa maneira eles eram alma gêmeas – fortes, destemidos, eles – e esse tipo de coisa tinha seus privilégios. Se permitia ter esperança e fé, por mais difícil que fosse.

E, talvez, somente talvez, ele visse aquelas lascas de diamante em meio ao sol mais uma vez.

Achou-se um tolo por não ter acreditado quando ela o recebeu de braços abertos, um sorriso nos lábios e aquela expressão.

Talvez, só talvez, teria aquilo pela eternidade.


Para Jully, que tem um sorriso de lascas de diamante - que um dia eu ainda vou ver pessoalmente!

Te amo, miga.