Ok este é a minha primeira fanfiction por isso sejam simpáticos, por favor. Espero que gostem

Eu não possuo nada do Mentalista.


O vento soprava levemente sobre as dunas de areia branca levando consigo o cheiro da água salgada do oceano que enchia toda a pequena ilha. As pessoas andavam animadas pelas ruas. Algumas andavam pelo mercado nas sus compras semanais, outras simplesmente conversavam com os seus amigos contando as novidades nas suas vidas ou revivendo memorias de à muito tempo e enquanto isso algumas crianças brincavam pelas ruas rindo alegres. Apenas uma cara não mostrava qualquer sinal de emoção. Nem de alegria, nem de tristeza, nem… nada. Neutra. Era assim aquela expressão. Neutra. A expressão de uma pessoa que tinha o seu corpo num lugar mas a sua mente e o seu coração noutro. Bastava olhar para essa cara com atenção, olhar bem nos seus olhos, para ver isso nem a melhor máscara pode esconder o que há nos nossos olhos.

O loiro tentava esquivar-se das pessoas sem dar muito nas vistas coisa que parecia estar a funcionar. Ele passou pelas tendas do mercado olhando para vendedores e para os clientes. Vendia-se de tudo de toda a variedade e as pessoas compravam sem grande negociação mas com um sorriso no rosto. Não havia sinais de ansiedade ou de receio nem no vendedor nem no cliente. O som da buzina de um carro chamou a atenção dele. Ele tinha se esquecido de que as ruas e as estradas eram a mesma coisa ali. Ele saiu da estrada e entrou numa loja.

- Buenos días, señoras. ("Bom dia, senhoras.") – cumprimentou o loiro num tom alegre para as duas mulheres que estavam dentro da loja.

- Buenos días, Sr. Jane. ("Bom dia, Sr. Jane.") – cumprimentou de volta a mulher mais gordinha, de cabelos curtos encaracolados e camisa azul que estava sentada num pequeno banco de madeira, com um sorriso amável.

- Buenos días. ("Bom dia.") – cumprimentou também a outra mulher mais magra, também de cabelos curtos mas lisos e de camisa amarela que estava por detrás do balcão concentrada em alguns papeis.

Jane lançou um pequeno sorriso para as duas mulheres mais velhas e depois virou-se para um móvel que estava contra a parede. Ele abriu um bolso da sua camisa, tirou uma folha de papel completamente escrita e um envelope e terminou a sua carta escrevendo Sinto a tua falta. P. Jane. Se ela soubesse o quanto ele sentia mesmo a falta dela. O quanto desejava que ela estivesse ali ao lado dele. Quantas vezes ele sonhara dês que chegara aqui, depois de matar o seu grande inimigo, vê-la chegar e ficar com ele. Para sempre. Mas ele sabia que era apenas isso. Sonhos. Manifestações da sua imaginação e desejos durante o sono. Coisas que não eram, e neste caso nunca poderiam, ser realidade. Ele meteu a carta dentro do envelope e levou-o a boca, passou a língua pela parte da cola e fechou o envelope.

- ¿Cómo está, Sr. Jane? ("Como está, Sr. Jane?") – perguntou a mulher do banco com outro sorriso enquanto via Jane aproximar do balcão.

- Muy bien, gracias. ("Muito bem, obrigado") – respondeu Jane com outro sorriso virando-se para a mulher – ¿Cuánto cuesta el franqueo hoy? ("Quanto é a postagem de hoje?") – perguntou o loiro virando-se para a mulher do balcão.

- ¿Hoy? ("Hoje?") – perguntou ela um pouco curiosa. Jane respondeu com um aceno de cabeça e outro sorriso alegre. A mulher respirou e depois respondeu – Cincuenta y cinco centavos. ("Cinquenta e cinco centavos.")

- Igual que la semana pasada. ("O mesmo que a semana passada.") – disse Jane depois de soltar uma das suas típicas gargalhadas - ¡Bueno! Gracias. ("Ok! Obrigado.") – respondeu ele entregando o envelope e o dinheiro à mulher.

- De nada. ("De nada.") – respondeu a mulher pegando na carta.

- ¿Otra carta a la mujer misteriosa? ("Outra carta para essa mulher misteriosa?") – perguntou a mulher mais gordinha num tom curioso com aquele mistério. Jane respondeu com outro aceno de cabeça positivo sem olhar para a mulher – Ella debe ser muy hermosa para enviarle tantas cartas de este año. ("Ela deve ser muito bonita para enviar-lhe tantas cartas neste último ano.") – disse ela com outro sorriso desta vez divertido.

- Sí, ella es. ("Sim, ela é.") – respondeu Jane enquanto um pequeno sorriso crescia na sua cara que desapareceu tão rapidamente quando apareceu - Pero ella es sólo una amiga. ("Mas ela é só uma amiga.")

- Sí, por supuesto. ("Sim, claro.") – disse a mulher por detrás do balcão com sarcasmo enquanto voltava aos seus papeis.

- Sí, bueno. ¿Alguien ya preguntado por mí? ("Sim, bem. Alguém perguntou por mim?") – perguntou Jane olhando para a mulher mais magra um pouco mais sério na parte final.

- No. No, nunca. ("Não. Não, nunca.") – respondeu a mulher um pouco desconfiada com a habitual pergunta.

- Bien. Buenos días, señoras. ("Boa. Bom dia, senhora.") – disse Jane com outro sorriso andando em direção a saída.

- Buenos días. ("Bom dia") – disseram ambas as mulheres depois de Jane já estar na rua.

- Siempre pregunte si alguien lo está buscando. Es triste. ("Sempre a perguntar se alguém está a procura dele. É triste.") – disse a mulher do balcão para a colega que lhe lançou um olhar concordante – Creo que él está esperando que esa mujer o encuentra aquí. ("Acho que ele está a espera que essa mulher o encontre aqui.")

- Sí, creo que tienes razón, Paloma. ("Sim, acho que tens razão, Paloma.") – disse a outra mulher ainda olhando para a saída. Então teve um ideia. – Paloma, dame la carta del Sr. Jane. ("Paloma, dá-me a carta do Sr. Jane.") – disse ela com um sorriso todo animado e ansiosa enquanto se levantava do banco de madeira e fica frente a frente com a colega.

- Pero ¿por qué es lo que quieres? ("Mas porquê que a queres?") – perguntou a mulher de cabelos lisos confusa quando viu a amiga a tirar-lhe a carta do pé dela e ir em direção do móvel. As suas dúvidas desapareceram quando a viu a abrir a carta com cuidado por não estragar o envelope e a pegar numa caneta e noutro pedaço de papel – Mi Dios en el Cielo, ¡¿qué estás haciendo Anita?! ("Meu Deus do Céu, o que estás a fazer Anita?") – gritou Paloma enquanto via a outra mulher a escrever algo no pedaço de papel e depois mete-lo dentro do envelope.

- Estoy ayudando al Sr. Jane. ("Estou a ajudar o Sr. Jane.") – respondeu Anita fechando de novo o envelope – ¡Listo! (Pronto!) – disse ela entregando a carta de volta para Paloma com uma expressão orgulhosa. – Tú misma has dicho que él debe estar esperando por ella. Él está muriendo por dentro, Paloma. ("Tu mesma disseste que ele deve estar a espera dela. Ele está morrendo por dentro, Paloma.")

- ¡Muy Bien! Pero recuerda que es su idea. ("Ok! Mas lembra-te que a ideia foi tua.") – disse Paloma pegando de novo na carta e andando em direção a saída. Ela esperava que estivesse a fazer o mais certo.


Jane olhou para baixo quando sentiu as ondas a bater nos seus pês. Um pequeno sorriso cresceu na sua cara com a sensação da água quente a misturar-se com a fina areia da praia. Era uma sensação boa. Relaxante. Então ele olhou para a mistura de laranjas, vermelhos, rosas e amarelos que eram o céu e depois para enorme bola de luz que agora estava meia coberta de água que era o Sol. Nesse momento quis aparecer um pequeno golfinho solitário aparecer do nada para dar um pirueta na superfície e depois voltar para o fundo do profundo azul e verde que era o oceano. Alguns salpicos de água brilharam contra a luz do sol antes destes também desaparecer segundos depois de terem aparecido mas o tempo suficiente para completarem o ambiente de beleza que se tinha criado naquele lugar aos olhos de apenas um espetador.

- Lisbon iria adorado isto. – pensou o loiro com um sorriso ainda maior que não tardou a desaparecer também quando a imagem da mulher de cabelos castanhos e olhos verdes esmeralda lhe apareceu na mente.

Ele não conseguia parar de pensar nela e, honestamente, nem queria parar. Ela era o seu primeiro pensamento quando acordava, o seu último quando ia dormir e o seu sonho durante o sono. Ele via todos os dias os jovens ou velhos casais na praia durante os seus passeios e sentia sempre aquela sensação de vazio no seu coração que ele sabia não iria desaparecer mesmo que desvia-se o olhar. Nesse momento o seu olhar pousou sobre a pequena argola dourada que circulava o seu dedo na mão esquerda. Durante anos aquele anel tinha sido como um ligação entre ele e a sua esposa mas agora… ele não sabia o que aquilo era agora. Uma lembrança? Uma memória? Talvez os dois? Quando deu por si ele estava à entrada do bar. Com um suspiro entrou no bar e sentou-se num dos bancos do balcão. Num reflexo, Jane olhou por cima do ombro e deu uma olhadela na multidão. A maior parte eram apenas uns bêbados a rir do tudo e do nada e a outra parte estava reunida numa mesa no fundo jogando cartas, provavelmente póquer, rodeados de garrafas de cervejas cheias e vazias.

- Buenas noches, Sr. Jane. ¿Quieres algo? ("Boa noite, Sr. Jane. Queres alguma coisa?") – perguntou Alfredo chamando a atenção do loiro que tinha ficado interessado no jogo cartas.

- Buenas noches, Alfredo. Sí, una cerveza, por favor. ("Boa noite, Alfredo. Sim, uma cerveja, por favor.") – disse Jane num tom alegre falso antes de baixar o olhar para as suas mãos.

- Aquí tienes. ("Aqui tens.") – disse Alfredo depois de abrir um cerveja que estava numa caixa com gelo debaixo do balcão e pô-la na frente de Jane. Nesse momento ele viu que o loiro ainda estava a olhar o balcão, perdido nos seus pensamentos – ¿Estas bien? ("Estás bem?")

- Sí, nunca mejor. ("Sim, nunca melhor.") – respondeu Jane no seu habitual mau espanhol e com um grande sorriso amarelo enquanto leva a garrafa de vidro castanho aos lábios.

- Es una mujer ("É uma mulher.") – disse Alfredo com um tom divertido.

- O quê! – engasgou Jane de surpresa e ele tinha a certeza de que agora ele tinha cerveja no interior do nariz.

- Una mujer. Es la razón por qué estás así. ("Uma mulher. É a razão porque estás assim.") – respondeu Alfredo com um sorriso orgulhoso e divertido. Claro que Jane não era uma pessoa fácil de perceber o que se passa com ele e Alfredo estava contente que pode ver o que tinha de mal com o loiro, mesmo que ele soubesse que ele estava a baixar a sua enorme guarda - ¿Quién es ella? ("Quem é ela?")

- Es nadie. ("É nada.") – respondeu Jane o que fez Alfredo revirar os olhos tanto pela teimosia tanto pelo mau espanhol. Isso fez Jane soltar uma risada – A Lisbon revirava os olhos assim – e mais uma vez o sorriso desapareceu com pensamento da sua ex-colega e passou para uma cara séria e olhou para Alfredo - Cosas del pasado. Nada más. ("Coisas do passado. Nada mais.")

- Muy Bien ("Muito bem") – disse Alfredo deixando Jane sozinho com a sua bebida enquanto ele ia atender os outros clientes.

Jane terminou a cerveja, deixou o dinheiro por debaixo da garrafa vazia e saiu do bar. A noite já tinha caído, como era óbvio, mas mesmo assim não demorou muito para ele chegar ao seu apartamento. Quando ele lá chegou acendeu a luz do pequeno candeeiro da mesa de cabeceira e deitou-se na cama a olhar para o teto velho mas mesmo assim a única coisa que conseguia ver era um par de olhos verdes que sinceramente ele começou a pensar de que estavam assombra-lo. Ele não soube quanto tempo ele esteva assim mas a sensação do sono começou a apanha-lo e então apagou a luz e como todos os dias aqueles olhos foram a última coisa que viu antes de entrar num mar de sonhos onde voltava a encontrar aqueles olhos e a sua dona.


Bem, espero que tenham gostado e...

Próximo Capítulo: Lisbon recebe uma nova carta de Jane com uma surpresa e Jane terá de lidar com as consequências.

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