Zoro estava a dormir, como costume, depois de uma extensiva sessão de treinos. Não havia comido nada durante o dia todo pois à hora das refeições encontrava-se a dormir, e não queria incomodar Sanji por causa disso, para evitar ouvi-lo a queixar-se.
- Marimo, acorda! - Zoro abriu lentamente os olhos e reparou que Sanji lhe entregara um tabuleiro com o que seria o seu jantar.
- Vai-te embora não tenho fome! - Gritou Zoro com o cozinheiro, enquanto afastava o tabuleiro- E de certeza que isso está envenenado ou algo parecido.
- Estás a ser rude, e a magoar os meu sentimentos,
- Tu não tens sentimentos, a única coisa que te interessa é o bem estar da Nami, ero-co...
Sanji aproximou-se de Zoro, talvez demasiado sob o ponto de vista do espadachim, que o afastou bruscamente, começando os dois à briga como do costume, mas Zoro notava algo em de estranho em Sanji, desta vez não estava tão violento, nem parecia o mesmo, o que fez o espadachim pensar que o cozinheiro estava bêbedo.
-Zoro-saaaaaaaaaaaannn!!.
Zoro corou, nunca ninguém o tinha tratado assim, e isso fe-lo sentir-se bastante embaraçado. Zoro agarrou-se à camisa de Sanji, e sacudiu-o na esperança que ele volta-se a si e continua-se o mesmo Sanji mulherengo de sempre.
- Zoro-Swwaaaan pára com isso, porque estas a ser assim comigo? - ao dizer isto lágrimas corriam pelo lado direito da sua cara
- Ero-cook acorda!! NAMIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!
Nami sai do seu quarto e encontra Zoro agarrado à camisa de Sanji e fica surpresa com a cena que encontra.
-Sanji!! Zoro!! O que se passa aqui?
- Nami, acho que o ero cook andou a beber,e agora está incontrolável. - Explicava Zoro enquanto tentava afastar Sanji
- Nami-san!! Nami-Swan!! Mellorine! mellorine!! - gritava Sanji, num tom bastante habitual.
- Zoro, leva-o para o quarto dos rapazes, quer dizer, o vosso quarto.
Ainda se ouviam os gritos de Sanji, mas cada vez menos frequentes. Zoro deitou-o no chão, e cobriu-o com uma das mantas que lá se encontravam. Sanji parecia muito mais calmo, e rapidamente adormeceu, isto aparentemente. Zoro olhou-o durante algum tempo, e tentou afastar o cabelo sobre o olho esquerdo, na esperança de perceber o porquê dele se encontrar sempre tapado. Mas a mão de Sanji agarrou-o, impedindo-o de se mexer, enquanto o beijava. O sabor horrivel a tabaco invadia a boca de Zoro, que por mais que tentasse não se conseguia libertar.
Zoro sai do quarto a correr e foi para o convés, dormir. Não queria estar perto de Sanji, tinha medo de o enfrentar. Medo?! O valente Roronoa Zoro, temido pelos mares, tinha medo da reacção de um simples cozinheiro. Também não era um cozinheiro qualquer, era Sanji, um dos melhoes cozinheiros do mundo, e bastante violento por sinal. Por fim, adormeceu.
No dia seguinte Zoro acordou com os gritos do seu capitão, Monkey D. Luffy e Nami a resmungar com este:
-SANJI TENHO FOME!! SANJI TENHO FOMEEEEEEEE!!
- CALA-TE LUFFY NÃO VÊS QUE O SANJI NÃO ESTÁ NADA BEM!
- Mas eu tenho fome!
- Espera um bocado que eu cozinho.
Zoro foi ao quarto dos rapazes ver como estava Sanji, ele encontrava-se deitado na cama, a fervilhar, até lhe haviam tirado a camisa, na tentativa de lhe baixar a temperatura. Zoro assim que viu Sanji de tronco nu corou, lembrando-se da noite passada, mas felizmente ninguém viu, pois o espadachim tapou a cara.
Nami e Luffy saiam do quarto, deixando os dois rivais sozinhos.
- Então, Ero-cook, ah... tu não te lembras de nada do que se passou ontem pois não?
- Passou-se algo que eu deva saber?- disse com um tom algo sugestivo
- NÃO, não. claro que não, absolutamente nada. -Zoro corou ainda mais e Sanji olhou-o desconfiado
- Tens a certeza?- ripostou o cozinheiro com um sorriso cinico nos lábios
Zoro aproximou-se do cozinheiro e tirou-lhe o cigarro da boca, Sanji aproxima os seus lábios dos de Zoro pensando que este o ia beijar, mas o espadachim da-lhe um carolo.
-COM QUE ENTÃO NÃO TE LEMBRAS DE NADA POIS NÃO SEU ERO COOK!
- Já te perguntei se existe algo do qual me deva lembrar, Marimo? E porquê que me tiraste o cigarro!
- Fumar faz-te mal, então enquanto estás doente faz-te ainda pior.
- E desde quando te preocupas comigo, Marimo?
- Tu estás doente é normal, preocupar-me, e tendo em conta que mais ninguem nesta tripulação sabe cozinhar minimamente bem, prefiro nao arriscar que morras.
- Então é isso. - Sanji disse um bocado amuado
- Isso o quê?
- Isso mesmo...
Nesse momento entra Ussop, que ao ver Sanji, deitado sem a camisa e Zoro com o cigarro de Sanji na mão, entra em histeria.
- Então vocês...?
- Nós o quê? - pergunta zoro ameaçadoramente
- Vocês...dadadad...- Ussop baralhava-se todo com as palavras
- Sim, Ussop nós,...- Sanji afirma convincentemente
- Se assim é vou deixar-vos a sós.
Ussop sai do quarto, e Zoro que estava a ficar confuso com a situação toda, fita sanji com olhares de ódio, aos quais Sanji responde com um sorriso. O mesmo sorriso de sempre, que Zoro não conseguia decifrar e que muitas dores de cabeça lhe tinha dado no passado.
- Ero-cook, o que foi aquilo tudo?
- Marimo, aquilo foi a verdade nua e crua. E por falar em nu, está um calor desgraçado aqui dentro, talvez Zoro, queiras aliviar-te - Sanji nas ultimas palavras mordeu o lábio de forma ambígua- e ...
- Por acaso tens razão, mas por essa razão vou lá para fora
- E vais deixar-me aqui sozinho, às portas da morte? -Sanji começa a agir dramaticamente e encena uma cena de morte muito pouco convincente
- Sim, o Chopper vem já aqui tratar de ti.
Zoro sai, e nesse instante Chopper entra. A pequena rena fica espantada com o facto de Sanji não estar a fumar.
- Que estranho,...- disse a pequena rena pensativa
- O que é que é estranho, Chopper?
- Não estás a fumar, e isso vindo de ti é estranho. Agora vamos lá ver o tens tu. Pelos teus sintomas penso que seja algo como problemas de coração misturados com o excesso de tabaco e alcool.
-PROBLEMAS DE CORAÇÃO!! ISSO QUER DIZER QUE VOU MORRER!- Gritou sanji alarmado
- Não Sanji, o que tu tens é o coração despedaçado, talvez por causa de algum amor não correspondido, ou algo parecido. Não sei se sabes mas os problemas psicologicos podem reflectir-se no corpo.
- Chopper- disse Sanji agarrando uma das patas da rena- Por favor não digas nada a ninguém. Inventa, diz que é uma gripe ou algo assim, mas que já estou melhor.
- Ok, mas eu não gosto de mentir.
- Faz isso por mim, por favor.
Chopper saiu e ao abrir a porta, Zoro cai, dando a entender que esteve à escuta. Sanji ficou pálido, e encostou a cara à almofada. As lágrimas escorriam na cara dele, não percebia como aquele amor praticamente proibido o afectava. Para ele não existia nenhum mal em amar, mesmo que saisse magoado. Zoro sentou-se ao seu lado, e o cozinheiro encostou a cara ao seu ombro.
- Ero-cook, as rejeições da Nami estão a deixar-te mal, mas a culpa é tua tu insistes e insistes.
- Tenho direito a amar, não tenho,... - disse entre lágrimas
- Calma, moço, se sabes que ela vai continuar a rejeitar parte para outra, existem muitas raparigas no mundo.
- Mas neste barco nem por isso.
- Não desistas, lá por ela não te querer não quer dizer mais ninguém te vá amar.
- Tens a certeza?- perguntou Sanji limpando as lágrimas
- Claro que tenho, Ero-cook!
Sanji levantou-se a custo e foi à cozinha comer qualquer coisa, Eles estavam todos sentados à excepção de Sanji e Zoro que tinham acabado de entrar. Nami havia cozinhado e Sanji estava desejoso de provar algo feito por ela.
- NAMI-SWAN!! Posso provar?
- Claro Sanji-kun! Já te sentes melhor?
- Optimo!! -disse, mentindo com todos os dentes que tinha na boca
Sanji pegou num prato e começou a comer, não era de longe a pior coisa que já tinha comido, mas também nada de excepcional. Mas ao ver o sorriso de Nami, Sanji diz lhe que a comida está optima, apenas para ver o sorriso nos lábios dela. Zoro olhou.o de maneira pouco habitual, o que deixou o cozinheiro relutante. Mas que olhar seria aquele, tão frio e cru. Sentiu um arrepio na espinha, mas consegui disfarçar aquela reacção. Luffy como do costume, havia começado a retirar comida dos pratos dos outros membros da tripulação, e Nami começava aos gritos com ele, como também era habitual, todo aquele ambiente o era, todo menos o comportamento de Zoro que parecia demasiado calmo e a sua mesma, a tremer como varas verdes.
Abandonou a mesa, e foi para o quarto, pousou as suas roupas em cima da cadeira, e reparou que caiu-lhe algo do bolso da camisa, um pequeno papel que ele mesmo havia escrito, mas que queria esconder de todos, era uma confissão de amor, a mais estranha que havia feito, e à pessoa menos comum. Após le-la pousou-a de baixo da almofada e adormeceu.
