Disclaimer: Axis Powers Hetalia não me pertence. Se não eu não precisaria estar escrevendo uma fanfiction, certo?


1940

'Germania, ti amo!'

Sempre, antes ou depois de ouvir essas palavras, Ludwig sentia os braços finos de Feliciano envolverem suas costas e seu rosto, adornado por um sorriso bobo, se afundar em seu peito. Era rotina, mas o alemão sempre corava, mesmo já sabendo daquele costume, mesmo tendo certeza que aquelas palavras não tinham seriedade alguma.

Não duvidava que o italiano fosse apegado a sua pessoa de algum modo ou até chegasse a gostar dele, mas não acreditava que chegava a tal ponto que aquele sentimento pudesse ser chamado de amor. Mas ainda sim, Ludwig corava e não entendia o porquê – e por isso, eventualmente, corava ainda mais.

E ainda ficava surpreso com a facilidade com quê aquelas palavras tão significativas saiam da boca de Feliciano. Ele não se lembrava de um dia tê-las dito a ninguém, nem mesmo ao seu irmão.

Então, por que algumas vezes se sentia tão tentado a responder 'Eu também'?

Sacudiu a cabeça.

Não deveria pensar naquilo quando em meio a uma guerra. Existiam coisas mais importantes que aquilo a serem pensadas, claro.

Afinal aquilo nem era tão importante assim, era...?

1944

Era doloroso admitir que sentisse falta de Feliciano.

Falta de seus abraços, seus sorrisos e sua voz, que antes sempre lhe dizia aquelas três palavras, alto o suficiente para qualquer um ouvir.

Era doloroso admitir que sentisse falta de quem havia destruído.

Podia se lembrar com clareza a raiva de seu chefe ao saber que o Reino da Itália havia se rendido aos Aliados. Podia se lembrar com mais clareza ainda a sensação de pavor que o tomou quando foi ordenado a invadir e tomar o território italiano. E com ainda mais clareza, podia se lembrar da culpa esmagadora que sentiu ao ver as terras de Feliciano destruídas por sua causa.

Ainda sentia-se terrivelmente culpado e ainda sentia seus olhos arderem com lágrimas que se recusava a deixar sair, desde então. Não tinha direito de chorar por algo que tinha feito, tinha?

Não havia visto o italiano desde o dia que havia terminado a invasão a suas terras, pois seu irmão fez questão de levá-lo para casa, para bem longe dele. E ele ainda se lembrava do ódio no olhar que Lovino o lançou enquanto fugia com um Feliciano desmaiado.

Ele merecia, afinal era por sua culpa que o seu antigo aliado estava naquele estado, não era?

Ele merecia o ódio de Romano.

E ele sabia que se algum dia visse ódio nos olhos de Feliciano, ele também mereceria – por mais que duvidasse que o italiano fosse algum dia fazer isso. Ódio não era algo próprio de Feliciano.

E ele sabia que sempre sentiria uma dor no peito ao saber que talvez nunca mais fosse sentir os braços finos e quentes de Feliciano o envolver. Que talvez, nunca mais veria um sorriso no rosto do italiano – ou ao menos, que seus sorrisos nunca mais seriam seus.

Não tardou para que as lágrimas enfim escorressem pelo rosto pálido de Ludwig. Soluçou, trêmulo, escondendo o rosto com uma das mãos.

Era ainda mais doloroso, era ainda mais cruel admitir que amasse o italiano, porque agora era tarde demais para poder dizer aquilo ao outro sem que doesse, sem que Ludwig se sentisse culpado, se sentisse tão culpado quanto um criminoso.

Tarde demais.

'Ich liebe dich, ItalienVerzeih mir."


N/A:
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'Germania! Ti amo!' = 'Alemanha! Te amo!'

'Ich liebe dich, Italien... Verzeih mir.' = 'Eu te amo, Itália... Perdoe-me.' (segundo o nem-tão-confiável-assim Google Translator.)

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Pronto.
Por mais inacreditável que me soe, eu escrevi uma Alemanha/Itália!~~~
Não é como se eu não goste de Alemanha/Itália. Pelo contrário, acho inclusive que é um par dificil de desgostar, que nem Espanha/Itália. É só que eu nunca me imaginei escrevendo com eles, mesmo.
Mas como nada é impossível... Aqui está. ~
...Tá, parei com a N/A. Se eu me prolongar muito, eu vou acabar digitando um testamento, então, aí vai o clássico.
Deixem review, por favor. Nem dói, nem nada e ainda é de graça [ou quase?]. Façam uma ficwriter feliz. 3
Até uma próxima.~