Disclaimer: Saint Seya e seus personagens relacionados pertencem ao Mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas.
Bem, antes de mais nada, devo dizer que esta fic não representa um retorno propriamente dito... Fato era que ela já estava toda escrita e se encontra em processo de betagem (pela minha irmã, Amanda) e se trata do terceiro desafio Rock and Roll que eu e a Angel participamos, e a primeira com mais gente participando.
Pure – Petit Cat me desafiou e eu a ela, e como a fic já estava escrita e deu o maior trabalho tanto para escrever como para betar, não seria justo não publicar... A primeira da série de desafios que não é oneshot e também uma continuação da fic "Under the Bridge", que escrevi há algum tempo para minha irmãzinha de coração Tenshiaburame, e que vocês haviam pedido continuação nas reviews, Pure – Petit principalmente... Sendo assim, conheceremos um pouco mais da história de Angie e Belle...
Boa leitura a todos!
Música tema do desafio: "What have you done?", Within Temptation
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Capítulo I
O Passado – Parte I
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Would you mind if I hurt you?
Understand that I need to
Wish that I had other choices
Than to harm the one I love
Você se importaria se eu te machucasse?
Entenda que eu preciso
Eu gostaria de ter outras escolhas
Do que machucar a pessoa que amo
What have you done now?
O que você fez agora?
Era de manhã, mas como naquela região o sol pouco aparecia, o quarto ainda se encontrava na penumbra, mesmo com uma de suas janelas aberta. Uma silhueta jovem e feminina estava deitada na cama, de bruços, os longos cabelos negros espalhados pelo travesseiro e costas. Não parecia querer acordar tão cedo.
Então a porta do quarto se abriu bem devagar, quase sem fazer barulho e pequenos olhinhos rosados espiaram para dentro, pezinhos cautelosos e descalços adentraram o recinto. Com um cuidado fora do comum, mãozinhas delicadas apoiaram-se no colchão alto e macio e impulsionaram o corpinho da pequena criatura para cima, até que ela ficou agachada sobre a cama, esgueirando-se sorrateira até se aproximar da jovem que dormia. Então, triunfante, a criaturinha ficou de pé e...
-Acorde, Angie, acorde! – gritava uma menina toda serelepe, pulando sobre o colchão, os cabelos prateados e compridos caíam por seu rosto, tamanha era sua empolgação – Acorde! Hoje é seu aniversário, você tem que acordar agora!
-Menos, Belle, menos... – pediu uma sonolenta Angie, tentando esconder-se debaixo da coberta de peles – Ainda é cedo, vá para sua cama...
-Não, Angie! – Belle gritou, puxando a coberta e caindo com ela na beirada da cama da irmã mais velha – Você tem que levantar e começar a se arrumar, hoje é dia de festa!
-Belle, por favor... Deixe sua irmã em paz, senão depois ninguém vai agüentar o mau humor dela por ter sido acordada de uma maneira tão... Sutil... – pediu um homem entrando pelo quarto, de cabelos loiros e ondulados e olhos azuis claríssimos, sentando-se à beira da cama.
Vencida, Angie abriu os olhos e se levantou, recostando-se nos travesseiros alto da cabeceira.
-Dormiu bem?
-Melhor impossível, pai... Mas acho que Belle está certa, tenho que me levantar e começar a pensar na festa de logo mais à noite.
-Sim, sim, festa! Eu adoro festa!
E, com um pulo mais alto e ousado, Belle se jogou em cima da irmã, as duas fazendo a maior bagunça na cama. Podiam ter uma diferença de idade de dez anos, mas Angie amava aquela criaturinha e fazia tudo por ela e para ela...
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Na biblioteca do casarão da família, um homem de cabelos negros e olhos violetas intensos estava sentado em uma das poltronas, absorto na leitura de um livro de capa vermelha e aspecto antigo. Mas não deixou de ouvir alguém se aproximar a passos incertos e cansados.
-Está tudo bem, Siegfried? – perguntou, ao ver o homem entrar com um certo ar de preocupação e sentar-se na poltrona à sua frente.
-Até este momento, sim, Folken... O que me preocupa é o que pode acontecer logo mais à noite, durante a festa de Angie...
-Não tem com que se preocupar, meu irmão... A Valhalla inteira estará em alerta durante a festa, não há o que temer... Vampiros e lycans terão que dar uma trégua, nem que seja forçada...
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Mesmo dia, ao final da tarde
O vestido todo prateado, feito de cetim italiano, era seu sonho desde a infância. Os sapatos prateados de salto alto tinham pedrarias bordadas em seu forro, a coroa de prata tinha brilhantes que formavam desenhos de flores e folhas pequenas e delicadas. Com a ajuda da costureira, Angie vestiu-se e se maquiou, assim como fizera o coque despontado, mas o toque final viria por outras mãos...
-Eu mal consigo acreditar... – disse-lhe uma voz suave ao ouvido – Minha menina já é uma moça... Quinze anos...
-Mamãe, já faz algum tempo que não sou mais tão menina, né? – disse Angie, encarando os olhos azuis da mãe, já pronta para a festa.
Sorrindo, Hilda colocou a coroa adornando o penteado e então deu a mão para que a filha se levantasse e a acompanhasse até o corredor, onde o pai e a irmã mais nova a aguardavam.
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Do lado de fora do casarão, Folken dava as últimas instruções aos seguranças da festa e caçadores disfarçados quando os primeiros convidados começaram a chegar. E, entre eles, um jovem rapaz chamava a atenção das jovenzinhas ao seu redor.
Cabelos cor de rosa cortados na altura dos ombros e ondulados, bem penteados. Olhos verdes e muito brilhantes, um sorriso meio de canto nos lábios. O corpo forte e bem talhado era moldado pela casaca preta do smoking com perfeição.
De maneira displicente, entregou o convite a um dos seguranças e adentrou o casarão, sem se importar com os olhares e comentários ao seu redor.
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A primeira valsa da noite, dançada com seu pai, que era somente sorrisos e palavras bonitas para a filha mais velha. A segunda, com seu tio e padrinho, Folken, que a conduzia de maneira um tanto desajeitada pelo salão, arrancando risos por parte de Angie.
Então veio a terceira valsa e, como não tinha um namorado, teria que escolher um dos rapazes que estavam no salão. Seus olhos cinzentos percorreram cada centímetro dele, até que pousaram sobre aquelas íris esmeraldas e o sorriso perfeito. O rapaz, então, lhe estendeu a mão e logo estavam valsando pelo salão.
-Qual o seu nome? – Angie perguntou, encantada com aqueles belos olhos.
-Alberich, Angie... Não sabe como me sinto honrado em ser o seu escolhido por esta noite...
Angie sorriu, mas ele morreu ao ouvir barulhos estranhos que vinham do lado de fora do salão, acompanhados de gritos de questão de segundos, homens vestidos de preto e mulheres também invadiram a festa, derrubando quem estivesse à frente, atacando as pessoas ao redor.
Vampiros. Uma horda deles, prontos para matar quem atravessasse seu caminho. Assustada, Angie ficou paralisada, não sabia o que fazer. Viu sua mãe entregar Belle a um dos empregados e correr na direção de um dos vampiros, de posse de uma daga que havia retirado de um dos vasos que enfeitavam o salão. Viu seu tio Folken e seu pai lutando com outros tantos, assim como diversos caçadores da Valhalla.
-Venha comigo, Angie! – gritou Alberich, puxando a jovem pela mão, em direção à saída.
Pelo caminho, alguns vampiros tentaram atacá-los, mas Alberich derrubava a todos com força e precisão. Rapidamente ganharam a escadaria quer dava para os jardins, mas Angie parou de repente, arfando.
-Espere, Alberich, não podemos ir... Meus pais... E Belle... Ainda estão lá dentro!
-Angie, não podemos fazer nada por eles... A esta altura, eles... É melhor irmos embora, eu cuidarei de você, eu juro...
Alberich se aproximou de Angie até seus rostos ficarem a centímetros de distância. Era estranho, mas, naquele momento, a jovem sentia-se bem e protegida, o rapaz sorriu e fechou os olhos. Porém...
-Afaste-se dela, maldito! – gritou Siegfried, sujo e com as roupas manchadas de sangue, apontando uma besta armada para o rapaz. Alberich riu.
-O que acha que pode fazer contra mim, Siegfried?
-Eu mandei se afastar, seu vampiro de merda!
Angie se afastou, como assim aquele rapaz tão gentil era um vampiro? Não tinha motivos para duvidar de seu pai, era um caçador experiente... Desesperada, Angie deu alguns passos para trás e quis correr, mas acabou tropeçando em um dos degraus e caiu, rolando até um dos patamares da escadaria.
-Angie!
A distração der Siegfried acabou se tornando sua algoz. Rápido, Alberich desarmou o homem com um golpe certeiro e com a mão livre, tirou de seu casaco uma espécie de faca, com a qual golpeou o abdômen de seu opositor.
-Não poderá impedir que Angie se torne o que de fato é, Siegfried...
Quase sem ar, Siegfried caiu no chão. Então, Alberich desceu a escada até Angie, ajudando-a a se levantar, ao mesmo tempo que ouviu gritos de dentro do casarão, a voz de Folken e outros homens que vinham atrás de si.
-Eu voltarei para te buscar, princesa... – ele disse a Angie, beijando-lhe os lábios e em seguida sumindo na escuridão da noite.
Machucada, com o vestido todo sujo e chorando, Angie foi até o pai e se sentou no chão, abraçando o corpo dele. Siegfried estava pálido e fraco, mas precisava dizer algo à filha...
-Angie... Por favor... Proteja Belle...
-Papai...
-Por favor... Proteja a Filha da Lua... Eles virão... Atrás... Dela...
-Papai, eu...
-Por favor...
Chorando, Angie assentiu. E então, para seu desespero, viu o pai fechar os olhos e seu corpo tombar. Estava morto...
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E aqui tivemos o capítulo explicando o que aconteceu na festa de quinze anos de Angie... Não me prendi muito a ele porque os próximos são realmente mais importantes, este aqui era mais para introduzir a fic...
Beijos a todos!
