Capítulo 1 - Quando a neve cessa.
702 DC - Era Asuka
Um ano após a morte de sua Hahaue, Oyakata ainda se pegava pensando em sua genitora. Sentia falta dela, de seu cheiro, o olhar maternal, as palavras acalentadoras, enfim, sentia um vazio e tristeza em seu coração inimaginaveís. Lembrava dos últimos instantes dela, e sem se dar conta, deixava-se chorar quando estava só. O odor dela, começara a enfraquecer nas terras do Oeste, como se o gélido e impiedoso vento norte , desejasse apagar a existência de um dos poucos seres, que eram mais importantes ao inuyoukai, Aiko e sua falecida hahaue, Yukiko.
A bela e poderosa inudaiyoukai havia tido uma vida sofrida, que lhe gerou traumas que carregou até o fim da sua vida, como a destruição de sua infância, realizada por Yorusou, que planejara tudo. Conseguira vingança contra seu algoz, mas mesmo assim, as tristezas e sofrimenntos perduravam em sua alma e coração ferido.
Aiko percebia o quanto Yukiko fazia falta ao inuyoukai. sentia o coração apertar, por não saber o que fazer para alegra-lo. Ver seu amado triste, a fazia também triste. Claro que era sentia falta dela, costuma lembra-la dela quando viva. As recordações daquela que considerava como uma mãe, era tudo o que tinha da inudaiyoukai, descontando a katana dada pela procurava chorar escondida de seu amado Oyakata, pois ele já estava triste o suficiente sem as lágrimas dela a lhe fazer companhia, pois percebera o cheiro salgado das lágrimas no rosto de Oyakata, mesmo ele tentando manter uma postura firme. Nunca o vira chorar, mas o cheiro salgado o denunciara.
Yukiko fazia falta para Aiko e Oyakata. Sua vida terminara em uma batalha de porpoções titanicas, com um adversário terrivél e armado com um poderoso machado, enquanto a inudaiyoukai tinah seus poderes, caninos e garras para lutar. Ao fim do embate dos dois daiyoukais, a vida abandora Yukiko, que morrera, tendo companhia em vez de solidão, sem ver um rosto sequer, a zelar por seus últimos instantes de vida , "seu filhote", como ela se referia a ele, apesar de Oyakata já ser um inuyoukai adulto, estava lá, acompanhando em intenso sofrimento em seu coração, vendo sua genitora partir, sem poder fazer nada para evitar, vendo a morte lamber as patas de sua querida hahaue. Aiko chegar a ver os instantes finais daquela que considerava como uma mãe, ela que era orfã, e ter perdido os pais cruelmente e que graças ao filho dela, pode ser resgastada de sua iminente morte.
Aiko continuava treinando katana e ataques de suas garras com Oyakata. Logicamente, ele sempre ganhava, e procurava conter sua força ao máximo contra ela, com receio de feri-la demais, claro, que ela recebia uns ferimentos dele, considerados para ele, superficiais. Era Aiko que quis aprender a lutar, e o jovem inuyoukai acabou por se tornar seu que era pequen, ele a treinara. Apesar de ser só uma fêmea ookamihanyou, era mais poderosa que muitos youkais que existiam por aí.
Em uma verdejante campina, eles treinam, em um dia frio de Outono.
Aiko tenta acertar o ombro de Oyakata com a katana, mas ele gira em um pé só, e acerta Aiko com a mime de sua katana, a jogando de encontro a uma pedra, mas a ookamihanyou consegue se refazer do ataque, e apoiando seus pés na pedra, usando-os como molas para se atirar contra o inudaiyoukai, ganhando impulso. Aiko não segura sua força, pois sabe que ele é muito mais poderoso do que ela. Porém ele se esquiva, e dá um soco na cara dela de lado, acabando por joga-la de encontro a umas árvores. Mas ela gira o corpo se refazendo do ataque e avança para cima dele, que se defende com a katana do ataque da espada dela. Os dois empatam as espadas, e um começa a pressionar o outro através das katanas. Logicamente, Oyakata é muito mais forte do que ela, e apenas assiste as tentativas inúteis dela de derrota-lo. Ele sorri.
_ Aiko, sabe que não é prudente ficar empatada com a katana comigo, eu sou muito mais forte!
_ Heh! Não desconfiou ainda, Oyakatasama?
_ Hã?
Ela gira o corpo e acerta o rosto dele com o lado do tornozelo. Claro que não o machucou mais foi o suficiente para surpreende-lo. Aproveitando a distração, tentou acerta-lo com a lâmina, mas ele a acertou no ombro com o outro punho, atirando-a para longe. Mas ela se refaz e retorna a ataca-lo, que sorrindo, a desarma com sua katana, e a prende no chão. Sua mão direita prende o punho esquerdo, a mão esquerda prende o punho direito, e as pernas, prendem as dela. Enfim, ela está imovél, imobilizada, como uma presa detida, sob as patas de um poderoso cão branco.
_ Se rende?_ ele pergunta fixando seus olhos nela
_ Não. _ ela diz decididamente e com um olhar desafiador_ embora seu coração começasse a pulsar e suas bochechas começassem a ficar vermelhas, ao ver o olhar dourado do jovem inuyoukai para ela e a sentir o seu cheiro, que ela tanto gostava.
Oyakata ficou olhando para ela. O cheiro dela era doce, tentador. Seus lábios rosados eram provocantes, o faziam desejar toca-los, senti-los. Seu cheiro, com a maturidade, só a fizeram mais provocante. Ele sentia seus batimentos se alterarem, á visão da doce hanyou a sua frente. Ela estava completamente rendida, não havia como se libertar dele, a menos que ele permitisse. Na verdade, só queria provoca-la prendendo-a assim. Como quando criança, que ela ficava brava com ele, quando ela era subjugada na luta e presa contra o chão, mas agora era diferente, era não era mais criança, era um mulher. Ela não brigara, e Oyakata aproveitou para olhara-la mais atentamente. Via ela suar, seu batimentos alterarem, suas bochechas vermelhas e seus lábios rosados. Já havia percebido que ela o amava .Começou a ter pensamentos sexuais com ela, e tratou de retira-los da mente e pensou consigo mesmo " Só queria vê-la brava, só isso", e achou preferível solta-la, antes que perdesse o controle, e fizesse coisas, que a poderiam faze-la odiá-lo e também fazer com que ele se sentisse menos que um verme. Se levantou dela, a liberando.
Ele ainda estava um pouco ofegante, mas conseguiu se recompor e disse que o treinamento por aquele dia esta encerrado, e inventou de ter que "patrulhar as fronteiras" , pois já as havia patrulhado recentemente,"assim será melhor, e no meio do patrulhamento, vou me banhar com água fria" _ pensa Oyakata. Despediu-se de Aiko e pôs-se a caminhar. UnAH, olhava a cena um tanto confusa.
Aiko estava no chão, com seus batimentos a mil, ao contrário dele, não conseguira se recompor ainda. Tinha certeza que seu rosto estava vermelho, e que estivera suando muito. Ela notou o quanto Oyakata começou a ficar estranho, com a proximidade. Ouviu os batimentos cardíacos dele aumentar, sua respiração ameaçando ficar ofegante, um leve e quase imperceptível olhar rubro, e o cheiro dele um pouco alterado, sutilmente, mas não imperceptível para ela a aquela pouca distância dele. Olhando por onde ele saíra do lugar de treinamento, murmurou:
_ Oyakatasama..._ e colocou as mãos em seu peito, na direção do coração.
Mais ao longe, ele encontra-se embaixo de uma cachoeira. Havia retirado a armadura, sua pele, as roupas e deixado a katana feita com a presa de sua mãe, na margem. Estava lá a um certo tempo. Meditava sobre o que ocorrera quando prendeu-a contra o chão. Se ficasse mais naquela posição com ela, iria perder o controle, ele havia feito bem em liberar-la e afastar-se dela. Estava deixando seus instintos de youkai macho tomar conta de seu corpo e mente, fazendo perder a noção da razão, e com certeza, acabaria por machucara-la, não só fisicamente, como em seu coração de hanyou. E ele não era um youkai vil, que se aproveitava de fêmeas, fossem qualquer espécie.
Após um longo tempo, tendo a certeza que acalmara seus instintos, saiu da cachoeira, e tratou de se vestir e colocar a armadura, e por último, amarrar seu cabelo, formando um comprido rabo de cavalo, e majestosamente, pôs-se a patrulhar as terras do oeste, observar os servos, manter a ordem, fiscalizar as fronteiras, e fazer cumprir uma série de regras, como a de que nenhum invasor adentra os domínios das terras do Oeste, sem pagar o preço de ter sua vida ceifada.
De volta ao suntuoso castelo, a serva pessoal de Aiko, Sora, prepara um banho, junto de outras servas no espaçoso ofuro. Ela foi para seu quarto, esperar pelo preparo do banho. Sentou em uma cadeira de espaldar alto, de mogno, com detalhes dourados, e á sua frente, apoiada na mesa, um espelho circular de ouro, cravejado de joías. Ela olhava seu rosto, que ainda demonstrava como ele ficara, com aquela aproximação de oyakata, ainda se encontrando levemente rosado. Ela prestou atenção nos olhos dele para ela, que alterou-se de repente, fazendo surgir um estranho brilho que a fez arrepiar-se, embora não entendesse porque, pois aquela tarde não estava tão fria assim.
Descubrara há muito tempo o que eram seus sentimentos que sentia em relação ao inudaiyoukai, sabia que o amava, havia tido um aula a seu pedido com a serva, sabia o que acontecia quando um casal se encontrava, mas os sinais disso, ela não conseguia interpretar, e ficou constrangida de perguntar a serva.
Continuou imersa em seus pensamento, e é chamada de volta a realidade, quando sua serva, entra nos aposentos e curvando-se com as palmas das mãos apoiadas no chão, ao lado de Aiko, diz:
_Com licença. O banho de Aikosama está pronto.
A serva fica com a cabeça abaixada esperando confirmação, mas nota que os pés de sua senhora, nem se mexeram. Arriscando, olha para cima e a vê perdida em pensamentos.
_ Aikosama? _ ela pergunta de novo
_ Ah! gomennasai, não percebi que entrastes._ ela é retirada de seu devaneio, sacode a cabeça para os lados, tentando espanta-los_ O banho já está pronto?
_ hai, Aikosama.
_ Sabe que dispenso essa formalidade com você.
_ mas é assim que uma boa serva age. Sempre com respeito perante seu superior.
_ Pufff! _ ela suspira_ que assim seja. _ e dirige-se para o ofuro.
No ofuro, ela tem duas servas. Enquanto Aiko lava seu corpo, uma das serva ajuda a lavar seus cabelos, e quando o banho está para terminar, ela ajuda Aiko a passar óleo com essência de flores nas costas. A outra, a entretém tocando uma melodia calma e doce em uma flauta de marfim. Enquanto banhava-se, pensava na cena naquela tarde. O olhar dourado como o sol dele sobre ela, o cheiro dele que a agradava, o toque das mãos dele em seus punhos. Ela ficara alterada, sentia seu coração acerelado, ela começou a transpirar, mesmo sendo um dia frio, sentiu suas bochechas quentes e sentiu um leve tremor, mas não era de medo, não que ela se lembrasse, ele era incapaz de machuca-la. Tudo bem que nos treinos deles, ele fizesse escoriações e hematomas nela, mas eram ferimentos leves, que cicatrizavam de um dia para o outro.
_ O que será que foi aquele tremor que eu senti? _ ela não percebera que pensara alto.
_ Que tremor, Aikosama? A água não está de teu agrado? Estas fria?
_ iie, está ótima _ ela faz não com a cabeça. Está constrangida, e tenta tirar os olhares de cima dela " Essa Aiko, e sua boca grande", ela pensa consigo mesma.
_ Já terminei de passar óleo nas costas de Aikosama.
_ Arigatougozaimassu, vou sair agora. E se levanta do ofuro do tamanho de uma piscina olímpica, e sobe por três degraus existentes na parede do ófuro de mármore branco.
A serva já saíra, e erguera um kimono alvo, para Aiko poder vestir, e ajudou a hanyou a colocar o kimono e amarrar o laço na cintura.
Em seu quarto, ela troca de roupa. Veste calças japonesas e hakama verde claro, e gi rosa. A serva pessoal, Sora, prende seu cabelo negro reluzente em dois rabos de cavalo, amarrados com um laço azul, conforme sua mestra desejava, após penteá-los com um pente de ouro. Passou um baton claro nos lábios dela , passando logo em seguida um pó para dar brilho, e fez sombra nas palpébras dela, de cor rosa.
_Pronto Aikosama_ disse com a cabeça abaixada_ o jantar está quase pronto.
_ Irei para a biblioteca, ler um pouco, me chame quando estiver pronto.
_ hai, Aikosama_ e tornou a curvar a cabeça e saiu antes dela do quarto, os servos devem sair antes dos senhores de um aposento, mesmo que tenham de adentrar novamente por isso.
Após passar por um corredor extenso, contendo diversas litografias retratando Oyakata, Yukiko e algumas, Aiko, ela chega a um recinto de portas duplas, e ao abri-lo, adentra na magnífica e rica biblioteca, contendo vários pergaminhos de conhecimentos diversos. O clã que a genitora de seu amado pertencia, era considerado, um dos mais sábios e ávidos por conhecimentos, assim como o seu, algo não muito comum, não que os demais clãs de príncipes e princesas não tenham gosto por leitura ou estudo, mas muitos priorizam as batalhas, disputa pelo poder do que o conhecimento geral, não só de batalhas.
Depois de longos minutos, Sora entra e posta-se com as palmas das mãos apoiadas no chão, e diz:
_ Aikosama, o jantar está pronto. Oyakatasama a está esperando.
_ Oyakatasama está aqui?! _ ela abre um sorriso do canto ao outro do rosto, ela não contava que ele viesse para jantar, pois quando vai patrulhar as terras, costuma ficar fora do castelo por dois dias, no minímo, e ela decide aproveitar o momento para pergunta-lhe algo.
Notas Finais
Era Asuka ( (593 d.C a 710 d.C) - Forma-se a dinastia Yamato, após sucessivas lutas entre os clãs. Em meados do século 7, seguindo o exemplo da dinastia Tang (China), realiza a "Reforma de Taika", definindo a organização política, o sistema tributário, etc. O príncipe Shôtoku institui os "17 códigos da Constituição", norteados nas doutrinas de Shintoísmo, Budismo e Confucionismo.
taishoo - general
inutaishoo - general cão/cachorro
ookamihanyou- meio yokai lobo – han(meio) , you ( o kanji you, é o mesmo do kanji you de youkai, então seria uma alusão a Youkai), ookami(lobo).
Youkai: criatura sobrenatural da mitologia japonesa, um tipo de espírito surgido da natureza humana, de sentimentos como ódio, raiva, tristeza, dor, medo e que com o passar do tempo, passou a procriar entre si, embora alguns, continuem surgindo, dos sentimentos negativos dos homens, que pode derivar de figuras de animais ou plantas.
Daiyoukai – grande youkai – Dai ( grande, )
Hanyou – meio youkai - han(meio) , you ( o kanji you, é o mesmo do kanji you de youkai, então seria uma alusão a Youkai). È o ser que nasceu da união de um youkai e humano, mas há também o hanyou que surge, com a fusão de vários youkais, tendo um coração humano maligno como liga, como Naraku. Um hanyou é todo o ser que não é um youkai puro.
Aiko - criança do amor - Ai (amor), Ko (filho/a, criança)
katana - espada
Henge- verdadeira forma de um youkai, a forma humana não é a verdadeira forma de um youkai. ( lê-se Hengue, mas a escrita é he
inu – cachorro
inu youkai – youkai cachorro
inu daiyoukai – grande youkai cachorro.
Henge- verdadeira forma de um youkai, a forma humana não é a verdadeira forma de um youkai. ( lê-se Hengue, mas a escrita é henge)
Hai -sim
Sama: sufixo após o nome que indica uma forma muito respeitosa de se dirigir à pessoa, geralmente com alguém de hierarquia superior, como por exemplo os senhores feudais, imperadores, príncipes, princesas, monges, sacerdotisas, etc.
Haha – Minha mãe
Ue: ( sufixo) forma antiga e respeitosa do antigo Japão, que indicando o status social, que está acima da pessoa que pronuncia. Usado muito com familiares mais velhos.
Yukiko – Criança da neve ( numa tradução literal )- Yuki (neve) ko (criança ou filha(o) ), devido a pele e cabelos brancos como neve.
Gi - parte de baixo da hakama, onde ficam as mangas curtas,
Hakama - parte de cima da gi . È a que possui mangas longas, que chegam perto de tocar o chão.
Gomennasai – Desculpe-me
Arigatougozaimassu (formal) - Obrigada
