Don't you struggle, don't you fight, don't you worry 'cause it's your turn tonight; let me put my love into you, baby; let me put my love on the line; let me put my love into you, baby… cantei baixo junto com a música da minha banda favorita tocando no meu iPod.
Sabe aquele momento em que você está tão entediado que sente que precisa fazer alguma coisa senão acha que vai pirar ou algo assim? Bem, eu sei, e era exatamente assim que eu estava me sentido. Me afastei de todas aquelas pessoas na festa, a maioria sócios e empregados da Sra. Amanda Teefey; minha mãe.
Caminhei até onde ela se encontrava conversando com duas mulheres do outro lado do luxuoso salão retirando os fones dos meus ouvidos ao parar ao seu lado. E essa era a sétima vez na noite em que pediria para irmos embora. Era para eu estar junto da minha melhor amiga agora me divertindo provavelmente dentro de uma sala de cinema se não fosse pelo desejo da minha mãe em exibir para todos os seus amigos a filha adorável e perfeita que ela tinha. Mas essas eram apenas suas palavras de mãe coruja.
Sussurrei um "até que enfim" quando ela finalmente começou a se despedir daquelas pessoas, por educação comecei a fazer o mesmo antes de deixarmos a festa.
(...)
Senti uma forte dor na cabeça. Em um segundo eu estava no carro ao lado da minha mãe voltando de uma festa de sua empresa e outro eu estava em um lugar completamente desconhecido. As vozes misturadas e alteradas daquelas pessoas estranhas ao meu redor vestidas em um uniforme azul marinho se tornavam cada vez mais inaudíveis. Eu não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo comigo. Eu estava deitada em uma maca sem conseguir me mexer com um negócio prendendo meu pescoço e aquelas pessoas estavam me levando rapidamente para algum lugar por um corredor longo. E havia muito sangue nas mãos e roupa de uma das mulheres.
Minha respiração se tornou fraca e minha visão embaçada. Olhei para o rosto distorcido do homem acima de mim fechando os olhos com o clarão forte do teto que tomou minha visão. Luz. Isso foi tudo o que vi antes de acordar ao lado desses rostos estranhos. As lembranças vieram à minha mente junto de uma forte pontada na cabeça. Dor. O grito de minha mãe. Um caminhão atingindo nosso carro. O estrondo. Tudo muito rápido.
- Selena Marie Gomez. Dezoito anos de idade. Grave acidente de carro.
Ouvi uma voz masculina falar.
- Chame a Dra. Lovato.
E aquelas vozes desconhecidas foi tudo o que ouvi antes de minha visão escurecer completamente.
DOIS DIAS DEPOIS
Acordei confusa, olhando para tudo ao meu redor. Esfreguei os olhos notando alguns fios presos em meu braço direito. Eu estava deitada em uma cama dentro de um quarto de hospital com um aparelho apitando ao meu lado. Senti uma leve dor no lado esquerdo da minha cabeça e minha boca estava seca. Virei meu rosto para onde meu padrasto dormia em uma poltrona de couro. Tentei chamá-lo mas minha voz saiu fraca. Eu estava certa de que tinha sofrido um acidente e tudo o que queria saber era se minha mãe estava bem. Olhei para a porta do quarto ao ouvi-la sendo aberta.
- Está acordada há muito tempo?
Uma moça jovem de cabelos negros e pele clara vestindo um jaleco branco por cima do uniforme azul marinho se aproximou de mim.
- Não, a-acordei agora. Minha mãe está bem? - Perguntei preocupada enquanto a doutora checava o aparelho ao lado da cama.
- Sel? - Ouvi a voz de Brian ao lado - Você acordou. Obrigado Deus. - Ele se aproximou beijando o topo da minha cabeça.
- Eu vou deixar vocês a sós. Qualquer coisa chame a enfermeira. - A doutora avisou antes de sair do quarto.
- Você está bem, Sel? Está sentindo alguma coisa?
- E-eu estou bem. - Respondi. - Onde está a mamãe? - Perguntei notando uma expressão de tristeza tomar seu rosto. - Brian, onde está a minha mãe? - Comecei a sentir medo e um aperto forte no peito com a falta de suas palavras.
- Sel, sua mãe não.. - Seus olhos entristecidos já revelava a resposta. Senti as lágrimas começarem a rolar pelo meu rosto. - Sua mãe não conseguiu resistir..
- Não, não é verdade. - Brian me confortou enquanto eu deixava todo meu choro sair. - O que eu vou fazer s-sem minha m-mãe? - Falei em soluços.
- Eu estou aqui, Sel. Sempre vou estar. Você não está sozinha, meu anjo.
- Com licença. - Um homem jovem de cabelos cacheados adentrou o quarto seguido pela mesma médica de cabelos negros. - Sr. Teefey, eu sei que esse não é um bom momento, mas eu preciso falar com o senhor agora. Pode me acompanhar?
- Okay. Está bem. Eu já volto, Selly. - Brian beijou minha testa antes de seguir o médico para fora do quarto.
Passei as mãos pelo meu rosto, secando as lágrimas e notando um curativo no lado esquerdo dolorido da minha testa. Olhei para a médica de pé a alguns passos da cama. Ela usava um óculos de armação preta e seu olhar atento em uma prancheta médica enquanto escrevia me chamaram a atenção. Seu cabelo negro antes solto agora estava preso em um coque frouxo. Ela não era muito alta e parecia tão jovem para ser médica. Uma linda médica por sinal. Guardou a caneta no bolso do jaleco branco e andou até mim pousando a prancheta no lado vazio da cama. Li rapidamente o nome no seu crachá; Dra. Lovato.
- A enfermeira que cuida dos seus arranhões está ocupada no momento - Ela revirou os olhos por algum motivo. - Então vou fazer, já que é minha paciente. Mas antes preciso fazer algumas perguntas básicas já que bateu com a cabeça.
- Então foi você que me impediu de morrer? - Perguntei.
- Sim. Esse é o meu trabalho. - Ela pegou novamente a prancheta. - Okay, vamos ser rápidas. Seu nome completo?
- Selena Marie Gomez.
- Data do seu aniversário? - Ela fazia as perguntas sem tirar seus olhos da folha branca enquanto marcava tudo ali.
- É.. vinte e dois de Julho.
- Em que mês nós estamos, Selena? - Ela me olhou esperando pela resposta mas meu nome saindo de sua boca me distraiu. Não sei, mas soou bem em sua voz.
- Não se lembra?
- Sim...é... Fevereiro.
- Okay. Certo. - Ela se afastou andando até um armário branco, pegando alguns objetos médicos. - Esse definitivamente não é meu trabalho... - Ouvi ela sussurrar para si mesma.
A médica se aproximou novamente se inclinando em minha direção enquanto cuidava do corte em minha testa. Sua pele clara parecia tão macia que senti vontade de tocá-la. Os olhos eram castanhos e os lábios rosados. Seu perfume era doce e seu hálito fraco se chocando calmamente contra o meu rosto cheirava a menta.
- Eu sei como você se sente. - Ela disse se afastando ao terminar o curativo. - Eu sei como é perder alguém em um acidente de carro.
- Sua mãe? - Indaguei.
- Não. - Ela pegou a prancheta e andou até a porta. - Descanse, seu padrasto estará de volta daqui alguns minutos.
- Dra. Lovato? - Chamei antes que saísse.
- Sim? - Ela virou para mim.
- Obrigada.
