Áspero.
Um sorriso ladino e brincalhão abre-se sobre os lábios finos e ásperos do homem. Um sorriso de quem perdeu a batalha, mas ganhou o mundo. O verdadeiro sorriso de Severus Snape.
- Apagado e grosseiro como sempre Professor Snape? – A voz da jovem é um fio de mistério e compreensão. Um fio de fogo que corta o gelo, a carne, a alma e todos os outros sons.
- Como sempre foi Senhorita Parkinson. Como você sempre conheceu. – A voz do homem é áspera e baixa. Um malha de gelo que destrói o sol, as nuvens, as estrelas, o sol e o universo.
A mão dele toca o ombro nu dela, envolve a pele branca com os dedos longos e fortes. Envolve a alma com sua aura feita de negrume e morbidez, envolve Pansy em um jogo que ele será o vencedor.
- Você sempre foi pó, sujeira e lama, desde seus olhos até a sua pele, tu sempre foi o que queria ser. – A voz dela revelava a maciez e a incapacidade de amar. O fingimento e o terror de estar envolvida em um jogo que ela não sabe as regras, de um jogo que foi montado somente para ela.
- Eu nunca quis ser isso, eu preferia ser nada, ao invés de ser tudo que causa medo e pavor. Mas eu não vou negar o que eu sou, eu sou o terror do seu mundo violeta, eu sou o áspero que fricciona a sua pele e que te marca para uma eternidade findável. - Os lábios retos, os olhos negros. Uma escultura viva que tocava os fios escuros e curtos do cabelo dela. – Não tente esconder o que és menina. Seja o que eu te disse para você ser.
Um sorriso nos lábios, brincando com todas as possibilidades de um passado que não aconteceu, brincando com o corpo e a alma dele, brincando com a morte mais forte que vida.
- Eu não escondo, eu sou o violeta que o seu negro suja. Que o seu negro rouba a cor e transforma em nada.... – Os dedos dele tocam os lábios dela, fazendo-a calar e tremer sobre as mãos dele.
- Ou o tudo.
- Se o tudo existe, ele está contido em seus lábios, na sua voz, na sua alma perdida, na sua vida que você jogou fora por um ideal.
- Se o nada existe, ele está contido em seus toques, em seu corpo, no sexo e no prazer que o teu corpo te proporciona. O nada é estar com você.
Um beijo; áspero e macio, negro e violeta, tudo e nada. Forte e pulsante como o calor do corpo jovem dela, gelado e sôfrego como a experiência do corpo forte dele.
- Tu agora és minha, para todos os momentos no escuro e no silêncio da guerra. Para todo o sempre. – Diz ele, acariciando-a de maneira forte.
- Tu agora és meu, para todos os momentos na clareza e nos barulhos da paz. Para todo o nada.
- Para todo o meu negro e o seu violeta, Senhorita Viollet.
.FIM.
N/A: Para o projeto Violeta, do MM
