A rainha do lixo.

comédia, romance.

Uma hacker genial que trabalha como freelance e detesta contato, um melhor amigo ajudante de tirar o fôlego, uma garota que parece ter duas personalidades e gosta de destruir sistemas alheios, o herdeiro de uma família milionária que quer preservar a saúde da prima doente. Tramas de computador, romances, hackers e milhões em jogo! Tudo isso sem nenhum deles fazer idéia de que estão todos sob o teto da mesma escola.

File 1

Meeting

Era o findar de mais um dia escolar, e o começo de mais um dia de trabalho para aquele jovem de olhos incomuns. Pertencente à uma importante família de políticos, desde que seu tio morrera há algumas semanas Neji estava tendo mais responsabilidades que nunca. Apesar de ainda não ser maior de idade, era o único representante do tio para seus muitos assuntos inacabados ; Já que sua prima, a outra única representante legal da família, encontrava-se há anos dependente de máquinas para ficar consciente, presa à um quarto da luxuosa mansão Hyuuga.

Mas sempre foi assim com Hyuuga Neji, desde jovem envolvido na política, desde jovem carregando tudo nas suas costas, mesmo que não fosse ele o herdeiro escolhido, e sim ela, sua prima, Hyuuga Hinata.

Colocou as mãos nos bolsos do casaco de frio,para proteger-se do congelante inverno de Tóquio, enquanto atravessava a rua do colégio.

Não que ele reclamasse é claro. Estava bem ciente de suas responsabilidades, e mantinha-se afastado do que seria a vida de um adolescente normal, de festas, namoros, e bobagens, sem nunca reclamar.

Abria a grade da mansão Hyuuga quando uma das serventes correu em sua direção com semblante preocupado.

-Sr Hyuuga! Sr Hyuuga!

Chamou nervosa, e Neji a olhou irritado ao ver a atitude escandalosa da mulher:

-Diga.

-A...A senhorita Hinata...

Quase engasgou nas palavras e Neji arregalou de leve os olhos, imediatamente correndo até o quarto de prima, com o coração acelerado:

-Hinata, o que acon-

Tranquilizou-se ao abrir a porta e ver a prima sentada na cama, normalmente. Parecia bem e normal exceto pelo semblante meio aborrecido e a presença de mais três pessoas no quarto: Uma era outra das serventes da mansão, outra era a médica de Hinata, Dra. Kurenai, e por último, um amigo da família e técnico de seus computadores, Inuzuka Kiba, que estava sentado na cama ao lado de Hinata, e digitava no laptop com olhar concentrado.

-O que aconteceu aqui?

Perguntou o rapaz, observando o cenário incomum. - Você está bem, Hinata?

-Ela está melhor agora. - Disse Dra. Kurenai. - Hinata-sama teve uma considerável queda de pressão e tarquicardia. Desmaiou por um momento, mas me chamaram logo, e não aconteceu nada mais grave.

-Já estou bem, niissan, não se preocupe. - Disse a tão dócil Hyuuga que dessa vez parecia atipicamente aborrecida, e em seguida olhou para a serviçal que recebeu o primo, com um olhar cortante:

-E você: Não aumente tanto as coisas, vai acabar aborrecendo mais meu primo e ele já tem demais com o que se preocupar. - Murmurou um pouco mais baixo, com um ar quase de ironia: - Desse jeito alguém vai ter um ataque do coração...

Neji ergueu um pouco as sobrancelhas com a atitude estranha da prima, e concluindo que algo deveria ter acontecido para provocar a pequena recaída dela, perguntou mais uma vez qual era a situação para a médica, que deu um leve suspiro devido ao clima tenso, colocando as mãos nos bolsos da bata:

-Sr. Hyuuga, a recaída da Senhorita Hinata se deu devido a uma tensão muito grande, como sempre...

-E o que aconteceu?!

Perguntou Neji impaciente, e dessa vez quem o respondeu foi o garoto Inuzuka, que fechando o laptop, olhou preocupado para o amigo:

-Aconteceu algo com os arquivos da rede dos Hyuuga, Neji...

O Hyuuga franziu as sobrancelhas e vendo pela expressão do amigo que tratava-se de algo importante, referiu-se a todos no quarto exceto eles dois e Hinata:

-Se importam de nos dar licença?

Disse meio aborrecido, e a médica e as serviçais se retiraram fechando a porta.

-Na verdade, seria bom falarmos isso só nós dois, Neji.

Disse Kiba olhando de soslaio para Hinata e os dois saíram do aposento da moça, que já deitada, parecia estar prestes a dormir novamente.

-Neji, recentemente eu descobri que seu tio, Hiashi-sama, antes de morrer estava fazendo, digamos, uns tipos de...negócios ilícitos.

Falava Kiba enquanto os dois conversavam em uma das salas da mansão Hyuuga.

O jovem, percebendo que este não seria um dia muito fácil, sinalizou para que o amigo prosseguisse:

-Isso aconteceu enquanto eu estava fazendo a geral na rede da mansão. Acidentalmente achei uns arquivos que indicavam umas transições ilegais que Hiashi-sama estava fazendo com intuito de... Encontrar a cura para a doença de Hinata-sama.

Neji deixou seus olhos arregalarem-se um pouco:

-E..como resultou isso?

-Não deu certo... Enfim, como isso aconteceu antes da morte de seu tio, não mexi nos arquivos. Porém, é material muito sigiloso que poderia não só fazer a família despencar do cenário político, mas poderia também incriminar você ou sua prima, e mesmo que você conseguisse escapar dessa, com certeza um grande tumulto ia ser feito pela mídia, o que poderia afetar a saúde tão frágil da Senhorita Hinata-sama.

-Sim, mas e daí isso?

-E daí que...Hoje todos os computadores tanto do sistema pessoal dos Hyuuga como da empresa de seu falecido tio sofreram uma invasão hacker, e além de todos os arquivos desaparecerem, foram copiados por alguém. Inclusive... Os registros dessas transações ilícitas.

Neji deixou seus olhos arregalarem-se por um instante.

Não só o fim da empresa, ou da carreira política, mas ele não podia imaginar o que aconteceria com a prima. A saúde de Hinata era muito frágil, e qualquer dano emocional podia a por em sério risco.

-É por isso que ela desmaiou?

Kiba assentiu:

-Mas tudo que ela sabe é que os arquivos da empresa foram apagados, se ela soubesse e algo mais não sei o que poderia acontecer...

O semblante do Hyuuga foi tomado por uma expressão impaciente:

-E você não pode fazer nada a respeito disso?! - Elevou o tom de voz. - Digo, você é um técnico de computador não é?! Como não pode fazer nada!
-Eu sou só um técnico, Neji, não um hacker. Mas se você se acalmar, eu posso falar de alguém que pode te ajudar.

-Alguém?

-O preço 'dele' é muito alto, mas...

-Diga logo!

-Tá certo. É o "Panda"...

Neji subiu as escadas daquele prédio de aspecto velho e às traças.

Lembrou-se da conversa que tivera com o amigo técnico umas horas atrás:

"-Essa pessoa é um dos melhores hackers que rodam pela rede na região. Se alguém pode resolver isso, com certeza é o Panda.

-E como faço pra falar com esse... "Panda"?

-É uma pessoa muito reservada e sua identidade em off line é muito secreta, se é que me entende, mas eu sou um dos poucos que "o" conhece... Posso te dar o endereço, e ligo para avisar que um amigo meu está indo lá, Tenho certeza de que não irá se incomodar..."

Tinha dito-lhe Kiba algumas horas atrás.

Parou hesitante em frente à porta do apartamento que lhe foi informado. Estava entreaberta.

"É aqui que o famoso 'Panda' mora então'.

O Hyuuga chamou algumas vezes, e não obtendo resposta, empurrou de leve a porta deparando-se com um cenário caótico:

O prédio era iluminado mas o apartamento em que entrou estava completamente escuro, pois todas as janelas estavam fechadas e cobertas por cortinas. O chão era repleto de papéis empilhados e coisas de todo o tipo jogadas lá, inclusive muitas embalagens de comida.

Parecia ser um lugar abandonado há meses e o pomposo Hyuuga perguntou-se se não haveria bichos por lá.

Não podia distinguir cômodos só de olhar para os lados. Estava tudo coberto por poltronas, cadeiras lotadas de pilhas de livros e post it's colados pelas paredes. O rapaz pôde sem muita certeza distinguir algo como uma cozinha, onde algo parecia estar fervendo.

Decidido a procurar o 'Panda' naquele caos, andou cuidadosamente por entre as coisas espalhadas no chão, que iam desde a peças de roupa até romances policiais, e avistou um cômodo mais afastado que era o único a ter a porta entreaberta.

Empurrou mais uma vez a porta, deparando-se com o que inacreditavelmente era um cômodo mais desarrumado que o resto do apartamento. Porém, apesar de a primeira vista ser um caos, após uns segundos de observação, Hyuuga Neji percebeu que estava tudo sincronizado: Num determinado canto do chão, havia pilhas de livros e papéis, o que deveria ser uma cama estava cheia de lençóis e - mais papéis - por cima.

Mas o que mais chamava a atenção era a absurda quantidade de fios e conexões que havia no quarto, o fazendo parecer um labirinto tecnológico. Uma rede de computadores estava interligada, ao lado de VHS's, DVD's e aparelhos que ele nunca tinha visto. Neji pela primeira vez naquela empreitada reconheceu um sinal vivo naquele lugar.

Por trás de pilhas de coisas, e em meio à rede de computadores estava sentada uma pessoa. Neji fitou a pessoa que estava de costas. Estava sentada de modo folgado em frente ao que parecia ser o computador principal.

Neji aproximou-se.

"Esse é o 'Panda' então?"

Perguntou o rapaz arregalando os olhos.

Ao aproximar-se pode perceber que tratava-se de uma garota, uma garota que parecia ter sua idade.

Usava uma blusa do tipo agasalho, grande e que parecia ser no mínimo uns dois números maior que o dela, assim cobrindo suas pernas até antes do joelho.

A garota usava dois coques e um fone de ouvido gigantesco conectado ao computador.

Olhava fixamente para a tela que no momento exibia uma sucessão veloz de símbolos, como se estivesse vendo um filme super envolvente, através de uns óculos tão grosos e fundo de garrafa como Neji jamais vira.

-Hyuuga Neji, certo?

Disse ela com uma voz rápida, sem nem ao menos desviar a atenção da tela.

-Vo-você é o "Panda"?

Perguntou o rapaz, que estava incrédulo. Aquela pessoa era então o famoso e temido hacker que ninguém conseguia rastrear?! Uma garota? Da sua idade?!

-Se você está aqui, já deve saber a resposta pra essa pergunta.

Respondeu na mesma velocidade, que fazia até suas palavras saírem meio atropeladas. Ainda não tinha desgrudado o olhar do monitor, e parecia falar aleatoriamente.

-Em que posso ajudá-lo?

Perguntou, mas Neji parecia surpreso demais vendo a expessura dos óculos que usava. Devia ter um belo problema de vista!

-Nossa..o que há com seus olhos...

Deixou escapar, sem pensar no que disse. A moça simplesmente virou-se para ele, em sua cadeira giratória, e o encarou virando a cabeça um pouco de lado, como um animal curioso:

-Olha quem fala...

Murmurou com a mesma rapidez, encarando os orbes de Neji.

Ele entendeu o que queria dizer, mas surpreendeu-se também. Normalmente as pessoas tinham uma reação de medo ao fitar os orbes intimidadores dele. Neji não tinha nenhuma doença de vista, mas a cor de sua íris era com certeza a mais estranha a já ter sido vista: Branca. Uma íris branca arroxeada. O mais estranho no entando, era que o rapaz parecia nem tem pupila, só uma leve e sutil saliência na íris branca, que dava a impressão do formato redondo. Mas da mesma cor que a íris.

Ele olhou de lado, ainda surpreso com a condição da famosa hacker. Fitou a bagunça, incrédulo. Estava esperando uma pessoa mais velha, em sua imaginação um homem. Profissionalíssimo, que trabalhasse em um ambiente impecável e de enorme tecnologia avançada. E não uma pirralha estranha que falava atropeladamente e parecia viver no país das maravilhas do lixo.

-Neji.

Disse a garota, o chamando pelo primeiro nome como se já o conhecesse a séculos.

-Meu tempo é caro, e está correndo agora mesmo. Por que não me diz logo qual é o trabalho?

Neji a encarou por um momento. Seu jeito despreocupado, e olhar fixo de como quem está lendo a outra pessoa... Aquela garota era muito atrevida. Será que ela teria alguma idéia de quem ele era?

Contraiu os lábios numa leve desaprovação, e depois falou:

-Alguém invadiu o sistema de segurança dos arquivos da empresa da minha família e copiou alguns arquivos. Preciso que você descubra quem foi, incluindo dados pessoais, e depois apague esses arquivos de qualquer lugar em que estejam copiados.

-É muito importante?

Perguntou a garota e Neji ergueu as sobrancelhas incrédulo. Que tipo de pergunta era aquela? A moça teve que começar a repetir a pergunta quando o Hyuuga a cortou:

-Sim, é claro que é muito importante.

-Hum.

Murmurou ela, tornando o rosto para a tela do computador:

-Pois volte amanhã. E traga o disco rígido que foi invadido.

Neji colocou a pasta que trazia emcima da mesa onde estava o computador principal dela, e ela o encarou curiosa.

-Eu já trouxe.

Disse seriamente retirando um lap top de dentro da maleta.

-Interessante...

Murmurou a moça baixinho e na mesma velocidade com que falava normalmente, ligou a máquina, conectando-a por um fio às outras várias máquinas daquele cômodo.

Começou a mexer nas configurações para compartilhar a rede, quando estendendo uma das mãos jogou todo o conteúdo de tralhas que estava sobre um daqueles banquinhos alcochoados, 'puff', e fez um gesto de cabeça à Neji:

-Sente aí.

Disse num tom autoritário que o rapaz não gostou.

-Por que eu tenho que ficar?

-Porque vou te dar um diagnóstico geral.

Respondeu somente.

Passaram-se alguns minutos de espera e silêncio até que ela fez uma cara negativa, e disse para ele, ainda olhando a tela:

-É, vejo que alguém passou por esse sistema de segurança, e não é nenhum amador. Mas fez isso de um Personal Computer, o que significa que tem talento de profissional...Parece ter colocado umas defesas em seus sistema, são várias etapas, poderia levar semanas mas daria para desenrolar. O problema é...- Falou mais para si mesma . - Esses enigmas...A pessoa pôs uns enigmas, como senhas, parece uma charada...E eu sou realmente péssima em enigmas, meu ponto fraco... - Mumurava ainda muito rapidamente para si mesma, quando levantou-se de repente:

-Vou pegar mais café.

Disse saindo do cômodo em passos rápidos.

Quando a garota voltou e olhou para Neji, viu que ele não encontrava-se no puff. Surpreendeu-se ao percebê-lo com um braço apoiado na cadeira em que sentava, olhando fixamente para a tela cheia de símbolos:

Sentou-se novamente na cadeira e virou-se para ele, observando seu rosto vidrado na tela de computador.

-..Ela tornou-se grande... mas o chá a fez.. menor... se não fosse o gato risonho.. ela estaria só... Quem é ela?

Os lábios do rapaz moviam-se meio automaticamente enquanto seu olhar parecia vidrado no monitor.

A moça tinha esquecido que a xícara de café entre suas mãos estava fervendo de quente, tamanha a incredulidade ao olhar para ele. Seus olhos grandes de chocolate estavam arragalados por trás das lentes côncovas.

-Como...você..?

-Você tem razão, é um enigma. Segue um padrão matemático, e tem relação com a língua hebráica e grega. Tente "Alice" na primeira senha.

Tenten fez isso em uma fração de segundos e deu resultado.

-Perfeito..

Murmurou ela, ainda surpresa.

-Você conseguiu descobrir isso só de olhar, nessa velocidade?

Perguntou olhando para ele novamente e mais uma vez o rapaz assentiu.

-Um gênio...

Murmurou incrédula, para só então tornar-se para o computador, e fechar o lap top, tirando a atenção de Neji deste;

-Volte amanhã, Neji.

-Pra que ?

Perguntou o rapaz, que parava finalmente de usar a cadeira de apoio.

-Você vai ter que trabalhar comigo se quiser seus dados de volta... A propósito.

A garota, e girou na cadeira, o encarando.

-Sou Tenten. Mitsashi Tenten.

N/A: Aqui estou com mais uma fic !! Capítulos curtos e rápidos. Copiando o método da minha ídola Kitty Yume, só vou postar um capítulo quando tiver o próximo pronto!

Espero reviews, meus queridos muffins!

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