Disclaimer: Jensen, Jared, ou qualquer um citado aqui, obviamente, não me pertencem. Eu respeito muito todos os atores, e não é, nunca foi e nunca será minha intenção ofender nenhum deles com as coisas que eu escrevo; são apenas devaneios tirados de uma mente insana. É uma Fanfiction, ou seja, ficção de fã para fã, e eu não ganho nada escrevendo isso.

Classificação: +18

Gêneros: Ação, Amizade, Angst, Darkfic, Drama, Ecchi, Horror, Mistério, Romance, Suspense, Terror, Tragédia, Yaoi, UA (Universo Alternativo)

Avisos: Conteúdo Slash, Lemon, NCS, Canibalismo, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sadomasoquismo, Tortura, Violência e muito, mas muito erotismo. Sinta-se responsável ;)

Shipper Principal: Jensen Ackles x Jared Padalecki

Sinopse: "Como todo bom circo de horrores, há aqui uma diva deformada, trapezistas e um mestre de cartola. E também um encantador domador de feras, e uma belíssima besta carnívora... Mas ele ainda tem esperanças de escapar. Afinal, mesmo os monstros precisam de algo em que acreditar, certo?... Errado." PadAckles, UA

Olá, caros amigos! Como vão? Eu, muito bem, agora que a vida se aquietou! [risos]

De volta à ativa, com minha 2ª PadAckles (porque não se livrarão de mim tão cedo, queridinhos! [gargalhadas]), agora que Lupus já está em fase de término e posso me concentrar mais em Without Face, Without Soul (e outras três que tenho no Nyah!).

Quem me conhece, sabe que as atualizações demoram um pouco (podem, inclusive, me ameaçar por isso), mas acabo sempre retornando; como essa começou agora e a ideia está "fervendo" na minha cabeça, provavelmente nem tanto. Não significa que darei prioridade à ela, pois, tecnicamente, meu dever é mais para com as outras, já que eu deveria tê-las concluído há algum tempo. Mas ok, deixaremos isso para outra hora, certo? [risos]

Saibam que tenho mania de inventar criaturas sobrenaturais (pois as ideias simplesmente me vêm em mente), ou alterar as lendas, então, não se surpreendam se encontrarem de coisas estranhas a coisas absolutamente sem sentido ou absurdas! Pelo menos, por enquanto. [gargalhadas]

Boa leitura, dudes! ;)

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It's all over

Capítulo I — Seems you're waiting me to stay — Parece que você está esperando que eu fique

Jared arquejou ruidosamente ao sentir os lábios carnudos deslizando pelas maçãs de seu rosto, enquanto os dedos longos e pálidos brincavam com seu cabelo escuro, e seu peito subia e descia num ritmo acelerado. O corpo próximo ao seu recendia um calor infernal, febril, absolutamente embriagante. Tornava-se quase doloroso tocá-lo, desejar afastar aquelas peças de roupas e afundar-se na loucura que aquele ato consumado seria. As mãos que há pouco estavam em seu cabelo, desceram por sua nuca, deslizaram pelo colarinho da vestimenta social, começaram a soltar, literalmente, os botões que estavam impedindo o contato com seu abdômen.

E o moreno arfou ao sentir aquele formigamento esquisito, aquele fogo o consumindo aos poucos, numa tortura silenciosa. E gostava. Gostava do quão sujo, do quão proibido aquilo soava. Por isso, pendeu a cabeça para trás, fitando o tecido colorido no teto da barraca, as mãos trêmulas espalmadas contra as omoplatas do homem sentado sobre si ao sentir as pontas dos dedos cálidos brincando com seus mamilos.

— Dê-me o peito.

A voz era tão rouca, tão provocante, que Padalecki pensou que poderia gozar apenas de ouvi-la sendo sussurrada tão obscenamente ao pé de seu ouvido, sentindo logo em seguida uma mordida no lóbulo. A pressão em seu baixo-ventre aumentou, e ele arfou ao notar que isso se devia aos quadris que se moviam num movimento suave sobre sua calça, de forma sutil, mas que fazia sua cabeça rodar. Revirou os olhos, fechou-os com força e soltou um longo e contido gemido estrangulado, antes de cerrar os dentes.

— Não. — foi sua resposta.

O resmungo que ouviu foi quase o suficiente para que se arrependesse da palavra. Pelo menos, até sentir a mão deslizar para baixo, para perto do umbigo. Seu cérebro entrou em curto, os dedos cravaram-se nos ombros do mais baixo, e chegou a ouvir um gemidinho baixo de dor. Jared queria se aliviar, mas a situação toda estava tão... Excitante, que era impossível não desejar que se prolongasse. Sentia-se dividido, respirando com dificuldade, sonoramente e em ofegos.

— Os braços.

Porém, ao mesmo tempo em que aquilo era absurdamente tentador, era perigosamente errado. Não encarava o homem apenas por saber que, se o fizesse, cederia a mais reles palavra, e, mais tarde, acabaria irritando-se com o fato. Contentou-se em manter os olhos fechados, as mãos apalpando o que estava ao seu alcance, enquanto a respiração acelerada soprava contra seu pescoço, de acordo com as inclinações do corpo sobre si.

— Não. — repetiu num tom baixo, controlando-se para não terminar tudo de uma só vez.

A besta, então, puxou seu queixo, obrigando-o a mantê-lo numa altura que lhe parecia aceitável, antes de pressionar a boca contra seu pomo de adão, arranhando a pele de leve com os dentes. Padalecki tentou aproximar mais aquele corpo do seu, tomar aquela vivacidade para si. Todavia, a única coisa que recebeu como resposta foi uma risada sacana, seguida de outro pedido enquanto sentia-o se afastar com cautela:

— Deixe-me ficar com os pulsos.

Foi então que sentiu a língua que deslizava por seu pescoço, e que o fez arrepiar-se por inteiro. Unida às mãos que brincavam com a braguilha da calça e ao movimento que os quadris faziam sobre seu membro ainda coberto, aquilo o estava levando à insanidade. Abriu os olhos apenas para arregalá-los, pois os lábios carnudos envolveram um de seus mamilos, e a quentura daquela boca o fez soltar um gemido engasgado antes de finalmente encontrar palavras para dizer algo.

— Não. — dessa vez, a negação não era mais tão convincente, murmurada de forma vaga e num tom lascivo e rouco.

— O coração, então.

E seu autocontrole não bastou para evitar fitar a besta, fixando-se imediatamente no leve rastro de saliva que umedeceu os lábios quando ela ergueu o rosto apenas o suficiente para encarar Jared de volta. E, mesmo numa situação como aquela, continuava sendo a criatura mais perfeita que o moreno havia visto em toda a sua existência.

Aquela pele alabastrina, que parecia poder ser marcada por qualquer chupão ou mordida, e que desejava poder tocar sempre que seus instintos ordenassem... Até o cabelo dourado, espetado, no qual sabia que o outro não gostava que tocassem. E os olhos... Ah! O que dizer daquelas duas grandes esmeraldas, que o fitavam daquela maneira obscena, num convite lascivo para os prazeres carnais e tudo o que viesse depois disso? Se havia algo de puro naquele ser, os lábios vermelhos faziam questão de tornar lúbrico, movendo-se de leve, a língua escarlate umedecendo-os antes de o homem mordê-los de leve para sussurrar num tom que poderia beirar à súplica, se não fosse alguém que não o conhecesse o suficiente para saber que era apenas mais uma forma de conseguir o que desejava:

— Deixe-me ficar com o coração.

—... — Jared adoraria prosseguir com aqueles joguinhos, para saber até onde a besta iria para ter aquilo, mas seu corpo implorava por alívio. Fechou os olhos e gemeu baixinho ao sentir o estômago se contraindo, a pressão em seu baixo-ventre tornando-se quase insuportável, antes de balbuciar em resposta: — Sim.

O loiro sorriu de maneira quase pornográfica — mesmo que o mais alto não pudesse ver, tinha plena consciência do fato —, e sua boca se aproximou perigosamente. O moreno sentiu o corpo em chamas com o gesto, as mãos tocando de forma automática a cintura do homem sobre seu colo, esperando ansiosamente pelo contato. Mas o outro apenas desviou os lábios para sua orelha, e, num tom casto que não condizia com suas atitudes de outrora, sussurrou docemente:

— Obrigado.

Ao ver — completamente inerte, de olhos arregalados, ainda duro — a besta se levantando e saindo da barraca circense, Jared conseguiu agarrar um pequeno pontinho lúcido em sua mente, que o fez se perguntar por que diabos ainda cedia àquela loucura, por que ainda cedia aos encantos daquela criatura e fazia grande parte de suas vontades apenas para ter aquele gostinho pecaminoso preenchendo sua boca e o obrigando a almejar algo mais, somente para ceder à próxima investida que, ele sabia, viria.

Mas a resposta era clara, ofuscante demais para que conseguisse se prender àquilo sem se questionar a respeito do quão sadia era aquela relação que nem mesmo chegava a existir: porque Jensen Ackles lhe davamuito tesão.

[...]

Quando notou o amigo saindo da barraca do Tamer¹ com um largo e vitorioso sorriso, Alexander Ludwig assoviou baixinho e, mentalmente, perguntou-se quem seria o pobre coitado que ainda se arriscava a apostar algo com o cara; provavelmente algum novato, ou os gêmeos dos dardos, que adoravam pregar peças nos mais incautos, e ainda não haviam se conformado com o fato de o mais velho sempre vencer quaisquer jogos que envolvessem sorte, azar ou o que fosse. Beastly², como era conhecida a besta por seu temperamento explosivo, simplesmente tinha o que queria e quando queria. Há vários anos, quando entrara no Circus of Horrors³, Ludwig até que fizera parte de alguns jogos do cara. Claro que, na época, não fazia nem a menor ideia de qual a real capacidade de Jensen.

Por quê? A beleza dele — principalmente quando desafiado, ou ao exibir aquele meio sorriso misterioso — era o suficiente para que ninguém se desse conta das vigarices. Encará-lo era, ao mesmo tempo, absolutamente estonteante, e absurdamente arriscado, ao ponto em que se tornava perigoso. Se Ackles queria alguma coisa, apenas ia, pegava, e não havia quem discutisse, pois entrar numa discussão com o loiro tornava-se impossível quando todos os argumentos desapareciam no instante em que ele os fitava com aquelas turmalinas faiscantes que chamava de olhos.

Alexander, às vezes, se pegava imaginando o que raios Beastly fazia para "dobrar" as vontades de Jared, o que fazia para que o mais jovem cedesse aos seus desejos e lhe desse as melhores partes do alimento que nutria os artistas que ali atuavam. Porque, tecnicamente, o dono do circo era o domador de feras, o herdeiro da família Padalecki. Era ele que, com a voz, com o sorriso, com os olhos, conquistava as pessoas e fazia com que elas se aproximassem e, consequentemente, transformassem cada apresentação num verdadeiro espetáculo. Jensen tinha algo que deslumbrava, algo que fascinava — mortais e imortais —: tinha a beleza; mesmo que fosse quase um selvagem no que dizia respeito a qualquer outra coisa, ainda que tivesse modos quando não estava de mau humor. Mas Jared? Esse tinha o encanto, tinha a lábia. Jared tinha algo que o fazia parecer um dos núcleos do universo, como se qualquer um num raio de duzentos metros se sentisse atraído de maneira gravitacional para onde estava o moreno.

Ludwig já o vira conquistando não apenas pessoas de sua própria espécie, como também humanos, animais, e até mesmo aquelas criaturinhas escandalosas e birrentas que chamavam de bebês. Isso, por si só, era o suficiente para que nutrisse um grande respeito pelo Padalecki. Mas Jensen? Chegava a ser inquietante a forma como ele sempre saía ganhando, quando conversava com o moreno. Não era como se Alexander sentisse inveja ou ciúme — como muitos do lugar —, mas a curiosidade parecia corroê-lo por dentro. Quando perguntava à Ackles, este simplesmente lhe dirigia um sorriso e sacudia a cabeça, dizendo apenas que, "qualquer dia desses" o mais novo descobriria por si só.

Isso fazia com que o loirinho também se questionasse a respeito do motivo de o mais velho não se apresentar, como todos os outros. Jared era como "o mestre", aquele que chamava o público, aquele que iniciava as apresentações. Ele, Ludwig, o cara da cartola, atirava facas com precisão; também estilhaços de vidro, estacas, espinhos ou qualquer outra coisa que pudesse ser considerada cortante. Como? Seu corpo era como uma fábrica inconstante de objetos afiados, podia tirar dos pulsos uma gilete em questão de segundos, como alguém que passa uma tesoura no cabelo em apenas um clique. Então, sua apresentação era uma das que mais variava, de acordo com se humor e sua disposição.

Houve até uma época em que engolia facas e logo em seguia as retirava da coluna; sem, é claro, permitir que o público notasse que aquilo escapulia de sua pele sem causar nem um único arranhão, apenas dando a impressão de que elas estavam lá o tempo todo. Às vezes, divertia-se fazendo testes com moedas e chamando a atenção de crianças. Jared costumava chamá-lo de Grinder, que significava, literalmente, Afiador, Amolador. E nomeara a diva deformada de Belle, simplesmente porque significava Bela em francês, e era um maldito de um galanteador que adorava fazer com que as moças o encarassem como se nunca houvessem visto algum homem mais bonito, como se ele fosse o sol, e elas fossem criaturas cegas que tinham a chance de enxergá-lo pela primeira vez.

E era engraçado. Era engraçado, porque Alexander tentava entender o motivo de Jensen não ser como todos os outros. Se Padalecki permitisse que o loiro ao menos apresentasse o começo, ou o fim do espetáculo, seria um verdadeiro caos na saída, porque todos provavelmente desejariam comprar novos ingressos para a próxima noite. Mas não. Ludwig não sabia ao certo se era porque Ackles não queria... Ou se o moreno não deixava. Porque o mais velho nem mesmo fazia um único gesto para o público, mas, quando eles furtavam a comida, participava, assim como o restante do elenco, e comumente pegava as melhores partes dos humanos. Tamer não o permitia aparecer ali por ciúme, ou algum outro sentimento mais forte? A possibilidade era louca demais. O rapaz não tinha nada contra, realmente, mas não deixava de ser um pouco... Estranho.

Na única vez em que lhe perguntara sobre o assunto, Jared o mandou calar a boca e terminar sua refeição.

Então, enquanto brincava com uma lasca de metal que acabara de retirar da língua — o que geralmente acontecia apenas quando começava a se questionar a respeito de muitas coisas para as quais não encontrava uma solução plausível —, finalmente se deu conta de algo. Mantendo-o ali, oferecendo-lhe abrigo, uma família e comida, Padalecki não apenas fazia um favor ao mais velho, como também o deixava livre para fazer o que bem entendesse, quando quisesse; mesmo que impusesse alguns poucos limites no que dizia respeito a caçar humanos ou qualquer coisa do tipo.

E isso — dar-lhe liberdade, apesar de tudo — era uma forma de manter Jensen Ackles por perto. A grande questão era: por quê? O que havia de tão especial numa simples besta? Para essa pergunta, Alexander ainda não tinha uma resposta. Às vezes, acreditava que era melhor assim.

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¹domador; domesticador

²bestial; brutal; desagradável; aborrecido

³circo dos horrores

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Curiosidades: quando Jared assumiu o comando do Circus of Horrors, aos 21 anos, Jensen já fazia parte da família. Diz-se que é o membro mais antigo, estando ali desde que Gerald se casou com Sharon e teve o primeiro filho, Jeffrey. (Estranhamente, Jeff jamais fez parte do circo, e foi embora ao completar dezoito anos) Isso foi há aproximadamente quatro décadas. Atualmente, Jared mantém a mesma aparência que tinha quando completou seus 25 anos. E Jensen aparenta ter 27 desde que o moreno era uma criança.