Declaração: Nada que tenha o nome de Harry Potter é de minha propriedade, com excessão dos 7 livros na minha prateleira. Não me processe, pois o você apenas estaria perdendo tempo e dinheiro. Não tenho nada que valha alguma coisa para alguém. (tá bom, eu tenho um carro, mas ele é velho e não vale quase nada...)

Resumo: Um Harry Potter adulto e relutante é enviado ao passado para salvar uma nação do domínio de Voldemort, porém para que ele não fuja novamente, mais alguém volta com ele. Não contém Slash.

Nota do autor: Se você gostar da história e quiser ser um Beta adiante-se! Eu realmente poderia usar alguém que me ajudasse a melhorar. Todo Feedback é bem vindo.

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Capítulo 1 - Encontro na Praia

Era um belo dia de sol. A praia de areias branquíssimas formava um cenário belíssimo com o céu de brigadeiro e o azul profundo do mar. Ou pelo menos era o que achava o homem que estava estirado na cadeira.

O homem podia ser considerado bonito, obviamente estava em forma e parecia estar entre os trinta e os quarenta anos de idade. Os cabelos muito pretos deixavam indícios de rebeldia, embora estivessem cortados tão curtos que apenas um observador muito cuidadoso pudesse perceber isso. Os olhos verdes eram extremamente perspicazes e atentos, mas estavam ocultos por óculos escuros que tornavam impossível distinguir sequer para onde ele estava olhando.

Enquanto bebericava uma cerveja estupidamente gelada o homem deitado sob o sol observava uma mulher se aproximar. Ela era pálida demais para alguém que fosse nativa e usava uma roupa de banho que, de tão conservadora, chegava a ser embaraçosa na praia brasileira. Os cabelos castanhos eram crespos demais e muito malcuidados, revelando alguém que prestava pouca atenção a sua apresentação. E foi com curiosidade que ele observou essa estranha aproximar-se.

"Você não é um homem fácil de se achar." a mulher falou em inglês, com um pronúncia britânica acentuada.

"Eu geralmente obtenho o que quero, e ser achado era algo que eu não desejava. Mas já que está aqui, por que não se senta e toma uma cerveja? Pode começar me dizendo quem é, e o que quer." O homem respondeu na mesma língua, porém seu sotaque, apesar de também ser britânico, era muito menos acentuado.

A mulher hesitou, parecendo um pouco desapontada, depois sentou-se, mas não deitou-se como o outro.

"Eu pensei que me reconheceria. Afinal já fomos amigos, os melhores amigos..." Ela falou com uma voz baixa e desanimada.

"Já tive muitos amigos ao longo dos anos. Alguns muito bons, mas o tempo é implacável, e infelizmente não me lembro de você." O homem pareceu displicente em seu comentário, mas internamente procurava identificar a mulher que parecia tão familiar. Ela contudo não conseguiu ler sua face e apenas virou o rosto para o mar par não encará-lo.

"Estudamos juntos. Uma escola na Escócia." A mulher respondeu sem muita convicção.

"Hogwarts? Espere... Hermione? É você?" O homem pareceu muito surpreso e não faz o menor esforço para esconder isso.

"Eu não mudei tanto assim Harry, ao contrário de você..." Ela voltou-se novamente para o homem ao lado, com o rosto fechado e uma expressão de irritação.

"Que bom revê-la garota! Faz o que? Vinte anos?" Harry apenas sorriu e balançou a cabeça, bebendo mais um gole de seu copo.

"Garota?" Hermione estreita os olhos para Harry de forma perigosa. "Como pode agir assim tão levianamente? Depois de tudo que passamos juntos?"

Harry dá de ombros. "Passei por muitas coisas ao longo dos anos. Muitas coisas melhores, e também piores, do que Hogwarts. Minha infância não é algo que eu goste de remoer muito." O comentário foi desferido num tom neutro, mas Hermione percebeu uma grande dose de hostilidade nele.

A mulher estava chocada. Como ele podia ignorar tudo que aconteceu em Hogwarts? Como ele podia todas as aventuras, e desventuras, nas quais havia participado? Engolindo suas dúvidas e suas opiniões, Hermione concentrou-se em sua missão, o objetivo de sua viajem através do atlântico ao país tropical.

"Harry, você deve ter recebido informações, você deve ter lido algo a respeito do que aconteceu... Tudo o que aconteceu depois que você saiu da Inglaterra..." Hermione simplesmente começou a falar, como se fosse um discurso ensaiado, com a cabeça baixa e a voz modulada perfeitamente, provavelmente para uma longa explanação de história britânica recente.

"Eu sei tudo que aconteceu Hermione. Eu simplesmente não me importo. Cada um recebe aquilo que merece. O mundo é grande o suficiente para que eu não precise me preocupar com o que acontece numa ilha do outro lado do oceano." E com um gesto com a mão apontou genericamente para o mar, mas era perceptível que ele estava ficando irritado com o rumo da conversa.

Isso a chocou. Quem era essa pessoa e o que ela havia feito com o Harry Potter que ela conhecia? Mas antes que ela pudesse organizar os seus pensamentos de forma coesa, ele continuou. "Eu lembro que você era teimosa, mas achei que você finalmente tivesse tomado juízo e desistido de lutar por aquele buraco. Mas não, você tinha que vir até aqui e tentar me convencer a voltar não? Deixe-me adivinhar, você deve ser integrante de um grupo, provavelmente chamado 'Resistência' ou algo do gênero, e juntos acharam que se conseguissem me trazer de volta eu iria lutar a sua guerra por vocês. Sim, claro! Eu ia chutar o traseiro de Voldemort e o mundo iria se tornar um lugar cor-de-rosa cheio de unicórnios e arco-iris..."

Perturbada demais para formar palavras, Hermione simplesmente ficou sentada, abrindo e fechando a boca, como um peixe fora d'água.

"Quer saber? O sol está quente demais e a minha cerveja está 'choca'. Eu vou voltar para a minha ESPOSA, pois ela deve estar me esperando. Se você fosse tão esperta quanto eu achava que você era, arrumaria um lugar por aqui ou em algum outro lugar e nunca mais atravessaria o Atlântico. Mas você não é, então só posso dizer para você o seguinte: Desista! Eu não vou ajudá-la! Vá embora e não me procure de novo." E com isso Harry foi embora, deixando a perplexa mulher para trás.


Foram necessários dois dias para que Hermione colocasse suas idéias em ordem. A idéia de abordar Harry diretamente, obviamente, não havia sido a mais adequada. Como a mulher inteligente que era, ela começou a repensar o que devia fazer para conseguir convencê-lo a voltar. E para isso ela precisava entendê-lo melhor. Precisava rever a história dos anos em que ele havia sumido. Mas como ela não podia extrair isso dele, ela teria de apelar para o seu ponto fraco. O mesmo ponto fraco que a havia ajudado a encontrar o desaparecido. A esposa.

A esposa... As buscas pelo menino-que-sobreviveu, ou, mais adequadamente, o homem-que-desapareceu, tinham todas sido absolutamente infrutíferas até um evento catalizador. O sr. Potter era impossível de se achar, mas a sra. Potter não. Quinze anos de busca haviam resultado em informações desconexas e imprecisas. Todos aqueles enviados para abordá-lo chegavam com meses de atraso, às vezes anos. E foi apenas um encontro fortuito com a relutante viúva de Bill Weasley, Fleur Weasley, que trouxe a tona o nome de Gabriele Delacour, ou, como era agora chamada, Gabriele Potter.

Os resultados da busca tornaram-se significativamente mais relevantes com os novos parâmetros. A Sra. Potter não era alguém que pudesse se disfarçar com facilidade e o casal não se comportava como alguém que estava se escondendo. Eles porém viajavam muito, sempre indo aos lugares mais exóticos e caros do mundo mágico. O Sr. Potter aparentemente não era alguém que tivesse problemas financeiros, diferentemente do pequeno grupo do qual Hermione fazia parte, e era difícil para eles freqüentar os mesmos locais que o casal parecia apreciar.

Porém, uma praia freqüentada por trouxas no Brasil era algo dentro do orçamento e Hermione foi considerada aquela com mais chances de conseguir alistar o Sr. Potter para o movimento. Mas agora havia ficado claro que para que isso acontecesse, ela precisaria entendê-lo melhor. E para tal, ela precisaria da ajuda de Gabriele

Localizar a veela na cidade brasileira não foi difícil. Localizá-la sozinha e sem o perigo de ser interrompida pela aparição súbita de Harry, sim. Nove dias após o encontro com Harry, Hermione viu uma oportunidade quando o mesmo saiu para pescar com alguns amigos, deixando a esposa em casa sozinha durante o dia.

E foi numa manhã ensolarada que a inglesa bateu a porta da casa de praia dos Potter.