b Capitulo um-A viagem a Hogsmeade /b
Sabrina estava feliz por ir morar com sua avó, Penny. Ela era uma velhinha meio gorducha, de cabelos brancos, muito espirituosa e divertida, que sempre achava um jeito de anima-la. Ela ainda lembrava de quando Cedrico morreu e de como a avó a havia consolado de suas lágrimas incessantes.
De repente, lágrimas começaram a rolar por sua face.
Lembrar de Cedrico sempre a deixava triste, porque sempre lembrava
dele sorrindo, acariciando seu rosto e dizendo o quanto tinha tido
saudades dela enquanto estudava. Ela passou os dedos sobre o colar
mágico em forma de meio coração que ele lhe dera
e lembrou de quando ele o tinha dado logo no começo do namoro.
Naquele dia eles estavam numa praça, e isto foi antes dele
voltar para Hogwarts.
i -Este é o meu coração.-disse
ele - Você vai ficar com um pedaço dele quando eu partir
e, quando estiver com saudades, é só ir se deitar e
antes de dormir olhar para ele, que eu estarei sempre aqui te
esperando. Ok?
-Isso se você não estiver muito
ocupado com outra garota... - dissera ela em tom divertido.
-Sá,
NUNCA vai existir nenhuma outra garota.
-Ah tá que você,
bonitão desse jeito, não vai arranjar nenhuma
substituta para passar o tempo não é? Hahaha. ( hahaha?
Pobrezinha, mal sabe ela...)
-Você sabe que é
insubstituível.
-Olha que assim eu vou ficar convencida,
hein? Mas falando sério, eu vou olhar para esse colar toda
hora, porque eu vou ficar com muitas, muitas, muitas, muiiiitas
saudades...
Silêncio...Então Cedrico a puxara para si e a beijara doce e amavelmente. /i
A lembrança do beijo dele a fez chorar mais ainda; seu hálito doce, seus lábios macios, o jeito com que ele a abraçava. Cedrico havia sido seu primeiro e único namorado e ela lembrava o quanto o amava e o quanto ele a amava também.
Lembrava, ainda, o quanto amava seu pai, falecido há poucos dias. Aliás, era por isso que ela estava indo morar com a avó. Seu pai havia sido morto exatamente por quem matara seu doce Cedrico, LORD VOLDEMORT, e ela escapara aparentemente muito fácil de suas mãos. Diria até fácil demais, já que o cruel Lorde das Trevas (e ela tinha certeza disso) a tinha visto dentro de casa, e simplesmente fora embora. Não entendia como uma pessoa tão sem coração podia poupar uma garota. Mas afinal, ele tinha levado seu pai e Cedrico, e ela prometera a si mesma que acabaria com este Lorde ridículo.
Sabrina era diferente das outras pessoas que não ousavam nem sequer falar o nome dele: ela simplesmente não o temia. As pessoas a sua volta sempre a censuravam por falar assim tão mal daquele patético Lorde, diziam que um dia ela iria se arrepender de sua ousadia. Mas ela não achava que um cara tão covarde a ponto de tentar matar um bebê, como aconteceu com Harry Potter, e de travar com seu pai uma luta injusta, merecia ser tão temido. Porém era só ela tentar explicar o que achava para as outras pessoas que elas se afastavam, temendo que ( Mas que coisa ridícula , ela pensava) ele aparatasse ali naquele instante. Será que elas achavam que ele tinha alguma espécie de anteninha para detectar quando falavam mal dele?
Nesse momento ela começou a rir, imaginando aquela horrível cara de cobra com olhos vermelhos que ela havia visto, sentado no seu "trono" (se é que me entendem) surpreendido pelas suas duas anteninhas saindo da cabeça, vibrando, fazendo barulhinhos do tipo Bib, Bib e rodando para os lados como um sonar. Realmente esta visão era bem engraçada.
A única pessoa que ela conhecia que, igual a ela, não tinha medo de falar o nome do tal Lorde das Trevas (e de zoar com a cara dele também) era Morgana Summers, que apesar de morar bem longe, na Inglaterra, era sua melhor amiga - e não só pelo fato de ser prima de Cedrico, não. Aliás, fora ela que o apresentara a Sabrina. As duas já se falavam há muito tempo, por correspondência, quando Morgana foi fazer sua terceira visita à Sabrina e levou Cedrico junto. Foi amor à primeira vista.
As duas se divertiam muito quando se visitavam, e pareciam irmãs, apesar da grande diferença (quer dizer, ex-grande diferença). Sabrina era uma ruiva de olhos verdes, rosto perfeito e corpo exuberante, parecia uma atriz de cinema bruxo. Enquanto Morgana era morena de olhos castanho-escuros, usava uns óculos quadrados fundo de garrafa (com 10 graus de miopia) e aqueles aparelhos tipo capacete. E ainda era gordinha, parecia um mostro de cinema bruxo.
Porém, nas férias do quarto ano, ela finalmente tinha tirado o maldito aparelho, trocado os óculos por lentes de contato, feito um super-hiper regime bruxo misturado com muita malhação. Tudo porque Sabrina insistiu muito, aliás, isso havia ajudado as duas juntas a superar a morte de Cedrico. Tudo, é claro, com a ajuda também dos carinhos da vovó Penny. Resultado: a troca de um guarda-roupa, que antes era manequim 68, por um novinho tamanho 38, o que, cá entre nós, é um milagre em tão pouco tempo.
Morgana também era um grande motivo para Sabrina estar feliz por se mudar para Hogsmeade, e morar com a avó. Afinal, as duas estudariam juntas em Hogwarts, e seriam "A dupla imbatível".
i 'A dupla imbatível' Papai costumava falar
isso", /i lembrou ela, voltando a chorar.
-Estação Hogsmeade.
Ela enxugou as lágrimas e disse:
-Bom, é aqui que
eu desço.
Ao descer do trem, Sabrina encontrou exatamente o que pensava que ia
encontrar: vovó Penny com um belo sorriso (e ela tinha certeza
de que quando chegasse em casa biscoitos estariam a
esperando).
-Docinho- disse a avó a abraçando.
-Ah...Vovó,
que saudades.
-Como foi a viagem?
-Foi tranqüila, vovó.
Só no começo é que eu me preocupei, porque tinha
um bruxo bêbado na cabine ao lado que gritava toda hora dizendo
que ia se matar. Mas ele desceu em Paris, ou melhor, jogaram ele em
Paris. O resto da viagem foi tranqüilo.
-Hum...e dá
pra ver na sua carinha que você chorou muito...
-Não
dá para esconder nada da senhora, não é
vovó?
-Senhora? Você esqueceu que eu estou na flor da
juventude? -disse vovó Penny com uma cara indignada, que logo
mudou para uma gargalhada.
Sabrina começou a rir também. Realmente sua avó
sabia a animar.
-Bom, então vamos indo, eu ainda tenho que
passar na loja de animais mágicos do povoado para apanhar a
Trude (Trude era a coruja de sua avó. Ela era dourada, com
pequenas manchas negras no peito). Ela foi levar uma carta para sua
tia-avó Corina, aquela irmã de seu avô que mora
numa montanha com um dragão. Bem, o problema é que o
tal dragão estava irritado no dia e perseguiu a Trude por em
volta da montanha até sua tia chegar para freia-lo. Resultado
: minha pobre corujinha toda queimada. A sorte é que ela é
de uma espécie de coruja resistente ao fogo, senão
agora não teria mais Trude para contar história.
-Vovó,
quantos anos Trude tem? Eu sei que ela é mais velha que eu,
porque a senhora me disse uma vez que quando eu nasci, ela fez a
maior algazarra e piou bem alto durante o parto da minha mãe,
que estava acontecendo no St. Mungos. Mas a senhora nunca me disse
quantos anos ela tem.
-Sabe que nem eu sei direito quantos anos
ela tem? Bem, deixa-me ver... seu avô me deu ela antes de seu
pai ir para Hogwarts, ele tinha onze anos. Quando você nasceu
seu pai tinha vinte e três anos e já se passaram quinze
anos, então, me corrija se eu estiver errada, mas ela tem
vinte e sete anos não?
-Se papai tinha trinta e oito anos,
menos onze... é, é isso mesmo.
-Eu nunca fui boa em
matemática.
Neste momento elas chegaram a loja e empurraram a porta de vidro para
entrar. Sabrina olhou para o balcão e lá viu um rapaz
de mais ou menos dezesseis anos conversando com uma mulher muito mais
velha, eles pareciam estar discutindo baixinho, pois a cara da mulher
estava com uma expressão de muita raiva. Quando a mulher as
percebeu, parou de falar com o garoto e voltou suas atenções
para elas.
-Bom dia, senhora Jackmen.
-Bom dia, senhora Lair.
Desculpe, mas eu estava tentando explicar para esse meu filho
irresponsável que ele não pode deixar seu cão
gigante passear pelo povoado sem correntes.
-Mas mamãe,
Brutus é um cachorro inofensivo, ele não vai fazer mal
a ninguém! E ele fica angustiado quando está preso, e
me dá dó ver ele tão triste. Deixa eu soltar
ele, vai...
-Já disse que não. E vá pegar a
coruja dá senhora Lair- O garoto então parou e olhou
para trás como se só agora tivesse percebido que havia
mais pessoas lá. Seus olhos caíram automaticamente em
Sabrina, fixando-se nela por alguns instantes.
i "Deve ser porque sou nova aqui" /i , pensou
ela. Mas no seu íntimo ela sabia que não era por
isso.
-Ah, esta deve ser sua neta que veio da Espanha, não
é senhora Lair? -disse a senhora Jackmen, percebendo o olhar
do filho.
-É, esta é Sabrina, ela é muito
bonita, não é?-disse vovó Penny, olhando
divertidamente para o filho da senhora Jackmen.
-Vovó...-Sabrina
estava muito vermelha, quase como seus cabelos.
-Sua avó
não mentiu-disse o garoto se afastando. Também muito
vermelho.
-Ela também vai para Hogwarts? - perguntou a
senhora Jackmen, apontando para trás do balcão -
Fillipe está no sexto ano de lá, na casa da Lufa-Lufa.
Neste momento o garoto voltou com a gaiola de Trude com a coruja
piando lá dentro (Trude odiava ficar presa).
-Lufa-Lufa!
Você conheceu Cedrico? - Sabrina perguntou fervorosamente para
o garoto
-Diggory? Eu não falava muito com ele. De onde o
conhece?
-Minha neta é uma velha "amiga" dele -
disse vovó Penny abraçando Sabrina, que estava com uma
cara triste - Bem, então vamos indo Sá, Trude já
está impaciente. Tchau, Senhora Jackmen. Fillipe.
-Tchau-
disse a senhora Jackmen.
-Espero que nos encontremos em Hogwarts,
Sabrina - disse Fillipe antes delas fecharem a porta do
estabelecimento. Quando elas partiram, Fillipe olhou para a mãe
e disse:
-Uau! Preciso mandar uma coruja para os meus amigos.
Mamãe, já volto. - E dizendo isso saiu para o fundo da
loja.
-Adolescentes...- disse a senhora Jackmen.
-Parece
que você já fez sucesso! - disse vovó Penny logo
depois de sair de braços dados com a neta pela porta da loja.
O sorriso dela era de orelha a orelha.
-Eu não acho vovó,
ele só estava curioso porque nunca tinha me visto por aqui, só
isso!
-Como você é modesta, não? Você
sabe o quanto é bonita, não é Sabrina? E não
ouse dizer que não se acha bonita! - disse ela quando viu que
Sabrina ia abrir a boca para falar exatamente isso - Não
despreze o serviço de seus pais. Sabia que eles estavam
inspirados quando te fizeram?
-Vovó... Hei, porque nós
estamos indo por essa rua, sua casa não é para a
esquerda vovó?
-Primeira surpresa. Eu fiz uma pequena
mudança, vendi aquela casa para comprar uma maior. A outra não
dava para nós duas, você sabe, ter adolescente em casa
exige certo espaço, não é meu bem? - disse ela
beijando a mão dá neta
-Mas a senhora gostava tanto
daquela casa, vovó.
-Não, eu gosto do lugar que você
gosta, meu anjo. E espere até chegar lá, aquela casa é
adorável. Tem um jardim imenso, cheio de flores, e uma
varandinha com balanço do jeito que você gosta. E é
grande o suficiente para fazer várias festas e...
-Se eu a
conheço bem, a senhora só a comprou por isso, né
vovó?
-Não! Você precisa ver como ela é
espaçosa por dentro, você vai adorar. Fique quieta
Trude, eu já vou te soltar.
-Vó, posso te fazer uma
pergunta que já está rondando minha cabeça faz
tempo?
-Claro, Sá. Aconteceu alguma coisa?
-Não,
eu só queria saber se o Angel está bem. Sabe como eu
não gostei desta história de o mandar primeiro. (Angel
era a maritaca que Sabrina havia ganhado de seu pai).
-Ora, você
já vai o ver. Bem vinda a sua nova casa! - disse vovó
Penny com os dois braços abertos e estendidos para frente,
indicando a casa.
Sabrina parou embasbacada. Realmente a casa era fantástica.
Tinha um jardim com rosas de todas as cores, margaridas, papoulas e
amores-perfeitos. (" Morg vai adorar isso", pensou ela.)
Além de várias árvores, como carvalhos,
macieiras, eucaliptos e salgueiros. A casa tinha uma cerca de ferro
trabalhado com temas romãnticos e na varanda um balanço
de três lugares com estofado florido cor-de-rosa. Parecia o que
ela tinha em sua antiga casa, na Espanha.
-Vovó é
tudo tão... Maravilhoso!
-Eu sei, deu pra ver pela sua cara
de boba. Vamos entrar.
-Eu estou ansiosa para ver como é
por dentro.
-Então o que está esperando? Vamos!
-gritou a vovó Penny já dentro da casa.
Se por fora a casa era maravilhosa, fantástica, magnífica, por dentro então, não se tinha adjetivos suficientes. Apesar de sua casa na Espanha ser bem legal, não chegava nem aos pés desta aqui, parecia que ela era encantada para parecer tão fabulosa.
Quando se entrava nela, logo se deparava com uma fonte bem no meio do
hall de entrada, onde um querubim de asas brilhantes despejava de um
pote dourado, uma pequena cascata de águas cristalinas, que
caiam na bacia da fonte entre cristais e pétalas de rosas. O
piso e as paredes eram branquíssimos, e quando se olhava para
cima se via um céu azul turquesa enfeitado por dois enormes
lustres trabalhados em ouro e cristais. Na outra extremidade da sala
se via a escada que se abria em duas partes quando se chegava em
cima, feita de mármore branco, com corrimões de madeira
escura.
-Eu não disse que era fantástica? Venha,
vamos ver a sala de estar - e, dizendo isso, a avó puxou-a
para a porta que tinha a direita do hall.
Ao entrar na sala, o queixo dela caiu outra vez. A sala tinha janelas
enormes, cobertas por cortinas de seda branca, que iam do teto até
quase o chão, onde dava para ver todo o jardim lateral. Nos
dois lados da porta havia retratos de duas rainhas, uma com a pele
bem branca, vestida de vermelho, com cabelos loiros acetinados presos
em um coque perfeito arrematado por um belo grampo. E outra vestida
de dourado, com a pele morena, cabelos negros bem lisos e soltos,
apenas afastados do rosto com uma fivela também
dourada.
-Buenos Dias! Señora Lair. Señorita.-disse
a morena, seguida pela loira:
-Bon Jour! Madame Lairr.
Mademoiselle.
-Bon Jour e Buenos Dias para vocês também
-disse Sabrina.
-Perdon Miss Lairr, mas se incomodaria, se nos
rretirrássemos parra tomarr nosso cáfe?
-Sim, sim,
podem ir, só estou mostrando a casa para sua nova
moradora.
-Ah, entonces esa es la señorita Sabrina. Muy
gusto. Yo soy la reina Mercedes IV. De que lugar de la España
viestes? Hablas español, no?
-Eu vivi na cidade de
Barcelona por quinze anos, portanto falo espanhol fluentemente. Mas
prefiro falar inglês mesmo, se não se importa.
-Todo
bién.
-Daixe-me aprresentarr tanbã, eu sir Madame
Louise Marie. Prazerr, Mademoiselle Sábrrina.
-Prazerr -
disse uma divertida Sábrrina.
-Ban, entan ate logo.
-Hasta
luego.
-Até logo-ela disse
-E aí, gostou delas?
Eu as comprei quando fui visitar Paris. Achei que ia gostar.
-Eu
as adorei, aliás, como tudo que vi aqui até agora -
disse Sabrina, voltando a observar a sala.
No meio da sala, que era decorada em vermelho e dourado, havia dois
sofás com encosto em forma redonda e com detalhes dourados. Em
frente a eles flutuava uma TV bruxa, que tinha tela plana vermelha e
asinhas douradas. Na extremidade esquerda Sabrina viu uma porta de
vidro e perguntou:
-Vovó, para onde aquela porta dá?
-Para
o jardim de inverno. Quer dar uma olhada?
-Claro.
Quando abriu a porta, Sabrina se deparou com um enorme jardim com
begônias e orquídeas. Uma mini piscina na extremidade
Norte, umas mesinhas na extremidade Leste juntamente com um sofá
de madeira, com estofado lilás. E, para sua total surpresa e
alegria, um poleiro dourado com Trude e outro com Angel na
extremidade Oeste.
-Angel - gritou, indo correndo fazer carinho na
cabeça da ave, que de preta ficou cor-de-rosa. Ela começou
a cantar uma bonita canção e Sabrina sentou na poltrona
à sua esquerda para ouvir. No final, Angel empoleirou-se no
ombro de Sabrina e beliscou seu rosto de leve, como num beijo.
Sabrina disse:
-Eu também tive saudades.
-Ah, que cena
linda. Porque você não aprende, hein Trude?-a coruja deu
um pio indignado e pousou no ombro da dona, fazendo a mesma coisa que
Angel.
Elas saíram da sala rindo e foram ver a sala de jantar, que era a porta do lado esquerdo no Hall de entrada.
A sala de jantar era igualmente bonita. Tinha uma mesa de vidro com
pés prateados no centro, e cristaleiras de madeiras nobres
cheias de louças de todas as espécies nos cantos.
Também tinha a decoração em vermelho e dourado,
além dos quadros de nobres e reis franceses, espanhóis,
ingleses e portugueses nas paredes. Tinha, ainda, uma porta ao norte
que levava para a sala de café, onde a decoração
era menos nobre e mais alegre e florida.
-Falando em café,
a senhorita não comeu nada até agora, não
é?
-Ah, vovó eu quero terminar de ver a casa.
-Não.
Primeiro sente aí para tomar seu café, depois agente
termina de ver a casa.
-Mas vovó...
-Nem mais, nem
menos. Ande, sente aí -disse a vovó Penny. E Sabrina
sabia que quando a avó dava uma ordem não tinha jeito
de contestar.
-Fique aí sentadinha que eu vou ajudar a
Cream a trazer as coisas para a mesa.
Depois de um tempo sua avó vinha voltando com várias
bandejas no ar e com o elfo doméstico mais claro que ela já
vira na vida.
-Sabrina, essa é a Cream. Como eu não
podia dar conta de uma casa tão grande assim, eu tive que
contratar um elfo doméstico para me ajudar e fazer companhia
enquanto você vai para Hogwarts.
-Prazer ama Sabrina Lair.
Cream promete fazer tudo que ama Sabrina Lair pedir, tudo, tudo -
disse o elfo fazendo uma profunda reverência.
-Para
começar, não precisa fazer reverência quando
falar comigo, OK?
-Tudo que minha ama Sabrina Lair mandar - disse
ela se endireitando.
-Torradas, Sá?
-Hum ... eu acho que
eu quero mais daqueles seus biscoitinhos amanteigados.
E assim elas tomaram seu café da manhã.Quando terminaram, uma Sabrina agora absolutamente ansiosa subiu ao andar de cima com a avó. Elas foram pela escada da esquerda. Na primeira porta do corredor tinha uma biblioteca, já que as duas amavam ler. Eram quatro estantes que ocupavam as paredes até o teto, e um sofá sem encostos na parede da porta, juntamente com uma poltrona ao lado da primeira estante. Ao meio deles havia uma mesinha de cedro com um vaso e uma foto de seu avô e seu pai segurando ela no colo no quintal da casa deles na Espanha. Eles estavam acenando e sorrindo. Sabrina pegou a foto e a alisou, sentindo que lágrimas se formavam, depois a colocou no lugar, limpou os seus olhos e seguiu a avó até a outra sala.
Na primeira porta a esquerda no corredor, tinha um escritório e sala de estudos, onde haviam duas escrivaninhas, uma mesa e estantes cheias de pergaminhos, tintas e penas.
E na última porta do corredor tinha uma sala onde a avó costurava, tricotava e fazia bordados e crochês. A sala era bem confortável, com paredes que, diferentemente do resto da casa, eram floridas e de um rosa bebê. Tinha um tapete branco e felpudo no centro, uma poltrona lilás com encosto de pés e um poleiro ao lado da poltrona. Do lado oposto tinha dois pufes e um poleiro para Angel, além de uma almofada ao lado de um dos pufes. Na sala também tinha um banheiro, todo lilás e rosa-bebê. Realmente essas eram as cores preferidas de vovó Penny.
Elas saíram do corredor, depois de falarem com um cavaleiro de armadura chinês, e subiram as escadas da direita. Um corredor todo cheio de nuvens brancas e azuis turquesa apareceu e elas entraram no primeiro quarto, que ficava à direita. Era o quarto da vovó Penny. Ele era parecidíssimo com a sala de crochê mas, ao invés de só ter uma poltrona, também tinha uma cama com patamar alto, cortinas de seda rosa, um mirante estofado na janela imensa e uma escrivaninha. Além, é claro, da gaiola de Trude e de uma TV Bruxa, que a avó não ficava sem.
A segunda porta do corredor, à esquerda, era de um quarto de hóspedes decorado em azul cobalto, com uma cama, um guarda-roupas e criados mudos. Ao lado havia um banheiro para o uso dos que dormissem neste quarto, decorado no mesmo azul cobalto.
No lado direito do corredor havia duas portas gêmeas, a avó
levou Sabrina para a primeira, logo depois da sua. Era seu quarto.
Ele era todo em rosa e branco e tinha uma faixa com motivos
angelicais em toda a sua volta. Encostada à parede da direita,
a sua cama dourada de espaldamar alto, com uma colcha branca e
travesseiros de plumas. Cortinas de seda branca caiam do alto do
espaldamar como uma cascata de nuvens. Dos dois lados da cama os
criados mudos eram de Cedro e continham várias das fotos que
ela tinha empacotado, além é logico do seu despertador
mágico, que cantava a música com que ela mais se
identificaria no dia. Do lado da cama tinha o seu banheiro, ele era
todo branco e estrelado com uma banheira quadrada e várias
torneiras. Tinha dois crisóprasios enormes de onde caiam águas
puras e cristalinas, no lado direito uma pia e do lado esquerdo uma
privada. Depois da cama na parede do norte tinha um mirante com
janelas grandes e a paisagem conjurada do parque em que beijara o
Cedrico pela primeira vez. Mais a esquerda do mirante tinha uma
escrivaninha. Na parede ao sul do lado direito da porta tinha um
guarda roupa com espelhos por toda a sua surpefície. No lado
esquerdo da porta estava a gaiola dourada de Angel. A ave que até
agora estava no ombro de Sabrina voôu para sua gaiola e foi
beber um pouco de água. Em frente à cama tinha uma
porta e Sabrina perguntou:
-Vovó para onde essa porta
dá.
-Essa é a segunda surpresa. Vem comigo.
Elas entraram pelo quarto e Sabrina viu surgir um outro quarto a sua
frente e compreendeu exatamente a quem pertencia o quarto: Morgana
Summers. Ela olhou o quarto ele era igual ao seu só que era
azul escuro, como a noite e tinha uma faixa de estrelas o rodeando. A
colcha era azul cheia de luas e o véu de seda que caia do
espaldamar da cama era de um azul bem clarinho. A paisagem conjurada
era de uma praia sob a luz do luar, e as mesinhas de cabeceira de
Bordo. No banheiro uma espécie de mini cachoeira descia na
banheira. E tinha cristais espalhados por todo o quarto. E o último
detalhe mais não menos importante, em vez de gaiola tinha uma
cama de gato, no lado esquerdo da porta.
-Esse quarto pertence a
minha outra neta.
-Eu te amo vovó. Eu vou mandar uma coruja
para ela agora.
(Nota das autoras: Você gostaria de ter uma
casa assim, não é?)
