A New Beginning
- Sr. Potter, tem uma pessoa que gostaria de falar com o senhor. –disse a assistente de Harry, Joanne.
- Mande-a entrar – respondeu, distraído.
Ele ouviu o som da porta fechando e abrindo logo em seguida.
- Sim? – perguntou, sem parar de olhar o relatório que estava lendo.
A pessoa pigarreou e Harry levantou o olhar.
- Ah, Ginny!
- Precisamos conversar. – ela disse e sentou-se em uma das cadeiras a frente de sua mesa.
- Conversar – repetiu Harry, lentamente.
- É, Harry, eu estive pensando... Acho que, hum, há algo errado.
- Como assim, errado? Quer dizer, você se sente mal? Quer ir ao médico? Eu posso te levar... – ele se levantou enquanto falava, pegou a capa em cima da cadeira e ia em direção a Ginny quando ela o interrompeu.
- Harry! – exclamou. - Calma! Senta!
Ele a obedeceu, e Ginny se levantou indo se sentar em seu colo.
- Vamos começar de novo, sim? – Harry assentiu. – Acho que tem algo errado, porque, bem, tem coisas acontecendo.
- Coisas? Que tipo de coisas?
Ela suspirou, exasperada. Como iria contar isso a ele?
- Harry, me dê sua mão.
Ele franziu o cenho e, incerto, deu-lhe a mão.
- Sente? – perguntou ela, colocando sua mão sobre a sua barriga.
- Sua barriga?
- Meu Deus, Harry!
- Você está com dor de barriga?
- É, estou, por isso eu vim lá de casa para te contar!
- Calma aí, antes que você tenha um filho no meu colo.
Ginny bateu com a mão na testa, e respirou fundo.
- Exatamente onde eu queria chegar...
- No... meu colo?
Ela se levantou e começou a andar pelo escritório, fazendo sua capa dançar às suas costas, junto de seus cabelos ruivos compridos. Parou diante da mesa de Harry e segurou o pequeno porta-retratos com uma foto dos dois, no dia em que ficaram noivos. Inspirou profundamente e disse:
- Desde que casamos... não, não, deixe-me terminar... Bem, desde que nós casamos, coisas aconteceram. Hum, bom, e essas coisas levaram a outras coisas. – ela ergueu os olhos para Harry e, quando viu que ele não estava entendendo, suspirou.
- Vá direto ao ponto, Gin.
- Eu... Bem... Nós... Ah, estou grávida.
Ginny fechou os olhos, esperando pela bomba, mas ela não veio. Abriu-os novamente e se deparou com Harry, a centímetros, com um sorriso enorme no rosto.
- Grávida?
- Não está irritado?
- Ora, Gin, mas é claro que não! Por que estaria? É a melhor notícia que recebo desde que você aceitou se casar comigo! Desde quando você sabe?
- Há alguns dias... Desculpe, Harry, fiquei nervosa. E eu achei que você fosse ficar bravo – ela admitiu, enquanto ele passava os braços pela sua cintura, puxando-a para perto.
- Por que achou isso?
- Bem, primeiro, porque você anda voltando estressado para casa. Há dias não temos uma conversa civilizada. E, segundo, porque... Hum, porque é a reação de qualquer homem.
- Desculpe, Ginny – pediu, encarando seus olhos castanho-claros. – Ser auror me sobrecarrega. Sei que ando descontando em você toda a minha raiva, e você tem todo o direito de se chatear. Mas, você está errada. Eu não ficaria bravo. Não estou, na verdade.
Ela sorriu e ele beijou sua bochecha. Ginny aconchegou-se em seus braços e deitou a cabeça em seu peito.
- Ginny?
- Hum?
- Eu te amo.
Ela se afastou e olhou dentro de seus olhos.
- Ah, Harry. Eu também te amo.
Ele selou seus lábios nos dela, num beijo apaixonado. Quando se separaram, muitos minutos depois, ela deitou-se novamente em seu peito, apreciando o momento.
- Ginny? – chamou, novamente.
- Quê?
- Você acha que é um momento ruim para eu dizer que, hoje de manhã, enquanto vinha para o trabalho, esbarrei acidentalmente em um daqueles vasos que ficam no hall?
Ela revirou os olhos, contendo seu mau-humor repentino.
- É, um momento ruim.
- Então deixa para lá, te conto depois.
