Trovões
Prólogo
A chuva caía sobre os cinco jovens. Seus músculos doíam e seus pulmões clamavam por ar, mas eles não podiam parar agora, não depois de terem chegado tão longe.
- Acho que seria melhor se nos separássemos – disse a mais baixa dos cinco enquanto parava de correr, sendo imitada pelos outros.
- Ela tem razão. Não sabemos se alguém mais sobreviveu, mas não podemos ignorar as chances de virem atrás de nós – concordou o menino loiro.
- Mas se vierem atrás de nós, teríamos mais chances ficando juntos – opôs o menino de olhos negros.
- Não sei você, mas eu sei me virar sozinha – retrucou a garota ruiva. – Além disso, um viajante levanta menos suspeitas do que cinco.
- Vilas shinobi são nossa melhor opção – disse o mais velho dos cinco.
- Então o que? Vamos nos separar e implorar para uma vila nos aceitar? – O menino de olhos negros perguntou indignado. – Isso é loucura! – Gritou quando os outros concordaram.
- Quieto! Quer que o mundo inteiro saiba onde podem nos achar? – Sibilou a ruiva.
- Quietos os dois. A situação já está ruim o suficiente sem vocês dois berrando a plenos pulmões – brigou a garota mais baixa sem levantar a voz. – Caso não nos aceitem em uma vila, devemos tentar a próxima, simples assim.
- E mantenham o passado escondido. Quanto menos pessoas souberem sobre isso, melhor – disse o mais velho. – Boa sorte a todos. Espero que nos reencontremos um dia – pronunciou antes de disparar em direção ao seu futuro.
- Isso não vai dar certo. Sério, gente, isso não é uma boa ideia.
- Oh, pare de choramingar feito uma garotinha! Depois de tudo que nós passamos... Você deveria agir como o macho que eu sei que você é – reclamou a ruiva.
- Opa, podem levar essa discussão pro quarto – brincou o loiro e a mais baixa rolou os olhos quando viu a ruiva ruborizar.
- Se vocês morrerem, eu mato vocês – decretou a ruiva antes de sair correndo sem olhar para trás.
- Sinto pena da vila que acabar aceitando ela – disse o garoto de olhos negros antes de sorrir para os outros dois. – Até depois – e com isso, saiu correndo.
- Só você e eu agora, pequena.
- Não por muito tempo. Olha, eu sei como você é, por isso quero que preste atenção: não. Chame. Atenção. Indesejada – disse a mais baixa pausadamente enquanto empurrava o loiro a cada palavra.
- Relaxa, pequena – disse sorrindo.
A mais baixa suspirou e virou as costas para o amigo, mas antes que pudesse dar um passo sequer, foi virada abruptamente para a direção contrária.
- Que diabos?
- Confie em mim, pequena. Você quer ir por essa rota que eu estou te mandando. Boa sorte e vejo você mais tarde – o garoto loiro sorriu e saiu correndo pela direção que a mais baixa queria ter ido.
A garota parou por um momento e olhou para os lugares onde antes estavam seus amigos. Ela não podia deixar de imaginar se eles ficariam bem ou se algum dia ela teria a oportunidade de vê-los outra vez.
E então ela olhou para frente; para o caminho que ela em breve trilharia. A garota se perguntou se ela teria uma vida melhor do que a que teve até agora. O futuro era incerto, disso ela tinha certeza.
Uivos foram ouvidos ao longe, e antes que o medo pudesse dominá-la, a garota sumiu dali o mais depressa que pode.
