N/A: Olá gente, cheguei aqui com mais uma história. Esta é uma short fic com não sei quantos capítulos, porque não terminei ela ainda hahahaha. Mas deve ter uns 4, mais o epílogo, eu acho, rs. E não tem prólogo hahaha. Enfim, os capítulos terão entre 5 e 6 páginas, por aí e é uma história... Diferente, pelo menos eu achei. E claro, é Alisper.

Espero que gostem dela :)

Beijos e o próximo capítulo só sai amanhã se eu tiver comentários :)

Capítulo 1 – Alice.

11h00pm

Era este o horário que eu via em meu rádio relógio que ficava em cima da mesa onde estava meu notebook. Mesa a qual eu estava sentado em frente. Notebook este a qual estava ligado esperando que eu começasse a escrever.

Respirei fundo e cliquei no ícone do programa de textos. Parecia tarde demais para eu fazer isso, mas é que era sempre à noite, ou na madrugada que eu conseguia escrever. Que eu conseguia passar para o computador o que eu havia escrito durante o dia e aproveitava para poder escrever mais do que me vinha à mente.

A chuva caía forte lá fora e o frio me fez encolher. Levantei um pouco o braço e peguei a caneca de cerâmica. A levei até minha boca e degustei o doce sabor do chocolate quente que estava ali. Meu corpo se arrepiou com o choque da baixa temperatura com o liquido fumegante.

Era bom. Eu me sentia um garoto, me sentia jogado a mercê da nostalgia ao me ver tomando chocolate quente em um dia de chuva.

Sorri pensando nisso. Eu moro sozinho desde os meus 20 anos e nunca reclamei muito deste feito. É claro que, por diversas vezes, senti falta de alguém para conversar, até mesmo para amar, mas não era nada que algumas saídas ou minhas histórias não pudessem resolver. Fora isso, era bom morar sozinho. Ter um espaço só seu e fazer o que bem entender sem dar satisfação para ninguém. Poder virar a madrugada escrevendo minhas histórias, me aprofundando nelas. Posso até dizer que meus personagens sejam meus companheiros, meus amigos na maioria das vezes.

Mas minha personagem favorita é Alice. Mary Alice Brandon. Ela é uma das minhas maiores invenções. Na verdade, ela é a melhor. Ela veio do nada, em um surto de inspiração. A personagem foi criando proporções e personalidade. Alice é linda. Pequena e magra, os seus cabelos eram curtos, repicadinhos e espetados para todos os lados. Ela é completamente agitada e compreensiva. Divertida e alto astral. Com um bom coração, mas não é boba... Tem um vício por compras, fala muito, mas é amável e doce... Delicada como seda...

Ela foi se moldando sozinha, enquanto eu apenas escrevia. Nunca vi uma pessoa como Alice. Tanto fisicamente quanto na personalidade. Ela... É única. Uma coisa a qual eu acredito que não saiu da minha própria mente. Por diversas vezes, cheguei a pensar como seria bom se ela existisse.

Eu poderia dizer que eu estou apaixonado por Alice. Apaixonado por suas brincadeiras. Eu amo quando ela cora. E a cada vez que eu leio tudo o que eu havia escrito, eu me pergunto de onde havia tirado tudo. Quando estou com Alice, eu deixo minha inspiração me levar. E sempre me surpreendo quando vejo até onde ela já me levou.

Eu perco a linha quando estou com ela. Nem eu mesmo noto o que escrevo e quando me dou conta, não consigo acreditar que tudo aquilo saiu de mim. É como se... Eu escrevesse com o coração. É. Não que eu não coloque amor em tudo o que eu escrevo, mas é como se meu coração comandasse tudo quando escrevo Alice. Como se minha mente se apagasse naquele momento e meu coração dominasse.

Eu ainda estava viajando em meus pensamentos quando a campainha de minha casa tocou. Observei a hora: 11h10pm. Franzi o cenho. Quem poderia ser? Eu moro longe de tudo e de todos, eu não fazia idéia de quem poderia tocar minha campainha uma hora dessas com uma chuva dessas. Não era melhor usar um celular?

Me levantei e segui até a porta curioso. Peguei a maçaneta e a girei abrindo-a de vez.

- Oh! Olá! Me desculpe estar incomodando a essa horas, mas é que meu carro acabou a gasolina, agora não encontro um posto de gasolina aberto e eu também estou... Perdida... Não tenho para onde ir e mesmo se eu tivesse, eu não saberia como ir... Eu sei que você provavelmente já estava dormindo, ou algo assim e que é extremamente estranho ver uma desconhecida na porta da sua casa ás 11h e tantas da noite, então, eu lhe peço que não se assuste porque não sou nenhum tipo de golpista e nem vou lhe aplicar o "Boa Noite Cinderela", mas apenas peço para que... O senhor pode me ajudar?

Fui surpreendido por esta manada de palavras e engoli em seco. Talvez eu não tenha entendido um terço de tudo aquilo que ela disse. Ou entendi, mas não prestei atenção. Não havia como. Eu seria louco se prestasse atenção no que ela estava falando, se eu já não era louco por estar vendo-a

É que a minha frente estava uma mulher desesperada. Não apenas isso. Ela era baixa. Apesar de estar completamente molhada, seus cabelos eram notavelmente curtos e repicados, algumas mechas eram espetadas e apontavam para alguns lados. Eu não pude notar sua pele clara, seu jeito delicado e sua boca rosada e molhada... Eu não pude deixar de notar nenhum detalhe seu.

Meu coração falhou uma batida e eu senti um pouco de falta de ar. Aquilo era estranho demais, loucura demais, coincidência demais para ser verdade.

Idêntica. Ela é idêntica a personagem que eu criei. Ela é simplesmente idêntica a Alice.

Eu devo ter saído do ar por algum momento, porque ela franziu o cenho e acenou para mim.

- Moço?

Pisquei os olhos diversas vezes e balancei a cabeça tentando voltar a atenção para ela, o que era meio impossível, confesso. Engoli em seco e passei a língua pelos lábios para depois sorrir. Ela me pediu ajuda, certo? Estava chovendo, certo? E eu havia aberto a porta, mas não a convidei para entrar; o que significa que a pobre garota continua plantada na porta da minha casa, debaixo da chuva, enquanto eu ficava parado em frente a ela, feito bobo, ao invés de mandá-la entrar.

- Er... Entre, por favor. – Apontei para minha casa e ela entrou sorrindo.

- Desculpe o incomodo, mesmo. Mas é que eu realmente estou sem gasolina no carro e meu celular... Ele... Acabou estragando com essa chuva toda. – Deu de ombros se sentindo meio culpada. – E... Eu também estou perdida. Vim para cá, procurar uma casinha para morar, longe de toda aquela coisa da cidade grande que me deixa louca, mas que eu confesso que eu adoro, enfim, mas acabei me perdendo. Sim, é meio surreal eu acabar me perdendo no lugar que eu quero morar, mas é que... Eu simplesmente nunca vim para esses lados, apenas estava passando por aqui, resolvi entrar no local para ver se encontrava umas casas a venda e acabei me perdendo com essa chuva toda e aí a gasolina acabou e eu...

- Hey! Calma! – Pedi rindo de leve. Ela falava compulsivamente e eu me perguntava se ela não se cansava, afinal, ela nem ao menos respirava... Tão Alice! – Fale devagar, por favor.

- Você não está entendendo? – Ela perguntou fazendo beicinho e eu sorri de lado. – Me desculpe, mas é que eu não me controlo, sempre gostei de falar, de me expressar bastante, eu realmente deveria ter controlado isso, mas é que quando estou trabalhando não falo tanto, então, eu acabou dispensando tudo enquanto estou fora do meu trabalho e...

- Calma! – Pedi mais uma vez. – Eu entendo tudo o que você fala, mas... Vai com calma, certo? É melhor para você.

Ela mordeu o lábio e assentiu. Segurou as mangas compridas de sua jaqueta e levou sua mão até seus lábios, ainda segurando as mangas. Parecia apreensiva. Parecia uma adolescente frágil, mas ao mesmo tempo molequona, com medo de levar bronca por algo que aprontou.

Abri a boca para falar alguma coisa, mas o som não saiu. Eu ainda estava pasmo, meu coração estava batendo um pouco fora do ritmo; acelerado... Minha mente ainda estava confusa e eu ainda sem saber como agir. Coincidência demais ela ser tão parecida com Alice. E ter uma personalidade parecida também.

Porque sim, mesmo nestes pequenos minutos que conheço essa moça eu percebi que ela é sim, muito parecida com Alice. Sei disso porque conheço Alice muito bem. Sei de cada ação dela, eu a conheço com a palma da minha mão, mesmo muitas vezes me surpreendendo com ela. Alice é um ser enigmático.

- Você... Hum... Não tem como... Pedir para alguém vir? – Perguntei.

Ela maneou a cabeça.

- Não. Ninguém faz idéia que lugar seja esse, muito menos eu.

- Mas eu posso explicar. – Falei e dei de ombros. – Moro aqui tem um bom tempo.

Ela deu de ombros.

- Não acho que seja melhor, está uma chuva dos infernos lá fora, duvido que minha mãe consiga vir.

Mordi o lábio.

- Eu... Posso te levar até lá. – Falei e seus olhos brilharam.

- Sério?

- Sim, sério. – Dei de ombros sorrindo. – Não quer colocar uma roupa seca? Bem, eu não me incomodo de você entrar assim no carro, claro, mas você pode pegar um resfriado.

Ela sorriu de leve.

- Obrigada. Estou bem assim.

Sorri também.

- Ok, espere então, vou pegar as chaves do carro.

Fui até meu quarto pensando nela. Ainda era surreal o fato de ela ser tão parecida com uma personagem minha. Me arrepiava isso tudo. Confesso que cheguei a cogitar um possível sonho, mas eu sabia que era besteira. Não, eu não estava sonhando.

Procurei as chaves nos bolsos de minha calça e assim que as encontrei, fui até o meu pequeno closet e coloquei uma jaqueta. Peguei outra jaqueta que estava lá para a moça. Poderia ajudar, não?

Segui em direção à sala e assim que cheguei, a vi junto de um policial.

- Hum... Moço, a campainha tocou e eu atendi... Desculpe-me por essa intromissão, enfim, o policial disse que queria falar com o dono da casa. – Deu de ombros e seu olhos estavam meio culpados. Franzi o cenho. Como não ouvi a campainha tocar?

- Olá. – O cumprimentei um pouco nervoso. Ele estendeu a mão e me cumprimentou também.

- Boa noite. Desculpe o incômodo, mas viemos avisar que a saída para a cidade está suspensa. – Ele se desculpou.

- Suspenso? – Perguntei e a moça me olhou aflita.

- Exato. A chuva está muito forte, infelizmente houve uma queda de árvore na rodovia. Não é possível alguém passar para o lado de lá e vice e versa. Como eu sei que por aqui além do senhor, moram mais umas duas, três famílias, no máximo quatro, não me recordo, enfim, vim avisar.

Mordi o lábio e assenti.

- Tudo bem... Obrigado. – O agradeci e ele foi em direção à porta.

- Não há de quê. Qualquer coisa, estaremos de plantão, basta ligar. Boa noite para vocês.

- Boa noite. – Eu e a moça respondemos em uníssono. Fui até a porta e a fechei. Me virei e olhei para ela enquanto mordia o lábio. O casaco que peguei para ela ainda jazia em meu braço.

- É... Acho que você vai ter que dormir aqui. – Dei de ombros.

A garota abaixou a cabeça e corou.

- Desculpa. – Falou tímida e eu sorri. – Eu não quero dar trabalho. Eu... Eu sei me virar sozinha, mas é que...

- Não, tudo bem, tudo bem... – Eu falei sorrindo e fui até sua direção. – Quero que fique à vontade aqui em casa.

- Obrigada. – Ela sorriu.

Estendi a mão para ela sorrindo.

- Sou Jasper. Jasper Hale.

- Alice. – Estendeu a mão também e eu congelei. – Mary Alice Brandon.

Fim do capítulo 1.