"O AMOR... É CEGO?"

Autor(a): Lynsay Sands

Adaptação: Nessinha Cullen

Shipper: Edward/Bella

Gênero: Romance, muito humor e algumas cenas "picantes" (com avisos prévios para aqueles que não curtem esse tipo de leitura).

Censura: NC-13

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Inglaterra, 1720

Amor Perigoso!

Edward Cullen, o conde de Masen, sabia que a bela e estabanada lady Isabella Swan poderia ser perigosa. Ela era, na verdade, um desafio. Mas era exatamente o desafio que ele precisava...

Isabella, ou simplesmente Bella – como preferia ser chamada –, sempre desejou encontrar um noivo, mas sua madrasta queria mais ainda que a enteada encontrasse alguém disposto a se casar com ela. Bella concordava que os óculos escondiam a beleza de seu rosto, mas se ela seguisse o conselho da madrasta e não os usasse, como iria enxergar? Já causara confusão suficiente para merecer um apelido infame nos círculos sociais em função de sua deficiência visual. Todos os possíveis pretendentes pareciam sair correndo... Até que de repente apareceu um cavalheiro disposto a dançar com ela. Um homem elegante, atraente, misterioso...

E Bella se vê a tropeçar... no amor!

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PRÓLOGO

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O amor é febre que arde... em meu sangue.

Isabella Swan não conteve uma expressão de desagrado quando estas palavras ecoaram no ar. Sinceramente, esse era o pior poema declamado por lorde Newton desde que ele chegara à residência urbana de seu pai uma hora antes.

Nossa, fazia somente uma hora? Parecia que aquele cidadão idoso estava ali havia dias.

Ele entrara sacudindo um livro e avisara triunfante que em vez de seu passeio habitual, leria para ela. Bella, de fato, gostaria muito desde que a leitura fosse algo interessante e não aquela baboseira. E gostaria ainda mais se ele não agisse como se estivesse lhe fazendo um favor.

Ela sabia muito bem qual era a razão para essa súbita mudança de planos. Obrigando-a a permanecer comportadamente sentada enquanto lia alto, ele só tinha um objetivo: evitar desastres. Parecia que até o velho e solidário Newton estava ficando cansado de seus contínuos acidentes.

Não podia culpá-lo, ele havia sido extremamente tolerante até então, quase um santo.

Certamente, demonstrara mais compreensão e bravura do que seus outros pretendentes. Parecia aceitar e perdoar todas as vezes que ela confundia suas grossas coxas com a mesa de chá e apoiava as coisas sobre elas; esboçava um sorriso dolorido ao levar pisões nos pés quando dançavam; e suportava com galhardia seus constantes tropeços e quedas quando saíam para uma caminhada no parque.

Pelo menos, era o que parecia, mas aparentemente hoje descobrira um jeito de se safar de tudo isso. Pena que sua opção de leitura deixasse muito a desejar. Bella teria preferido fazer o papel de boba no parque ou cair de cara em um bolo do que ficar ouvindo aquelas bobagens sem sentido.

Minha imaginação ganha asas de um pássaro.

A voz de Newton tremulava de paixão, ou talvez apenas de velhice, Bella não saberia dizer. A verdade é que aquele homem tinha idade para ser seu avô.

Infelizmente, isso pouco importava para Irina. Sua madrasta havia prometido a Charlie Swan que procuraria um bom casamento para a filha antes que ambos morressem.

Até o momento, eles não pareciam correr qualquer risco. Ela, porém, estava em perigo iminente de se encontrar casada com o cavalheiro idoso ajoelhado a seus pés que, de braços erguidos, clamava amor eterno.

Lorde Newton era um dos poucos pretendentes que ainda a cortejavam.

Juro minha... minha... lady Isabella — Newton interrompeu o que ia dizer. — Por favor, aproxime mais a vela. Está difícil decifrar essa palavra.

Bella suspirou de tédio e olhou de soslaio para o pretendente. Em sua visão embaçada, o rosto de Newton era um borrão redondo e rosado, coroado por uma nuvem de cabelo prateado.

— A vela, menina — disse ele com impaciência, a irritação substituindo por um momento todo o charme do pretendente.

Bella estendeu o braço sobre a mesa a seu lado, pegou o castiçal e o segurou mais próximo a ele.

— Bem melhor agora — disse Newton satisfeito. — Onde estava mesmo? Ah, sim. Juro minha perene...

Ele fez uma nova pausa e fungou.

— Você sente o cheiro de queimado?

Bella aspirou o ar delicadamente. Começou a abrir a boca para dizer que sim, mas antes que pronunciasse qualquer palavra, Newton soltou um grito.

Pulando para trás de surpresa, ela observou com espanto o homem levantar-se de um sobressalto e começar a pular pela sala, levantando os braços como se tivesse enlouquecido e batendo com as mãos na própria cabeça.

De início, Bella não conseguiu entender o que estava acontecendo até que o viu tirar da cabeça o que lhe parecia uma mancha branca, que outra coisa não era senão uma peruca que ele passou a bater com força contra a própria perna. Ela deu-se conta então de que talvez tivesse segurado o castiçal perto demais da cabeça dele e posto fogo em sua peruca.

— Ah, meu caro. — Bella abaixou o castiçal, sem soltá-lo até certificar-se de que estava bem apoiado sobre a mesa. Com a visão distorcida e seu senso de distância comprometido, ela quase derrubou o homenzinho ao pular da cadeira para ajudá-lo.

— Afaste-se de mim! — ele gritou, empurrando-a.

Bella caiu sentada na cadeira novamente e olhou-o estarrecida; depois voltou a cabeça por ter ouvido um zunzum à porta.

Todos os empregados da casa tinham ouvido os gritos e corrido para a sala. É claro que sua madrasta estava lá também.

Sem os óculos, Bella não conseguia enxergar direito se a olhavam com pena ou repreensão, mas não era necessário olhar para lorde Newton para adivinhar o que estava pensando. Sua raiva ganhara corpo e quase podia tocá-la através dos poucos metros que os separavam.

Newton estava tão zangado que suas palavras emendavam-se umas nas outras, tornando-se quase incompreensíveis. Isabella conseguiu compreender algumas, como "idiota desajeitada", "desastrada" e "um perigo para a sociedade"; de repente, ele levantou o braço e avançou em sua direção. Ela congelou, temendo que ele fosse agredi-la.

Felizmente, os presentes desconfiaram que ele estava perdendo o controle e se aproximaram. No momento em que Newton ia lhe dar um bofetão, foi impedido por várias pessoas.

Enquanto lutavam diante dela, Bella só percebia uma difusa confusão de pessoas e cores. Ela ouviu, porém, Newton praguejar e um gemido que lhe pareceu ser de Harry, o mordomo. O praguejar continuou à medida que um borrão de vultos coloridos começou a sair pela porta.

— Que vergonha, Newton! — choramingou Irina, com a voz bastante alterada ao seguir os demais até a porta, acrescentando depois em tom ansioso: — Espero que tão logo tenha se acalmado, possa perdoar Isabella completamente. Tenho certeza de que ela não teve a menor intenção de queimar sua peruca.

Bella afundou na cadeira com um suspiro de desgosto. Não podia acreditar que a madrasta ainda esperava uni-la àquele homem. Mas devia saber muito bem que Irina não desistiria de seu intuito.

— Isabella!

Endireitando rapidamente o corpo na cadeira, Bella se voltou em direção à porta e viu o vulto lilás de Irina entrar e bater a porta.

— Como você foi fazer uma coisa dessas?

— Não fiz de propósito, Irina — esclareceu Bella. — E isso jamais teria acontecido se você me deixasse usar os óculos.

— Nunca! — retrucou Irina. — Quantas vezes eu preciso lhe dizer que jovens que usam óculos simplesmente não arrumam maridos? Sei do que estou falando. Melhor alguém meio desastrada do que com óculos.

— Eu pus fogo na peruca dele! — Bella exclamou, descrente. — Isso é bem mais do que ser um pouco desajeitada; na realidade, ultrapassa o ridículo. Está se tornando perigoso. Ele poderia ter se queimado muito.

— Poderia! Graças ao bom Deus não se queimou — admitiu Irina, soando repentinamente calma.

Bella quase gemeu alto. Aprendera muito depressa que quando a madrasta ficava calma, não era um bom sinal.

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N/A:

Olá, pessoal!

Sei que ando sumida aqui no FF e muitos me perguntaram se eu pretendo abandonar minha outra fic Procurando por você, e a resposta para vocês é: não.

Não gosto da ideia de largar um projeto que tenho tanto carinho como PPV, mas não tenho certeza de quando poderei postar novamente. Eu criei uma estranha espécie de bloqueio que muitas vezes me impede de escrever aquilo que tenho em mente e o capítulo acaba saindo muito mais lentamente do que deveria. E isso é uma pena, pois odeio deixar vcs que me acompanham na mão.

Sendo assim, eu resolvi fazer algo para me redimir com vcs e - também - realizar um sonho de fazer uma adaptação de uma autora que passei a idolatrar - não tanto quanto nossa querida SM, mas ainda assim...

Seu nome é Lynsay Sands - gravem bem esse nome, pois seus livros são d+. Ela tem uma forma de escrever que cativa e envolve o leitor, e comigo não foi diferente. Algumas de suas histórias já foram postadas em adaptações aqui no FF e eu não pude me conter para passar essa história engraçada pra vcs na versão do casal mais querido e amado do século: Edward e Bella.

Espero que vocês gostem tanto quanto eu dessa história. E que também passem a admirar o trabalho dessa maravilhosa autora, quem tbm escreveu uma saga de vampiros de grande sucesso: Família Argeneau. Talvez vocês já tenham lido uma de suas obras e nem saibam.

Bom, eu vou indo, mas sintam-se a vontade para me mandarem reviews comentando o que estão achando dessa história: sugestões, elogios ou críticas... Acho que é só isso.

Bjss e au revoir.

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