Nota: História Original. Slash. Personagens e história de autorias minhas.

Personagens principais: Rafael/Mateus

Coadjuvantes: Marta/ Raquel/ Antony/ Dr.

Boa Leitura e muito obrigada por lerem.


Meninos Bonzinhos Vão Pro Céu...

Meninos Malvados Vão Pro Purgatório.

Vazio. Bipolaridade. Fazia tempo que não me sentia assim. Vazio... Pequeno... Sem saber o caminho que necessariamente eu deveria percorrer.

Talvez eu saiba; Mas sinto-me tão cansado... Sinto-me desanimado a tentar e tentar nos faz melhor e melhor eu gostaria de me sentir no momento.

Mas nada peço. Não mereço. Não tenho peito para pedir algo assim. Não fiz nada que merecesse ter meu pedido aceito. Não fiz nada de novo. Não ajudei não insisti, não... Não fiz nada.

Me lembro com saudades dos dias em que me sentia mais vivo. Sorria fácil. Sorria sincero; Quando foi a última vez que sorri assim?

Não falava... Fingia não ouvir... Não havia mágoas. Eu vivia bem. Comigo mesmo, com todos ao redor.

E então os dias passam... Os meses passam... E me sinto assim; Vazio.

Não consigo escrever. Palavras não existem.

A onde estão as respostas que quero? Por ai...

Serão realmente minhas ou da minha mente perturbada?

Não estou perturbado. Estou incompleto (?) ... Sem sorrisos... Sem princípios... Sem moral.

Depressão? Não. Não ainda. Não agora. Não ajudaria no momento.

Quando foi a última vez que eu fui uma pessoa boa?

Sou uma pessoa boa fazendo coisas más.

E isso me consome por dentro... E me machuca e me corrói.

Não sou legal.


Dois meses. Dois meses e fazia toda a diferença. Meu coração não batia forte, nem minhas mãos suavam. Mas ele me dava alegrias. Me fazia rir com suas piadas e me abraçava quando brigávamos.

Amigos de infância. Crescidos na mesma rua. Opostos completamente. Ele, sensível... Simpático. Eu hora compreensível, hora detestável.

Eu sorria e ele também, fazia toda a diferença.

Insegurança. Vem dia... Passa dia...

A sua transa não é das melhores... –

Não é apenas... Não houve. –

Você é um fracassado não é? –

Não estamos afins. Pare de me encher. –

Já pensou no por que dele não estar "afim"? –

Porque ele não é tão oferecido quanto sua mãe?-

Porque o problema é você. Talvez ele não se sinta atraído... –

Ele quer se seja especial... –

Isso será com você ou com outra pessoa? –

Dane-se Weasley, ele não é nenhum promíscuo destes que você está acostumado a dormir. Vou embora daqui! –

Ele está te tornando patético. Sinto pena. –

Engula sua pena ou a enfie onde bem entender. –

Não havia poesias... Músicas... Bombons ou flores.

Havia algo que nos unia. Nos protegia. Nos fortalecia.

Havia ele... E eu gerava em torno dele.

Você... Eu... Eu posso? –

O que? –

Ir de mãos dadas com você? –

Bobo. Não precisa perguntar! –

Me sinto... –

Eu sei. –

Sabe? –

Eu também sinto... –

Não havia juras de amor. Não havia certezas. Mas havia confiança... Havia franqueza.

Pois é. Havia...

Pare... –

Por quê?... –

Eu não sei se estou preparado. –

Céus. –

Não fique zangado. –

Não estou! Mas não é como se você fosse uma donzela ou algo do tipo. –

Não estou me fazendo de donzela! Só não quero de qualquer jeito... –

Não seria de qualquer jeito!... Você... Você sabe... –

Você ficou vermelho? –

Não eu não fiquei! –

Que lindo! –

Cale a boca. Vai me acompanhar em casa? –

Sabe que você fica lindo assim? –

Não me faça te jogar pela janela. –

Você me jogaria com carinho? –

Você consegue ser irritante. –

E você é lindo! –

Apenas deitados no gramados. Nada nos prendia. Nada nos separava.

Eu o abraçava e adormecia.

Ele suspirava e sorria.

Nesta época era o que me preenchia, tudo...

Rafael... Rafael querido... –

Marta? –

Oh Rafael... –

O que aconteceu?! Você está bem? Onde está Mateus?

Rafael... Meu menino... Ele... Ele não voltará mais. –

Como não voltará? Mateus não me deu noticias! Onde ele está? –

Com Raquel. Ele... Ele se casará com ela. –

O que? –

Ela precisa de um pai... –

A senhora está louca! Como pode dizer isto? –

O pai dela... Antony a ameaçou de morte! ... Ameaçou a menina de morte! –

Diga-me onde está Mateus! –

Não posso... –

Como não?! Eu tenho que falar com ele! –

Rafael... Meu pequeno... Ele me pediu... Me pediu para te dizer que não o procure mais. Ele se casará com Raquel para livrá-la da morte junto à criança que ela espera. –

Ele... Essa criança... –

Não, Rafael! Ele... –

Saia. –

Rafael... –

Saia! –

Oh... –

A dor move pessoas. Não justifica seus atos.

A linha que nos distancia da insanidade é quase nula.

Mal a sentimos...

O que você fez? Seu doente! –

Ele... Não podia... Me feriu... –

Como pôde fazer isto com ele? –

Apenas... Adormeceu. –

Você o matou! –

Não... –

O matou seu desgraçado! O matou! –

Eu não faria... Eu... –

Por que fez isso? Ele te amava! –

Ele me traiu... E foi embora. –

Ele não podia deixar Antony desconfiar de nada! O casamento era de fachada! Ele precisava se afastar de você! –

Mateus... –

Você o matou. Matou quem mais te amou! Você merece ir para o inferno! –

E ele para o céu... –

Não tinha o direito... Não tinha, não tinha... –

Nada. Absolutamente nada.

O sol não aquece. As refeições não satisfazem. O remédio não cura.

Minha mente nublada. Minha voz apagada. Meu interior... Opaco.

Absolutamente nada.

Sr. Newton? –

... –

O Sr. Tem visitas! –

...Rafael? –

... Você? –

Eu vim lhe tirar daqui. –

Mateus... –

Não devíamos ter discutido. Eu sei o quanto você sofreu... –

Não. Não você não sabe. –

Os meses em coma... Você trancafiado neste lugar... –

Me disseram que você... –

Não. Eu... Eu não poderia... Existe você... –

Estou num purgatório. –

Eu vim de resgatar! –

Este lugar também é seu. –

Meu lugar é ao seu lado. –

Então me leve pra casa. –

Me faça voltar a viver... –

Eu... –

Eu também. –

A linha que nos prende... Nos mordaça... Nos oprime... Nos atinge...

Ele possui e eu também.

Ela ameniza... Cura... Guarda... Acolhe.

Ele sorri. Eu o olho.

Há quanto tempo eu não sorriu? ... Voltarei a sentir?

... Quando ele entrelaça nossas mãos, vejo que não estou tão cansado para desistir...

Ele faz tudo valer a pena.

END

Paula- Chan