- Naruto não me pertence, e eu nem sei de quem é, porque essa é uma fic no escuro.
- A música 'Aconteceu' é do grupo Ludov, e eu também nunca a ouvi, só conheço a letra.
- OCC sim, o que mais você podia esperar de uma ficwriter que mal conhece o anime! Spoilers do episódio 109.
Betado milagrosamente pelo Sasuke-kun... e olha que eu nem precisei processar ele pra fazer isso!
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Aconteceu
Prólogo
Estava tudo muito certo e claro.
O que eu devia fazer, como eu devia agir. Eu sabia exatamente como seguir minha vida até chegar aonde eu queria. Aonde eu tinha que chegar.
Não é uma questão de escolhas, são coisas que simplesmente temos que fazer. E tudo estava no lugar, tudo era uma estrada muito nítida onde eu podia prever quase todas as pedras e inclinações... Claro, eu não previa você.
Mas eu seria um covarde se mudasse tudo agora.
Como eu disse, não é uma questão de escolhas.
É uma questão de saber ou não o que se pode escolher. E eu não podia escolher você.
estrelei um papel que não era meu na sua vida
não tive talento
fui desatento
não decorei sua cor preferida
não tive saída
aconteceu
Eu achei mesmo que pudesse evitar.
Que garota no meu lugar não pensaria o mesmo? Era só escolher: a paz ou a vingança. Mas eu já sabia que, pra você, nunca haveria uma sem a outra.
Se fosse só por honra... como essas lutas tolas que a gente assiste todos os dias. Mas não era, nunca foi. Tinha algo mais doído. Mais íntimo. E talvez, se eu soubesse o que era, se eu pudesse entender, ler uma única vez o que realmente estava escrito naquele ódio todo.
E eu nunca pude.
Acho que realmente acreditei que dizer todas as coisas que você sempre soube fossem mudar alguma coisa. Tolice minha.
Porque imaginar na minha cabeça tudo que você podia fazer, tudo que você podia entender, tanta coisa pra se começar do zero... não é o bastante.
E eu só preciso entender agora que era só eu, vendo uma história que só existia pra mim.
Mais ninguém.
e num palco vazio você me deixou
a luz se apagou
não li o roteiro
se o mundo inteiro pudesse aplaudir
a cena que eu inventei pra nós dois
Ele a deitou no banco de pedra.
Sabia que não poderia se arrepender por todas as coisas não feitas, os olhares dissimulados, pelas palavras mal-ditas, pelo tempo perdido.
Tinha tudo ensaiado.
Tudo programado e destinado.
Queria poder ter dito alguma coisa melhor, mas nunca fora bom nisso. Era melhor manter o papel até o fim.
Nem sequer sabia se iria sobreviver ao treinamento, quanto mais quando finalmente encontrasse seu irmão. Tinha que derrotá-lo, sim! Mas sair com vida não era uma parte tão essencial de seu plano.
Sabia que as chances eram mínimas de que isso acontecesse.
E, sinceramente, elas não importavam tanto assim.
Talvez, se um dia ele pudesse realmente voltar à vila, e a encontrasse sã e salva, então ele teria certeza de havia valido a pena perder cada toque, cada minuto dela.
No momento, ele não podia encerrar aquele teatro.
mas não tenho escolha
agora adeus, adeus
não tenho escolha
adeus
