Essa é uma pequena continuação que escrevi, como especial de Natal, para 'As Cores do Vento', ela é de presente para minha super mana, que desde que eu comecei a escrevem, vem acompanhando meus trabalhos não só como revisora, mas como a grande mente criminosa que me da os empurrões XD e faz meu bom senso funcionar direito.
Em suma, espero sinceramente que gostem dessa história.
Boa Leitura!
Nota: Os personagens de Saint Seya não me pertencem, apenas Lílian, Elisa e Vitória são criações únicas e exclusivas minhas para essa saga.
Especial de Natal
Uma Centelha de Esperança.
Capitulo 1: Vitória.
Espreguiçou-se manhosamente na cama, sentindo um par de braços fortes estreitarem-se em sua cintura, fazendo um doce sorriso brotar de seus lábios. Abriu os olhos com calma, notando que o pesado véu que envolvia o leito em que repousavam, ainda estava fechado.
Não sabia se lá fora já era dia, ou se estavam a poucos minutos de ver o sol nascer, mas naquela época do ano era sempre a mesma coisa, então não se preocupava mais com isso. Já estavam em dezembro e pelo menos uma vez por dia uma tempestade de neve cobria toda a Turingia de branco.
Ouviu-o ressonar baixinho, virou-se de lado, fitando a expressão serena do jovem de melenas douradas dormindo. Tocou-lhe a face carinhosamente, sentindo-o estreitar ainda mais os braços em sua cintura.
E pensar que tudo mudara a exatos três anos atrás, nunca pensou que fosse viver tantas coisas boas como estava vivendo agora junto com ele; Pandora pensou, afastando cuidadosamente alguns fios dourados que caiam sobre os olhos dele.
Com cuidado, desvencilhou-se dos braços dele, levantando da cama rapidamente, viu-o tatear o lugar que estava, buscando por si, para em seguida remexer-se um pouco na cama voltando a dormir, agora abraçado ao travesseiro que usara.
Balançou a cabeça levemente para os lados, enquanto vestia um hobby que deixara sobre uma poltrona no canto do quarto e encaminhava-se para o banheiro. Viu por uma pequena fresta na cortina que realmente, faltavam alguns minutos para amanhecer.
-o-o-o-o-
Estava realmente com muito sono, passara o dia anterior inteiro ajudando Pandora e o resto do pessoal a organizarem o castelo, sem contar as vezes que tivera de literalmente sair caçando Vitória pelo corredores.
Suspirou suavemente remexendo-se na cama, tateou o outro lado buscando pela esposa, mas não a encontrou, conseguindo apenas captar poucos resquícios do perfume suave exalado pelos longos cabelos negros, ainda impregnados na fronha.
Ouviu passinhos delicados aproximando-se, um meio sorriso formou-se em seus lábios, enquanto fingia ainda dormir.
Logo a porta abriu-se e uma garotinha que tinha por volta de três anos, de longos cabelos dourados e orbes violeta entrou cautelosa, olhando para os lados, não vendo ninguém em seu caminho, continuou, aproximando-se da cama.
Afastou os véus, deparando-se com o cavaleiro ainda dormindo, um sorriso arteiro formou-se em seus lábios, enquanto seus olhos cintilavam. Ergueu parcialmente a barra da camisola e subiu na cama, tentando ser o mais silenciosa possível, ficou em pé, tentando equilibrar-se na cama.
Sentindo-se mais segura, sorriu ainda mais, preparando-se para pular sobre o jovem que ainda parecia dormir, mas mal saltou, Radamanthys rapidamente abriu os olhos, virando-se de costas na cama, pegando-a entre seus braços antes que Vitoria caísse.
-Pensou que me pegaria desprevenido, hein, mocinha? –ele perguntou, vendo a criança rir, balançando as perninhas no ar.
-Pai; a garotinha falou rindo, enquanto ele lhe deitava na cama, lhe fazendo festinha na barriga.
-Mas que bagunça é essa aqui? –Pandora perguntou, aproximando-se com ar sério, vendo os dois voltarem-se para ela com os orbes arregalados, como se houvessem sido pegos em flagra.
-Mãe; Vitória falou, erguendo os braços para ela, pedindo colo.
Balançou a cabeça levemente para os lados, não tinha como ficar séria diante daqueles olhinhos brilhantes.
-Ainda é muito cedo para a senhorita estar fora da cama, sabia? –Pandora perguntou, sentando-se na beira da cama ao lado do marido, enquanto a garotinha sentava-se em seu colo.
-Mas...; Ela balbuciou, fazendo beicinho.
-Acho que por hoje não tem problema, não é querida? –Radamanthys perguntou, piscando para a criança que riu, concordando.
-Pelos deuses, o que faço com vocês dois? –Pandora falou, rindo.
-Nos de muito amor e carinho, que o resto a gente negocia depois; Radamanthys falou num sussurro sedutor em seu ouvido, fazendo-a corar.
Dois toques na porta foram ouvidos, enquanto a garotinha aconchegava-se entre os braços da mãe, esfregando os olhinhos, sonolenta.
-Entre; Radamanthys falou, afagando as melenas douradas da filha, que rapidamente pulou para seu colo, acomodando-se melhor.
-Pandora. Radamanthys. Vitória sum-...; Lílian falou, parando surpresa ao ver a garotinha que agora dormia nos braços de Radamanthys.
-Esta tudo bem; Pandora respondeu, sorrindo.
-...; Lílian assentiu, suspirando aliviada.
Prometera a Pandora que cuidaria da menina aquela noite, mas acabara por cair no sono por um minuto e quando abrira os olhos novamente a garotinha havia simplesmente feito uma Tereza com as fronhas e descido do berço sumindo em meio aos corredores do castelo.
-Não se preocupe, cuidamos dela agora, obrigado; Radamanthys agradeceu, enquanto levantava-se da cama, carregando a garotinha que agarrou-se ainda mais fortemente nas vestes do pai, ressonando baixinho.
-Então, bom dia e com licença; Lílian falou, sorrindo, enquanto fechava a porta e se afastava.
-Ainda fico me perguntando como ela consegue fazer aqueles nós; Radamanthys comentou, deitando a garotinha dentro do berço em um canto do quarto.
-Uhn! Não sei quem ela puxou; Pandora respondeu em tom casual, aproximando-se dele.
-O que quer dizer com isso? –ele perguntou, voltando-se para ela com a sobrancelha levemente arqueada.
-Que ela é copia viva sua; ela respondeu dando-lhe um beijo suave nos lábios. –Isso me lembra que ainda preciso pedir a Lílian que me de uma copia das fotos da festa da primavera retrasada quando você desmaiou.
-Hei, eu não...; Radamanthys parou, serrando os orbes e cruzando os braços na frente do corpo emburrado.
-Já ouviu aquela frase que diz assim... 'Esse é o tipo de coisa que nos fará rir muito um dia'? –Pandora perguntou com um sorriso maroto nos lábios, enquanto cobria a filha com uma manta de lã.
Lembrou-se do que acontecera quando o marido recebera a noticia de que estava grávida, não sabia o que fazia primeiro, tentava ampara-lo e depois ria, ou se ria primeiro e depois o amparava.
-Lembrança-
Três meses já haviam se passado que estavam juntos, três meses que o mundo se transformara em algo maravilhosamente colorido, graças a ele; ela pensou, andando pelos corredores do castelo com um largo sorriso, que durante muitos anos mal sabia o que era isso.
A primavera estava chegando, então o vilarejo sempre fazia um festival para comemorar tal data, como era uma vila campestre, todos tiravam sua subsistência de hortas comunitárias e trabalhos artesanais.
Então, aquele ano resolvera abrir as portas do castelo para que as comemorações fossem feitas lá. Por isso todos estavam correndo apressados para aprontarem tudo até à tarde.
Parou por um momento, apoiando-se na parede, sentindo uma estranha onda de vertigem.
-Lady Pandora; Elisa chamou, aproximando-se correndo ao vê-la empalidecer.
-Foi só uma vertigem; Pandora respondeu, tentando tranqüilizar a garotinha.
-Mas...; Ela murmurou, vendo a jovem se recompor, respirando fundo.
Estranho, não era de ficar sentindo vertigem do nada; Pandora pensou, confusa. Balançou a cabeça levemente para os lados. Não poderia ficar perdendo tempo com isso, tinha mais coisas para fazer;
-Esta tudo bem Elisa, foi passageiro; Pandora respondeu sorrindo, afagando levemente os cabelos negros da garotinha, tentando tranqüiliza-la.
-Se a senhora diz; a menina respondeu, ainda desconfiada quanto ao fato dela esta realmente bem. –Mas posso te ajudar em alguma coisa, mamãe não me deixa chegar perto da cozinha; ela falou, fazendo beicinho.
-Claro que sim e ela esta certa, lugar de criança não é na cozinha, é muito perigoso; Pandora falou, seguindo com ela pelos corredores.
-Mas...; A garotinha balbuciou contrariada, tentando acompanhar os passo dela.
-Sabe aonde esta meu marido? –a jovem perguntou, enquanto seguiam para o salão de festas.
-Isso que vim lhe dizer. Lorde Radamanthys pediu para avisar que foi a vila com papai buscar algumas coisas, mas que antes do almoço estão de volta.
-Está certo, agora vamos logo, que Sophia deve estar nos esperando; Pandora falou, referindo-se a costureira que ficara de fazer os últimos ajustes em seu vestido.
-...; Elisa assentiu sorridente, seguindo com ela para receber à senhora, na entrada do palácio.
-o-o-o-o-
Suspirou cansado, ouvia o senhor a seu lado discutir algo sobre salada de frutas e doces caseiros quando a única coisa que queria era estar no palácio com sua esposa; ele pensou, passando a mão levemente pelos cabelos.
-Algum problema Radamanthys? –Alan perguntou, voltando-se para Radamanthys.
-Uhn!... Ah, não, problema algum; ele respondeu, com um sorriso sem graça.
-Com licença; o senhor falou, despedindo-se do outro e puxando o cavaleiro consigo. –Não se preocupe meu jovem, já tive a sua idade e sei o que esta lhe incomodando; ele falou, compreensivo.
Suspirou novamente, olhando para o céu e avistando ao longe as torres do palácio se erguerem.
-Quando Lílian e eu nos casamos era a mesma coisa; Alan falou, enquanto seguiam até uma floricultura.
-Verdade? –Radamanthys perguntou surpreso.
Era inegável que aquele incomodo todo tinha a ver com Pandora, queria estar com ela a todo momento, talvez como uma forma de compensar os anos que foram obrigados a ficarem separados, mas mesmo assim, a amava demais e era realmente um martírio ter de ficar longe dela; ele pensou.
-Isso mesmo, éramos muito jovens quando nos conhecemos, ela havia voltado a Turingia quando soube o que aconteceu no palácio, foi quando nos conhecemos e aos poucos nossa amizade foi evoluindo e cá estamos; Alan completou, sorrindo. –Um ramalhete, por favor; ele pediu, apontando para algumas rosas vermelhas num vaso.
-Só um momento senhor; uma jovem de melenas castanhas respondeu.
-Mas acredito que seu incomodo se deve pelos anos que ficaram longe, não? -Alan continuou.
-Você não faz idéia, eu vivi no inferno; Radamanthys respondeu, sem reprimir um meio sorriso pela ambigüidade da frase.
-Não duvido; o senhor comentou, enquanto pagava, voltou-se para o cavaleiro lhe entregando o ramalhete. –Vai lá garoto;
-Mas...; Ele balbuciou surpreso.
-Não se preocupe, vou resolver mais algumas coisas e depois vou pro palácio, vai indo na frente; Alana falou, sorrindo.
-Obrigado; Radamanthys respondeu, pegando o ramalhete de rosas.
-LORDE RADAMANTHYS; Elisa gritou, aproximando-se correndo.
Voltou-se para a garotinha sentindo a cor abandonar-lhe a face e o coração falhar uma batida.
-Lady Pand-...; Ela mal terminou de falar e o cavaleiro disparou correndo para o palácio.
-o-o-o-o-
-Só mais um minuto; Sophia pediu, enquanto acertava a barra do pesado vestido.
Pandora respirou fundo, mirando-se do espelho, enquanto a costureira fazia os últimos acabamentos. Sentiu uma gota de suor escorrer em sua testa, estava quente ali; ela pensou, abanando-se.
-Senhora, por favor, não se mexa se não posso cutuca-la com a agulha; a senhora pediu.
Assentiu silenciosa, como queria que Radamanthys estivesse ali, não reclamava de estar organizando as coisas no palácio, só queria o marido por perto; ela pensou, suspirando.
Passou a mão levemente pelos cabelos, sentindo a testa cada vez mais úmida. Sabia que deveria ter tomado café direito, mas estava com tanta pressa em começar a organizar as coisas que tomara apenas uma xícara de café e comera alguns biscoitinhos, saindo em seguida.
-Lady Pandora, esta se sentindo bem? –Elisa perguntou, vendo-a empalidecer.
-Estou bem, só um pequeno mal estar; Pandora respondeu, vendo Sophia se afastar.
-É melhor se sentar; Sophia falou, indicando-lhe uma poltrona.
Assentiu, mas mal deu um passo a frente sentiu novamente uma onda de vertigem lhe abraçar e devido à falta de apoio lateral teria ido ao chão, se a senhora rapidamente não tivesse a amparado.
-Elisa, chame sua mãe e vá buscar Radamanthys; Sophia mandou, enquanto tentava segurar a jovem.
-o-o-o-o-
Sentia o coração disparar, entrou num rompante no palácio, encontrando um dos empregados no meio do caminho que lhe avisou que Pandora estava em seu quarto com o médico.
Sentiu um nó formar-se em sua garganta e uma onda de pânico lhe envolver, chegou ao corredor, vendo Lílian e Sophia lhe esperando. Era estranho, mas as duas senhoras pareciam calmas demais; ele pensou.
-Radamanthys, que bom que chegou; Lílian falou, sorrindo ao recebe-lo.
-O que aconteceu? –o cavaleiro perguntou, quase num sussurro, as palavras simplesmente não conseguiam sair direito; ele pensou.
-Não se preocupe, César esta com ela; Sophia respondeu, referindo-se ao médico que há muitos anos cuidava de todos da vila e era um velho amigo da família.
-...; Assentiu silenciosamente, enquanto começava a andar de um lado para outro, tentando conter a ansiedade que estava sentindo.
-o-o-o-o-
Abriu os olhos lentamente, não se sentia mais atordoada, mas ainda sim não conseguia mover-se na cama; Pandora pensou, reconhecendo o lugar que estava como seu quarto.
-Que bom que já acordou; ouviu alguém falar consigo, virou parcialmente o rosto, deparando-se com um senhor idoso próximo da beira da cama.
-César?
-Você nos deu um grande susto, Pandora; ele falou sorrindo, enquanto sentava-se na beira da cama.
-O que aconteceu? –Pandora perguntou, ameaçando se levantar, mas ele impediu.
-É melhor que fique de repousou, alias, a partir de agora, você esta proibida de fazer qualquer esforço; César falou, vendo-a acomodar-se melhor. –Lílian me contou que você não se alimentou direito, depois vou deixar com ela uma receita com uma dieta mais saudável e você terá de segui-la direito.
-Mas...;
-E espero você pelo menos uma vez por mês no meu consultório; o médico continuou.
Piscou seguidas vezes tentando entender o que ele estava falando, está certo que sentia seu cérebro mais lento no raciocínio, mas definitivamente não entendia o que ele falava.
-Quer que eu chame Radamanthys para você dar a noticia? –ele perguntou, levantando-se.
-Como? –Pandora perguntou.
-Oras, para contar que agora vocês serão três; César respondeu sorrindo, como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
-O que? –Radamanthys perguntou, ao abrir a porta em um rompante.
Não agüentava mais ficar esperando do lado de fora sem saber como ela estava e quando abria ouvira apenas a frase 'para contar que agora vocês serão três'. Sentiu tudo girar a sua volta.
-Radamanthys; Pandora falou preocupada ao vê-lo empalidecer, ao compreender o que aquelas palavras implicavam, mas mal teve tempo de falar algo, viu-o simplesmente ir ao chão. –César; ela chamou o médico, desesperada. Vendo-o ter de ir socorrer o marido.
-Não se preocupe, você vai ver o que vai acontecer na hora do parto; César respondeu rindo, vendo que o cavaleiro só ficara inconsciente.
-O que esta acontecendo aqui? –Alan perguntou, chegando correndo com Elisa.
-Alana, por favor, me ajude; César pediu, apontando para Radamanthys.
-Ele desmaiou, pensei que fosse a Pandora a ter desmaiado; Alan comentou, enquanto o colocavam na cama.
-Pobrezinho, isso porque é o primeiro; César brincou, fazendo Pandora ficar extremamente corada.
-Bem, não se preocupe, logo ele acorda, se precisar de algo estamos por perto; Lílian falou sorrindo compreensiva.
-...; Pandora assentiu, vendo todos deixarem o quarto.
-Fim da Lembrança-
-Não esqueça de me passar o endereço do infeliz que criou essa frase, para mandar mata-lo depois; Radamanthys falou tirando-a de seus pensamentos, abrandando o olhar, lembrando-se em que dia estavam.
-Radamanthys; a jovem falou, repreendendo-o com o olhar. –Não deveria falar esse tipo de coisa perto de uma criança;
-Mas ela esta dormindo; o cavaleiro se defendeu.
-E você acredita; ela falou, fitando-o com a sobrancelha arqueada. –Inocente; a jovem balbuciou, se afastando.
-...; Entreabriu os lábios para contestar, mas fechou-os em seguida sem emitir som algum.
Suspirou, balançando a cabeça levemente para os lados, dando-se por vencido, contra aquelas duas não tinha como bater de frente; ele pensou sorrindo.
–Estive pensado em algo;
-No que? –Pandora perguntou, sentando-se na beira da cama ao lado dele.
-Sobre hoje à noite; ele começou, mas parou vendo a garotinha abrir um dos olhos no berço, atenta a conversa. Era surpreendente como Pandora sempre sabia quando Vitória estava ou não dormindo; o cavaleiro pensou. –Mas depois conversamos sobre isso;
-Papai malvado; Vitória falou manhosa, sentando-se do berço, vendo que fora descoberta.
-E você é muito espertinha fingindo que esta dormindo; Radamanthys falou, sorrindo.
Vitória cruzou os braços na frente do corpo, fechando a cara, emburrada. Enquanto uma fina mechinha de cabelos dourados caia sobre seus ombros.
-Não disse; Pandora falou, voltando-se para ele e apontando a garotinha.
-Olha, se você ficar assim não vai poder ver o Papai-noel chegando de noite; o cavaleiro falou, vendo-a rapidamente suavizar a expressão, fazendo-o sorrir vitorioso.
-Isso sempre funciona; ele falou num sussurro.
-Bom saber que vocês só funcionam sob suborno; Pandora falou, fitando-o com os orbes serrados.
-Her! Querida, não é bem assim; Radamanthys começou, com um sorriso sem graça, passando a mão nervosamente pelos cabelos.
-Papai ta encrencado; Vitória falou rindo.
Os dois trocaram um olhar carinhoso, balançando a cabeça levemente para os lados. O maior presente que tinham era poderem viver tudo aquilo juntos e com a chegada daquele natal isso apenas reforçava os laços que os uniam.
-É melhor eu me trocar, fique de levar a mocinha sapeca ai, para passear hoje de manhã; Radamanthys falou, se levantando vendo-a sorrir animada, ficando em pé no berço.
-...; Pandora assentiu, enquanto aproximava-se de Vitória. –Vou leva-la até o outro quarto pra troca-la, passe lá depois; ela avisou, pegando a garotinha no colo.
-Está certo; ele respondeu, entrando no banheiro em seguida.
Continua...
