N/A: Estou com mais uma história, já que terminei Pedido de Natal e como não tenho outra coisa para ocupar meu tempo hahahaha
Vou deixar a sinpose, porque assim dá para ter uma ideia melhor da história :D
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Inglaterra, 1818
Isabella Swan não podia entender por que a família escolhera passar as férias em uma tediosa estação de águas termais. Nada ali era capaz de estimular sua mente inquisitiva… até a noite em que o colar de esmeraldas de lady Culpepper foi roubado! Ela precisava usar seu prodigioso raciocínio para esclarecer o crime e manter as mãos longe do enigmático homem de preto… o atraente lorde Edward!
O marquês de Ashdowne, Edward Masen, entediava-se com a falta de emoção que marcava seus dias. Mas quando a exótica Isabella Swan literalmente tombou em seus braços, ele soube que se envolvera em uma árdua tarefa. A mulher era um desastre em pessoa, e ele queria sobreviver àquela confusão!
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E ai, gostaram? Se sim, continuem pois temos o primeiro capitulo se não, eu lhe pergunto: O que ainda esta fazendo aqui? hahahaha
Bon Appétit
CAPÍTULO I
Ninguém levava Isabella Swan a sério.
Fora agraciada pela natureza com um corpo bem moldado, de curvas perfeitas, longos cabelos cacheados e olhos castanhos, frequentemente comparados à chocolate derretido. Entretanto, tal dádiva tornara-se um verdadeiro desgosto em sua existência. As pessoas a viam somente uma vez e logo decidiam que ela não possuía cérebro.
A maioria dos homens não concebia a inteligência como uma das aptidões femininas. No caso de Isabella, eles apenas a enxergavam como uma tola.
Era terrível.
Sua mãe, embora adorável, tinha personalidade fútil. O pai, apesar de nobre, não abria mão do aspecto ruidoso que o caracterizava. Bella não duvidava de que seria mais feliz caso se parecesse com ambos.
Infelizmente, após quatro gerações, ela fora a única Swan que herdara as qualidades de seu tio-avô Morcombe, um notório erudito de mente célebre.
Tão logo aprendera a falar e ler, Bella passara a devorar as mais variadas maneiras de es tudo, sobrepujando as governantas da família, a academia local para jovens damas e o tutor de seu irmão com igual fervor.
Contudo, solucionar mistérios era sua maior paixão. Abominava o fato de ter nascido mulher, pois essa condição a impedia de ingressar na equipe de investigadores de Bow Street, em Londres.
Em vez de rastrear pistas e capturar criminosos, era obrigada a se contentar com pequenos folhetins que compunham a escassa literatura de Chatham's Corner, o pequeno vilarejo onde reinava seu pai como nobre e xerife.
Aquele ano, jurou a si mesma, seria diferente. A família, que costumava manter tradições, des locara-se a Bath para passar o verão. E Bella tencionava aproveitar ao máximo a estada na benéfica cidade.
Com certeza, poderia colocar em prática suas habilidades naquela famosa estação termal, repleta de turistas. E, sem dúvida, a população de Bath possuía uma natureza muito mais sagaz que os habitantes rurais aos quais estava acostumada.
Porém, após uma semana frequentando o Pump Room e caminhando pelas principais avenidas da cidade, Bella teve de enfrentar o desapontamento. Embora adorasse explorar novos locais, ela não havia conhecido ninguém interessante. Pior, não acontecera nem sequer um fato com o qual pudesse se distrair.
Respirou fundo e fitou o salão da residência de lady Culpepper, ansiosa por encontrar algum interesse maior entre os convidados da exuberante festa. No entanto, viu apenas viúvas e cavalheiros comuns que transitavam por Bath naquela época do ano.
Várias senhoritas, mais jovens que ela, permaneciam ao lado das respectivas mães, esperando laçar um marido entre os abastados visitantes. Diferentemente delas, Bella se dispunha a conhecer alguém com uma mente mais ampla, cheia de ideais, cujos interesses comungassem com os dela e que não pensasse no casamento como o único objetivo de vida.
De repente, divisou em meio à multidão uma figura elegante, trajada de preto. Intrigada, Bella arregalou os olhos. Não seria preciso ter cérebro para deduzir que a aparição do marquês de Ashdowne era incomum. Os altos membros da sociedade inglesa raramente frequentavam Bath.
Um homem bonito e carismático, pertencente à classe do marquês, preferia ficar em Londres ou acompanhar o príncipe regente a Brighton. Ou então, refletiu Bella, optaria por desfrutar de festas escandalosas em sua elegante mansão.
Desde que ouvira rumores da chegada do marquês, ela havia suspeitado do súbito interesse do marquês em Bath. No fundo, gostaria de desco brir a razão que o trouxera àquela cidade, porém não fora apresentada a ele.
O marquês instalara-se havia poucos dias, causando um verdadeiro furor entre as jovens senhoritas, incluindo as irmãs de Bella. Era difícil vê-lo com perfeição devido à multidão de mulheres que o rodeava na festa.
O marquês, Edward, possuía uma das luxuosas casas de Camden Place, a região mais valorizada da cidade. E aquela era a primeira vez que ele se misturava à população comum de Bath. No mínimo, o marquês viera aproveitar as águas milagrosas de Bath. Mas Bella achava a idéia absurda, já que ele devia ter pouco mais de trinta anos e não aparentava estar doente.
Sem sombra de dúvida, o homem não sofria de nenhuma moléstia, Bella concluiu em pensamento, quando conseguiu ter uma boa visão do marquês.
Ele exalava saúde. A bem da verdade, o marquês de Ashdowne era o homem mais saudável que Bella já vira, decidiu ela, quase perdendo o fôlego. Era alto, provavelmente um metro e oitenta, e esbelto. Não transparecia magreza, mas sim músculos muito bem desenvolvidos.
Sobretudo, o marquês possuía graça e requinte, qualidades que Bella não esperava encontrar nos debochados membros da alta sociedade.
Era um homem viril, uma característica que a pegou de surpresa enquanto vistoriava a elegância explícita do marquês. Os cabelos eram acobreados e bem cortados, os olhos possuíam o verde dos campos e os lábios… Bella não pôde encontrar palavras para descrevê-los. As curvas sutis e a pequena protuberância no lábio inferior pareciam irreais. Edward, ela ponderou, fora contemplado com uma beleza máscula além da razão.
Era capaz de despertar o interesse de qualquer ser na face da terra.
A conclusão foi chocante, embora Bella soubesse que o julgamento inicial fosse baseado somente em aparência. Alguém tão rico e poderoso não podia ter sido abençoado, também, com grande capacidade mental.
Enganara-se. Ao fitá-la, os olhos do marquês de Ashdowne exibiram o brilho inconfundível da inteligência. A explícita vistoria de Bella fluíra de tal forma que acabara por chamar a atenção do marquês. Entre tantas pessoas, Edward parecia muito interessado nela em particular.
Mortificada de vergonha, Bella recuou. Quando o marquês, em resposta, franziu a testa, ela sentiu-se corar. Em um gesto repreensivo, desviou o olhar.
Estivera apenas estudando o homem, tal qual fizera com outros convidados. E, no fim, terminara por aborrecer-se diante do olhar intimidador do marquês. Edward devia vê-la como as outras jovens que praticamente se derretiam a seus pés.
Bella esgueirou-se entre os convidados e, ao aproximar-se do imenso pátio diante do salão, deu-se conta de que perdera uma ótima oportunidade de conhecê-lo.
Fantástico! Exasperada, sacudiu a saia, sa bendo que havia deixado os sentimentos interferirem na investigação. Nem sequer podia imaginar um detetive de Bow Street abandonando um caso porque o suspeito o encarara de modo tão profundo.
Com um suspiro de irritação, Bella retornou ao salão, mas seu lugar fora preenchido por outras mulheres, jovens e de idade mais avançada.
Então, sua mãe apareceu, persuadindo-a a dançar com um dos rapazes. Por experiência, ela sabia ser inútil argumentar com a Sra. Swan.
O Sr. Nichols, Bella logo descobriu, um rapaz de Kent, fora a Bath com a família pois o pai sofria de dores reumáticas e as águas termais faziam parte do tratamento. Contudo, a conversa não se estendeu além disso. Em poucos minutos, a atenção de Bella voltava a um tópico bem mais estimulante.
Esticou o pescoço para visualizar Edward sobre o ombro do sr. Nichols. Quando por fim conseguiu, viu-o caminhar em direção ao jardim acompanhado de uma jovem viúva que, aparentemente, abandonara o luto.
Quanto às perguntas triviais do sr. Nichols, ela as respondia forçando um sorriso. Ora, não tinha tempo a perder com tolices. Porém, ao notar a expressão aparvalhada de seu companheiro de dança, Bella enervou-se. O homem não tirava os olhos do pescoço alvo, rodeado de cachos castanho avermelhado. E pior ainda, ele fixava-se nos seios alvos ilumados pelo decote que a sra. Swan alegara ser a última moda em Paris.
Claro, o rapaz nem sequer escutava o que ela dizia e, em momentos como esse, Beçça via-se tentada a sussurrar uma obscenidade ou confessar um crime hediondo na tentativa de recobrar a audiência.
Seus admiradores se resumiam em dois tipos: os que não prestavam a menor atenção ao que ela dizia e os que absorviam cada palavra.
Infelizmente, o último, não teria qualquer utilidade tanto quanto o anterior porque não conseguia engajá-los em uma conversa significativa. Os idiotas concordavam com tudo que ela dizia!
Teria de se acostumar a tal condição, pensou ela com certo desaponto.
Sua mãe sempre pregava as virtudes do casamento e da paternidade, mas como conceber a idéia de passar uma vida inteira ao lado de um homem sem atrativos intelectuais?
De que forma, vivendo em uma minúscula cidade do Texas, ela poderia conhecer alguém? A educação entre os pequenos nobres surgia casual mente, e mesmo aqueles que obtiveram o mínimo de conhecimento pareciam embriagados diante da beleza feminina de Bella.
Era a maldição de sua existência. Portanto, para a decepção da mãe, ela desencorajava os pretendentes e resignava-se à vida de solteirona, na qual ganharia liberdade para se vestir e agir da maneira que bem desejasse, vivendo da herança que seu tio-avô Morcombe lhe prometera.
Foi um alívio escutar os últimos acordes da melodia. Alegando sede, Bella pediu ao animado sr. Nichols que lhe trouxesse um refresco. Passar alguns instantes longe dele seria gratificante.
— Ele não é maravilhoso? — a sra. Swan sussurrou no ouvido da filha. — Fiquei sabendo por fonte fidedigna que ele receberá do avô um adorável pedaço de terra em Yorkshire, o que lhe proverá cerca de mil libras ao ano!
A voz entusiasmada da mãe impeliu Bella a proferir uma réplica grosseira. Mas, se não fosse o sr. Nichols, outros homens lhe seriam apresentados. Então, ela apenas assentiu e voltou a vasculhar o salão à procura de Edward.
Para sua surpresa, ele se encontrava na pista de dança, movimentando-se com tanta desenvoltura que Bella se surpreendeu ante as estranhas sensações que percorriam seu corpo.
— Com licença, mamãe — ela murmurou, afastando-se.
— Mas o sr. Nichols…
Ignorando os protestos da matriarca, Bella misturou-se aos convidados. Embora houvesse perdido sinal de Edward, respirou aliviada por livrar-se das investidas da mãe e do sr. Nichols.
Devagar caminhou entre as pessoas, observando e escutando. Era um de seus passatempos favoritos, pois sempre havia a chance de conseguir informações importantes. Não se tratava de fofocas, claro, mas algo pertinente à investigação.
Nesse caso, precisava de dados acerca de Edward.
No entanto, não ouviu nada de útil, somente que ele era elegante, charmoso e outros adjetivos semelhantes. Ganhara o título de marquês após o falecimento do irmão mais velho e, de acordo com uma nobre senhora, Edward multiplicara a própria fortuna, sem manter o aspecto arrogante que caracterizava os abastados.
As conversas giravam ao redor do mesmo tema. Edward parecia ser impoluto e tedioso. Em um impulso perverso, Bella sentiu-se determina da a descobrir algum deslize do marquês.
— Ah, Isa!
Desapontada, ela virou-se e encarou o pai ao lado de um cavalheiro de aparência sóbria. Outro pretendente, suspeitou, reprimindo a urgência de sair correndo porta afora.
— Sr. Newton, aqui está Isabella, minha filha mais velha! Uma garota adorável, como lhe disse, e muito esperta. Tenho certeza de que achará interessante conversar com ela.
Conhecendo o pai, Bella não duvidou das segundas intenções daquela súbita apologia a suas habilidades mentais.
— Isa, este é o sr. Newton. Ele acaba de chegar a Bath e pretende estabelecer-se aqui como vigário. É também muito erudito.
Bella sorriu e tentou cumprimentar o sr. Newton com certa educação. Ele era atraente, embora severo. Mas algo naqueles olhos cinzentos disse-lhe que o homem não possuía uma alma generosa.
— É um prazer conhecê-la, srta. Swan — Newton reverenciou. — De uma dama tão jovem não se espera entender as intrincadas racionalizações filosóficas. Na verdade, receio que a maioria dos homens ficaria impressionada diante de meu conhecimento, já que devotei minha vida ao estudo.
Antes que Bella pudesse confessar sua ad miração por Platão, o filósofo fundador da lógica, o sr. Newton prosseguiu:
— Devo admitir que Rousseau incitou uma grande discordância, o que foi uma infelicidade na França. Não vejo como responsabilizá-lo pelo destino fatídico dos franceses.
— Então o senhor acredita que… Bella começou, mas Newton cortou-a.
— Os homens mais brilhantes pagam um preço alto pela própria genialidade — ele declarou.
Não demorou muito para notar que o pomposo vigário incluía-se entre os perseguidos da acade mia. Bella sentiu-se desanimar. Não encontraria nenhum estímulo intelectual uma vez que o sr. Newton tinha o hábito de mostrar seu conhecimento e não de conversar.
Disfarçando um bocejo, ela permaneceu onde estava, enquanto o vigário dissertava um misto de teorias confusas, o que representava quão pouco ele compreendia acerca de filosofia. Por isso seu pai mostrara-se tão ávido para se livrar do homem!
Rapidamente Bella também perdeu a paciência.
— Oh, a anfitriã! — ela exclamou, tentando em vão desvencilhar-se.
Contudo, o sr. Newton não a deixaria escapar.
— Surpreende-me que tenha aberto a casa para pessoas de classe inferior à dela. Por experiência própria, sei que os nobres não são cordiais com os menos afortunados.
Embora lady Culpepper fizesse questão de de monstrar a nobreza, Bella não a considerava pior que a maioria.
— Confesso que ela poderia ser mais graciosa, mas…
— Graciosa? — Newton interrompeu-a, expressando desdém. — Ela e seus comparsas não são conhecidos pelo excesso de cortesia, mas sim por impor riqueza e poder sobre nós. Eu os vejo como seres frívolos sem nenhuma preocupação, exceto os próprios caprichos.
A veemência do sr. Newton surpreendeu-a. Porém, a fúria repentina desapareceu, sendo substituída pela passividade.
— Um homem em minha posição deve ser com placente diante da sociedade — ele acrescentou.
— Imagino que sua vocação seja convencer as pessoas a serem mais caridosas — Bella comentou.
— É gratificante saber que pensa dessa forma, mas não espero que uma dama tão linda compreenda a complexidade de minha posição — ele retrucou e Bella ficou tentada a chutá-lo nos joelhos para oferecer-lhe uma nova posição. — Na realidade, srta. Swan, rezo para que seja a graça divina que me libertará de uma noite tediosa.
Se havia imaginado que o vigário era tolo o bastante para não reparar em Bella, ela enganara-se. Enquanto falava, o sr. Newton fixava o olhar no decote ousado. Como religioso, ele a estudava com avidez exagerada.
— Se me der licença, sr. Newton, preciso procurar minha mãe — Bella mentiu e ocultou-se entre a multidão, antes que o homem iniciasse outro discurso maçante.
Depois de explorar a festa, mantendo os olhos e os ouvidos bem atentos, parou atrás de um enorme vaso de planta, onde pôde escutar várias con versas, todas elas cansativas.
Por fim, aborrecida, resolveu mudar de local quando, de súbito, ouviu o som de vozes sussurradas. Sem dúvida, haveria algo a suspeitar.
Silenciosa, Bella aproximou-se e se misturou à folhagem da planta, na tentativa de visualizar os suspeitos. Viu, então, um cavalheiro robusto, um tanto calvo, que ela logo reconheceu como sendo lorde Whalsey, um visconde de meia-idade. Rumores diziam que ele procurava uma esposa rica em meio às visitantes de Bath e, na verdade, faria sucesso com as mulheres, se bancasse o tolo.
Ao espiar por entre as largas folhas da planta, Bella pôde vê-lo ao lado de um homem, e ambos pareciam terrivelmente sérios. Ela chegou mais perto.
— Bem? Você conseguiu? — Whalsey indagou, expressando certa agitação na voz.
— Não exatamente — o outro homem retrucou.
— Como assim? Pensei que fosse pegá-lo hoje à noite! Droga, Cheever, jurou que faria o trabalho e…
— Espere um minuto — o homem chamado Cheever interveio. — Tudo sairá a contento. Houve uma complicação, e nada mais.
— Que tipo de complicação? — Whalsey gritou. — Você sabe onde encontrá-lo! Por isso viemos a essa estúpida cidade!
— Claro que está aqui, mas não tão visível a ponto de poder pegá-lo, certo? Precisei fazer uma busca e não tive a oportunidade exata porque há sempre um idiota por perto.
Esquecendo-se de Edward, Bella prendeu a respiração e embaralhou-se ainda mais à folhagem.
— Quem? — Whalsey perguntou.
— Os servos!
— Hoje é sua última chance. O que está fa zendo aqui?
— Também preciso me divertir um pouco, concorda? — Cheever argumentou. — Não é justo vê-lo dançar e cortejar as mulheres enquanto faço o trabalho sujo!
O rosto de Whalsey ficou transfigurado. Ele abriu a boca como se fosse gritar. Mas, para a decepção de Bella, o visconde recobrou-se e abaixou o tom de voz.
— Se quiser mais dinheiro, saiba que não o tenho…
Frustrada pelas palavras inaudíveis, ela inclinou-se um pouco mais. A planta, enraizada no belo vaso, pendeu para frente. Alarmada, Bella agarrou um dos galhos, esperando sustentar o tronco e a si mesma. Contudo, perdeu o equilíbrio.
Por um instante fugidio, Bella encarou os rostos horrorizados de lorde Whalsey e Cheever. Enquanto assistia a ambos fugirem da queda iminente, ela não reparou no outro homem que se aproximava.
Somente após virar-se violentamente para a direção oposta, ela o divisou. Mas foi tarde demais. Bella e a planta tombaram sobre ele, fazendo com que os três se estatelassem no chão.
Ao longe, Bella escutou exclamações. No entanto, pouco importava, estava ocupada em se desvencilhar das folhas que a cegavam. Encontrava-se sobre o carpete, com as pernas entrelaçadas as do homem, e seu vestido havia levantado, expondo os tornozelos. O pior de tudo era que não conseguira escutar maiores detalhes acerca do plano nefasto de Whalsey e Cheever. Maldição!
Afastando os cachos avermelhados, Bella tentou sentar-se. No mesmo momento, escutou um gemido e notou que seu joelho colidira com uma certa porção da anatomia masculina. Exasperada, ela fez menção de se afastar, mas, impedida pelas anáguas, tornou a cair. Mais exclamações ecoaram em torno dela. De súbito, ao perceber duas mãos fortes agarrando-a pela cintura, Bella ergueu o rosto e sentiu-se gelar. A face, que outrora transparecia arrogância, agora expressava puro desagrado, incrementando ainda mais os traços elegantes. Os lábios cerrados se curvaram.
— Por Deus, pare de se mexer! — ele ordenou.
— Edward!
Alarmada, Bella piscou algumas vezes e, então, as mãos poderosas a ergueram. Em questão de segundos o marquês a colocou de pé. Ela recuou um passo, mas Edward segurou-a.
O repentino calor daquele toque deixou-a atordoada. Como fogo, a pele parecia queimar sob a seda do vestido, produzindo ondas quentes pelo corpo.
Curioso. Bella encarou seu oponente, transfigurada. De perto, ele era ainda mais bonito; os olhos verdes brilhavam com tamanha intensidade que ofuscavam os dela, tornando-os insípi dos. No mesmo instante, sentiu uma estranha sen sação percorrer-lhe o ventre.
Edward soltou-a, expressando o desagrado ao limpar com a própria mão a sujeira do elegante traje. O marquês a fitava como se Bella fosse um mosquito irritante o qual gostaria de esma gar… ou, ao menos, livrar-se.
Chocada ante o constrangimento, murmurou desculpas que mais pareciam palavras desconexas de uma admiradora imbecil. Então, Bella, que acreditava ter passado da idade de ruborizar, sentiu as faces queimando de vergonha.
Não era, de forma alguma, uma daquelas donzelas obcecadas por casamento. Em um gesto de desespero, tentou encontrar uma maneira decente de convencê-lo do contrário. Mas as evasivas se perderam com a chegada de sua mãe, acompa nhada de dois criados munidos de apetrechos para limpar o chão.
— Isa! O que estava fazendo? Inspecionando a planta? — a sra. Swan perguntou, es tudando o arbusto. Em seguida, voltou-se à filha.
— Uma moça adorável, mas pouco graciosa, creio. — O comentário de seu pai deixou-a mais constrangida, assim como os risos caçoístas das irmãs.
— Está tudo bem, srta. Swan?
Para completar o quadro, o sr. Nichols apareceu novamente. E por que não, considerando o espetáculo que ela encenara?
— Ninguém é capaz de se mover com uma planta dessa montada no meio do caminho. E acredito que qualquer um corra o risco de se acidentar.
— Ele meneou a cabeça e fitou a barra do vestido que se rasgara.
Mortificada, Bella sacudiu a saia e suspirou. Sua mãe indicou-lhe uma cadeira, e o sr. Nichols ofereceu-lhe o refresco agora quente.
Enquanto o tumultuo prosseguia, Bella lutou contra a vontade de desaparecer. Era o alvo de todos os olhares, uma perspectiva terrível para alguém que tentara ser discreto. Havia instigado o interesse da nobreza justamente quando conse guira escutar algo relevante.
Bufando de raiva, ela ignorou a mãe e vasculhou os convidados à procura de lorde Whalsey e seu cúmplice; porém só podia enxergar Edward. Embora aparentasse conversar com a anfitriã, o marquês não desviava o olhar de Bella. Os lábios atraentes estreitaram-se, como se ele a cul passe pelo desagradável incidente.
Maldição! Não lhe pedira ajuda, nem sequer o tinha visto amenizar a situação. Logo, ele não podia responsabilizá-la, já que fora o único a atra palhar a investigação.
Com certeza, Bella teria feito melhor sem o marquês, ponderou com o rosto em chamas. Precisava explicar-se, contudo, mais uma vez, a abertura a um diálogo seria impossível. E por culpa dela própria!
Um investigador de Bow Street jamais agiria com tanta infantilidade. Ao contrário, aproveitaria a chance para inquirir Edward em relação a sua presença em Bath e analisaria as respostas, tentando obrigá-lo a admitir algum motivo escuro. Bella não sabia o motivo, contudo, estava determinada a descobrir.
Quando voltou-se ao objeto de suas reflexões, quase soltou um grito de surpresa ao notar que ele desaparecera. Lady Culpepper agora conver sava com uma senhora idosa.
Perplexa, Bella suspirou e sacudiu a ca beça, fazendo os cachos saltitarem. O homem surgia e desaparecia como que por encanto. Nem o maior ilusionista do mundo seria capaz de tal façanha. Teria ele poderes sobrenaturais? Não, impossível.
— …como água límpida. — A voz do sr. Nichols desviou-lhe a atenção e, forçando um sorriso, Bella tentou demonstrar autocontrole. Con seguiu sustentar a tarefa por alguns minutos, antes de abandoná-la e retirar-se.
Alegando precisar de ar fresco após o infeliz acidente, Bella caminhou pelo salão, procurando, em vão, Whalsey e Cheever. Quando avistou o sr. Newton se aproximando, ela precipitou-se ao jardim, onde respirou, aliviada.
O ar da noite carregava a essência das flores que circundavam as alamedas de pedra. No céu, via-se somente estrelas cintilantes. Qualquer outra jovem encantar-se-ia com o clima mágico, nun ca Bella.
Intrigada, imaginava quem estaria oculto pela escuridão da noite. Teriam Whalsey e seu cúm plice encontrado um local mais privativo para discutir aquele assunto tão suspeito? Somente o inato bom senso de Bella a alertava contra os de vaneios e escorregadelas.
Abominou as regras que a privavam dos desíg nios dos homens e a sujeitava às estruturas da sociedade. Um investigador de Bow Street poderia ir aonde desejasse, fosse de madrugada ou nos piores bairros de Londres.
Que maravilhosa seria a vida, ela pensou, se nunca precisasse preocupar-se com maneiras es cusas de adentrar uma festa como aquela. Passou vários minutos imaginando a ilustre carreira que conquistaria, caso houvesse nascido homem.
Bella teria ficado horas sonhando, se não fossem as risadas que surgiram atrás dos arbustos. Respirou fundo e decidiu voltar à festa, antes que sucumbisse ao romantismo. Sem dúvida, sua mãe a procurava. Estava ficando tarde e logo o clã Swan voltaria para casa.
Depois de fitar mais uma vez a beleza da noite, Bella atravessou o pátio e entrou no salão. Preparava-se para encontrar a família quando um grito estridente ecoou pelo ar. Assustada, ela se virou em direção ao som e divisou a anfitriã, lady Culpepper, descendo a escadaria, seguida pela se nhora idosa.
As duas damas pareciam abaladas. Bella correu ao pé da escadaria a tempo de escutar a mulher mais velha balbuciar algo a respeito de um colar. De repente, ouviu-se outro grito de hor ror, e a multidão ficou em polvorosa.
— O famoso colar de esmeraldas de lady Culpepper foi roubado! — alguém gritou.
A notícia percorreu o salão, o resto da casa e, provavelmente, toda a cidade de Bath. Bella, que recusou mover-se até escutar a história in teira, foi privada do primeiro relatório proferido pela senhora de idade, chamada sra. Higgot.
Recolhendo fatos objetivos, Bella soube que as damas falavam das jóias de lady Culpepper quando a sra. Higgot expressou admiração pelo colar de esmeraldas, muito conhecido na sociedade por ser uma peça de inestimável valor.
Lady Culpepper, para perpetuar seu esnobismo, resolveu exibir o colar. Então, as duas mulheres foram ao quarto da anfitriã, onde encontraram o porta-jóias aberto, sem a peça em questão, e a janela escancarada.
Como um criado permanecera no corredor, vigiando a porta do cômodo a noite toda, presumiu-se que o ladrão houvesse escalado a residência e invadido o quarto através da janela. Um homem muito talentoso, segundo comentários.
A despeito de Bella ter forçado o irmão, Emmett, a acompanhá-la na verificação ao redor da casa, não havia nada a ser descoberto na es curidão. As tentativas de questionar as duas da mas também foram frustradas.
Na verdade, a festa terminou em consideração à terrível perda de lady Culpepper. Todos se des pediram expressando choque e lamentando o crime hediondo na pacata Bath.
Todos exceto Bella.
N/A: Quem será o ladrão do colar de esmeraldas? Preparem suas apostas, pois quem descobrir antes da própia Bella ou da revelação, a Bella pode não descobrir, esse cara, o ladrão, parece ser bem inteligente hahahaha vai ter uma fanfic dedicada só a essa pessoa :D
Mas não pode só chutar um nome, tem mostrar argumentos e provas concretas que essa pessoa que você escolheu seja o o ladrão
Então começem já com a especulação, mas pensem bem :)
Eu encontrei uns espaços entre as palavras, tentei apagar todos, mas se vocês virem algum que eu deixe escapar, poderiam me avisar para eu corrigi-los? Agradeceria muito
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Gostou? Quer deixar sua opnião? Ou dar uma critica?
Deixe uma review e... não pensei em nada hahaha
Moral da história: Quanto mais review mas rapído eu posto :D
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p.s. Se alguém descobrir o ladrão eu não vou dizer o nome, só revelarei nos capitulos finais, mas se descobrir não se preocupe pois eu não irei esquecer :D
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