Ele apostou com Chiharu que faria todos acreditarem em Papai Noel. Mas Sakura se torna um obstáculo nesse seu desafio. Como o mentiroso da turma vai se livrar dessa?

Disclaimer: Sakura Card Captors e todos os seus personagens pertencem à Clamp®, eu só os pego emprestado para me divertir e para tentar diverti-los (e acreditem, para mim não há satisfação melhor, estava morrendo de saudades de escrever fics).

Obs: isso mesmo, nota da autora antes da fic. Se bem que eu vou falar de novo no fim, mas queria falar com vocês antes também. Para começar, Feliz Natal a todos! Não sei quanto a vocês, mas eu adoro o natal. É uma época tão linda, as ruas e casas ficam enfeitadas, todo mundo se reúne... é lindo! Já começo a pensar em natal um mês antes dele acontecer: já vou arrumando a árvore, vou pensando nos presentes e todo o resto. Esse ano não fugiu à regra: assim que novembro foi acabando, eu já fui pensando nos presentes que daria. E como não poderia deixar de ser, resolvi dar um presente para vocês, que não me abandonaram durante esse tempo que fiquei sem net, e continuou acompanhando a fic "Senhores da Natureza" mesmo depois de tanto tempo sem postar. A idéia dessa fic veio quando eu estava lendo "As Cores do Inverno" da RubbyMoon pela milésima vez, mais especificamente a primeira "parte" do show da Pety Oprah (ou seja, a entrevista do primeiro capítulo). Fiquei com tanta dó do Yamazaki, principalmente quando ele disse que se sentia excluído por quase nunca ter uma fic só para ele. Então tive essa idéia. Um presente para ele e para vocês. Espero que gostem.

Obs 2: Essa fic é para todos, mas dedico-a especialmente para a Tamy, essa garota maravilhosa que me está me acompanhando há muito tempo, e que faz aniversário nesse domingo! Beijos, garota!

Um ano antes

Chiharu vinha contente pelos corredores da escola, pulando e cantando como se fosse uma menina. As férias finalmente iriam começar, e isso significava que teria mais tempo para passear com os amigos, principalmente com uma certa pessoa que conhecia desde criança. Entrou na sala com alegria, mas ela logo passou ao ver uma multidão de pessoas ao redor de alguma coisa. Ou seria de alguém?

A moça foi pedindo licença aos colegas de sala, tentando chegar ao centro do círculo. Encontrou as amigas Naoko, Rika e Tomoyo à frente de todos, rindo do que estava acontecendo. Cumprimentou-as e perguntou o que estava acontecendo, recebendo como resposta o dedo indicador de Tomoyo apontando para uma pessoa sentada em cima de uma mesa:

"Era muito comum na Europa Medieval os cavaleiros fazerem campeonatos em busca do salmão dourado na época do Natal" – um garoto, com o dedo indicador levantado, tentava convencer uma garota à sua frente do que estava dizendo – "Eles disputavam arduamente durante dias, nadando por horas e horas, chegando muitas vezes à exaustão".

"Salmão dourado?" – Chiharu olhou para as amigas, com uma sobrancelha levantada – "Que história é essa?".

"Mas no Natal os lagos não congelam?" – a garota que ouvia a história tentava rebater aquela tese maluca – "Como eles nadavam se tudo era gelo?".

"Aí é que estava a dificuldade da prova!" – o garoto parecia se empolgar com o que dizia, e seus olhos não fossem tão puxados, todos veriam que eles estavam brilhando – "Os cavaleiros costumavam usar suas armaduras de ferro para quebrar o gelo e enfrentar a água fria, mas eles tinham muitos problemas, principalmente depois que o ferro enferrujava e eles se tornavam cada vez mais pesados. Existem relatos de um cavaleiro que se afogou em um lago porque sua armadura pesava mais do que ele próprio e por isso ele não conseguia nadar".

"E mesmo assim as competições continuavam?" – a garota parecia ainda mais desconfiada.

"É claro. Os campeonatos eram tão populares que até algumas mulheres se disfarçaram de homem para poder participar. Todos queriam a fortuna e sorte que o salmão dourado trazia, até o próprio Rei Arthur já participou dessas buscas".

"Um salmão que traz sorte e fortuna, vê se pode!" – Naoko ria da história do amigo – "Dessa vez ele se superou, não há dúvidas".

Mas Chiharu não prestava muita atenção. Apenas ouvia a mentira que seu amigo de infância tentava contar para as pessoas, e como em todas as outras vezes, sentiu-se irritada a cada palavra que ele dizia. Sem nem ao menos pensar, agarrou o garoto pelo colarinho e o puxou fortemente, quase o enforcando. Todos voltaram os olhares para ela, presenciando seu rosto ficar vermelho de raiva:

"Contando mentiras outra vez, Yamazaki?" – sua voz tinha raiva e decepção, mostrando o quanto ela ficava chateada quando ele contava alguma lorota barata.

"Ahá, sabia que era mentira!" – Sakura se levantava da cadeira e comemorava por, mais uma vez, não ter acreditado em uma mentira de seu amigo – "Essa história de caçar salmão no inverno estava muito esquisita pro meu gosto".

"Assim nem tem mais graça" – um garoto da sala comentou com o colega do lado – "Agora que Kinomoto não acredita mais no que o Yamazaki conta, perdeu a graça ver ele contar uma mentira".

"Mas as brigas dele com a Mihara ainda são bem interessantes" – o colega disse em tom de risada abafada, achando graça da situação – "Os puxões de orelha que ela dá nele são hilários!".

E de fato era o que todos queriam ver agora. Enquanto Yamazaki insistia em continuar a contar sua história sobre o tal salmão dourado, Chiharu o arrastava para fora da sala, como costumava fazer quando eles ainda tinham dez anos. Assim que se viu fora dos olhares de todos, ela fechou a porta e soltou o colarinho do garoto. Ele esfregou o pescoço, como se quisesse aliviar uma dor, enquanto tentava se recompor dos puxões que havia levado. Assim que viu que estava bem, ele olhou para Chiharu com um olhar meio triste.

"Caramba, você exagerou hoje! Eu quase morro sufocado com esses seus puxões".

"Eu que ainda vou morrer com você, Yamazaki" – ela retrucou, assustando o garoto, que nunca a havia visto brava daquele jeito – "Mas será possível que você nunca muda? Você tem quase dezessete anos nas costas e parece que continua com dez".

"Também não precisa falar assim, né?".

"Precisa, sim. Precisa, e muito, porque por mais que eu tente fazer você parar de contar essas mentiras, você continua. E o pior que já está ficando ridículo, porque são histórias tão absurdas que ninguém mais acredita, nem mesmo a Sakura".

"Ei, não é assim, não!" – Yamazaki, naquele momento, pareceu ofendido – "As pessoas ainda acreditam nas minhas histórias, na grande maioria das vezes todas elas caem".

"Yamazaki, acorda! Ninguém mais acredita em você, ficam todos rindo pelas suas costas por causa dessas histórias bobas que você conta. Será possível que você não vê que ninguém lhe leva a sério?".

"É claro que levam. Se eu quiser, consigo convencer qualquer pessoa de que as minhas mentiras são verdades".

"Você acha mesmo isso?" – Chiharu parecia ficar cada vez mais inconformada com a teimosia de Yamazaki.

"Eu não acho, eu tenho certeza. Sou capaz de apostar com você, inclusive".

Por um momento Chiharu se calou, desanimada para continuar a falar. Mas no mesmo instante, uma idéia passou por sua cabeça, uma idéia que poderia convencer o amigo de que ele deveria parar de contar mentiras.

"Então vamos apostar!" – ela disse em tom de voz decidido, fazendo Yamazaki se surpreender – "Vamos ver se você é bom de bico mesmo".

"Você quer... apostar?".

"Quero. Pago para ver você convencendo alguém de uma história bem maluca".

"Ah, isso é fácil. Pode ir preparando o dinheiro que essa aposta já é minha...".

"Espera aí, seu espertinho, eu ainda não acabei!" – ela o pegou pelo colarinho novamente, evitando que ele saísse dali – "Vai ter algumas condições".

"Que condições?".

"Primeiro: eu vou escolher qual vai ser a mentira que você vai contar, e pra quem você vai contar. Segundo: vai ter um prazo estabelecido pra você realizar o desafio, um prazo estabelecido por mim. E terceiro: eu escolho os prêmios. Aceita?".

"Você enlouqueceu? Como eu vou aceitar se é você que vai escolher tudo?".

"Eu só vou acreditar que você ainda é levado a sério se a aposta for assim. Então, Yamazaki, aceita ou não?".

Foi a vez de Yamazaki pensar. Ele olhou para Chiharu, que ainda mantinha um olhar autoritário e decidido no rosto. Por alguma razão, ficou tentado a aceitar. Ela nunca havia acreditado numa mentira dele, e seria bom, pelo menos uma vez, passar a perna dela uma vez. O que tinha a perder, afinal?

"Tudo bem, eu aceito. Pode escolher a mentira, o alvo, o prazo e os prêmios".

"Ótimo. Espere um minuto, eu já vou pensar em algo" – Chiharu abaixou a cabeça e passou a pensar em algo, alguma coisa realmente difícil e que fosse dar trabalho a Yamazaki. Olhou ao redor para ver se encontrava alguma inspiração, e foi em um enfeite de porta que encontrou a idéia perfeita.

"Já sei!" – ela virou-se para o amigo, com um olhar maroto – "Já decidi o seu desafio".

"Então fala, assim já posso começar".

"O seu alvo será as meninas, ou seja, Naoko, Rika, Tomoyo e Sakura. Você terá um ano inteiro para fazer isso, então eu quero uma coisa muito bem feita".

"Um ano? Não é tempo demais?".

"Acredite, ainda vai ser pouco. E tem também os prêmios: se você conseguir, eu nunca mais puxo você pelo colarinho".

"Ah, agora a coisa está ficando interessante". – o garoto se animou.

"Mas se você não conseguir..." – Chiharu deu um sorrisinho – "Você vai ter que parar de contar mentiras!".

"Parar de contar mentiras? Quer dizer... nenhuma mentirinha?".

"Nenhuma. E se contar, puxo suas orelhas além de puxar o colarinho, e ainda faço você passar ridículo. Ainda quer o desafio?".

"Quero!" – Yamazaki já não estava gostando muito da última parte da aposta, mas agora que já tinha entrado, tinha que ir até o fim – "Não vou fugir".

"Ótimo, assim que gosto de ver. Um garoto decidido".

"Tudo bem, mas será que agora você pode dizer qual é o desafio?".

Chiharu sorriu, um sorriso maroto que raramente ela estampava no rosto. Baixou a voz e disse, no tom mais calmo que tinha:

"Fazer as meninas acreditarem em Papai Noel".

Yamazaki Noel

Etapa 1 – Juntar o dinheiro

3 de dezembro do ano seguinte

Já eram dez horas da noite, mas a simpática loja Twin Bells ainda estava aberta. No mês de dezembro, o número de compradores aumentava consideravelmente, principalmente quando o Natal estava próximo. Naquele momento, o último comprador havia acabado de sair, e o atendente da loja finalmente podia fechar as portas. Yamazaki trancou a portinha principal e sentou-se no chão, exausto. Havia sido um dia difícil, sem dúvidas, mas ele sabia que, conforme o mês passasse, o movimento só seria maior, o que significava que ele ainda teria que trabalhar muito.

"Onde eu estava com a cabeça quando aceitei aquela aposta?" – ele pensava, enquanto descansava um pouco no chão – "Isso está me matando".

"Yamazaki, pode vir aqui, por favor?" – uma voz simpática se pronunciou no recinto, vinda do fundo da loja.

"Estou indo, senhorita Maki" – Yamazaki se levantou e seguiu para uma salinha que havia ali, bateu na porta levemente, abriu uma fresta e olhou para a dona da loja, que estava sentada fazendo umas contas – "Queria falar comigo?".

"Queria sim, Yamazaki" – ela respondeu, sorrindo para o garoto – "Sente-se aqui, por favor".

Yamazaki obedeceu e entrou na sala, sentando-se logo em seguida. A jovem mulher retirou os óculos que estava usando para fazer as contas da loja e olhou para o menino com um sorriso no rosto:

"Então, como foi o movimento hoje? Pela sua cara, deve ter sido agitado".

"E como foi!" – Yamazaki fez cara de cansado, relaxando o corpo na cadeira – "O último cliente só foi embora agora".

"Que bom. Sinal de que a loja vai bem. Mas imagino que esteja bastante cansado, não é?".

"Estou sim. Minhas pernas estão doloridas de tanto ficar em pé!".

"Isso é normal em dezembro, as pessoas sempre vêm fazer as compras do Natal nessa época. Mas não foi por isso que eu te chamei".

"Não foi?".

"Não. Eu te chamei para discutirmos sobre seu emprego".

"O que, a senhorita vai me despedir?" – Yamazaki se endireitou na cadeira e olhou para a senhorita Maki com olhar assustado.

"Não, Yamazaki, não vou. Mas como você sabe, havíamos combinado que você só trabalharia aqui durante um ano, e esse prazo está se acabando".

"É verdade, termina no final do mês". – o garoto ficou meio triste, e olhou a mulher a sua frente com a cabeça um pouco baixa – "Isso quer dizer que eu vou ter que sair quando ele acabar?".

"Então, foi por isso que te chamei. Você sabe que a loja está crescendo, estou até pensando em abrir uma filial em Tóquio de tão bem que está indo. Mas, para tanto, eu preciso que alguém fique aqui trabalhando no meu lugar, pelo menos enquanto a loja de Tóquio não se firma. E eu adoraria que essa pessoa fosse você".

"Eu?" – Yamazaki se surpreendeu com a proposta, estaria a senhorita Maki lhe oferecendo um cargo de gerência?

"Sim, você. É a pessoa perfeita para cuidar da loja: é de confiança, já conhece o nosso estilo de trabalho, conhece os fornecedores, os preços que cobramos, fora que é um excelente vendedor, talvez até melhor do que eu. Além disso, conhece quase todos da cidade, o que facilita na venda".

"Mas... eu ainda sou estudante, só vou poder cuidar da loja depois das aulas".

"Eu sei disso, mas a loja de Tóquio só ficará pronta no final do ano que vem, provavelmente, então é algo para o futuro. Mas se for você mesmo ficar como gerente, preciso saber agora, porque aí já te registro quando acabar o nosso acordo de um ano, e você continua trabalhando aqui. Então, aceita a proposta?".

Yamazaki pensou por um minuto. Era verdade que gostava de trabalhar na Twin Bells, era uma loja muito variada, e ele havia aprendido muito ali. Mas era extremamente cansativo trabalhar e estudar ao mesmo tempo, e no ano seguinte ele teria que estudar muito, já que entraria no terceiro ano do Ensino Médio e teria que estudar para entrar em uma faculdade. Teria que ponderar sobre o assunto.

"Será que posso responder daqui a duas semanas, senhorita Maki? Preciso de tempo para pensar".

"Claro que sim, Yamazaki. Sei que essa é uma decisão difícil, principalmente porque no ano que vem ficará mais difícil para você trabalhar aqui. Pode pensar com calma, eu não tenho pressa".

"Muito obrigado, senhorita Maki. Prometo que vou pensar com muito carinho".

"Eu sei que vai. Ah, também tenho outra coisa a te falar. Lembra-se quando me pediu adiantamento do seu salário?".

"Lembro sim. A senhorita pensou sobre o assunto?".

"Pensei, e resolvi te conceder" – ela pegou um envelope da gaveta e entregou a Yamazaki – "Aqui está o seu salário".

"Obrigado, senhorita Maki" – Yamazaki pegou o envelope, estava emocionado. Finalmente poderia pôr o seu plano em prática. Conferiu se o dinheiro estava certo, como a própria senhorita Maki gostava de fizesse, já que, por ser um pouco atrapalhada, dava dinheiro a mais ou a menos. Conferiu que havia muito mais do que recebia – "Senhorita Maki, desculpe-me por dizer, mas aqui tem dinheiro a mais".

"Eu sei, Yamazaki, mas dessa vez eu não me enganei. Isso é seu mesmo".

"Me... meu? Tudo isso?".

"Isso mesmo. É o seu salário mais uma bonificação por todo o bom trabalho que você fez esse ano. Considere isso como o meu presente de natal".

Yamazaki ficou tão feliz que, no mesmo instante, levantou-se e abraçou a jovem mulher que estava ali. Ela retribuiu o abraço com carinho, Yamazaki era um garoto muito bom, embora gostasse de contar algumas mentiras às vezes. Ele saiu para terminar de fechar a loja, enquanto ela recomeçou a fazer as contas da loja.

Assim que terminou suas obrigações, Yamazaki se despediu da senhorita Maki e foi embora para sua casa. Ficou pensando em algumas coisas no caminho, como no cargo que a dona da loja havia lhe oferecido e se devia aceitar a proposta. Lembrou-se do dia em que começou a trabalhar na Twin Bells. Foi três dias depois que ele e Chiharu haviam feito aquela aposta, e ele precisava de dinheiro para conseguir cumprir o desafio feito pela garota. No dia da aposta, ele tentou convencer Rika, Naoko, Sakura e Tomoyo de que Papai Noel existia, mas como era de se esperar, as garotas não acreditaram, principalmente Rika e Tomoyo, que eram difíceis de convencer. Foi então que percebeu que teria que fazer uma coisa mais elaborada, e para tanto precisava de um plano. Durante dois dias ficou pensando no que fazer, mas só teve a brilhante idéia no dia em que, voltando para casa, viu que a senhorita Maki precisava de uma pessoa para ajudá-la na época do Natal. Se tivesse dinheiro, poderia fazer algo que convencesse as meninas. Mas ao ver o quanto receberia por aquele serviço, logo desanimou, pois não daria para fazer muita coisa. Foi então que fez propôs o acordo à senhorita Maki de trabalhar por um ano, em troca de um salário não muito alto. Como a loja já estava crescendo na época, a mulher achou que alguém que a ajudasse talvez fosse uma idéia boa, então contratou o garoto. Desde então, Yamazaki economizou todos os salários que recebia, sem gastar um tostão sequer, e planejando qual seria o seu truque para fazer as meninas acreditarem em Papai Noel. Como o prazo da aposta terminaria no dia 25, e ele só receberia o salário de dezembro no dia 30, quando acabasse o seu contrato oficialmente, pediu naquele mês um adiantamento, para pôr o seu plano em prática. E com aquela bonificação, ele estava muito feliz, pois conseguiria realizar sua idéia e ainda sobraria dinheiro para ele, finalmente, poder gastar com o que quisesse. Depois disso, o que faria? A necessidade de se trabalhar na Twin Bells não existiria mais, pois não ia mais precisar de dinheiro, e também precisaria estudar para o vestibular. Mas adorava trabalhar na lojinha, mesmo que aquilo acabasse com ele, já que era uma rotina pesada trabalhar e estudar ao mesmo tempo.

"Bom, eu penso nisso depois. Agora, preciso fazer as contas de quanto vou gastar no plano".

Ele chegou em casa e foi diretamente para o seu quarto, onde começou a contabilizar seu dinheiro. Assim que viu quanto tinha, pegou um pedaço de papel de uma gaveta da escrivaninha e começou a lê-lo. Ligou a secretária eletrônica enquanto lia o papel, e depois de duas mensagens sem importância, veio uma que lhe interessou:

"Olá, Yamazaki, aqui é a senhora Yanagisawa, mãe da Naoko. Dei um jeito de sondar e descobri que nossas suspeitas estavam certas, ela realmente quer aquele presente. Já desconfiava disso, ela o quer há anos, mas eu nunca acho. Espero que você tenha mais sorte do que eu. De qualquer forma, ainda estou muito curiosa para saber o que irá aprontar, mas irei esperar até o natal. Até mais, Yamazaki, e dê um abraço na sua mãe".

"Ah, ótimo. Isso significa que não tenho mais que me preocupar com a Naoko" – ele sorriu e sublinhou o nome da garota, que estava escrito no papel. Depois que leu tudo de forma rápida, voltou a contar o dinheiro. Segundo suas contas, todos os meses de salário dariam exatamente para comprar as coisas de que precisaria para realizar seu plano, assim como os presentes que daria aos amigos. Graças ao bônus que ganhou da senhorita Maki, ainda sobraria uns trocados para ele poder gastar consigo. Ele bem que merecia, depois de um ano inteiro economizando para comprar os presentes ideais para seus melhores amigos. Durante meses ele havia sondado o que todos, principalmente as meninas, mais queriam ganhar, e finalmente havia juntado o suficiente para comprar.

"Agora é separar o dinheiro dos presentes do dinheiro do plano e sair às compras amanhã" – ele pensava com empolgação, separando o que gastaria com o plano com o que gastaria com os presentes. Foi então que viu que algo estava errado. Ao separar os dois montes, viu que ainda sobrara um pouco de dinheiro, além do que havia recebido como bônus.

"Ué, como isso aconteceu? Será que eu fiz conta errada?" – ele recontou o dinheiro dos montes e viu que batia com as suas contas. Mas fizera uma média de quanto gastaria com tudo, e o dinheiro tinha que ser exato. Olhou novamente a lista, para ver se havia esquecido de contar o valor do presente de alguém, mas assim que leu mais atentamente, viu que a coisa era mais grave. Ele não só tinha esquecido de contar o valor, como também havia esquecido de pensar no presente de uma pessoa.

"Ah não!" – ele passou a mão na cabeça, inconformado por ter se esquecido daquele detalhe – "Esqueci de pensar no presente da Sakura!".

De todos os presentes, o de Sakura sempre se mostrou o mais complicado de se pensar. Não que ela tivesse um gosto refinado, mas desde que começara a namorar Shaoran, ela praticamente ganhava tudo dele. Assim que ele pensava em algo bom, vinha o amigo e dava para ela. Devido a essa dificuldade, Yamazaki resolveu se concentrar nas outras amigas e deixar Sakura por último, mas a rotina intensa de trabalho e as provas finais da escola o fizeram esquecer de pensar no presente dela.

"O que eu faço agora?" – ele se perguntava, quase desesperado – "Tenho que pensar em algo, e rápido, senão não vai dar tempo de comprar o presente perfeito. Mas o que diabos eu dou para ela?".

Continua

Nota da autora: agora sim, podemos ir ao que nos interessa. Bom, como vocês viram, a fic ainda tem continuação. No começo eu queria fazer one-shot, mas como sempre eu escrevi demais e ela teve que ser dividida. Também estava pensando em postar tudo no natal, mas aí achei que ficaria sem graça. Então decidi postar hoje, nesse domingo, na quarta que vem e no próximo domingo. O último capítulo eu posto na segunda, no dia 25, quando for natal. O que significa que a fic terá 5 capítulos. Pequenininha, mas prometo que vou fazer de coração, viu?

Esse Yamazaki não toma jeito. Onde já se viu, ficar contando mentiras com essa idade! O coitado não toma jeito mesmo... e quem sofre é a Chiharu, tadinha. Será que com essa aposta ela consegue fazer com que ele pare de mentir? Ou será que ele vai conseguir cumprir o desafio? Tudo vai depender se ele conseguir achar o presente da Sakura... mas até lá, algumas confusões vão rolar, vocês verão.

Agora saindo um pouco do assunto da fic, queria dizer que estou muito agradecida pelos reviews que me mandaram em "Senhores da Natureza". No domingo, pretendo atualizar o site (endereço no meu perfil) e colocar um agradecimento a todos. Mas não pensem que não podem mandar mais reviews. Mesmo que eu poste os agradecimentos, continuarei recebendo todos de braços abertos e, na próxima atualização do site agradeço os que vierem posteriormente. Certinho? O capítulo 13 não vai demorar muito, assim que eu terminar essa eu posto o próximo. Combinado?

Bom, acho que já falei demais. Vejo vocês no domingo com a Etapa 2 – Descobrir um presente para Sakura.

Beijos a todos.