Título: Clichê

Autora: Brighit

Beta: Naia (obrigada!)

Série: Saint Seiya

Shipper: Milo x Camus

Para Scarlet. Por seus dezenove anos (23/10).

Prometi jamais escrever Yaoi. Prometi a mim mesma que, se o fizesse, o primeiro seria Ren x Bya. Prometi que minha primeira história de Saint Seiya seria o projeto com Afrodite. E prometi que jamais escreveria um Milo x Camus.

Só você para derrubar tudo isso.


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CLICHÊ

Clichê. O significado desta pequena palavrinha dissílaba nunca foi tão atrelado a algo quanto o é aos romances.

Então, por ser um romance, o relacionamento deles estava repleto do mais velho clichê da história dos romances: a velha teoria dos opostos que se atraem.

Camus era uma pessoa calma, fria e, ao mesmo tempo, emotiva. Por si só já era alguém contraditório. Por que, então, continuava a insistir em coexistir no mesmo espaço com alguém tão... tão... tão Milo!

O escorpião em quase nada parecia com o outro. Enquanto Camus era calmo e calculista, o parceiro era uma explosão de reações exaltadas. Impetuoso, genioso. Sua vida precisava de aventuras, emoções. Como conseguia sobreviver ao lado de um cavaleiro de vida tão monótona quanto Aquário?

Bem, talvez não fosse uma questão de sobrevivência. Eles simplesmente coexistiam, e suportavam as diferenças um do outro, brigando e se entendendo, pedindo desculpas quando necessário... Mas nunca, em nenhum momento, deixaram de nutrir um sentimento profundo um pelo outro.

Amizade? Talvez. De uma maneira meio deturpada, mas, com certeza, "amizade".

O francês prezava seu espaço pessoal. E Milo costumava meter o dedo, mãos e até pernas onde não era chamado. Talvez por isso Camus tenha, Zeus sabe como, aceitado assistir a um filme de ação, e não um documentário, em um sábado à noite. Filme que acabou assistindo sozinho. Milo jamais passava um fim de semana em casa.

Ah, eis aí outra diferença para reforçar a bendita teoria dos opostos aplicada a eles. O Aquariano, sempre "na dele", jamais entendeu a graça que Escorpião via em noitadas em bares de Rodório, cheios de pessoas falando alto e bebendo cerveja. Algumas vezes ia apenas para satisfazer o "amigo".

E foi em um desses sábados que a bebida, esse elixir da verdade, capaz de fazer um Deus revelar seus segredos mais profundos, os fez ver que a palavra "amigo" já não englobava a extensão do relacionamento dos dois. Camus não sabia beber. E Milo sabia muito bem o que queria.

Foi só então que viram que não eram as diferenças que os uniam, mas sim, as similaridades.

Porque partilhavam aquele sentimento que une os casais, e os faz suportar o peso das diferenças. Porque nutriam esse sentimento clichê, eram capazes de lidar com as diferenças.

Por isso Camus suportava o jeito explosivo de Milo. E por isso o Escorpião aturava a vida sem graça do companheiro. Não era por uma simples teoria, que só funciona realmente no mundo da física.

Positivo e negativo, Yin e Yang, preto e branco. Sempre um contrariando e completando o outro... Oras, que besteira. Não é a teoria dos opostos a responsável pelos romances. Não culpe uma teoria.

O relacionamento deles era um romance e, como todo romance, clichê. Então, culpe o maior clichê de todos.

Bote a culpa no amor.


N.A.: Nunca em minha vida uma tentativa foi tão falha. Sinto muito, Scarlet. Parece que seu presente não saiu como devia.

Parece que Milo x Camus não é comigo.

Mas, mesmo pequena e mal feita, é de coração. Afinal, se você escreveu Ren x Bya por mim, nada mais justo que eu faça o mesmo por você.