N.A.- Quem assitiu o filme vai entender, quem não vai ficar um pouco confuso. Mas, esse é o objetivo. É uma história maravilhosa, que eu estou amando escrever, já to no capitulo 8. Metade da história. Espero que gostem. Comentem, por favor! Eu preciso saber se continua do jeito que está ou se mudo alguma coisa. Estou tentando adaptar da melhor maneira possível. Beijos, Mary.
Harry Potter abriu os olhos cansado, um barulho o acordando. Fora uma longa noite, mesmo que tudo o que ele fizera fora dormir. Seu cérebro parecia cozido. Não devia ter parado de pensar no trabalho a noite inteira.
Se levantou, tomou café se vestiu, descendo as escadas do prédio onde morava. Não gostava de aparatar ou de pó-de-flu. O carro daria os 10 quarteirões até o telefone público, que era a entrada para o Ministério da Magia. Para a Seção de Aurores. Chegando ao estacionamento se sentiu furiso, toda a lateral direita do carro estava amassada. Em um impulso escreveu "Obrigado" em um pedaço de pergaminho, o colando no carro ao lado, provável causador do estrago.
Sem outra opção enquanto o carro estava no mecânico, se encaminhou para o metrô. Lá era tão lotado! Não gostava de lugares lotados, ainda era um pouco paranóico por causa da guerra. Mas, enquanto esperava não pode impedir sua mente de pensar em coisas idiotas, estava muito irritado sem motivo. "14 de fevereiro. Dia dos namorados, por que será? Provavelmente inventado pelas companias de cartão, para fazer a gente se sentir como lixo.", pensou com selvageria.
O trabalho, todo dia a mesma coisa. Nada. Apenas falsos alarmes. Em um impulso saiu correndo, correndo como se soubesse para onde ir. Correu e entrou em trem forçando as portas quase inteiramenete fechadas. Ele se sentou olhando para fora da janela "Vou faltar do trabalho hoje. Eu não sei por que, não sou uma pessoa impulsiva. Acho que só quero escapar por um dia." Desceu na primeira estação e caminhou até King Cross. O lugar lhe trazia tantas lembranças, mas não foi para plataforma 9 e meia, ao invéz comprou uma passagem para o litoral.
Desceu na praia desanimado, fazia muito frio e tudo estava deserto."Grande Harry! Praia em fevereiro!" Não sabia o que estava fazendo, estava se sentindo estranho desde manhã. Vazio, sozinho, triste. Achava que depressão finalmete havia chegado. Fazia dois anos que terminara com Voldemort, dois anos desde o fim da Guerra, em que a comunidade mágica tentava se recuperar, dois anos se sentindo um inútil.
Sentou nas escadas de uma casa muito bonita, olhando o mar. Era tão calmo ali. Tirou um caderno da capa e um lápis trouxa, adquirira o hábito de anotar tudo o que via. Na Guerra era muito útil, na caça de Horcrux ou de Comensais, para rever pontos e anotar detalhes que poderiam ser importantes. Viu páginas faltando, nem se lembrava mais quando acontecera. Fazia dois anos que não escrevia.
Continuou caminhando naquela solidão. Havia muita paz naquilo, como se quando andasse, sentisse a esperança de dias melhores. Apenas uma pessoa, em um casaco laranja chocante, andava ao longe. Desejou conhecer alguém, mas sabia que as chances seriam mínimas. Não conseguia nem encontrar os olhos de uma mulher desconhecida. Sinceramente, não tinha jeito para a a coisa, "Talvez eu devesse voltar com a Gina. Talvez ela ainda me ame.", pensou sem esperanças, afinal, faziam dois anos e fora uma separação sem briga ou discussão, apenas o fim oficial de uma relação que já havia terminado muito antes.
Quando a hora do almoço chegou resolver voltar, não conhecia nenhum restaurante ali. Na verdade, nem sabia o que fazia ali. A estação estava vazia também, ele sentiu seu humor cair. Foi quando a viu de novo, a mulher do casaco laranja, chegando na estação. Quando ela levantou a cabeca encapuzada, foi que a reconheceu. E foi reconhecido.
-Harry?- ela sorriu se aproximando.
-Oi, Luna.- ele sorriu em retorno. Por algum motivo ficou feliz em vê-la ali. Alguém que conhecia e com quem conversar. - Faz quanto tempo? Dois anos?
-Dependende se você estiver contando em anos humanos.
-Sim, é o unico jeito que eu sei contar, de qualquer forma.-ele deu de ombros sorrindo- E o que você faz aqui?
-Passeando. - ela deu de ombros.- E você?
-Dando um tempo.
-No que?
-Em mim mesmo.
-Então, você veio para o lugar errado. Não dá pra fugir de si mesmo no litoral.
-E para onde se tem que ir, então?
-Para a perfeição cósmica! Entrar em sintonia com o universo, deixar de existir. Muito difícil. Acho que consegui semana passda por 3 minutos. Meu pai lançou um artigo sobre isso no Pasquim, mês passado.
O trem chegou, nesse instante, e eles embarcaram em um vagão quase vazio. Se sentaram um do lado do outro, perto da janela.
-Vejo que você ainda tem os brincos.- Harry sorriu apontando para as orelhas dela onde brincos de beterrabas estavam pendurados.
-Achei eles hoje de manhã. Pensei que os tinha perdido anos atrás, em Hogwarts. Que alguém tinha esquecido de devolver.
-Ainda não acredito que as pessoas escondiam suas coisas.- Harry exclamou furioso.
-Tudo bem. Eles sempre me devolviam, no final. Você sabe.
-Todo ano era assim?
-Parece que eles me achavam estranha, isso mesmo antes de me conhcerem. Eles riam porque era era diferente, e eu ria deles porque eram todos iguais.
-Ha.- Harry riu- Você tem razao. Eles são todos iguais.
-Mas, não você.- os olhos dela se fixaram nos dele, e não na cicatriz como ele esperava, e ele se sentiu corar.- Você é meu amigo. E o Ronald, a Hermione e a Gina também. Você até me convidou para uma festa!
-É.- Harry concordou constrangido. Só a convidara porque queria que as garotas parassem de chatea-lo.- Você gostou?
-Muito. Foi muito divertido. É bom ter amigos.
-E como você está, Luna? Passando o tempo?
-Faço pesquisas para o Pasquim. Meu pai, sabe?
-Coisas interessantes?
-Muito! Cavalos de Fogo, Bufadores de Chifre Enrugados, Nargles, um complô no Ministerio. O ano tem sido cheio.
-Fico feliz em ouvir.
-Mas, muito ocupada. Não fiz mais nada nos último dois anos. E você?
-Trabalhando, voltando para casa e trabalhando de novo.
-Ano animado, como o meu.
-Mas, não tão feliz.- ele murmurou.
-Por que?
-Nada.- ele sacudiu a cabeca. Não teria sentido contar a ela, ela não entenderia.
-Se sentindo sozinho?- ela perguntou baixinho.- Eu também.
Harry então a olhou. Ela parecia tão triste, tão lindamente triste, que ele não pode deixar de sorrir de tristeza. Ambos compartilhavam o mesmo sentimento. Ficaram ali sentados em silêncio, e mais tarde conversando assuntos banais e estranhos. O trem então parou na estação. Harry olhou em volta e suspirou, o lugar estava lotado.
-Parece que chegamos, Loony. Quero dizer! Luna!- ele corrigiu horrorisado.
-Tudo bem.- ela sorriu.- Você pode me chamar de Loony. É meu amigo, não é?
-Sou.- ele sorriu.- E para onde você vai agora? Está escuro.
-Vou para casa, pegar o metrô. Vejo você depois.
Ok.- ele respondeu a vendo se virar e ir embora. Algo, então, tomou conta dele e ele gritou.- Ei! Loony! Você… você quer que eu te acompanhe?- Já havia sido um dia estranho mesmo.
-Sim.- ela o olhou nos olhos de novo. Aqueles enormes olhos cinza.- Obrigada.
Eles pegaram o metro trouxa, lotado. Mas, Harry não se importou, estava distraído demais.
-Quando você se mudou para Londres?- Harry perguntou.
-Logo depois da Guerra. Vim por causa dos Wizbezz.
-Wizbezz?
-Pequenos animais que vivem nas flores. Quando você cheira uma flor e sente cóssegas no nariz é porque ela está cheia de Wizbezz. Eles fazem as pessoas espirrarem.
-E você gosta de espirrar?
-Não. Mas, é engracado ver alguém espirrando. Eu gosto muito de flores, e aqui não tem tantos Wizbezz por causa do barulho. E aí eu posso cheirar minhas flores em paz.
-É uma boa visão da situação.- Harry riu.
-É aqui. Vem!-ela chamou o pegando pela mão, para eles não se perderem, e o puxando para fora do metrô. O mesmo que ele fizera na festa do quinto ano, para eles não se perderem.
Era um bairro simples de Londres, casas achatadas de 3 andares, uma grudada na outra, com minúsculos jardins, muitos gatos e árvores. Um lugar respeitável, simples e aconchegante.
-É aqui.- ela parou em frente a porta de uma casa que ele devia ter adivinhado que era dela. O telhado era vermelho e tinha três chamines, a porta azul marinho, com fechadura e maçaneta amarelas. Grandes girassols nasciam no jardim (mesmo que fosse inverno), e ele podia ver fitas vermelhas amarradas nos galhos da árvore, e potes de água sob as janelas. Mas, de alguma forma, a casa parecia aconchegante e quente.
-Você quer entrar?- Luna pereguntou - Eu tenho chocolate quente lá dentro. E aqui está bem frio.
-Ah, eu não sei. Ja é tarde, Luna.
-É só como amigo.- ela respondeu .- Eu nunca convido ninguém para entrar. Na realidade, nem tem quem convidar. Mas, é só se você quiser.
-Está bem.- ele respondeu sem saber direito a razão. De qualquer jeito, estava frio lá fora.
A casa era pequena e aconchegante, embora muito colorida. Na sala havia um vaso de plantas laranjas na lareira, um sofá xadrez de amarelo canário e branco, estantes com edições antigas do Pasquim.e uma estranha coleção de batatas usando diferentes roupas numa mesa de canto. Mas, era tudo tão bem cuidado e escolhido, que Harry se descobriu gostando da casa, sentado no sofá. Mesmo as luzes de Natal, no teto da sala, não pareciam deslocadas ali.
-Aqui está o seu.- Luna voltou com uma caneca de chocolate fumegante na mão. Harry ficou feliz que ela manteve o velho hábito de pôr a varinha atrás da orelha, algumas coisas felizmente nunca mudavam.- Espero que você goste de marshmallows no chocolate.
-Oh, muito!- ele respondeu soprando e tomando um gole. E surpreso percebeu que era delicioso, o melhor que ele já tomara.- Muito bom!
-Receita de minha avó.- ela sorriu, prendendo o cabelo com um elástico com um grande lírio.- Eu sei disso mesmo que não a tenha conhecido.
-Eu também não conheci a minha.- ele respondeu.
-Você se sente triste por isso?
-Só um pouco. Afinal, não podemos realmente sentir falta do que não conhecemos ou lembramos.
-Oh, podemos sim! O que sentimos não esta na nossa cabeça, está no nosso coração. E o coração não precisa lembrar. A gente pode sentir falta de qualquer coisa. Mesmo que não a gente não conheça ou se lembre.
-Como você consegue?- ele perguntou.
-Consegue o quê?
-Ser assim? Saber tanta coisa! Entender tanta gente e falar sobre isso como se fosse a coisa mais simples do mundo?
-Acho que sou apenas eu…-ela deu de ombros - Consigo falar essas coisa do mesmo jeito que você conseguiu fazer tudo o que fez. Sendo você mesmo.
-Acho que nao tive outra escolha. Não dá para ser outra coisa que não você mesmo.
-Você pode entrar em sintonia com o universo e esquecer de si mesmo, lembra? Mas, eu não quero isso.
-Por quê?
-Eu gosto demais de você. Como se pudesse me casar com você, só para podemos conversar para sempre.- ela comentou corando.
-Ok.- ele respondeu, nem tão assustado quanto achou que ficaria. Ele tomou mais chocolate.
-Devíamos ir vistar o lago aqui perto. É tão bonito nessa época do ano.
-Claro.- ele repirou fundo.-Mas, agora preciso ir.
-Ok.- ela concordou com a cabeça.- Ei! Você podia me escrever.
-Ok.- ele concordou e sem saber como se despedir a abraçou. - Tchau, Loony.
Quando saiu apertou mais o casaco em volta do corpo. Percebeu que estava nevando, então ouviu a janela se abrindo e se virou.
-Você podia me desejar feliz dia dos namoratos na carta, seria bom.- ela pediu sorrindo. Ele acenou com a cabeca e fechou a janela, acenando. Ele sorriu acenando tambem. Ela então fechou a cortina e ele se virou para voltar ao metrô.
Harry chegou em casa pouco depois. Se sentou no sofá, tentando ler. Nada! Não conseguia se concentrar. É, não teria jeito. Ele ficou de pé e começou a procurar. Finalmente encontrou pena e pergaminho. Escreveu rápido.
"Oi
Loony,
Cheguei bem. Só para avisar. Boa noite e feliz dia
dos namorados!"
Harry
P.S.- O chocolate-quente estava
delicioso."
Ele pensou um pouco antes de soltar Edwiges. Pensando nem sabia no que, a soltou, vendo-a desaparecer no céu, em meio aos flocos de neve. E voltou a se sentar no sofá, tentando asistir sua Tv trouxa, mas ainda assim não conseguia se concentrar, atento a qualquer ruído, embora ainda fosse muito cedo. A toda hora olhava o relógio. Foi quando ouviu o barulho de Edwiges batendo no vidro da janela, pulou em pé imediatamente. Precisavam de um telefone! Abriu a janela a deixando entrar, e com pressa desamarrou o pergaminho.
"Oi
Harry,
Por que demorou tanto? Por um momento achei que não
fosse escrever. Estava pensando, sobre o nosso pequinique. Que tal
amanhã? É muito divertido, eu e meu pai fazíamos
todo inverno, você vai gostar. Espero que você possa.
Beijos e boa noite,
Luna
P.S.- Cuidado com os Bezrubs quando
dormir, eles estão mais ativos no inverno. Mas, você já
deve saber disso!"
