N/A: Fic curta, realmente, e boba, muito boba, mas até esses dois precisam de algo assim não?

Mais baseados nos comics (a revista da Ravena lançada agora me inspirou, mesmo eu achando ela meio... diferente).

Aproveitem!


-Você está belíssima! A senhora com peles caras e um sorriso enorme me disse ao agarrar meus braços.

Sorria Rachel, sorria feliz!

Acho que vou esganar alguém.

-Obrigada senhorita Alon. Eu respondi educadamente e ela largou minhas mãos, para meu alívio e foi em direção a festa.

Menos uma pessoa para ser falsa, doce.

Olhei para o lado e vi a multidão que havia se formado em todo o local. Pensei que logo, logo, eu poderia partir dali, voltar ao meu apartamento três quartos e tomar uma ducha gelada e desmemoriante.

Arrumar um emprego de anfitriã de festas chiques em Nova Iorque não foi uma idéia muito brilhante minha, mas eu era uma universitária dura e sem apoio e precisava comer e pagar o aluguel de algum jeito (e rodar a bolsinha não era meu forte).

Senti uma sombra sobre mim e minha linha de pensamentos se dissipou. Sorrir denovo e denovo.

-Bem vindos a -- Minha voz falhou um pouco ao encarar um par de olhos azuis bem conhecidos. – A festa dos Porth, espero que tenham uma noite iluminada e bem receptiva. Terminei com um tom monótono que me deu uma pequena e visões dos mesmos olhos azuis.

A mulher ao seu lado tinha olhos igualmente azuis. Só que eles não me encaravam com uma mistura de sentimentos, ao menos.

- Podem seguir por aqui. Eu apontei ao lado tentando sorrir e fazer esses dois sumirem da minha visão, rápido.

A mulher (Bárbara Gordon, 29 anos, ruiva, olhos azuis, noiva de um certo Richard John Grayson) estava mais deslumbrante que qualquer outra que entrara ali. Mesmo o impacto com seu estado (paralítica, a grande Batgirl e Oráculo), continuava distinta e bela.

Acho que é por isso que Dick tanto a ama.

Ela me olhava como se eu fosse outra qualquer (e deveria ser, acho que nem como a grande Ravena dos Titans ela se lembrava mais) e me deu um grande sorriso apertando levemente a mão do homem altivo ao seu lado, que parou por alguns segundos de me olhar, e logo em seguida, a mandou aquele sorriso.

Senti o mesmo gosto agridoce do que da última vez.

- Richard, vamos. Chamou calmamente Bárbara, e a voz dela era tão magnífica como todo o seu ser.

Ele então voltou a me fitar. – Vá à frente Babs, preciso me informar com a moça. Ele disse claramente falando sobre mim, engoli seco.

Ela me olhou por um segundo, parecendo pela primeira vez realmente me olhar e depois acenou para ele. – Então está certo, nos encontramos lá. Ela deu um sorriso e levantou ligeiramente seu rosto, no qual ele prontamente lhe deu um doce beijo.

Romance.

Depois de alguns segundos que ela saiu dali, Richard veio em minha direção e eu me virei de costas para ele e comecei a andar rapidamente, mas mesmo assim ele agarrou o meu braço.

- Ainda está fugindo de mim Ravena? Ele perguntou num tom nublado de emoções e eu parei de caminhar.

- Nunca fugi de nada Asa, só certos companheiros meus fizeram isso. Tentei dizer no tom mais monótono possível, mas senti um pouco de emoção sair.

Raiva.

Seu aperto ficou mais forte e eu quase dei um sorriso. Ainda consigo tirar Richard dos eixos.

- Você sabe que aquilo era necessário. Ele disse num tom imperioso. – E eu pensei que aquilo tudo foi apenas obra da sua manipulação! E não... Seu tom vacilou instantes e eu me virei.

- Não o que Dick? Que eu realmente o amava? Que aquilo foi real? Que o que você sentiu por mim não só foi pura manipulação como Estelar. Senti minha boca amargar um pouco. – Como Estelar disse que foi? Eu perguntei e foi minha vez de caminhar firme em sua direção, ele continuava a me olhar. Aquele mesmo olhar mandatário, causativo e firme que fazia todos os vilões tremerem.

E a mim também.

Ele ficou em silêncio, apenas me encarando. Levantei meu rosto como se me demonstrasse superior e sai dali. No meu terceiro passo (eu parecia contar como se fossem meus passos para fora de uma batalha interminável) ele me chamou (fracamente), eu me virei.

- Você sabe que ainda há coisas inacabadas Rachel. Ele falou e eu senti meu peito doer. Ele precisava dizer meu nome desse jeito? De um jeito que somente ele conseguia dizer? Ele parecia realmente querer acabar comigo.

- Pode ser Richard. Eu disse calmamente sem me virar. – Mas suponho que entre nós sempre vai ter resquícios, e você sabe disso. Eu terminei a frase e cruzei meus braços tentando o fazê-lo reagir da forma que eu queria.

Que eu sempre quis.

Ouvi passos e eu me surpreendi ao sentir sua respiração quente no meu ouvido.

- As coisas poderiam voltar ao começo não? Quando você só assombrava meus sonhos. Ele murmurou e a cada palavra ele parecia se aproximar ainda mais de mim. – E não como agora que todos os meus pensamentos são direcionados a você. Ele continuou e eu senti a ponta dos seus dedos tocar os meus braços. – E quando eu fecho os olhos... Ele finalmente me abraçou e eu fechei meus olhos fortemente. – É só você que eu vejo. Sua boca tocou minha orelha e por segundos fiquei sem ar.

-Você gosta de me torturar não é? Eu murmurei e senti-o sorrir contra mim.

- Não sabia que fazer você sentir era errado. Ele comentou de um jeito amável e eu me senti como se tivéssemos 17 anos denovo, e ele ainda fosse um garoto inexperiente e eu apenas um bloco de gelo que ele começava a derreter sem notar.

- Começa a ser quando esse sentimento é errado. Falei num tom baixo e segurei seus braços contra mim.

- E quando isso se tornou errado Rachel? Quando você achou que eu não correspondi? Ele perguntou e eu me virei um pouco para olhá-lo. Precisava o sentir, completamente.

Nos olhamos e acho que entendi bem a resposta 'esse sentimento era mutuo' que ficou no ar.

- Mas você tem a Bárbara. Eu disse num tom melancólico e abaixei o olhar. Logo em seguida ele levantou meu queixo com a ponta dos dedos e sorriu, parecendo que nossos rostos se aproximavam.

- E você tem o Gar. Ele disse e senti um pequeno sentimento de angustia na sua voz, ele não sabia do fim do meu relacionamento? – Mas... Mais centímetros que nos aproximamos. – Nós dois sempre soubemos que pertencíamos um ao outro. Sentia que estava preste a tocar os seus lábios. – Pelo menos é o que eu senti. Ele terminou e fechou seus olhos, fiz o mesmo. Nossos lábios se tocaram e eu esqueci de o que estava fazendo ali, da nossa antiga briga, de sua noiva, que era errado, de tudo e só senti como eram macios e as coisas mais doces do mundo os lábios de Richard Grayson. Nos beijamos lentamente e depois com muita força como se a saudade de nossos antigos primeiros, proibidos, errados beijos nos tivesse cravado uma sede enorme dos lábios do outro. Passei a mão pelos seus cabelos e ele me segurou pela cintura e me lembrei que foi assim também nosso único beijo de amor não de magia, não de manipulação, de amor e sorri contra os seus lábios.

Nos soltamos e respiramos pesadamente e ele voltou a sorri, o mesmo sorriso que ele parecia só dar a mim.

Aquilo me fez sorrir também, o que o tomou de surpresa e fez seus olhos brilharem ainda mais.

Sorrir agora não parecia tão mal.

fin

--

N/A: Amo a Babs, realmente, mas minha esperança R² não vai morrer nunca. É, né.

Obrigada pela leitura!