• Afogue-se •
Cair.
É a Morte que o abraça em meio à solidão. Porque quando se está afundando, sua única salvação é a frieza das águas. Seu único consolo é a certeza de que fez o certo. E que fizeste? Libertou-se. Encontrou consolo e piedade nos braços da morte, na escuridão das águas.
Está morrendo mas nunca esteve tão certo do que fez. Seu corpo implora por terra, mas sua alma roga pelas águas. Finalmente, você conquistou sua liberdade através de suas próprias forças. Sente-se bem?
Aceitar.
Escuta apenas o pedido de misericórdia de seu coração, que luta desesperado para mantê-lo vivo. E você nega a vida. E você rejeita qualquer segunda chance. Você quer as águas e anseia pelo final.
Finalmente, escolheste o que realmente queria. Finalmente você decidiu por si só. E você escolheu a morte. Tens coragem, menino.
A visão escurece, agonia parece não mais existir, o coração desiste de lutar, a paz o consome aos poucos. Está sozinho.
Sorrir.
E a Morte ainda o consola. Ensinaram-lhe que ela é má. Mandaram-no temê-la. E assim fez, porque antes não tinha a liberdade que agora tem. No entanto, ali está ela. Seu maior medo é sua maior salvação. Seu maior medo é quem te consola na hora final. Não chore. Sorria, pois o fim é belo.
Morrer.
Libertou-se nos braços da Morte.
E então, morreu.
FIM
Nota da Autora: Singelo tributo à Regulus Black; R.A.B.
