Atração Fatal
Sinopse: Londres, século XIX. Cory, filho da família real, herdeiro do trono. Lea, veio de família rica, sua beleza chama a atenção de todos. Os dois são obrigados a se casarem, e isso faz com que mudem completamente as suas personalidades. Cory vira um homem frio, como o pai. E Lea, faz com que o seu passado retorne. Eles se negam, mas a atração é mais forte, seriam capazes de se entregarem ao amor? Ou ficariam nesse jogo de gato e rato para sempre? Lea seria capaz de amolecer o coração frio de Cory? E ele? Conseguiria fazer com que ela virasse a página e seguisse em frente? Mas e se Mark, se apaixonasse pela esposa do irmão?
Shipp: Monchele S2 e pode acontecer de haver casais como Dianna e Mark ou Naya e Heather
Classificação: 18 anos
Contém: Linguagem imprópria, violência e lemons
Tema: Romance e Suspense
Capítulo 1: Coming Home
As rodas do trem raspavam nos trilhos soltando belas faíscas enquanto ele ia freando aos poucos. Londres nunca esteve tão bela, as gramas verdes eram cobertas pela neve macia e branca, as árvores, o lago, tudo fora congelado. Algumas crianças no trem olhavam pela pequena janela, o lado de fora, suas respirações ficavam marcadas no vidro.
XXXX: Mamãe, mamãe!- uma garotinha loira puxava a saia do longo vestido da mãe- eu vi papai! O papai!
A menina apontou para o lado de fora. O trem já havia parado e várias pessoas esperavam pelos que acabavam de chegar, alguns se abraçavam e outros já choravam de alegria. Um rapaz alto fechou seu livro e o guardou dentro da mala. Por incrível que pareca, estava lendo Shakespeare, não o atraía esses tipos de contos mas era um autor inglês, e autores ingleses o fascinavam. Shakespeare com certeza ficaria na sua lista de favoritos, mas não pensem que ele lia Romeu e Julieta, não, isso era coisa para damas. Ele só achava que as histórias desse autor eram perfeitas, bem escritas, afinal, não dizem que depois de Shakespeare tudo foi copiado e não criado?
O rapaz colocou o seu chapéu, pegou suas malas e saiu do trem. O frio passou por seu rosto e ele não deixou de fechar os olhos e pensar: "Finalmente, em casa!". Olhou para o lado, aquela mesma garotinha que gritava pelo pai, o abraçava agora e era rodada no ar enquanto segurava o pequeno chapeuzinho bege com um laço vermelho, para não cair, a mãe da menina sorria atrás. Ele sorriu, a neve caía sobre o seu terno cinza e algumas moças que passaram ao seu lado, sorriram tímidas.
Ele não deixou de sorrir de volta, é claro. Um rapaz como ele, rico, inteligente, chamava a atenção por onde passava, principalmente pelo fato de ser de sangue azul. Sua família era respeitada, a mais poderosa de Londres. Ele tinha orgulho de ter nascido por aqui, tinha orgulho de falar o seu sobrenome e sabia que isso chamava a atenção de muitas damas.
XXXX: Ora Ora Ora! Vejam se não é o doutor que voltou!- um outro rapaz falou, ele era mais baixo mas ainda sim chamava a atenção como ninguém- fez muitas cirurgias?
XXXX: Ah se as coisas fossem assim!
O rapaz finalmente pode chegar em casa, passara horas viajando por isso, assim que chegou, se jogou na grande poltrona da sala, abrindo os primeiros botões do terno que tinha.
Mark: Que isso irmãozinho! Não fez nada durante todos esses anos?- Mark se jogou na poltrona ao lado
Cory: Fiz- o rapaz sorriu para si mesmo. Passara dois anos na França, estudando medicina- mas aquilo...não era para mim
Mark: Papai vai ficar louco, ele ainda não soube da sua volta
Cory foi para França contra a sua vontade, ele não queria ser médico, nunca quis. Gostaria de escrever, mas para um rapaz como ele naquela época, isso era um absurdo, onde já se viu, escrever? Homens respeitados como ele viram médicos, advogados. Passou dois anos lá, estudou, tirou boas notas, se destacou dentre os outros mas em uma noite trancado em seu quarto, descobrira que queria apenas voltar para casa, tomar posse do trono após seu pai e se casar com...Sorriu ao pensar em quem.
Cory: Dane-se o papai! Já tomei as minhas decisões e ele não vai me impedir
XXXX: COOOOOOORYYYYYY!- a voz da moça morena tomou conta da sala- recebi as suas cartas e não acreditei quando...
A garota não terminou a frase, apenas pulou no irmão que a rodopiou no ar. Ela ria sem parar enquanto os dois já ficavam tontos e Mark gargalhava em sua poltrona. Naya era a irmã mais nova dos dois, mas a moça não sabia que ela não era totalmente irmã deles, digo, de sangue. Na verdade, desse segredo só sabiam o rei e a rainha.
XXXX: Cory!- uma voz grossa gritou- O que faz aqui?
Cory: Vim receber o que tenho direito- o rapaz falou no mesmo tom para o pai- a coroa é minha não é?
Alfredo I: Disse que só receberia quando terminasse seus estudos, não me obrigue a te levar de volta a França!
Cory: Não vou voltar para aquele lugar. Sabia que eles se recusam a falar inglês? Fui obrigado a falar francês em todo canto
Alfredo I: Conversamos mais tarde garoto, tenho outros negócios para resolver
Os três irmãos olharam confusos, o pai nunca fora um homem normal, era bruto e frio mas felizmente tinha poder. Cory entrou em seu quarto, tudo estava como havia deixado, a cama de casal grande e macia, o grande guarda roupa de madeira, a janela que dava ao lado de fora. Os livros continuavam intactos, ele retirou alguns da mala mas nisso uma foto caiu no chão. Cory a pegou olhando para aqueles olhos cor de mel, como os dele, aquele olhar o fascinava, o pequeno sorriso, os cabelos grandes e loiros escorridos pelos ombros e o belo decote do vestido. Embaixo estava assinado o nome daquele anjo e ele ainda se lembrava daquelas palavras, daquela voz doce em seu ouvido, o corpo quente sobre o seu, o escuro do quarto, os últimos toques...
"XXXX: Quer mesmo ir amor?- ela dissera. O seu cabelo loiro caía sobre as costas e sua cabeça sobre o peito do rapaz
Cory: Meu lugar não é aqui, mas eu prometo que volto para te buscar- ele deu um longo beijo na mão da moça. Ela, por sua vez, sorriu pela revelação dele, adoraria conhecer Londres, a família real.
Levantou a cabeça e o encheu de beijos, deixando-o louco. Aquela mulher era a sua vida, ele queria ela ao teu lado para sempre."
Cory sorriu ao lembrar dessa cena, foi uma longa noite. Ele ajudou a moça a colocar o espartilho ao amanhecer e ria quando ela reclamava das mãos grandes dele que a machucavam. Ela lhe deu a foto como lembrança, mas não houve adeus, ele ainda voltaria para buscá-la e a tornaria sua verdadeira mulher.
Mark: Doutor Monteith!- o irmão entrou depressa no quarto. Ele o chamava sempre assim, de "Doutor", só para irritá-lo- Papai vai deixar você ficar
Cory: O que?- ele o olhou surpreso guardando a foto depressa. O pai não era assim tão fácil
Mark: Papai não vai mandá-lo a Paris. Você ficará e herdará o trono como filho mais velho
O rapaz sorriu. As coisas começavam a andar, ele tomaria o poder e depois traria a sua amada para conhecer finalmente a família.
Mark: ...mas, você não pode herdar o trono assim, solteiro- ele advertiu- terá de se casar
Cory: Sem problemas- lembrou-se do anjo de cabelos loiros
Mark: Que ótimo! Papai já está revendo as opções
Cory: Opções?- ele praticamente engasgou ao falar aquilo
Mark: É Cory. Temos que escolher uma noiva para você- o rapaz deu um tapa de leve no ombro do irmão antes de sair do quarto
A moça passava o dedo sobre o doce e depois levava na boca. Bom, muito bom. Sempre fazia isso, escondido é claro porque se Katherine a visse, iria matá-la. Onde já se viu uma moça enfiar o dedo no doce e depois levá-lo a boca? Isso era uma verdadeira falta de modos.
XXXX: AI!- ela assoprou o dedo ao colocá-lo no outro pote de doce. Ainda estava quente e ela acabou se queimando
Levou a mão na água, o dedo ficara vermelho. Bem feito, quem mandou ela fazer a coisa errada? Para começar não devia nem estar enfiada nesse cozinha, se seu pai a visse, coitada de Katherine que levaria toda a culpa ainda mais que a filha havia se queimado.
XXXX: LEEEEEAAAA!- a voz da irmã ecoava pela sala. Dianna tinha um sapato branco na mão procurando pela moça
Lea: Demônios, isso é muito bom!- ela colocou o dedo no outro doce mais frio
XXXX: Coisa feia irmãzinha!- Chord surgiu na cozinha
Dianna continuava a procurar por Lea que, ao ouvir a voz do garoto, se assustou deixando o bule de café que tinha na bancada, cair, sujando todo o seu vestido branco. Chord ria descontroladamente enquanto Lea passava um pano sobre o vestido, tentando resolver algo no estrago que tinha ali.
Lea: Quente, quente, quente!- ela assoprava em vão. Estava ferrada agora, Chord sempre estragava tudo
Chord: Quem mandou fazer a coisa errada?- ele passou o dedo sobre o doce e levou na boca como a irmã, depois riu ironizando
Lea: Vai pro inferno bocudo! Você fez isso de propósito!
Chord: É melhor trocar de vestido, antes que alguém veja a sua arte
Dianna: Até que enfim eu...O QUE É ISSO?- a garota gritou jogando o sapato que tinha, para o ar
Lea: Pergunta para o Chord- ela mostrou a língua ao irmão que ria ao levar mais doce a boca
Dianna: Vocês dois não podem parar por um momento? E esse vestido Lea Michele? Como vamos jantar agora?
O jantar era algo precioso a eles. Hoje era aniversário de Lea, faria vinte anos. O vestido branco, agora sujo, foi feito a mão, com panos caros e agora tudo fora jogado ao lixo. Dianna procurava pelo outro par de sapato que tinha na mão, Lea custosa como sempre, escapou para a cozinha e procurou os doces de seu aniversário. Aproveitou que Katherine, que comandava a cozinha e cuidava dos três irmãos desde pequenos, havia ido ao jardim recolher as cartas no correio.
Dianna: Você tem vinte anos Lea! Não oito- a moça brigava enquanto arrumava o espartilho da irmã
Lea: O cheiro estava bom- ela acabou vestindo um outro vestido branco, agora mais simples
Dianna: Sorte sua que eu não contei ao papai
Lea desceu para sala, o seu pai lia um jornal sentando na enorme poltrona ao lado da lareira. Os convidados ainda não haviam chegado e o homem apontava para o sofá, fazendo com que sua filha se sentasse imediatamente.
Lea: O que é papai?
Mr. Sarfati: Você já é uma mulher Lea. Vinte anos, uma mulher- ele largou o jornal- Já está passando da hora de fazer coisas que outras mulheres fazem
Lea: Como o que?- ela sempre foi uma criança, a alegria da família. Mas a moça e seu irmão Chord nunca se deram bem de verdade
Mr. Sarfati: Reservei um grande futuro a você minha filha, um grande futuro- Lea observava cada ação do pai curiosa, achava interessante quando ele repetia as frases- ...tem que se casar, ter filhos...
Lea: Mas Dianna é a mais velha, ela deveria se casar!- protestou
Mr. Sarfati: Você entenderá depois, ela também se casará, não se preocupe
Lea tinha medo de casamento, queria escolher o seu marido mas isso seria impossível. Só que seu pai não era cruel, ele iria dar um bom marido a ela. Bom, ela pelo menos esperava já que, vira vários casamentos mal sucedidos das suas amigas. E ainda havia uma coisa, para ela, amor verdadeiro não existia, ela já se arrependera uma vez, não queria outra.
