N/A: Kagakuro levinha, livre e solta. Apenas algo que eu gostaria de ler no meu caso.
Além disso, eles são tão divos juntos que eu não podia deixar de fazer algo deles.
Os berros eram ensurdecedores. Toda a platéia, perplexa, comemorava o que parecera impossível: A vitória do Seirin.
O suor pingou da testa de Kuroko. Com um belo sorriso, embora pequeno, ele fitou um Akashi totalmente imóvel. Este último estava parado à metros. Seus olhos não viam nada: tão nublados quanto um dia cinzento.
Kuroko engasgou quando subitamente foi levantado, e encarou um Kagami tão eufórico que seu sorriso parecia alojar todos seus dentes. Os olhos brilhavam numa intensidade tão viva, contrastando com aqueles lentos e ferozes de quando estava na Zona. Seu eu inteiro parecia resplandecer, os ossos chocando-se dentro e o sangue queimando mais do que lava de um vulcão desperto.
Sendo abraçando no ar, com o chão longe demais de seus pés, Kuroko apenas retribuiu o gesto e continuou sorrindo.
As mãos grandes de Kagami lentamento o pousaram no chão. Kuroko pretendia fazer seu usual gesto de bater seu punho no do companheiro de equipe, porém o olhar do ruivo congelou-o.
Ele havia entrado na Zona novamente? A calmaria chamuscante dos orbes vermelhos era quase exatamente igual. Porém, havia uma mínima diferença. Ao contrário de quando estava a ponto de mudar completamente o jogo, os olhos de Kagami não fitavam o adversário com fúria animal. Estavam complacentes.
Era como você olharia alguém extremamente querido.
Assustado, Kuroko deu um passo para trás.
- Está tudo bem, Kagami-kun? - indagou, lentamente.
Kagami preencheu o espaço que o outro havia dado em apenas uma mexida de pé. Abriu um sorrisinho bonito e levantou Kuroko de novo, tão rápido que o de cabelos azuis nem teve tempo de ofegar.
- Ei, Kuroko.
Envergonhado com aquela cena, já que tinha platéia e todos os outros membros do time, rivais ou não, encaravam-o fixamente, Kuroko não respondeu, apenas balançou a cabeça rapidamente num "o que foi?"
Kagami riu e numa velocidade normal, nada comparada aos seus toques de bola; numa euforia alta; talvez parecida como quando jogava; e numa amorosidade tão distinta de sua personalidade que apenas compartilhava jogando basquete; beijou Kuroko nos lábios.
O grito da treinadora foi tão alto que por pouco não se sobrepôs ao que o capitão do time dera.
Rindo, Kagami afastou o rosto. Mas ainda não recolocou o outro no chão.
- Nós ganhamos - explicou.
