A
AUTORA
Mia Malfoy (ruiva, até o segundo chamado), é
uma adolescente de 16 anos que prefere deixar seu verdadeiro nome nas
sombras e adotar uma identidade secreta (sim, ela sempre foi fã
de filmes de espionagem e seu maior sonho era possuir um codinome)na
hora de escrever suas histórias.
Sua paixão por
Harry Potter nasceu no ano de 1999, quando acidentalmente um exemplar
de A Pedra Filosofal, foi parar em suas mãos e desde então,
dedica seu tempo em escrever fan fictions sobre seu herói
favorito (na verdade, Ginger, sempre gostou mais de Draco do que de
Harry - pois é, certas pessoas são apaixonadas por
vilões, Freud deve explicar o motivo).
Overdose de
Sentimentos, é sua fan fiction de número x (Ginger
tentou contar todas suas fan fictions, mas desistiu após
perder a conta pela sétima vez seguida) e a primeira
publicada.
DISCLAIMER
Harry Potter, Draco Malfoy e Hermione
Granger (assim como a maioria dos outros personagens dessa história)
são de propriedade exclusiva de J.K Rowling, WB, Bloomsbury,
Rocco ou qualquer outra editora/marca que retenha seus direitos.
Em
nenhum momento, a intenção dessa autora foi violar os
direitos autorais e muito menos ofender alguém.
RESUMO
A
vida é separada por fases. Algumas, um pouco mais complicadas
do que a outra. Segundo Hermione Granger, sua fase mais complexa foi
o final de sua adolescência.
Afinal de contas, é
justamente aí que percebemos que nossos castelos são de
areia e que a vida real é muito mais difícil.
E pela
primeira vez, a monitora chefe, sempre tão certinha, irá
vivenciar uma turbulência de emoções e
sentimentos que mudará o rumo de sua vida pacata para
sempre.
NOTA DA AUTORA
Falar sobre Overdose me provoca a
sensação de dissertar sobre o nascimento de meu
primeiro filho.OVERDOSE não foi minha primeira fan fiction
baseada no mundo de Harry Potter (estou no ramo de fan fictions faz
um bom tempo, só nunca tive coragem de publicar nada).
Atualmente, estou escrevendo o capítulo dez dessa estória,
colocarei aqui no aos pouquinhos.
GENÊRO
Geral
SPOILERS
Pedra Filosofal,
Câmara Secreta, Prisioneiro de Azkaban, Cálice de Fogo e
a Ordem da Fênix.
RATING
PG-13
CAPÍTULO UM
They
are sleeping, while they dream.
And they want to be adored.
They
who don´t say what they mean.
Will live and die by their own
sword.
I dig their friends, I dig their shoes,
They are like a
child, with nothing to lose.
In their minds, their minds.
(Oasis
- Magic Pie)
Havia uma belíssima lua cheia que brilhava com todo seu esplendor bem acima de minha cabeça e mesmo assim tudo o que eu conseguia fazer naquele momento era chorar.
Chorar desesperada, feito uma criança que se perde da mãe no supermercado, castigando minha face com lágrimas incandescentes que deixariam para sempre marcas invisíveis daquela calorenta noite de Junho em minha pele.
Fadas de luz (se querem saber minha opinião, essa foi a idéia mais infeliz de Dumbledore para o Baile – chamar as malditas fadinhas que tinham como especialidade grudar no cabelo alheio ou derrubar os chapéus mais próximos), amontoavam-se ao meu redor como pequenos vaga-lumes e por alguns segundos tive que resistir, para não segurar um daqueles demônios na mão e esmigalha-los com toda a força que eu ainda conseguia unir em mim.
Bem, é exatamente aí que começa minha história. Nesse mesmo cenário, ainda trajando meu vestido de cetim preto, com o rosto maquiado (agradecimentos especiais para a Magic Beauty que inventou a linha de cosméticos mágicos que não borram nem com um jato de lágrimas), perfumada em pontos estratégicos (desculpem garotos, mas só as garotas entendem quais são os pontos estratégicos onde se deve passar perfume) e sentada (na verdade, escondida) atrás de um arbusto defronte ao encantador lago de Hogwarts (onde é que está a Lula Gigante quando se precisa de companhia ?) aonde a já citada lua cheia estava refletida.
Foi aí que Ele (não que Ele seja algum ser de força superior ou divina, mas só que tem grande importância na minha história de vida, por isso eu sempre me refiro a Ele, com letras maiúsculas) chegou em minha vida (poeticamente – pateticamente – falando, pois na verdade, Ele só havia aproximado-se e espiado atrás dos arbustos).
- Granger ! – exclamou com uma mescla de irritação e surpresa – Eu estou lhe procurando há séculos (exagerado, como sempre) e você aí atrás desse maldito arbusto ? Levante-se imediatamente, pois caso você não se lembre, ainda somos os monitores chefes de Hogwarts e por isso somos responsáveis pela patrulha dos jardins e corredores durante a festa e ... você está chorando ?
Eu tentei pensar em algo bastante ofensivo para responder essa óbvia pergunta, mas descobri que o dom da fala havia sido tirado de meu ser naquele instante e tudo o que consegui produzir foi um longo gemido de dor.
- Por acaso ... aconteceu algo ? – indagou cautelosamente – Alguém lhe machucou ?
Em qualquer outro momento, confesso que teria ficado espantada com essa pergunta. Quer dizer, não exatamente pela pergunta e sim porque o interlocutor era Draco Malfoy. O garoto que geralmente pagaria mil galeões para o primeiro que resolvesse me machucar.
-
Vai embora – foi tudo o que consegui murmurar (gemer, sussurrar,
sei lá).
- Você precisa de ajuda – concluiu após
alguns segundos em silêncio e dirigiu-se para o meu lado –
Não faço idéia do que aconteceu com você,
mas você precisa de ajuda.
- Olha, Draco – tentei não
soluçar ou falar com a voz esganiçada (diga-se de
passagem, não consegui nada disso) – Se eu precisar de
ajuda, com certeza não é para você que eu irei
pedir – respirei fundo e continuei – E acho melhor você ir
patrulhar os corredores pois eu vou patrulhar o jardim ...
- Largue de ser orgulhosa, sua sabe-tudo arrogante ! – bem, Ele conseguiu atrair minha atenção.
Não é todo dia que sou chamada de orgulhosa, sabe-tudo arrogante (ao menos não de maneira tão direta), então eu logo foquei meus olhos ferinos bem em cima Dele e após o primeiro momento em que o contemplei parecendo imaculado sob a luz das fadas (exatamente como um anjo caído diretamente do paraíso), eu estava pronta para lhe arrancar a cabeça com três dentadas certeiras.
- Bem, Granger, na verdade, eu pouco me importo se você está bem ou não – disse com Seus olhos acinzentados reduzidos a pequenas fendas de luz – O problema é que Filch está fazendo o maior estardalhaço porque os monitores não estão cumprindo suas tarefas e então eu vim lhe procurar para patrulharmos os jardins, juntos
.
Certo.
Assim é bem melhor. Esse é o velho e bom (ou seria ruim
?) Draco Malfoy que todos estamos habituados.
- Está bem – concordei enxugando minhas lágrimas na palma da mão – Você está certo, vamos patrulhar os jardins.
Era o Baile de Formatura do sétimo ano. Eu estava bastante animada para a comemoração, por vários motivos que irei citar depois. Só sei que já que havia tudo desmoronado em cima de mim, não havia problema algum em terminar essa noite caminhando por aí ao lado de Draco Malfoy.
Por alguns instantes, pude sentir uma tristeza nostálgica tomar conta de mim. Sabe, essa seria a última vez que Filch nos obrigaria a patrulhar a escola, juntos. Ainda posso me lembrar da primeira vez que isso aconteceu. Foi no sexto ano e nós ainda éramos apenas os monitores de nossas respectivas casas.
Naquela época, Draco tinha um especial ódio por minha pessoa, pois graças a mim (Harry, Rony, Gina, Luna e Neville) seu adorado papai fora para uma cela escura de Azkaban. Era uma noite bastante fria e a passamos trocando insultos do mais baixo calão, até que eu me irritei e tentei Lhe desferir um tapa no rosto, só que Ele cometeu o erro de segurar meu pulso e digamos assim, perdi o equilíbrio e saímos rolando por doze lances de escada.
Depois disso, ficamos bem quietinhos até o final da patrulha.
Com o tempo, fui me acostumando em patrulhar com Draco, pois nós sempre nos divertíamos bastante caçando os alunos fora da cama.
Ah ! Não pense que nos tornamos amigos. Nos odiávamos bastante e era justamente isso que nos incentivava. Costumávamos competir para ver quem conseguia pegar mais alunos em uma noite (e Ele sempre ganhou de mim).
Mas
essa noite era especial, porque ambos parecíamos cansados de
competir.
Era nossa última noite em Hogwarts e tudo o que
desejávamos era apreciar a paisagem, pois talvez nunca mais
voltaríamos a ver tudo isso novamente.
Draco Malfoy parecia
silenciosamente resignado (talvez o fato do pai ter sido morto semana
passada e a mãe estar em um hospício – longa
história, depois eu conto) e apenas limitava-se em caminhar,
olhar para a lua, olhar para mim e olhar para o chão
novamente, como se em um ritual não combinado. Em outras
épocas, certamente eu seria a primeira em fazer chacota com
aquilo, mas eu estava bastante cansada e agradecida por Ele não
ter feito nenhuma piadinha sobre ter me visto chorando atrás
do arbusto.
- Muito bem, Bones ! – gritei assim que avistei a garota de longos cabelos castanhos tentando fugir de trás de uma árvore com Miguel Corner no encalço – Eu já os vi. Menos cinco pontos para a Lufa-Lufa e menos cinco pontos para a Corvinal.
- Droga, Miguel, eu disse para você que aqui não era seguro – resmungou Susana Bones correndo de volta para o castelo com Miguel aflito tentando alcança-la.
- É esse o espírito, Granger – Draco tinha um sorriso bobo no rosto – Você acaba de marcar dois pontos. Quem sabe você me vence, não é ?
- Não vai ter graça – respondi retribuindo o sorriso bobo – Você não vai poder se jogar desesperado aos meus pés, pedindo uma revanche.
- Talvez, eu possa sim – disse Draco ainda sorrindo – Claro, tirando a parte de me jogar nos seus pés, eu nunca faria isso.
- E qual tipo de revanche você sugere ?
- Uma partida de Snap Explosivo ?
- Não. Eu iria ganhar facilmente.
- Que tal uma partida de xadrez bruxo ?
- Você tem certeza ? Olha, já me aprimorei bastante na técnica após perder sete anos consecutivos para o Rony.
- Nós podemos jogar uma partida de Derrubada. Eu lhe empresto minha vassoura nova e eu posso voar na minha antiga Nimbus 2001.
- Não ! – exclamei sem poder deixar de rir – Eu não sei voar.
- Então, vai ser justamente isso, uma partida de Derrubada.
- Não ! – exclamei novamente, dessa vez um pouco mais séria – Já Lhe disse que não sei nem ao menos montar uma vassoura do lado certo.
- Aprenda, Granger – sibilou com sua costumeira malícia – Vamos marcar um horário. Quatro da madrugada, Campo de Quadribol ?
- Você está maluco ?
- Sabia que iria concordar. Quatro da madrugada é o horário ideal. Sugiro que você substitua esse vestido por algo mais confortável. Mas não precisa tomar banho, você vai espatifar-se toda no chão e terá que tomar outro banho.
Acho que Ele tocou em algum ponto sensível do meu ser. Sabe, odeio quando dizem que eu irei perder em qualquer tipo de aposta.
- Vamos ver se você irá continuar dizendo isso assim que perder todos os dentes da boca.
- E é assim que eu gosto de lhe ver. Com esse ânimo de predadora e não chorando feito um coelhinho assustado atrás de um arbusto.
E então eu fiquei em um tom de rubro que ganhava facilmente da tonalidade do cabelo dos sete irmãos Weasley, juntos.
Até
hoje, não sei se o motivo foi por Draco Malfoy ter me chamado
de predadora ou se foi porque naquele instante Seus olhos brilhantes
(e só naquele momento eu reparei que eles possuíam luz
própria) recaíram sobre mim de uma maneira que ainda
não sei se tenho palavras suficientes para descrever (só
saibam que foi uma sensação ótima).
- Então
está certo, Malfoy. Eu vou Lhe dar a Sua revanche.
- Ótimo – concluiu consultando o relógio de pulso – Meia-noite. Dumbledore deve estar mandando todo mundo para a cama nesse exato instante.
- Certo, então eu vou indo para o castelo e Lhe encontro no Campo de Quadribol, quatro horas da madrugada.
- Esteja preparada.
- Eu estarei.
Só que eu não estava.
Uma
parte de mim, se negava em admitir que eu era sem sombra de dúvidas
a aluna de Hogwarts que não tinha talento algum para a
vassoura, enquanto outra gritava desesperadamente que se eu subisse
em uma, eu iria me esborrachar no segundo seguinte, sem dar uma
chance para Draco Malfoy fazer esse pequeno trabalho sujo.
Então,
qual era solução para o dilema ?
Só que aí, quando eu cheguei perto da entrada para o salão comunal da Grifinória, Draco Malfoy foi imediatamente varrido da minha mente, para ceder seu lugar para Harry Potter.
Lá estava ele. Ao lado de Rony. Na verdade, havia vários alunos apinhando a passagem, porém primeiro meus olhos pousaram em Harry Potter (e por uma fração de segundos, seus olhos verdes encontraram-se com os meus e eu senti uma falsa sensação de alegria tomar conta de mim) e depois no bolinho de alunos.
- Qual é o problema ? – indaguei em um tom alto de monitora chefe – Por que estão todos aqui empacando o caminho ?
- Alguém mudou a senha – informou Lilá Brown – Estávamos lhe esperando para ver se você sabia da senha nova.
- Não, ninguém me disse nada – franzi o cenho e olhei ao redor – Rony, alguém lhe disse alguma coisa ?
- Não – Rony encolheu os ombros – Também não estou sabendo de absolutamente nada.
- Está bem, fiquem aqui – ordenei – Vou procurar a professora McGonagall.
Mas antes que eu pudesse sair, senti uma mão segurar meu braço com força.
E era o Harry. Nem precisei olhar, eu reconhecia o toque da mão dele.
- Nós precisamos conversar – sussurrou no meu ouvido.
- Agora não – retruquei em voz baixa, enquanto delicadamente me desvencilhei do braço dele e desci as escadas em busca da professora.
Bem, agora me deixe contar o motivo pelo qual eu estava chorando.
Como vocês podem imaginar, o motivo se chama Harry Potter.
Eu nutri por sete anos, uma paixão platônica pelo Menino que Sobreviveu. Sempre tentei me manter no meu lugar e ser a melhor amiga, ao invés da melhor amiga apaixonada.
Quando ele se apaixonou por Cho Chang, fui a primeira a lhe encher de conselhos (além do mais, Rony não sabe dar conselhos amorosos) e fiz o meu melhor para que ambos ficassem juntos.
Okay, eu não consegui. Ao que tudo indica, Cho, tem um temperamento que ninguém agüenta (e eu só quero saber como Cedrico Diggory, um dos garotos mais legais que já passou por essa escola, conseguiu namora-la). Não foi minha culpa.
Só que aí, meus sentimentos pelo Harry apenas cresceram e eu fiquei totalmente iludida, quando ele me chamou para o Baile de Formatura.
E realmente, estava tudo sendo magnífico, até o momento em que Harry deu a primeira golada no uísque de fogo (cortesia de Simas Finnigan que trouxera clandestinamente para o Baile) e começar a colocar tudo para fora. Quer dizer, ele começou a me fazer uma série de confissões como se eu fosse uma espécie de inquisidora do Ministério da Magia.
Primeiro, ele contou que estava sentido-se um canalha por ter me convidado para o Baile, porque sabia que eu era apaixonada por ele e tinha certeza que havia me iludido (dez pontos para você, Harry). Depois, disse que estava planejando me beijar, só para fazer ciúmes para uma certa garota cujo nome é Luna Lovegood (e que por acaso, como Harry veio a me confessar, é seu grande amor secreto – aliás, também é namorado do melhor amigo dele, Rony). E então começou a chorar e me pedir desculpas.
Bem,
minha reação foi levantar-me da cadeira, encara-lo com
um olhar de desprezo e sair de vista. O resto, vocês já
sabem, fui chorar escondida lá fora.
Naquele momento, tudo
o que eu conseguia sentir por Harry era ódio.
Minha mãe
vivia falando que sentir ódio de alguém não é
saudável e acho que ela está repleta de razão. O
ódio é pior que uma doença. Pior do que qualquer
peste ou pandemia.
Ele
penetra em você e lhe faz perder completamente a noção
de tudo. Não importa quantas vezes Harry, foi maravilhoso
comigo ou o número incrível de vezes que ele salvou
minha vida. Algumas palavras e eu nem ao menos quero vê-lo
novamente.
Vamos deixar minhas reflexões para depois e
vamos voltar para a história. Em qual ponto eu parei ?
Sim, eu estava procurando a professora McGonagall.
Diga-se de passagem, em meu estado emocional normal, provavelmente eu teria ido diretamente para a sala da professora, mas ao contrário disso, eu fiquei rodando o castelo para lá e para cá feito uma barata que acaba de levar uma borrifada de inseticida na cara (se é que aquele monstro do Apocalipse tem cara).
Minha sorte foi encontrar o professor Snape no meio do caminho, porque certamente se isso não tivesse ocorrido, eu ainda estaria zanzando pelos corredores de Hogwarts feito uma alma penada.
- Senhorita Granger ? Já se passa da meia noite e ...
- Eu sei, professor- interromper um professor não é legal, não sigam meu exemplo- Mas é que alguém mudou a senha da Grifinória e ...
- Da Grifinória, também ?
- Sim.
- Pirraça.
- Como ?
- O poltergeist.
- Eu sei quem ele é ...
- Senhorita Granger, por acaso, andou compartilhando uísque de fogo com seus amigos no Baile ou sua capacidade mental foi reduzida para zero ?
- Eu ...
Eu lhe odeio, professor Severo Snape.
Foi isso que eu pensei, não o que eu disse.
Na verdade, não consegui dizer mais nada, porque eu realmente concordo com ele. Minha capacidade mental estava reduzida para zero.
Em
primeiro lugar, eu havia aceitado uma partida de Derrubada com Draco
Malfoy.
Em segundo lugar, eu não apliquei um bom soco de
direita em Harry, quando ele começou a me dizer todas aquelas
coisas.
Em terceiro lugar, qual é mesmo o terceiro lugar ? Ah ! Eu estava ali gastando meu tempo com Severo Snape (que ainda não lava os cabelos e nem cogita em raspa-los definitivamente).
- O problema é que Pirraça descobriu a maneira de mudar as senhas de entrada das casas e achou interessante substituí-las por algo um pouco obsceno e até o presente momento, ninguém conseguiu mudar as novas senhas.
- E qual é a nova senha ?
Certo.
Não vou nem ao menos escrever isso. Pirraça estava
realmente inspirado. E eu gostaria de ter Colin Creevey ao meu lado
naquele momento, alguém precisava fotografar a expressão
no rosto do professor Snape ao me informar a nova senha.
Só
digo que é indescritível e impagável.
Na verdade, acho que não foi muito diferente da minha expressão ao informar para todos os alunos da Grifinória, nossa senha temporária.
- Hermione !
- Harry, agora não, eu preciso dormir.
Eu tentei loucamente escapar do Harry. Só, que ele não parecia querer encostar a cabeça no travesseiro antes de passar toda a história a limpo.
Ele
esperou que todos os alunos fossem para seus dormitórios e
quando eu tentei fugir para o meu, ele segurou novamente meu braço
e dessa vez, não havia escapatória.
Aposto que o
monstro da culpa estava corroendo cada espaço do corpo de
Harry Potter. E sabe de uma coisa ? Eu não estava com a mínima
vontade de colaborar na árdua tarefa de ajuda-lo na luta
contra o monstro da culpa. Por mim, Harry poderia ser devorado por
ele, afinal de contas, estava merecendo.
- Eu sinto muito. Eu realmente, sinto muito.
Sinceramente, minha cabeça estava começando a latejar cruelmente. A voz de Harry estava me causando espasmos de ódio por todo o corpo.
Então, fiquei possuída por sabe-se-lá qual tipo de sentimento e disparei tudo o que estava entalado em minha garganta:
-
Você é desumano. Cruel. Horrível. Não é
nem ao menos pela atrocidade que cometeu ao me iludir, não é
por isso. Você é o melhor amigo de Rony. Nunca deveria
nem ao menos ter olhado para Luna com outros olhos. Não venha
me pedir desculpa, certo ?
Harry abriu a boca. Creio eu, que por
espanto do que necessariamente por vontade de protestar. Mas, eu não
lhe dei chance de continuar, corri para o meu dormitório e
chorei um pouco mais.
Eu não queria partir de Hogwarts
dessa maneira. Realmente, queria correr até o Harry e aceitar
suas desculpas.
Mas não naquele instante. Não daquela maneira.
