Obs: A introdução e o prólogo são resumos da história de Rosalie escrita por Stephenie Meyer.
Eclipse - Final infeliz - pag. 117
A partir do capitulo um, textos de minha autoria;*
Meus pais eram de classe média. Meu pai tinha um emprego estável em um branco, algo que agora percebo que o deixava presunçoso...
Era tarefa de minha mãe manter nossa casa – e a mim e meus dois irmãos mais novos – numa ordem imaculada. Estava claro que eu era sua prioridade e sua preferida. Sempre tive a vaga ciência de que meus pais não estavam satisfeitos com o que tinham, mesmo que fosse muito mais do que a maioria possuía. Queriam mais.
Eles não estavam satisfeitos, mas eu estava. Estava emocionada por ser Rosalie Hale. Agradava-me que os olhos dos homens me seguissem aonde quer que eu fosse quando completei 12 anos. Ficava deliciada que minhas amigas suspirassem de inveja ao tocarem meus cabelos.
Eu sabia o que queria da vida e não parecia haver um modo de não conseguir exatamente o que queria. Eu queria ser amada, ser adorada. Queria ter um casamento imenso e cheio de flores, onde todos da cidade pudessem me ver andar pela nave central no braço de meu pai e pensar que eu era a pessoa mais linda que viram na vida. A admiração era como ar para mim.
Mas havia um desejo que era mais significativo:
Minha melhor amiga se chamava Vera. Ela se casou jovem, com apenas 17 anos, com um carpinteiro. Um ano depois, ela teve um filho, um lindo menino de covinhas e cabelos cacheados. Foi a primeira vez que eu senti inveja verdadeira de outra pessoa em toda a minha vida.
Royce King era dono do banco em que meu pai trabalhava e de quase todos os negócios lucrativos de toda a cidade. Foi assim que o filho dele, Royce King II, viu-me pela primeira vez.
Dois dias depois, minha mãe convenientemente se esquecer de mandar o almoço de meu pai. Lembro-me de ter ficado confusa quando ela insistiu que eu usasse meu vestido de organza branco e prendesse meu cabelo no alto só para ir até o banco.
Naquela noite, chegaram as primeiras rosas. Toda noite, durante nossa corte, ele me mandava um buquê de rosas.
Royce também era bonito. Tinha os cabelos mais claros do que os meus e olhos azul-claros. Royce parecia ser tudo o que eu sonhava. O príncipe de conto de fadas, que aparecera para me tornar princesa. Nos conhecíamos havia menos de dois meses quando ficamos noivos.
Não passávamos muito tempo sozinhos, e quando ficávamos juntos, ele gostava que as pessoas nos vissem, para que me vissem nos braços dele. Eu gostava disso também. Havia muitas festas, bailes e vestidos bonitos. Quando você era uma King, todas as portas eram abertas, todos os tapetes vermelhos se estendiam para recebê-la.
Não foi um noivado longo. Planos para o casamento mais pródigo prosseguiram. Eu teria tudo o que sempre quis. Estava completamente feliz. Quando pensara em Vera, não tinha mais inveja. Imaginei meus filhos louros brincando no imenso gramado da propriedade dos King e tive pena dela.
Rosalie Lillian Hale,18 anos (1933) - Rochester, Nova York.
Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são.
- William Shakespeare
