Disclaimer: Todas as personagens são da JK e tudo mais. Com exceção de alguns coadjuvantes e uma das principais.

N/A: Segunda fic não one shot ou song de D/G. É pós RdM.Talvez contenha spoilers.

Espero que gostem e acompanhem a fic até o fim!Prometo não me alongar muito!

Beijo especial para Delyê e Annie Black Malfoy.

Boa leitura!


Capítulo Primeiro

O céu estava azul, havia poucas e gigantescas nuvens, exatamente como ele gostava e, ele não estava mais ali para deitar no colo dela na grama e ficar olhando para o céu por horas silenciosas, com exceção para a as gargalhadas de ambos e, recentemente, dos filhos. Gina vestia uma saia e um blazer preto, os cabelos ruivos e longos presos em uma trança, os olhos castanhos um pouco inchados por causa das noites mal dormidas e os lábios fechados, como se nenhuma palavra fosse sair dali nunca mais. James estava com 14 para 15 anos, Albus havia completado 13 e Lily com 11, o primogênito abraçava a mãe pelo ombro (uma vez que estava maior que Gina), Albus pela cintura e, Lily estava à frente da mãe e segurava as mãos da mesma com um misto de dor, amor e saudade.

Quando finalmente o caixão foi colocado no fundo da vala e a terra jogada por cima, as poucas pessoas que estavam presentes começaram a se distanciar, os filhos abaixaram a cabeça e, Gina olhou os escritos na lápide mais uma vez: "Harry James Potter, amado esposo-pai-héroi". Ron e Hermione passaram pela ruiva e pelas crianças, abraçando-os carinhosamente, assim como todos os parentes (com exceção de Petúnia e Duda, que passaram por Gina e apenas fizeram sinal com a cabeça) e os amigos; Teddy aproximou-se de Gina e a beijou no rosto.

"Tio Harry não gostava de nos ver triste, nem por um minuto." – Teddy disse, os olhos marejados – "Tia, pro que precisar pode entrar em contato comigo. E, eu continuarei com minhas visitinhas, pode ficar tranqüila".

O comentário de Teddy fez com que Gina e os filhos esboçassem um sorriso rápido. Quando Rony e Hermione finalmente andavam em direção à saída do cemitério em Godric's Hollow, o ruivo viu um loiro observando tudo ao longe.

"O que ele está fazendo aqui, Mione?" – Ron perguntou com raiva – "Vou dar um jeito nisso agora mesmo."

"Ronald Billius Weasley, você não fará nada com ele. Absolutamente nada." – Hermione disse séria e, então sua voz começou a falhar – "Harry não tinha nada contra ele após a guerra. Ele não desejaria que você e ele entrassem em atrito"

Ron passou direto por Malfoy quando Hermione usou o argumento certeiro, mas o ruivo não entendia o porquê de Malfoy estar ali. Quando finalmente todos se afastaram, apenas os Potter ficaram ali, olhando o túmulo. James deu um beijo no alto da cabeça da mãe e puxou Albus para irem na frente da mãe, o moreno mais velho, pegou a irmã no colo e, foi com os irmãos em direção à saída, deixando a mãe sozinha por mais uns instantes. Gina ficou completamente sozinha, era o que ela pensava, deu alguns passos em direção à lápide.

"Encontrará teus pais agora, querido" – a ruiva disse enquanto conjurava um lírio branco e colocava sobre o túmulo e, permitia que uma lágrima solitária saísse de seu olho. Gina ia caminhando para a saída, mas mal dera dois passos quando uma voz a interpelou.

"Meus pêsames, Ginevra" – Draco Malfoy disse com sua voz mais grossa e arrastada, mas não sem realmente algum pesar.

"Obrigada Malfoy" – Gina respondeu encarando-o – "Não mentirei dizendo que é uma surpresa vê-lo aqui".

"Draco, me chame de Draco." – o loiro corrigiu a ruiva – "Não admiro que realmente seja uma surpresa me ver aqui. Mas eu não poderia deixar de vir"

"Compreendo. Sei que está mudado, Mal... Draco. E também sei que Harry e você haviam tido algumas conversas depois do término da guerra e, algumas no hospital" – Gina disse, a voz muito forte para alguém que tinha acabado de enterrar o marido que tanto ama

"Fico lisonjeado que tenha compreendido." – Draco disse sem haver nenhum pingo de ironia ou sarcasmo naquelas palavras e, após alguns minutos de silêncio, o homem encostou sua mão no ombro de Gina – "Se precisar de algo, procure-me"

Gina nada disse sobre o cavalheirismo de Draco e, o que ele dissera não tinha sido por obrigação como a mesma ouvira de algumas pessoas naquele mesmo dia. Passou por Draco, acenando com a cabeça e seguiu para a saída do cemitério, mas antes que cruzasse o portal, ouviu a voz de Malfoy, meio perto, meio longe, mas não deixou de ouvir,

"Deixe o passado para trás. Traga apenas na memória apenas as boas lembranças, mas deixe o passado para trás." – Gina parou ao ouvir as palavras e, após alguns segundos ouviu a voz de Draco novamente – "Mas deixe o passado para trás e siga em frente."

Gina apenas olhou para Draco, que estava parada há pouquíssimos metros de distância, consentiu com a cabeça e saiu do cemitério; as palavras que acabara de ouvir latejavam em sua cabeça, ouvira ou lera aquilo em algum lugar, mas não lembrava quem havia dito ou escrito, mas ela lembrava. Entrou no carro e dirigiu de volta para casa, os filhos calados e quietos e, a filha adormecida no colo do irmão do meio. As horas se arrastaram durante aquele dia, o sofrimento de Harry finalmente havia acabado, a doença o fizera definhar aos poucos, mas nem doente o moreno perdera a vontade de sorri, abraçar e beijar a esposa e os filhos ainda que de uma maneira tão fraca, mas não com menos amor; os filhos passaram a tarde no jardim da casa, deitados um ao lado do outro, olhando o céu, como Harry fazia com eles nos finais de semana, para faze-los diminuírem o ritmo da energia. A ruiva foi até eles, tampando a visão do céu, sorriu triste para os filhos.

"Eu fiz um lanche. Vocês ficaram o dia sem comer, queridos. Desse jeito eu fico preocupada." – Gina disse ajoelhando-se na grama em frente aos filhos, o que os fez se sentarem – "Vocês podem tomar um banho e comerem, o quanto quiserem e depois dormir, se quiserem"

"Nos deixar comer à vontade não trará o papai de volta" – disse James sério – "Nem amortecerá a saudade"

"Eu sei querido, eu sei disso. Já perdi outras pessoas essenciais em minha vida. Mas ficar triste o tempo todo, não os fará sentir melhor." – Gina respondeu – "Seu pai mais do que ninguém detestava ver as pessoas tristes, ainda mais por ele" – disse e acariciou o rosto dos três

"Mãe, a gente tem que voltar para Hogwarts amanhã?" – Lily perguntou, os olhinhos vermelhos encarando a mãe

"Vocês podem ficar mais uns dias em casa" – Gina respondeu simplesmente e encarou Albus – "O que foi querido?"

"É que eu vi o pai do Scorpius, mas não vi meu amigo lá" – respondeu para a mãe, James fez uma cara feia e Lily olhou para o irmão do meio

"A diretora não pôde liberar seu amigo, nem seus primos, Albus" – Gina respondeu – "Seu amigo com certeza teria ido se tivesse sido liberado. E se liberasse todos os primos, Hogwarts ficaria vazia" – ao terminar de falar, os três filhos sorriram de esguelha e encararam a mãe

"Não quero ir para Hogwarts" – a miniatura de Harry disse por fim

"Por que?" – Gina perguntou

"Albus, nós já discutimos isso. Eu sou o mais velho, eu fico aqui e vocês dois voltam" – James disse sério olhando o irmão

"Você precisa da nossa ajuda" – Lily disse para o irmão mais velho

"Calma aí! James, você não vai abandonar Hogwarts de jeito nenhum!" – Gina disse severa – "E por que vocês não querem ir?"

"A senhora vai ficar sozinha?" – Albus perguntou, o que fez Gina sorrir compreensiva

"Crianças, vocês ficarão uns dias em casa para que se sintam mais fortes para voltarem às aulas. Não para ficar cuidando da mãe de vocês. Que por sinal, cuidou dos três muitíssimo bem durante muito tempo e continuarei cuidando" – a ruiva terminou de falar

"Não queríamos deixa-la sozinha" – os três disseram em coro

"Queridos, eu não ficarei sozinha. A distância nunca separa as pessoas. Mesmo estando em Hogwarts, vocês cuidam de mim e eu de vocês. E além do mais, eu tenho a vovó e o vovô, a Luna, seus tios." – Gina argumentou

"Mas não tem mais o papai" – James disse convicto de que convenceria a mãe

"Quem disse que não tenho?" – Gina perguntou – "Seu pai pode não estar aqui fisicamente, mas ele jamais sairá de meu coração, de minha mente e de vocês"

Os três se deram por vencido e entraram na casa, cada um indo tomar banho e se trocar, descendo para comer o lanche que a mãe havia feito. Ao se deitar naquela noite, Gina pensou que não dormiria, mas ao encostar a cabeça no travesseiro, seus olhos pesaram e adormeceu tranqüila e pesadamente; abriu os olhos sobressaltada com um toque em seu rosto e, sorriu ao ver Lily ajoelhada na cama a encarando.

"O que foi princesinha?" – Gina perguntou num sussurro

"Posso dormir aqui? – a ruivinha perguntou olhando a mãe

"Claro minha linda!" – respondeu, levantando as cobertas para que a filha deitasse ao lado dela e após cobri-la, abraça-la.

As ruivas adormeceram, mas Gina abriu os olhos, sobressaltada novamente ao sentir alguém abraça-la pela cintura, ao virar a cabeça viu os brilhantes olhos verdes de Albus lhe sorrirem e ao se ajeitar para que o filho deitasse, sentiu uma mão lhe acariciar e então viu os olhos castanhos de James a encarando e se deitando ao lado da irmã. Os quatro adormeceram na cama de Gina e, quando amanheceu, a mãe acordou sozinha na cama, ao se sentar, viu os três filhos a encarando, os pijamas sujos de farinha, açúcar, chocolate e segurando uma bandeja com café da manhã. A ruiva maior sorriu e abriu os braços para que eles a abraçassem.

Gina levou os filhos até Hogsmeade dois dias depois, onde Hagrid os encontrou para leva-los para Hogwarts novamente. Os três abraçaram a mãe e a encheram de beijos e fizeram Gina prometer que escreveria sempre (como se a ruiva o deixasse de fazer em algum dia).

"Hagrid, se eles tiverem problemas ou algo do tipo, mande-me uma coruja" – Gina disse apenas para Hagrid quando as crianças passaram a frente do guarda-caça

"Pode deixar Gina. Seus filhos são ótimos. Mas eu lhe aviso sim" – Hagrid prometeu – "Fique bem"

"Você também" – Gina disse sorrindo e aparatando logo em seguida para casa

Desde que Harry morrera, Gina apenas retirara as coisas dele dos armários, colocou nos armários dos filhos as peças de roupa que eles mais gostavam segundo eles e, as outras roupas doou para um orfanato bruxo e, isso fazia quase dois meses. A verdade é que não tinha achado o testamento, e o ministério disse que precisava de uma cópia do testamento para deixa-lo no arquivo do departamento de não sei o quê, pelo que Percy explicara; Gina vasculhara todos os lugares que achava possível, perguntara a Ron se ele sabia, mas ele havia dito que o que Harry apenas pedira a ele para trazer pergaminho e caneta, porque ele mesmo escreveria o testamento. O que a ruiva não entendia era que para escrever o testamento, Harry precisara de uma testemunha e, não era Ron ou Hermione ou ela; chegou a ir ao hospital para perguntar aos curandeiros se algum delas fora a testemunha, nenhum deles tinha sido, ou as enfermeiras, ou os parentes, ou algum amigo. Ginevra achava que Harry escrevera sem testemunhas, quando estava em casa e ele mesmo escondeu, agora o detalhe estava aí: onde ele havia escondido.

Enquanto Gina retirava do armário do seu quarto as caixas de fotos para ver se estavam lá, ouviu a campainha tocar, empurrou a caixa de volta para o armário, passou a mão pelos cabelos prendendo-os em um coque com a própria varinha, que era o objeto mais próximo que pudesse prender os longos cabelos ruivos, e desceu as escadas calmamente, enquanto a pessoa do outro lado da porta apertava a campainha como se fosse a teta de uma vaca e estivesse tirando leite.

"Quem pode ser em pleno sábado à tarde?" – Gina perguntou a si mesma, a mulher estava descalça, trajando uma calça jeans e um suéter lilás – "Acalme-se, minha campainha agradece!"

A ruiva gritou do lado de dentro, enquanto destrancava a porta; estava sozinha em casa, era final de maio e as crianças ainda demorariam um mês para retornar a casa. Ao abrir a porta, Gina se chocou ao ver, ninguém mais e ninguém menos que um Draco Malfoy, meio nervoso, ansioso e apressado.

"Draco Malfoy?!?" – Gina disse chocada enquanto o encarava

"Sim, sou eu. Pensou que era quem? Papai Noel?" – Draco respondeu com seu habitual sarcasmo

"Não, pensei que fosse um ordenhador." – Gina respondeu encostando-se na soleira da porta – "Parecia que você estava tirando leite da vaca enquanto tocava minha campainha"

"Desde quando você se tornou sarcástica?" – Draco perguntou, mas não esperou que ela respondesse – "Eu sei que eu disse no enterro de Potter que você poderia me procurar..."

"Você vai retirar a cortesia?" – perguntou seca o encarando.

"Não".– Draco respondeu grosso e com a voz arrastada de sempre – "Estou te procurando porque não tinha a quem recorrer."

Gina cruzou os braços mais surpresa ainda, Draco fez menção de entrar e a ruiva saiu da porta, permitindo que o loiro entrasse; se o loiro precisava da ajuda dela, era realmente um caso de vida ou morte.

"O que aconteceu Mal... Draco?" – Gina perguntou ainda de pé enquanto indicava para o loiro se sentar no sofá.