O Poder de Um Sorriso

Por: The Freedom Fighter

Disclaimer: Os personagens e lugares aqui citados não me pertencem... Os personagens agradecem por isso... Já que eles na minha mão nunca é grande coisa...

Sinopse: Milo não andava muito bem nos últimos tempo, sentindo-se deslocado. Kamus jamais poderia esperar que aquilo aconteceria com ele... O que acontece quando o aquariano frio é obrigado a criar uma menina e ela se afeiçoa logo ao grego petulante? Será que o poder de um sorriso é capaz de mudar esses dois marmanjos?

Nota: Devido a problemas técnicos tive de voltar a postar essa fic, de forma que eu consiga atualizar, já que minha outra conta se recusa a logar e consequentemente de se cancelar ou fazer qualquer outra cosia do tipo. Entã oabri outra conta e estou postando novamente a fic, de forma que vocês consigam voltar a acompanhar.

Capítulo I:

Devaneios à Meia-Noite

Meia-noite. O relógio na casa de escorpião dava suas exatas doze badaladas. Doze pequenos momentos, muito apreciáveis, deve-se dizer. O estrondo provocado pelo enorme relógio que comprara num antiquário ecoava por toda a casa, percorrendo sua extensão por completo, procurando alcançar cada recanto que podia estar completamente vago dentro daquela casa e o preenchendo com sua melodia inflexível e peculiar.

Analisando aquele som, ele podia dizer porque raio comprara aquele relógio velho. Cada vez que ele ouvia aquele som, ele se dava conta de que precisava de companhia caso contrário a casa não estaria naquele silêncio mortal. Apenas dando–lhe aos ouvidos aquele som grave e metálico, enquanto a casa imergia sobre aqueles doze segundos de extrema amálgama entre o silêncio predominante e um fiapo de esperança, que talvez ainda percorresse o coração do escorpiano, sussurrando-lhe baixinho a necessidade de ter seu espaço preenchido. Doze segundos, doze badaladas, doze cavaleiros, doze objetivos, doze corações solitários..

Ser um cavaleiro de ouro propunha tanta coisa que estava longe do alcance da fé de um mortal qualquer. O ideal de apenas servir e proteger. Lutar ou morrer. Algo que muitos seres humanos não estavam preparados a seguir piamente. Talvez os homens apenas não soubessem priorizar o que era certo e o que era errado. Não tinham pelo que lutar, sem um ideal pra se manter vivo, sem saber que sua vida vale a pena, que há mais mistérios a serem desvendados do que propõe a mente pequena de cada um deles. Era complicado procurar resposta a partir da mente humana, uma agulha em um palheiro parecia ser mais visível aos seus olhos. Ele não sabia exatamente o que pensar. Nunca fora bom em analises sentimentais humanas, sentia mais do analisava, era impulsivo mergulhando de cabeça nesses sentimentos. Não era um homem de buscar respostas e sim, de agir. Era um homem vulnerável a emoções humanas, tinha de admitir, mais do que gostaria, até. Mas se ele era um cavaleiro de ouro, haveria de ter um motivo. Ele não podia ser totalmente humano, por outro lado, não mantinha a frieza dos cavaleiros de ouro. Não pensava nem como um homem comum, e nem com um cavaleiro. Seria ele apenas um meio termo? Um fraco em meio aos fortes? Ou um forte em meio aos fracos? Ou alguém que apenas não sabia ser como os outros? Que usava uma mascara de irresponsabilidade, de alegria, estando sempre a sorrir, sempre a rir, para esconder a verdade, para esconder a tristeza, a dor... Agindo como um palhaço dentro de um picadeiro... Mesmo triste ou magoado, fingia uma falsa alegria capaz de fazer os outros sorrirem. Talvez fosse o sentimento de reclusão o levando-o cada vez mais a disfarçar a dor.

Se fosse analisar pelo lado humano, talvez não fossem os humanos que não sabiam priorizar o que era importante na vida, e sim os cavaleiros em si. Um cavaleiro é um ser errante e infeliz, ao menos era como soava ser cavaleiro aos seus ouvidos. Alguém cheio de obrigações e deveres, sempre servindo a um propósito maior, que pobres humanos nem sequer têm ciência, mesmo quando afogados em seus mais profundos devaneios. Cavaleiros... Amazonas... pessoas por lealdade a uma pessoa deixavam de lado seus idéias e sonhos, para a proteção de um mundo que mal sabia de sua existência...

Talvez pelo fato dos humanos não saberem que há perigos além de sua imaginação, que eles sejam possuidores do sentimento mais almejado por toda criatura vivente: a felicidade. Sem preocupações, sem medo, sem lutas diárias contra oponentes em potencial, sem qualquer dúvida sobre o porquê de sua existência. Embora sua ausência de saber, eles sentem-se ligados ao que os cerca, algo que mesmo que esteja a ruir, sempre será uma esperança brotando no coração inóspito e incompreensível de cada um deles.

Quem sabe, seja mesmo da forma que um dito popular diz: A felicidade está contida nas pequenas coisas do dia-a-dia, nos pequenos gestos, nas mais singelas declarações de amor...

Se esse for o princípio ativo da felicidade, ele já podia se considerar um infeliz com direito a carteirinha de comunidade e tudo. Exatamente como todos os outros cavaleiros de ouro. Obrigações e mais obrigações, era tudo o que tinha.

Vez ou outra, ainda tentava tornar sua existência menos torturante, saindo para se divertir e tudo. Procurando a felicidade nas mais diversas formas, nos mais diferentes braços, nos mais distintos lábios...

No entanto, em nenhum deles pôde achar a sensação que ele procurava. Algo maior que suas dúvidas constantes, maior que o mal-humor de Kamus, ou mesmo a fé de Shaka. Provavelmente até os cavaleiros de ouro tinham ao que se agarrar. Razões, motivos, esperanças, por mais banais que sejam.

Uma vitória, uma derrota, uma grande força de vontade, uma fé além do alcance da crença humana, uma amizade, uma alegria, um momento, uma lembrança, uma certeza, uma lágrima... Coisas que por mais singelas que sejam, fazem a diferença dentro de cada um dos seres que sentem tais emoções, tornando-os quase felizes. Infelizmente, Milo não era capaz de discernir a sua razão, o seu motivo de existência. Apenas sabia que nenhum dos motivos citados até agora fazia parte de si. Será que seus pais se deram o trabalho de pô-lo no mundo apenas para lutar as batalhas em nome dos Deuses e seus desafetos?

Sabia que viera do pó, e que no fim, ao pó voltaria, de resto era tudo tão dúbio. Tão obscuro, tão sem... Amor!

Uma pessoa não podia ficar vivendo, simplesmente por viver. A existência se tornava inútil, e porque não, em vão? Um dia após o outro... Bonita frase, contudo, sem nenhuma aplicação prática, sem qualquer vestígio da calidez que dizem pertencer às mãos da vida. Vive-se um dia após o outro sim, contudo, ele corre o risco de se tornar chato, pesado, entediante, ter um quê de retidão, traçado sempre em uma mesma direção. Decididamente não era o que Milo queria para si.

Mais uma vez, nem cavaleiro, e nem homem comum... Um homem comum tinha tendência a usualidade, um cavaleiro tinha tendência à servidão, programando-se a acordo com o que lhes era oferecido...

Revirou-se na cama de casal, grandiosa e espaçosa em um formato redondo. O colchão era muito macio, exatamente como ele gostava, mesmo que soubesse que aquilo um dia lhe acabaria com a coluna vertebral. O travesseiro alto, em penas de ganso, estava dobrado ao meio sob sua cabeça, enquanto seus olhos de um azul profundo, eram turvados pelas dúvidas, apenas fitos no teto, como se lá estivessem as respostas para todos os seus problemas, ou a ausência decepcionante delas.

Tinha plena certeza de que essa seria mais uma noite insone. Talvez exatamente como as primeiras noites dessa semana. As olheiras já eram visíveis, colorindo levemente a pele inferior aos belos olhos azuis escuros, como o céu noturno, perdidos em meio a nuances da iluminação da lua sobre as nuvens negras. Os sorrisos sempre perfeitos a brincarem nos lábios cheios e carnudos, da cor do carmesim, do grego desvaneciam-se lentamente com o passar dos dias, como se aos poucos alguém lhe roubasse a alegria e a escondesse num lugar completamente alheio ao conhecimento de Milo. Onde talvez nunca se conseguisse alcançar e nem recuperar de qualquer outra forma aquele jeito deliciosamente maroto de se sorrir.

Afastou as colchas rubras de seda de seu corpo vigorosamente, como se com aquele gesto, todos os seus demônios pudessem ser expulsos. O quarto de mármore branco era impecavelmente limpo, mesmo com os hábitos pouco organizados do grego. Porém nem mesmo isso prendia sua atenção. Logo ele que sempre fora fascinado com aquele pequeno refúgio, o lugar que mais lhe despertava a imaginação, o pequeno paraíso onde se acostumara a viver e chamar de seu. O esconderijo que por muito tempo lhe ocultou do frio e que afastou todos os seus medos e dúvidas anteriores. Porém as paredes brancas de estruturas tipicamente gregas, em pilastras talhadas em mármore, já não se mostravam tão eficazes quanto ele gostaria.

A fina e frágil teia tecida pelas paredes, pereciam esvair-se ou mesmo ruir lentamente diante de seus olhos, o tornando uma presa fácil para qualquer que fosse a confusão mental que povoava o seu ser.

Depois de hesitar tanto, levantara-se da cama, por um lado, sentindo muito por abandonar seu recanto favorito, sempre tão ardente e acolhedor. Ao sentir os pés quentes em contato com o chão resfriado pelo ar úmido da madrugada que já se apresentava de forma hospitaleira, Milo não pôde deixar de estremecer levemente. O vento fresco vindo da janela que ficara aberta, parecia ter ouvido o pequeno gemido que ele emitira ao pisar no chão, e querendo também ser contemplado pelo ruído rouco e baixo, fez com que uma brisa levemente frígida, viesse incidir exatamente em seu rosto, agitando os cachos azuis vagarosamente, como em uma dança exótica, ao qual, poucos tinham o poder ou a sorte de contemplar.

Milo, que trajava apenas uma cueca samba-canção, sentiu-se tremer com o frio, e num gesto instintivo, friccionou as mãos nos braços a procura de esquentá-los, nem que fosse bem de leve.

Sentia-se decepcionado ao constatar que seu relógio de pulso ainda constava meia-noite e trinta e três. Tinha ciência de que a noite seria longa. Em momento algum duvidara disso. Só que essas noites, tinham tendência a se passarem arrastando, como se o tempo simplesmente cessasse de correr sempre tão apressado, para assumir uma conotação especialmente lenta para ele.

Era óbvio que isso não ocorria em uma aplicação prática. O tempo sempre é igual para todos, independente da raça, religião ou status. Sempre com sessenta segundos, sessenta minutos e vinte e quatro horas. O diferencial de tudo, era exatamente como cada um aplica seu tempo. Milo, era acostumado especialmente a aproveitar parte da noite em algo para divertir-se e o seu resto em um tempo para descansar das aventuras que submetera seu corpo.

No entanto, ultimamente nem mesmo uma boa noite de festas regadas a muito vinho parecia lhe chamar pouca atenção. Shura e Mascara da Morte, seus companheiros inseparáveis de farra, por diversas vezes o questionara sobre sua ausência. Todas as vezes que o faziam, recebiam de volta respostas desestimulantes, na verdade elas eram quase indiferentes, o que era de se causar estranhamento, já que Milo de Escorpião sempre fora conhecido por sua afabilidade e a seu bom-humor.

Bom-humor esse, que ele apenas se utilizava para tentar acabar com o pequeno monstrinho da solidão, que bem devagar, muito aos poucos, foi chegando... Entrando... Invadindo cada pedacinho do coração do grego sem nem ao menos pedir licença. Talvez ele fosse o grande culpado de se encontrar exatamente como estava naquele momento. Devia ter estipulado objetivos quando podia, devia ter procurado um amor enquanto seu coração não doía tanto, devia ter buscado paz dentro de si enquanto não tinha dúvidas sobre sua existência.

Caminhou até a janela aberta, vagarosamente, ignorando o ar fresco que insidia nos ombros largos e vigorosos, no peitoral musculoso e bastante definido, onde várias pessoas com pensamentos um tanto... Libidinosos já quiseram tocar, testar se aquele corpo de um Deus, era algo realmente existente ou mera ilusão. A pele morena, tão gostosa e convidativa quanto um manjar oferecido aos deuses, tomava um brilho prateado, conforme ele ia se aproximando da janela, de onde a luz da lua cheia vinha lhe apreciar a beleza também, lhe dedicar todo amor que poderia ser despertado em um mortal. Amá-lo como ele sabia precisar.

Ficou apreciando a vista da casa da 8ª casa zodiacal. Na verdade, não havia nada em especial que ele gostasse de observar por aqueles lados, contudo o simples fato de sentir o vento lhe afagar as faces a lhe oferecer as carícias amáveis que os deuses pareciam lhe negar, compensava a falta de algo a contemplar. O vento noturno e renovado parecia fazê-lo se sentir menos... Menos... Como ele poderia chamar aquilo? Apagado? Melancólico? Morto?

Morto! Essa era a palavra. Todo esse tempo nessa vida inativa, sem emoções, sem alegria, por fim o deixara assim. O ar da madrugada, parecia ressuscitar algo que perdera há muito tempo. O ar fresco estranhamente o fazia sentir vontade de mudanças, de enxergar novos horizontes, alcançar sentimentos que até então tem se mostrado desconhecidos dentro de si.

Era complicado chegar à conclusão de que ele, que convivera tanto tempo consigo mesmo, não conhecia toda a sua capacidade de sentir, de viver plenamente. Desejou do fundo de seu coração, que ao menos uma vez pudesse sentir algo diferente do ócio produzido pela ressaca.

Talvez fosse uma grande heresia que ele estivesse cometendo aos deuses ao concluir tanto sobre si mesmo e a vida que trilhava ao longo de tortuosos caminhos como os que lhe eram indicados. Não queria ofender a ninguém com aqueles pensamentos, sabia que aquilo já era nocivo a si mesmo. Concluíra que seus 20 anos, não eram nada além de sujeição a deuses e total monotonia.

Tão fresco... Tão leve... Tão livre! Será que ele não poderia ser como uma brisa que percorre os sete mares? Será que ele não poderia se sentir tão liberto quanto quisesse? Que ao menos uma vez em sua vida não precisaria seguir seu caminho de acordo com as ordens da deusa?

Uma rajada de vento forte o tirou de seus devaneios. Os galhos das arvores lá fora, quase tocavam o chão com a obstinação do vento em açoitar levemente os filhos da Terra... Uma implicância celeste que acarretaria em uma chuva bem próxima. Ele sabia pois o ar fresco que começava a brincar com seus sentimentos naquela madrugada não o deixava mentir. O céu que estivera mais cedo completamente entregue aos fulgores das estrelas, parecia que lentamente ia se cobrindo com um veludo negro. O veludo que feria o brilho das belas beldades que se mantinham acima de suas cabeças por tantos séculos. Lembrava a si mesmo. A escuridão parecia ter ofuscado completamente o brilho de uma vida feliz, de um futuro brilhante. Nuvens e mais nuvens parecia ter afetado seu céu de ilusões. Primeiramente disfarçada de nuvens que vinham para renovar, com sua chuva purificadora, contudo que o tempo mostrou que a tempestade apenas se formava, sem nunca desaguar sobre si, exatamente como ele desejara ao deixar que as nuvens lhe encobrissem. E agora parecia ser demasiadamente tarde para que tudo se desanuviasse e se dissolvesse indo de volta para onde quer que ela tenha surgido.

Não tardaria para que a chuva purificasse o Santuário, com suas grossas e torturantes gotas a espalhar-se por todos os lados, acordando os mais inquietos, alarmando os pouco otimistas, assustando os temerosos, dando paz ao coração dos insones, agraciando os amantes com seu véu branco de águas cristalinas. Em suas formas diversificadas, mesmo que irrelevantes, o temporal se fazia presente... Como o amor...

Lamentou que esse não desabasse sobre si, ou caísse em sua cabeça. Diziam ser inevitável, mas o amor parecia correr de si. Como se ele fosse detestável demais para senti-lo, ou frio... Desprezível, quem sabe...

Ouvira por diversas vezes pupilas suas sonharem com o amor, ou descrevê-lo na sua forma mais pura de manifestação. O coração bate forte quando se vê a pessoas amada, as pernas tremem, como se estivesse sido atirado ao mar em noite tempestuosa, sorrisos parecem o único gesto que o ser que ama executa, um frio sobe bem lá do fundo do âmago quando você sente a perspectiva de ver a pessoa amada... Seriam meras tolices? Estaria ele pagando por fazer tantos sofrerem, ao deixá-los sozinhos em seus leitos no dia seguinte? Por jamais ter voltado para nenhum dos braços em que se divertira? Ou talvez apenas era aquele que amava enquanto a atração física durava? Seria capaz de sentir esse sentimento tão lúbrico, atraente e como diziam...? Gigantesco?

Fechou os olhos por um longo momento, imaginando se um dia se livraria daquele mar lúgubre que estava assolando-o por tanto tempo... Sentia que se fechasse os olhos, seria capaz de sumir daquele maldito mundo infestado de sentimentos contraditórios. Não seria pecado difamar e questionar as vias um tanto usuais que estava rumando? Eram todas escolhas suas, devia já estar resignado. A verdade é que fazia parte de um mundo de coisas frágeis, onde apenas um passo oscilante já era capaz de dar um rumo totalmente inesperado a vida mortal. Infelizmente ele era apenas mais uma peça no sinistro tabuleiro da vida. Ironias, incompreensões, negligências... A face do destino era tão sombria, sorrindo sempre melancolicamente pra ele. Ele desmerecia sentimentos, logo ele que adorava sentir na pele cada uma das emoções que lhe ofereciam...

Um amor platônico por emoções humanas. Quase tão platônico quanto o amor que sentia por sim mesmo. Ele achava amar a si mesmo, só que não era correspondido. Um comentário absurdo se alguém o escutasse. Porém se tratava apenas do fato de que ele gostava dele, mas odiava-se ao mesmo tempo, por não conseguir largar a vida tão habitual que levava.

-Devaneios... –Milo afirmou sacudindo a cabeça veementemente, como se pudesse parar de pensar nessa situação apenas com um meneio vigoroso em sua cabeça. A voz estava enrouquecida, devido ao fato de que estava sem falar a algum tempo, desde que se deitara pra dormir. Sensualmente enrouquecida. Certa tristeza a marcando mais profundamente. Não se importou em clarear a garganta, não o incomodava o fato de sua voz estar enrouquecida, não lhe importava que logo estaria chovendo e que se ficasse ali ficaria resfriado, não se deixava envolver com o fato de que pela manhã teria treinamento pesado, já que sabia ser verdadeiro o fato de ficaria por toda à noite em claro, queria que fosse ao inferno o fato de sentir um cosmo frio e arrogante se aproximando de sua casa...

Abriu os olhos rapidamente ao assimilar a última constatação que fez. O cosmo se aproximava cada vez mais rápido, até com certa urgência, quase na entrada de seu humilde lar. Concentrou-se, apurando seus sentidos, numa tentativa de descobrir de quem se tratava.

Riu-se na hora que chegou a conclusão de quem se tratava. O cosmo gélido, arrogante e irritadiço só podia pertencer ao cavaleiro Kamus de Aquário. E ele sabia ser ele, já não tinha mais dúvida...

Mas... Kamus? Será que não estava enganado? O que aquele Picolé Ambulante estaria fazendo fora da cama àquela hora? Logo ele que tinha o hábito de se manter impassível a festividades e outras formas de descontração? Que ia dormir bem cedo só para não perder o dito treinamento matinal? Não podia ser... Ele mal podia acreditar! Contudo, sabia que não estava enganado. Sem sombras de dúvidas, era Kamus que chegava.

Olhou o seu belo relógio de pulso, com tiras de couro negro e mostrador em prata, o relógio marcava exatamente uma e quarenta e sete da manhã.

Ele devia ir até Kamus, conferir se estava tudo bem? Ou melhor, ele deveria perder a oportunidade de atazanar um pouco Kamus? O Kamus que sempre lhe pagava discursos absurdos por ele ter saído com os amigos dentro da semana, dormir excessivamente e se atrasar para os treinos? Ah, talvez nunca mais tivesse outra oportunidade como essa! Teria que jogar na cara de Kamus que ele ficara na farra até tarde... Mesmo porquê seria uma forma de lhe distrair de toda aquela melancolia. Quem sabe não conciliasse seu sono depois de gastar um pouco de suas energias com suas brincadeiras a ele? Não podia descartar essa hipótese...

Foi rapidamente até o hall de entrada de sua casa, esperar que Kamus chegasse. Sentia que ele já cruzava a entrada e dentro em pouco estaria por ali.

O ruídos dos passos vigorosos e apressados de Kamus já ecoavam por toda casa zodiacal de Escorpião, que estava mergulhada novamente no silêncio modorrento daquela casa.

Milo estava oculto pela sombra de uma das pilastras de apoio da casa, que estava mais escura que de costume, já que as negas de luzes celestes dos astros que costumavam abrilhantar a casa, cessavam com a tempestade que se aproximava. Incrível como o céu mudara de aspecto tão rapidamente... Quando ele se levantara, era capaz de ver o brilho do luar crescente.

Sem perceber, deixou que Kamus passasse e já começasse a se afastar do lugar onde ele estava. Antes que ele pudesse ir embora, Milo se pronunciou.

-Mas se não é o nosso querido e amado pingüim voltando da farra? –Milo disse com um sorriso divertido no rosto, um tom extremamente zombeteiro se formando na voz ainda enrouquecido do grego.

-Milo? –Kamus virou-se, levemente assustado ao ouvir a voz do grego. Kamus o fitou com uma expressão de cansaço e abatimento. Porém o que chamou a atenção do grego era o que Kamus levava nos braços.

CONTINUA!

N/A: Ois, eu sou a bendita autora dessa fic... É um enredo simples, mas bem engraçado, nem sei como ninguém imaginou essa situação... Se quiserem minha opinião sobre esse capítulo em uma palavra eu diria: AMADOR! Essa fic é coisa de amador, exatamente o que eu sou... Bem, essa é primeira fic que assino em Saint Seya (tem uma em que sou apenas co-autora), embora já tenha duas em Harry Potter... Também é a primeira yaoi. Portanto sejam boas almas caridosas e por favor, deixem reviews... É importante que vocês me mandem reviews e me incentivem a escrever se não eu desanimo e paro. Não o farei enquanto tiver um leitor que deixe sua review, por mais singela que seja... Não mandem me seqüestrar por isso, eu sei que vai ser duro me agüentar, mas sabe como é...

Não espero que muita gente leia, mas que quem leia, comente com carinho...

Sobre esse capítulo, agradeço a Sinistra Negra, minha conselheira e crítica, que me incentivou a escrever minha primeira yaoi e até opinou no enredo dela! Eu o achei meio sombrio, devido ao fato de que eu quis fazer um Milo um pouco diferente do normal, mas reflexivo... Acho que o Milo também tem direito de por sua existência em dúvida, igual aos outros cavaleiros! Porém eu prometo que no próximo capítulo ele volta a ser o cara que vocês conhecem... Sempre alegre e maneiro!

Aguardem o próximo capitulo, vocês vão levar um susto! E o que será que o Kamus tá segurando? Um vibrador? Desculpem, não resisti a piada... Mas ia ser engraçado se Milo visse Kamus segurando um vibrador... Não levem em conta o que eu digo...