- Mas eu achava que...
Amy rolou os olhos.
- Poupe-me da fala clichê, Ian.
- Eu queria que as coisas fossem...
Amy pigarreou.
- Ian, francamente, acha mesmo que eu vou cair no seu papo?
Ian suspirou fundo.
- Ok, quer que eu fale a verdade? O que eu sinto por você...
- Ian. – Amy advertiu.
- Qualquer coisa que eu disser, vai ser mentira. Na verdade, eu não sinto porra nenhuma por você. – Ian disse o que Amy queria ouvir.
Amy abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Obrigada pela sinceridade, Cobra.
Ian achava que Amy havia aprendido um bom drama com os livros que lia.
- Não a de quê, Cahill.
Ian pegou o roteiro que estava em cima da mesa e começou a folheá-lo.
- Agora é a parte onde nós nos beijamos? – ele perguntou para Amy. Ops, quero dizer, para o amor de sua vida.
Que coisa mais sem-noção. Ele pensou para si mesmo.
Amy pegou o seu roteiro.
- Sim. Aí depois você pergunta novamente se eu posso te perdoar pela Coreia, África do Sul, Austrália e derivados. O papo ridículo de sempre.
- Ah, claro. E então você diz que sim e nós dois trocamos a famosa frase...
- Eu te amo.
Ian rolou os olhos, agora não estava atuando.
- Quem é que criou isso mesmo?
- Não faço à mínima ideia, mas quem criou só pode estar maluco a ponto de pensar que eu amo você e você me ama. E que eu te perdoo com um beijo.
- Como se eu, Ian Kabra, gostasse de uma pobre e órfã como você, Amy Cahill.
Amy, literalmente, não tomou isso como um elogio.
- Como se eu, Amy Cahill, gostasse de um babaca e metido como você, Ian Kabra.
- Touché. – Ian disse sorrindo maliciosamente.
Amy rolou os olhos.
- Não é melhor logo terminarmos com isso?
- Claro, querida. – Ian disse, já voltando ao seu papel.
Amy continuou o dela.
- N-Não m-m-me chame de q-q-uerida, Ian!
- Ah, Amy, você fica tão linda gaguejando...
Amy fingiu estar corando furiosamente.
- Você m-me acha linda, Ian?
Ian se aproximou da Cahill e retirou uma parte do cabelo dela que estava atrás da orelha, fazendo com que Amy parecesse usar uma franja.
- Eu sempre quis te dizer isso, Amy, mas você vai achar que é uma mentira: você é bonita, adorável, inteligente e eu... Bem, eu te amo.
Amy fingiu estar totalmente animada com isso e sorriu "involuntariamente".
- Eu também te amo, Kabra.
Ian puxou-a para perto dele, dando um beijo técnico idiota e retardado. Apesar de não poder ver, ele sabia que as leitoras estariam dizendo "Oh, que fofo!" se na verdade estivesse escrito "um beijo doce e apaixonado".
Ao terminar o beijo fingindo estarem sem folêgo, Ian ajoelhou-se e olhou com a mais "pura" sinceridade para os olhos verde-jade da Cahill. Então retirou uma pequena caixa de veludo vermelha do bolso. Amy fingiu surpresa.
- Amelia Hope Cahill, aceita se casar comigo?
E daí que eles tenham só dezesseis anos? E daí que isso seria ilegal? Foda-se para as regras! Que elas morram na mais pura merda. Eles se amam, querem casar, terem filhos juntos!
- SIM! SIM! É TUDO QUE EU MAIS QUERO! - disse uma Amy retardada pulando para dar outro beijo técnico retardado em seu noivo, um outro retardado.
Ambos achavam que iriam vomitar naquele instante se os lábios dos dois ficassem mais dois segundos unidos.
Quando os dois terminaram o roteiro, ambos soltaram uma interjeição de nojo e foram correndo para o banheiro, para limpar a boca.
- As coisas que as pessoas nos forçam a fazer... - Amy disse após enxugar a boca. Ela nunca imaginou ficar mais de cinco segundos com a boca unida a uma Cobra.
Ian pigarreou e foi direto para a porta do apartamente de Amy, olhando para as flores ao lado desta que ele supostamente havia mandado para Amy.
- Então é isso. - ele disse, abrindo a porta.
Amy seguiu-o e deu uma último olhada no papel em cima da mesa do hall de entrada, só para conferir se nada tivesse sido esquecido, porque ela realmente não faria isso de novo.
- É, é isso, Kabra. Adeus. - ela disse sem nem ao mesmo olhar novamente para o supostamente noivo e fechou a porta.
A Cahill mordeu o lábio e cuspiu. Teria que lavar a boca novamente - ainda havia restos do Cobra em seus lábios.
Mas foda-se para o que ela pensa, não é mesmo? Ela tinha que pensar como ela sempre sonhou com o dia de seu casamento, com Ian sendo o noivo. Como tudo aquilo era perfeito e fabuloso, como Ian "beijava" bem, como ela amava-o.
Ela olhou para o teto e disse para a autora dessa história palavras muito amigáveis.
- AH, VAI TOMAR NO MEIO DO SEU-
- CALADA QUE EU MANDO NESSA PORRA! - uma voz veio do teto, deixando Amy confusa. - VOCÊ VAI AMAR O IAN, PORQUE É ASSIM QUE TEM QUE SER! VOCÊ VAI TERMINAR COM O EVAN E VAI SE CASAR COM O KABRA. VOCÊ TERÁ LINDOS FILHOS E A SUA VIDA VAI SER PERFEITA!
Amy fechou a cara. Odiava quando os autores faziam ela sentir-se como uma marionete.
Foda-se. Eu tenho que obedecer sem falar a minha opinião.
Então ela casou com Ian no dia seguinte, teve a lua de mel na Coreia - onde começou sua família de um jeito muito tradicional. Eles tinham dezesseis anos, mas isso não importava! Eles amavam um ao outro! E no ano seguinte nasceu Rodocrilson Cahill Kabra, um menino com cabelo preto e olhos verde-jade. Natalie chorava junto com Dan ao lado do berço - o que ocasionou ao primeiro beijo de ambos e o descobrimento de um amor secreto.
E todos viveram felizes para sempre no mundo do clichê e da retardadisse. Fim!
E agora a autora dessa fanfic se mata por ter escrito isso e ainda querer reviews idiotas.
Fim +1!
~CaahT39C
