"Sentes-te fraca, não é? Parece que a menina inteligente está a perder as suas forças, não achas?" – disse uma voz demoníaca para uma menina de cabelos encaracolados castanho-aloirados e que se encontrava estendida no chão, a jorrar sangue pela boca.
Essa rapariga era Hermione Granger, a fiel amiga de Ron Weasley e do "rapaz que sobreviveu": HARRY POTTER. Estava ali…presente na batalha final e todos lutavam ferozmente contra Voldemort e os seus seguidores.
Mas naquele momento não sabia o que estava a acontecer lá em baixo.
Encontrava-se no terraço de uma torre de Hogwarts e estendida no chão, sentindo-se plenamente fraca. Á sua frente encontrava-se Bellatrix Lentrage (reconhecia-a pelas suas gargalhadas diabólicas, apesar de se sentir fraca e com os olhos enublados) apontar a sua varinha para ela.
- "Ha…Harr…y…R…on…" – chamava Hermione cada vez mais fraca.
- "Sua menina idiota, eles nunca te vão ajudar. Estão lá em baixo nos seus últimos minutos de vida e tu, minha insolente, vais te juntar a eles no INFERNO" – Hermione chorava. Sabia que iria morrer – "AVADA KEDAVRA" – gritou Bellatrix, mas o seu feitiço foi projectado para uma rocha.
- "TU!"- perguntou Bellatrix incrédula. – " Como ousas desafiar-me? Vais arriscar a tua vida, por essa sangue de lama?"
-" Não tens nada a ver com isso!" – disse um rapaz alto e de cabelo pelos ombros. Hermione ouvia o que eles diziam, mas não conseguia diferenciar quem a tinha salvado. Nem pela sua voz, uma vez que estava demasiado fraca para tal.
- "Deixa matar essa miserável! Esse aborto! Ela já me estragou muitos planos para matar o Potter" – e Bellatrix apontou a varinha para Hermione e disse – "CRUCIATUS".
Hermione contorcia-se de dor. Não aguentava muito mais. Já via a morte com outros olhos. Desejava morrer do que sofrer nas mãos daquela lunática.
- "Bella…ela vai morrer. PÁRA…ordeno-te…PÁRA…se queres matar alguém mata o Potter, não a ela!"
- "O Potter é do nosso amo."
- "O Potter é do Voldemort…trata-o pelo nome dele e além disso aquele careca estúpido que nem nariz tem…não é, nem nunca vai ser meu AMO."
-"COMO OUSAS FALAR MAL DO MEU SENHOR Á MINHA FRENTE? Menino mimado! AVADA KEDAVRA "– mas o rapaz esquivou-se e o feitiço passou de raspão no seu braço esquerdo, deixando uma cicatriz profunda.
O rapaz apontou a varinha para ela e sem pensar em mais nada, sem pensar nas consequências disse:
- "AVADA KEDAVRA"
Bellatrix caiu imóvel no chão. Tinha falecido.
O rapaz ajoelhou-se e pôs as mãos á cabeça.
- "O que fiz? Eu matei a Bella…por Merlin…ele vai matar-me!"
- "Que…m…és….tu? "– Hermione levantou-se e foi ter com ele, não conseguia ver nada, para além da escuridão. O rapaz levantou-se também e dirigiu-se para Hermione.
Hermione por sua vez sentia-se a desfalecer e só conseguia ver no rapaz os seus olhos brilhantes…os seus olhos cinzas.
- "Quem és tu?"
- "Sou aquele que te salvou. Aquele que teve pena de te ver morrer. Salvei-te…nada mais."
Hermione seguiu em frente, mas caiu para os braços do rapaz. Foi neste momento que reparou nos seus profundos olhos, que naquele momento transmitiam tranquilidade e surpresa e sentiu o seu toque quente na sua cintura.
- "Obrigado!"
- "De nada Granger"
E Hermione desmaiou nos seus braços.
Eram 8 horas da manhã.
Hermione acordou.
Encontrava-se no quarto de Ginny Weasley e sentou-se na cama.
-" Já se passou 5 meses desde a batalha e eu só sonho com ele! Hermione estás cada vez mais obcecada por descobrir quem é ele".
E era verdade. Desde o momento que ela desmaiara nos seus braços e de seguida fora levada, que Hermione não pensava em mais nada.
Perguntou várias vezes a Harry se tinha sido ele, mas ele respondia sempre que estava a confrontar-se com Voldemort e quando derrotou - o, foi à procura de Ginny que se encontrava a salvo e depois quando a foi procurar já estava ela nos braços de alguém alto, coberto com um manto com capuz negro e deixando-a no colo de Ron (ocultando sempre o seu rosto) desapareceu na escuridão da floresta proibida, sem dizer nada.
Ninguém reconhecera o seu salvador, só sabiam que ele era alto e que estava a sagrar do braço esquerdo.
- "É ISSO!" – gritou Hermione, saltando da cama – "O rapaz que me salvou tem que ter uma cicatriz no braço esquerdo, pois um feitiço tão poderoso como aquele deixa marca…como aconteceu com o Harry."
- "A falar sozinha, Mione?"
Ginny Weasley entrara no seu quarto e estava muito diferente. Estava mais alta, o seu cabelo ruivo estava um pouco mais curto e estava cada vez mais esbelta.
Encontrava-se vestida "pronta para sair" e com uma pequena mala nas mãos.
-" Tive aquele sonho outra vez Gi! E cheguei à conclusão que o tal rapaz tem que ter uma cicatriz no braço esquerdo…algo profundo, entendes?"
- "Sim…tens razão. O Harry também tem uma que foi feita com o mesmo feitiço, por isso acho que tens que procurar em todos os rapazes do mundo bruxo, um que tenha uma cicatriz em forma de relâmpago no braço esquerdo, sem ser o Harry, claro." – sugeriu Ginny, rindo desalmadamente e colocando na sua pequena mala os utensílios de beleza.
- "Oh, não gozes Ginny. E além disso ele não tem que ter propriamente uma cicatriz igual à do Harry, pois isso só aconteceu com ele e a mais ninguém. Tem que ser uma cicatriz normal. Mas onde vais?"
- "Hermione acorda! Temos que apanhar o expresso de Hogwarts. Tudo bem que a escola este ano começa mais tarde…sim porque já estamos em Novembro, devido à destruição que ocorreu por lá…mas…Hermioneeee…isso não justifica teres esquecido o começo das aulas e logo tu."
- "Esqueci-me completamente. Esperem por mim! Dá-me 5minutos,ok? – e Hermione saiu do quarto e dirigiu-se à casa de banho para tomar um curto banho.
Hermione descera as escadas a correr e as suas malas seguiam-na a flutuar no ar.
-"Estava a ver que íamos perder o expresso por causa de ti, Hermione! – disse Ron, quando ela chegou ao carro (emprestado pelo ministério).
Ron estava muito mais alto e o seu cabelo ruivo desalinhado estava um pouco maior. Estava cada vez mais bonito.
Por momentos Hermione pensara que ele fosse o seu salvador, mas ele jurara a pés juntos que estava ocupado com o pai de Crabble e que quando sentiu pela sua falta um rapaz alto vestido de negro depositou-a nos seus braços, inconsciente.
- " Fica descansado que não vais ficar por muito mais tempo longe da tua amada…a Cho!" – disse sarcasticamente Hermione enquanto arranjava um lugar para se sentar.
Chegaram à estação de King's Cross e despediram-se de Mr. e Mrs. Weasley.
- "Hermione não te esqueças de quando chegares a Hogwarts mandares uma coruja aos teus pais!"- gritava.
- "Ok , Mrs. Weasley. Obrigada por tudo" – dizia Hermione empoleirada na janela do seu compartimento.
E o expresso arrancou rumo a Hogwarts.
