O continente de Unova! Lar de inúmeras e únicas espécies de Pokémons. Unova, continente isolado, desenvolveu diversas características únicas, que apenas esta linda região tem, como a sua diversidade incrível de Pokémons. E além disso, existem suas magníficas cidades! Desde a maior e mais agitada cidade de Castelia, até a minúscula cidade de Nuvema. Desde a mais moderna e mais populosa cidade de todas, Nimbasa, até a ancestral cidade de Opelucid.

Unova, porém, é o berço de grandes aventuras, mistérios, lendas e guerras.

Mas, Unova também abriga um garoto. Um garoto, que um dia, mudaria a realidade das coisas. E seu nome é Carter.

- Acorda, filho! – gritou uma voz de homem, vinda da porta do quarto – Que saco! Ponha esse despertador para tocar! E não me faça chamar duas vezes!

Com um gemido de desgosto, Carter se levantou. Sentou-se em sua cama e fitou o relógio. Eram quase 8 horas. Em pleno sábado? Carter nunca levantava cedo nos sábados. Mas hoje era diferente. Um dia realmente especial ia começar para ele. E, se quisesse que fosse especial mesmo, teria que acordar esse horário.

- Bom dia, Drilbur! – ele sorriu, enquanto sacava uma Pokébola de cima de sua escrivaninha e a abria. Esta expeliu um raio brilhante de coloração azul, que, ao se chocar com o chão, se misturou em uma pequena explosão de energia, enquanto em seu interior, um pequeno Pokémon aparecia.

- Driiil! – cumprimentou a toupeira, acenando com suas enormes garras.

- É hoje o grande dia, Drilbur! Mal posso esperar! – a cada minuto, Carter ficava mais animado, enquanto ia despejando palavras em cima de Drilbur – Vai ser incrível! Finalmente! Após 5 anos de espera, Drilbur, finalmente poderei fazer isso! Vai ser legal, vai ser...

- Dril Dril! – O Pokémon reclamou, cheio de tanta emoção. Carter o observou mais uma vez e então sorriu.

- Só queria dizer que vai ser espetacular!

Então, o garoto saiu da cama e caminhou alegre, na direção do banheiro. Escovou os dentes e lavou o rosto. Passou o pente pelos seus cabelos castanhos e tirou as remelas de seus olhos verdes. Pensou se deveria ou não tomar um banho, mas, ao ligar o chuveiro e sentir a água fria escorrer pelas suas mãos, decidiu que era melhor não. Logo, molhou o cabelo e trocou de roupa. Em seguida, desceu as escadas de sua casa.

- Bom dia, filhão! – cumprimentou Clay, com uma xícara de café na mão, encostado no balcão da cozinha – Preparado?

- Mais ou menos – admitiu o garoto, sendo seguido pelo seu Drilbur.

Bem, pode parecer estranho para você? Mas é a verdade. Clay, o líder do Ginásio da cidade de Driftveil era o pai de Carter. E ele tinha bastante orgulho disso. Embora, às vezes, aquele homem gordo fosse bastante irritante. No momento, vestia trajes diferentes dos habituais. Estava em seu pijama azul de manga curta, com as calças combinando. No centro da camiseta, havia o desenho de um chapéu de cowboy, igual o que ele vestia no momento: o seu chapéu favorito e inseparável. Ele olhou para o garoto e abriu um sorriso.

- Bem, filho. Eu decidi fazer algo diferente hoje.

- Tipo o que? – Carter perguntou, terminando de descer as escadas e logo, pegando duas fatias de pão no armário da cozinha.

- Hoje, como é o dia em que você vai sair pelo mundo, em sua jornada Pokémon, eu, sinceramente, acho que você não tem tudo de que precisa.

- Como assim? – indagou o garoto, com um pedaço de pão na boca, falando enquanto mastigava.

- Não sei se você está preparado. Se tem treino o suficiente para enfrentar o mundo de verdade. – explicou Clay, tomando café e observando a paisagem para fora da janela. Uma linda vista de seu Ginásio.

- Ah pai! – queixou-se Carter, se jogando no sofá – Já tenho 13 anos. Sou bem grandinho. E além do mais, já tenho alguma experiência. Eu e Drilbur trainávamos muito nos bonecos do Ginásio e você sabe.

- Filho... Se você entendesse... Bonecos não são como Pokémons reais. Acredite em mim, já batalhei demais – o líder de Ginásio se sentou em uma cadeira, enquanto ajeitava o chapéu – Já enfrentei lutas difíceis e fáceis e sei do que estou falando. Mas, não se preocupe, já sei o que faremos.

- O que?

- Te levarei para um treino diferente! – anunciou o pai, se levantando da cadeira e caminhando em direção às escadas – Será um treino real! Sem bonecos. Te levarei para a Rota 6! Encontraremos bons Pokémons e finalmente, saberei se você está pronto para batalhar.

- Combinado! Vai ser divertido! Certo, Drilbur? – Carter se levantou e observou o seu Pokémon. Estava deitado no tapete, quase dormindo. Mas, ao ouvir a pergunta, acenou positivamente com a cabeça e se pôs de pé, caminhando na direção de seu treinador.

Clay subiu as escadas, dizendo que iria se trocar. Passaram-se pelo menos 20 minutos, que Carter e Drilbur esperaram jogando videogame, que o líder do Ginásio de Driftveil voltou, descendo, vestindo sua habitual roupa de vaqueiro, com o chapéu branco e, amarradas ao cinto, quatro lustrosas Pokébolas.

- Podemos ir? – perguntou ele, ao pé da escada.

- Espere aí... Ei, Drilbur! Você destruiu a nave que eu ia destruir! Agora quem ganha 120xp é você! Epa... O que é aquilo? Ahá! Uma nave de prótons! Vou assaltar... – Carter dizia, viciado em seu joguinho. Seu pai bufou e então, arrancou a tomada do videogame, fazendo a tela se apagar.

- Ei! Ei, ei, ei! Eu estava quase conseguindo destruir os Zórgãos do Planeta K37! Não é justo!

- Dril Dril! – concordou Drilbur, indignado.

- Ai, ai! Filho, você precisa melhorar essa vida! – suspirou Clay, seguindo na direção da porta, sendo seguido por um garoto disparando palavras de desgosto. "Vai ser um longo caminho..." pensou o líder de Ginásio.

- Err... Pai? Você quer que a gente vá nisso aí? Não tinha mandado para consertar? – Carter reclamou, indignado.

- É a melhor coisa que tem, filhão! "Vam bora"! – gritou o pai, mergulhando para dentro do banco de sua camionete e ligando o som, em um alto hip-hop. O problema era que aquela coisa era horrível, na opinião de Carter. Tinha a pintura desbotada e cheia de marcas de batidas, que o pai arranjara dirigindo bêbado pela cidade. Um dos espelhos retrovisores estava faltando, igualmente ao vidro da porta direita, que fora quebrado em um acidente. Mas Clay adorava aquela lata-velha.

- Você vem ou não? – berrou o pai, por cima do som do rádio. Não havia como o garoto não aceitar e se arrastou para dentro do banco do passageiro. Fizera questão de levar um casaco e agora, tentava esconder o rosto, inutilmente, embaixo do capuz, enquanto seu pai arrancava pela rua de sua casa, quase se esquecendo de fechar o portão da garagem. Passaram voando em frente ao Ginásio, como dois loucos. Aceleraram pela cidade, enquanto o pai cumprimentava as pessoas na rua. Todos em Driftveil conheciam o líder do Ginásio, o que, naquele momento, fez Carter se encolher no banco, de vergonha. O hip-hop continuava alto e Clay tentava cantar, em uma voz desafinadíssima.

O garoto quase se sentiu aliviado quando viu, ao longe, as grandes árvores da Rota 6.

Era proibido entrar de carro em qualquer rota, principalmente essa, pelo fato de que isso poderia assustar ou até mesmo, atropelar um Pokémon selvagem. Teriam que parar ainda dentro da cidade e fazer o resto do caminho a pé.

O pai, em uma arrancada, fez a camionete girar 180° e então, brecou violentamente, fazendo com que Carter fosse jogado contra a porta.

- Essa doeu! – reclamou

- Deixa de ser fresco. Chegamos!

Esfregando o braço machucado, o garoto abriu a porta e desceu do veículo, parado de mau jeito ao lado da calçada. Mais a frente, uma árvore se erguia, com alguns Sewaddles devorando suculentas frutas.

- Isso são os seus "Pokémons de verdade"? – o garoto perguntou, observando os pequenos insetos. Eram menos desafiadores do que um boneco.

- Sim, são. Mas não o suficiente para nosso treino! – afirmou Clay, desligando o rádio e descendo da camionete. Bateu a porta e olhou ao longe: o rio que descia, as imponentes montanhas mais ao longe... Um sorriso brincou entre seus lábios – Venha comigo, filho. Quero te mostrar uma coisa!

Carter não entendeu, mas foi atrás de seu pai. Ele seguiu o curso do rio, descendo a colina. Passaram por poços de lama e por entre as árvores. A todo o momento, os sons de piados de Pidoves e o barulho dos Tympoles descendo o rio eram bem altos e constantes. Porém, após andarem mais um pouco, o garoto observava, por entre as árvores, uma luminosidade esverdeada que vinha de uma caverna, na base da montanha.

- O que é aquilo ali, pai? – perguntou.

- Você verá. – foi a resposta.

E continuaram andando. Até que, finalmente, chegaram à frente da caverna. Mas, o que havia lá dentro fez Carter se maravilhar.

- Uau! – foi a sua única palavra. A caverna inteira era revestida com cristais verdes que brilhavam, fortemente, como uma cena de Histórias em Quadrinhos. Mais alguns estavam cravados no solo ou então, os pedaços menores, estavam flutuando, em pleno ar, como discos voadores.

- Legal, não é? – perguntou Clay. Ele já estava entrando. Tocou de leve um dos pedaços flutuantes e ele voou para o outro lado, se chocando com outro pedaço flutuante e os dois, calmamente, foram para direções opostas. Uma maravilha aos olhos de Carter. Percebendo isso, o pai continuou – Isso se deve às variações magnéticas deste lugar. Os cristais são na verdade, tipos de metais. E, as tais variações magnéticas, sustentam estes cristais no ar. Não é legal? É um dos únicos lugares da Terra onde isso é possível. Chama-se Caverna da Pedra Carregada. É também, junto ao Monte Coronet, em Sinnoh, um dos dois lugares onde se pode evoluir Magnemite para Magnezone e Nosepass para Probopass. Vários treinadores vem aqui só para isso. Mas a caverna é imensa. Tem grandes e grandes tuneis. Alguns até mesmo acreditam que estes túneis cortam Unova inteira pelo subterrâneo. Mas ainda não foi confirmado...

- Muito bacana, pai! – gritou Carter, brincando de arremessar pequenos cristais e vê-los flutuar, se chocar com outros ou até mesmo nas paredes. O som dos choques entre eles, no entanto, era um chiado metálico que ecoava nas paredes. Irritante!

- Eu conheci esse lugar na sua idade. Estava me divertindo com meus amigos pela floresta e achei a caverna. Fiquei maravilhado... – contou o líder de Ginásio, olhando uma formação das pedras preciosas na parede, com um sorriso no rosto – E foi aqui que tive minha primeira batalha!

- Muito legal... E o que viemos fazer aqui exatamente?

- Oras! Você ainda pergunta? Você irá treinar, filho! Você fará a sua primeira batalha de verdade aqui!

- Aqui? Epa, epa! Espere um instante! Pai, você acha que eu consigo? Quer dizer...

- Carter, olhe só. Você disse que estava preparado. E, veja bem, eu estou do seu lado. Nada poderia te aconte... – Clay não terminou a frase. Logo, de uma parede ao lado, um som agudo foi ouvido. E, em seguida, esta se estilhaçou em vários pedaços. O chiado feito pelo som dos cristais magnéticos serem quebrados ecoou, obrigando Carter a tapar os ouvidos.

Mas, antes mesmo que o cérebro de Carter pudesse raciocinar tudo o que estaca acontecendo, um enorme punho, vindo da poeira que fora gerada pela destruição da parede, atingiu seu rosto com força. Em seguida, tudo escureceu!