Disclaimer: Cavaleiros do Zodíaco e todos os personagens relacionados, incluindo os Guerreiros Deuses, pertencem ao mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas.
É isso aí, vai começar a tão prometida fic com os maravilhosos guerreiros deuses!
CAPÍTULO I
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How
can you see into my eyes
Like open doors?
Leading you down
into my core
Where I've become so numb?
Without a soul
My
spirit sleeping somewhere cold
Until you find it there and lead
it back home
Como você pode ver através dos meus olhos
Como duas portas abertas?
Conduzindo você até meu interior
Onde eu me tornei tão entorpecida
Sem uma alma
Meu espírito dorme em algum lugar frio
Até que você o encontre e o leve de volta para casa
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Era uma noite muito fria naquele lugar. Aliás, todas as noites eram assim em Asgard, região localizada no extremo norte do planeta. Os ventos pareciam querer cortar a pele, a neve caía sem cessar. Um cenário que combinava perfeitamente com o coração triste e solitário daquele rapaz que caminhava sozinho por uma estrada que cortava o bosque do palácio de Valhalla. Seus cabelos loiros, com uma leve coloração alaranjada e na altura dos ombros, esvoaçavam sobre seu rosto, quase escondendo seus olhos vermelhos como dois rubis. Levava consigo uma harpa, de onde tirava uma canção melancólica. Como sentia seu coração naquele momento. "Papai... A única coisa que peço é que possa me perdoar um dia...".
De repente, sons vindos de dentro do bosque chamaram a atenção de Mime e ele, instintivamente, levantou seu olhar na direção de onde vinham. Concentrando-se para tentar descobrir o que poderia ser, o guerreiro foi surpreendido por uma garota de longos cabelos negros e roupas rasgadas, que corria e quase caiu sobre ele.
-Cuidado!
Amparando a queda da garota, Mime percebeu que ela estava ofegante e seu corpo, quase sem forças. Levantando seu olhar, ela encarou os belos olhos do guerreiro e falou, em um fio inaudível de voz.
-Me... Ajude... Me... Ele...
Não terminou a frase, acabou desmaiando nos braços de Mime. O rapaz a segurou em seu colo e tomou o caminho de volta ao palácio de Valhalla. Não fazia idéia de quem era a garota ou por que pedia ajuda, mas ela precisava de cuidados urgentes.
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Pássaros. Era esse o som que ouvia quando abriu os olhos. Ao fazê-lo, a garota tomou um susto. Estava em um quarto grande, com uma lareira que aquecia o ambiente. Deitada em uma cama de madeira maciça, percebeu que vestia uma camisola de renda branca. E uma jovem loira, de olhos verdes e intensos, estava sentada ao seu lado.
-Finalmente você acordou... Todos aqui no palácio estavam preocupados com sua saúde.
-Quem... Quem é você?
-Meu nome é Freya, princesa de Asgard... Minha irmã Hilda, a representante de Odin na Terra, pediu que cuidasse de você.
-Princesa? Então eu estou no palácio de Valhalla?
-Sim, senhorita...
Levando as mãos à cabeça, a garota parecia desnorteada com a informação. O que fazia no palácio? Como chegara até ali? De súbito, lembrou-se de um rapaz de cabelos loiros e olhos vermelhos a quem pedira ajuda. Teria sido ele que a deixara naquele lugar?
-Ei! Está me ouvindo? - perguntou Freya, chamando-a de volta à realidade.
-Eu... O que disse?
-Não me ouviu... Eu perguntei como se chama.
-Ah, é Hanna, senhorita Freya... Desculpe...
-Não precisa se desculpar... Bem, deve estar com fome, não?
Hanna assentiu com um aceno, ouvindo seu estômago confirmar o que Freya dizia. A princesa sorriu.
-Eu pedirei a uma das criadas que lhe prepare um lanche antes do jantar... Com licença.
Freya saiu, deixando a garota sozinha. Ela se levantou da cama e passou a observar pela janela a neve que caía do lado de fora, até que ouviu passos no corredor. Achando que era a princesa que voltava, virou-se para a porta e deu de cara com um rapaz e imediatamente o reconheceu: era o mesmo a quem pedira ajuda no bosque.
-Olá... Foi você quem me trouxe para cá, não foi? Muito obrigado, senhor...
Mas ele não respondeu de pronto. Estava impressionado com a beleza da garota e também com as curvas que a camisola marcava em seu corpo, assim como seus cabelos negros soltos em suas costas, os olhos violetas e grandes o encarando.
-Vai me dizer como se chama ou não, senhor? - ela pediu, indiferente ao jeito que ele a olhava.
-Sou um guerreiro deus de Asgard, senhorita. Meu nome é Mime de Benetnasch, da estrela Eta.
-Um guerreiro deus? Que honra, senhor... - ela disse, fazendo uma reverência, o que deixou Mime meio sem jeito - Meu nome é Hanna e lhe agradeço por ter me ajudado... Por que me olha assim? - a garota finalmente percebeu. Sem graça, Mime baixou os olhos e apontou para o robe que estava sobre uma cadeira. Só então ela lembrou-se que estava apenas de camisola.
-Desculpe, eu nem tinha percebido... - ela sorriu, vestindo o robe. Mal fez isso e Freya voltou, acompanhada de Hilda.
-Boa tarde, Mime... Veio ver como está a jovem que encontrou no bosque?
-Sim, senhora.
Ao ver que Mime fazia uma reverência, Hanna entendeu que estava diante da soberana de Asgard. Vermelha de vergonha, a garota o imitou e ficou de cabeça baixa, como se encarar Hilda fosse um sacrilégio.
-Não precisa ficar desse jeito, senhorita Hanna... Posso ser a governante de Asgard, mas sou de carne e osso como você...
-Desculpe, senhora...
Com um sorriso, Hilda sentou-se sobre a cama e indicou à Hanna que fizesse o mesmo. A garota se sentou, ainda evitando olhar para a representante de Odin.
-Mime a trouxe desacordada para o palácio e falou-me sobre seu pedido de ajuda... O que aconteceu, Hanna?
-Não sei ao certo, senhora... Eu estava no bosque procurando por algumas ervas quando fui atacada por um homem horrível, que mais parecia um animal... Ele tentou me levar com ele, mas consegui escapar, nem sei como... Só sei que corri muito, ele me seguiu... Corri até encontrá-lo... - a garota apontou Mime, encostado junto à porta - Então eu lhe pedi ajuda e acho que desmaiei depois.
-Não tem idéia do por que esse homem a atacou?
-Não, senhora... Ele apenas disse que minha hora havia chegado e que sua senhora esperava por mim.
-Senhora? Ele chegou a dizer quem seria ela?
-Não me lembro, eu estava tão assustada... Espere um pouco... - Hanna franziu a testa, como se fizesse um esforço - Ele mencionou algo sobre... Sobre deixar o inferno... E também...
-Pode falar...
-Quando tentava me soltar, eu reparei que ele tinha uma marca no braço esquerdo, parecia o desenho de um animal...
-Isso tudo é muito estranho... - Hilda comentou, levantando-se. A garota ficou observando-a conversar com Freya e Mime, apreensiva. O que estariam dizendo?
-Hanna... - Hilda se voltou para ela - Por enquanto, você ficará conosco aqui no palácio, se recuperando. Eu falarei com os homens da guarda real, pedirei a eles que investiguem o ataque que sofreu e quem possa ser esse homem.
-Obrigada, senhora.
-Por favor, me chame apenas de Hilda. Com licença... Ah, antes que me esqueça: a criada lhe trará roupas limpas, além do café.
Saindo acompanhada de Freya, Hilda foi providenciar as roupas. Mime ainda ficou um tempo no quarto, de olho em Hanna. A garota, então, encarou de fato os olhos rubi do rapaz. E sentiu uma atração estranha por eles, uma vontade de penetrar fundo no mar de tristeza que enxergava neles. Mime percebeu e desviou o olhar. Pedindo licença, ele se retirou. Estranhamente, suas pernas estavam trêmulas.
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Pouco depois, Hanna saiu do quarto e resolveu explorar o palácio, curiosa que só ela. Mas os corredores eram tão numerosos e iguais que a garota acabou se perdendo. Estava parada feito besta em um deles, tentando descobrir para que lado ir, quando ouviu uma voz masculina atrás de si. Uma voz que soava em tom malicioso e cínico.
-Você deve ser a garota que Mime encontrou desmaiada no bosque, não é?
Ao se virar, Hanna deu de cara com um homem alto, de cabelos cor de rosa e olhos verdes feito duas esmeraldas, um deles oculto por uma franja displicente. Um meio sorriso estampava seus lábios e a garota sentiu um arrepio ao encará-lo. Ainda mais quando ele se aproximou, os olhos que passeavam dos seus para o decote do vestido que a criada de Hilda lhe dera.
-Sou... Sou eu mesma...
-Hanna, não? Um bonito nome... Como a dona...
Sem tirar os olhos daquele homem, Hanna deu dois passos para trás e acabou batendo na parede. Fim da linha.
-Quem... Quem...
-Quem sou eu? Mas que falta de educação, não me apresentar... Sou Alberich de Megrez, guerreiro deus da estrela Delta... Ao seu inteiro dispor.
Alberich puxou a mão direita de Hanna e a beijou, demoradamente.
-Eu... Eu preciso ir, senhor...
-Alberich... Apenas Alberich, Hanna... Mas irá para onde, se estava perdida?
-Para a sala de jantar, junto comigo. - respondeu um segundo homem, de cabelos verdes, curtos e espetados para o alto. Vinha de um corredor à direita, os olhos fixos em Alberich.
-Shido de Mizar... Uma aparição providencial...
-Sem dúvida, Alberich... -o rapaz respondeu, encarando o guerreiro deus Senhorita Hanna, Hilda a espera para o jantar.
Sem pensar duas vezes, Hanna deu o braço a Shido e saiu dali com ele. Sentia um calafrio percorrer sua espinha. Os olhos de Alberich eram puro mistério e cinismo.
-Não se preocupe com Alberich, Hanna... Ele não lhe fará mal algum.
-Eu sei, só estava um pouco assustada porque ele apareceu de repente.
-É o jeito dele, uma mania desprezível de sempre aparecer do nada, como se fosse assombração.
-Você também é um guerreiro deus? - Hanna perguntou, mudando de assunto e sorrindo.
-Como sabe?
-Palpite... Todos os homens que conheci até agora neste lugar o são.
-Shido de Mizar, da estrela Zeta. E prepare-se para conhecer outros de nós, guerreiros. Estarão presentes no jantar.
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Pronto, o bebê nasceu! Pelo menos o primeiro capítulo... Bem, seguindo aquela minha já conhecida mania de basear as fics em canções, eu escolhi para esta aqui duas que gosto muito: "Bring me to life", do Evanescence e "Viva Forever" das Spice Girls. A primeira é a cara do Mime, aquela história da morte do pai é comovente e eu acho que a música tem tudo a ver com isso. A outra é super romântica, tem um clima meio misterioso, eu desenvolvi o argumento já com a danada na cabeça.
