Falso Amor

Desfaleci
Cega e despreparada
Em teu braço não tão forte
Trocando o sol e sua luz dourada,
Pelo brilhodistante em teus olhos e supondo ter sorte

Tombei
Sob tua voz ensurdecedoramente serena
Que, enquanto eu declarava meu amor,
Dizia-me falsas juras de afeição plena
E consumia minha alma em seu gelado ardor

Acreditei
Em tua promessa silenciosa
Em teu beijo insensivelmente leve
E dei as costas, prazerosa,
A quem fazer isso não se deve

Então...
Subitamente, nada mais de mim em ti restava.
Subitamente, meu castelo de areia desmoronava
Arrastado por um forte vento que te acompanhava
Para longe...
Mas não longe o suficiente

Agora levanto-me
Porém, a desilusão que me persegue
Não foi ainda capaz
De derrubar tua figura que se ergue,
Imponente, sombreando-me atrás