Título: Black Rose
Autora: Samantha Tiger Blackthorn
Beta: Ifurita
Casal: Harry x Draco
Tema Musical: Black Roses Red – Alana Grace / Halo - Beyoncé
Classificação: PG-13, T. Já sabe: FLUFY
Gênero: SLASH, Romance.
Resumo: Um amor nascido antes do fim de uma guerra. Um novo olhar após a queda do orgulho. Na rivalidade muitas vezes há mais do que apenas ódio e vontade de superação. O que nasceria em um coração orgulhoso se pudesse ver o mundo bruxo, conhecer a verdade, pelos olhos de seu rival... O que aconteceria a Draco se sua visão fosse mudada pela de Harry?
Avisos:
1 – Essa estória é SLASH, ou seja, mostra o AMOR ENTRE DOIS HOMENS. SE NÃO GOSTA, NÃO LEIA.
2 – Contém Spoilers do livro 7, epílogo ignorado.
Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas e pertencentes a J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bross. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada.
BLACK ROSE
1ª Parte
Chegara mais cedo, estava no seu canto, quieto. Viera sozinho, convencera seus pais que não precisava que eles o acompanhassem, afinal 'já tinha dezessete', dissera orgulhosamente. Mas a verdade é que queria poupar seus pais, tinha receio que eles fossem hostilizados por ser quem eram. A família Malfoy tinha perdido todo seu prestígio, e só não tinha sido pior, perdido a fortuna ou sido presos, por que Harry Potter tinha feito um depoimento a favor deles no julgamento. Principalmente em favor de sua mãe, dizendo em alto e bom som que ela salvara a vida dele.
Suspirou no seu lugar, essa lembrança do tribunal o fazia se sentir esquisito, não sentia raiva ou humilhação, nem nada desses sentimentos negativos. Voltou o olhar, vendo o trem chegar, a estação ficando cada vez mais cheia. Assim que o trem abriu as portas, ele tomou o seu malão e se encaminhou para um dos vagões. Queria passar despercebido, mas ainda era o monitor de sua casa, tinha seus deveres, tinha que manter a cabeça erguida. Seu nome não valia muita coisa no momento, mas era um Malfoy e um Malfoy honrava a sua linhagem. Entrou numa das cabines, sentando-se junto à janela e observando atentamente os alunos chegando à estação.
Seu rosto chegou mais perto do vidro da janela, vendo a agitação tomar conta da plataforma. O trio maravilha vinha chegando e o tempo nem parecia ter passado, ele parecia igualzinho a imagem que tinha na memória. O mesmo corpo magro, os mesmos cabelos negros e arrepiados e os mesmos olhos verdes lindos... O rosto dele parecia corado, como se ele não estivesse gostando daquela atenção toda. Seria realmente possível que ele não gostasse de prestígio e fama? Que ele preferisse ser ignorado pela sociedade? Ele saiu do seu campo de visão, entrando no vagão, o mesmo que o seu, e ouviu o barulho do tumulto pelo corredor, quando ele passou a caminho da cabine dos grifinórios.
Encostou-se no banco, a testa encostada no vidro, vendo as famílias lá fora, acenando para os filhos dentro do vagão. Passaram-se alguns minutos, o movimento de alunos dentro do trem ainda intenso. Ouviu a sua porta abrindo algumas vezes e fechando-se em seguida. Sorriu consigo mesmo, achando que essa seria a viagem mais calma de todos os anos do colégio. Olhava a paisagem magnífica, passando pelas janelas do trem, atravessando pontes altas sobre lindos lagos, longos túneis, nunca tinha realmente olhado para fora da janela, para fora de si mesmo.
Fechou os olhos, talvez fosse melhor descansar um pouco, a viagem demoraria muito ainda e parecia que ficaria sozinho o tempo todo. Ouviu as pessoas passando pela sua porta, algumas paravam e cochichavam, e isso nunca o incomodou tanto como agora, algum tempo depois ouviu o carrinho de guloseimas passando do lado de fora da cabine, mas dessa vez não queria nada, nem doces, nem chicletes, nem chocolates. O que queria já tinha de sobra: sossego, pelo menos por enquanto. Ainda tinha que fazer a ronda pelo trem, mas isso ficaria para mais tarde. O balanço do trem o embalou suavemente e logo ele se esqueceu de tudo e adormeceu.
oOo
— Gina está muito decepcionada com você, Harry. Ela esperava que com o fim de tudo vocês voltassem a ficar juntos.
— Ron, deixa o Harry em paz, já não basta esse alvoroço todo em volta dele?
— Mas Hermione...
— Deixa Mione... – Voltou o olhar tímido para o ruivo. — Eu não me sinto preparado para assumir nada com ninguém, Ron. Eu gosto muito da Gina, mas...
Ouviram uma confusão no corredor, não dava pra entender o que estava acontecendo... Eles se levantaram e Hermione saiu primeiro, seguida de Harry e Rony que espiava da porta. Vários alunos estavam no corredor, atrapalhando a visão, mas parecia que alguns garotos estavam provocando um outro aluno, e pelo vislumbre do cabelo souberam de imediato quem era. Aquele loiro platinado só podia ser uma pessoa. Ao verem Harry no corredor as pessoas saíram da frente, e então o moreno e os amigos puderam ver que o alvo era justamente Malfoy e não o contrário.
Aquilo indignou o grifinório. Estava absolutamente cansado de tudo. Queria paz, passara a sua vida toda lutando contra as injustiças e não era agora que finalmente o símbolo da intolerância e preconceito tinha desaparecido que ia se calar diante de mais uma injustiça. Avançou pelo corredor, passando entre os alunos, ansiosos para ver o confronto lendário do Slytherin com o Gryffindor, o murmúrio aumentando à medida que o moreno alcançava a discussão acalorada.
— Parem, por favor... – Mas a troca de insultos e ironias não cessava. — Chega! – Ele falou mais alto, mas ainda assim a briga estava alta demais, a qualquer momento poderiam começar as agressões... — CALEM A BOCA!
Um silêncio repentino se fez. Todos olharam para ele em expectativa, esperando as palavras do herói de todos ali.
— Vocês não têm vergonha? Deixem o Malfoy em paz!
— A família dele era do lado das trevas! – Um aluno gritou.
— A família dele já foi julgada e pagou o débito dos erros com a justiça. – Hermione retrucou.
— O pai dele era um dos Comensais da Morte! – Outro exclamou.
— Mas se não fosse a mãe dele, talvez eu não tivesse vencido Voldemort! – Alguns se encolheram à pronúncia do nome que ainda provocava medo. — Todas as pessoas erram. – Ninguém mais falava. — Ele merece respeito, tanto quanto qualquer um de nós.
Os alunos foram se dispersando, entrando nas cabines, ficando apenas alguns ainda no corredor. Os olhos verdes se encontraram com os prateados, se encarando por alguns instantes, o loiro baixando os seus primeiro. Harry se virou para voltar à sua cabine, mas a voz límpida e levemente arrogante o chamou, fazendo com que estacasse e olhasse para ele.
— Potter... – O rosto normalmente pálido estava corado, podia-se dizer constrangido. — Eu podia me virar sozinho, mas... Obrigado mesmo assim.
— Não precisa agradecer... – O moreno disse baixo, quase tímido. Os olhos verdes estavam levemente arregalados. — Eu faria a mesma coisa por...
— Por qualquer pessoa, você ia dizer. Eu sei...
— Se quiser ficar conosco, em nossa cabine, será bem vindo. – Falou sincero, agora deixando o loiro verdadeiramente espantado.
— Potter... – O sorriso irônico estava nos lábios finos de novo. — Eu agradeci, é verdade... Isso só prova que sei ser educado, não faz nascer mais uma cabeça em mim... – Os olhos chisparam divertidos, a cabeça se ergueu altiva. — Ainda sou eu, Draco Malfoy...
oOo
Os dias passavam rotineiramente; normais demais ou quase isso. Nunca pensara que um dia sentiria falta das aulas do professor, já não odiado, de poções, ou das perturbações dos sonserinos, liderados por Draco Malfoy. Mas agora não era mais assim, tinha percebido isso no momento em que os alunos tinham saído do trem para tomarem as carruagens. Muitos se assustavam com o fato delas serem puxadas pelos testrálios e não andarem sozinhas como criam anteriormente. Agora 'ele' é que era evitado como se tivesse uma doença contagiosa, e parecia não se importar em nada com isso, a não ser pelo fato de que a popularidade a que estava acostumado ter sumido, ele devia se sentir muito sozinho, mesmo que continuasse a aparentar em sua expressão o mesmo frio orgulho de sempre.
Todos se afastaram 'dele' na plataforma e cochichavam à sua volta, alguns o olhavam com raiva, outros com medo, outros com asco... Isso incomodava Harry, muito. Para o loiro já bastava que não o importunassem ou o agredissem, ser ignorado era o de menos. Mas para Harry não era assim, testemunhara coisas horríveis demais, perdera pessoas queridas, tudo para banir o preconceito e a arbitrariedade que movia Voldemort e seus seguidores, e aquele comportamento representava tudo aquilo contra o que lutara. Quando o viu sozinho em uma carruagem, entrou nela puxando os dois amigos, para espanto deles e do próprio Draco. O caminho até Hogwarts foi feito sob incomodo silêncio.
oOo
O moreno parou na porta do salão principal, lembrando-se mais uma vez o que tinha acontecido ali, as imagens daquela manhã nunca iam sair da sua cabeça. O Duelo final, os feridos os mortos, a alegria e felicidade geral, o medo e o alívio de Draco e dos pais encolhidos no canto do salão. O castelo tinha sido restaurado às pressas e por mais que tivessem reconstruído e feito o possível para deixar tudo como era antes, podia-se ver muitos sinais da guerra espalhados pela escola. Apesar de as bandeiras das casas ainda estarem sobre as respectivas mesas, os alunos estavam se acomodando mais por afinidade do que propriamente pelas casas. Mas, na ponta da mesa da Sonserina Draco se encontrava sozinho. Ninguém o queria acompanhar, nenhum dos alunos desejava se aproximar dele, nem por afinidades, interesses ou semelhanças.
No café, no almoço ou jantar, lá estavam eles três juntos, Hermione e Rony ao seu lado. Estavam envolvidos demais um com o outro para repararem em qualquer coisa que não fossem eles mesmos, agora que o perigo tinha passado. Mas Harry não, ele tinha tempo de reparar em tudo, em todos. Ele via no rosto das pessoas como elas se sentiam. Durante as aulas em que a Grifinória e a Sonserina participavam juntas, ele não podia deixar de observar o loiro que era sua paixão desde o sexto ano, provavelmente desde sempre, que sua obsessão não era proveniente do ódio e sim do grande amor que mantinha encerrado no fundo de seu coração. Foi depois de um incidente lamentável, quando descobriu de modo repentino que o amava desesperadamente. Assim passavam os dias, e se passou quase um mês, com Harry assistindo aquilo que achava uma grande crueldade.
— Bom dia Draco. – Uma voz grave e tímida sentou ao lado dele.
— É, bom dia Malfoy... – Do outro lado da mesa uma voz feminina se pronunciou.
— Que seja, não concordo com isso, mas sou voto vencido... Doninha. – Rony sentou-se ao lado de Hermione com uma careta.
Agora sim, era o final dos tempos, se até aquele ruivo insuportável tinha tido coragem para se sentar à sua frente... O espanto foi tanto que a colher com seu cereal parou a meio caminho da boca. Tinha três grifinórios sentados à sua volta na mesa da Sonserina, servindo-se de leite e frutas e torradas, como se fosse completamente natural o fato de estarem ali. Harry mal tocava na comida, Hermione comia quase mecanicamente, com o olhar preso ao Profeta Diário, como ele a via fazer na mesa da Grifinória todos os dias. Já o Pobretão... Suspirou, pousando a colher no prato, incomodado de pensar nele assim, apesar de que ele era pobretão mesmo. Já 'esse', comia como um 'glutão'.
— Vocês perderam o juízo ou o que? – Perguntou em voz baixa, para não chamar a atenção das outras mesas mais que o necessário. — A não ser que queiram piorar a minha situação ainda mais... Daqui a pouco vão me acusar de estar 'corrompendo' o trio de ouro...
— Cala a boca Malfoy... – Harry disse enquanto passava geléia sobre uma torrada, fazendo o loiro sorrir ironicamente. — Desculpa. É força do hábito. – Ele parou com o que estava fazendo, mordendo o lábio sem graça.
— Não perdemos o juízo, só queremos ajudar. – A garota respondeu com os olhos presos ao jornal. — Não concordamos com o que os outros estudantes estão fazendo.
— Pois eu concordo. Ouso dizer que se estivesse no lugar deles faria o mesmo. – O loiro respondeu sério, colocando os cotovelos na mesa e entrelaçando os dedos das mãos. — Acho até que faria pior, não suporto os medíocres, os inferiores, os imbecis. Se pudesse eu mesmo me chutaria...
— Você não pode estar falando sério...
— Eu te disse Harry, ele não mudou nada... – Rony olhou para o loiro à sua frente, irritado com o jeito altivo. — A gente não devia se intrometer, ele está colhendo o que foi plantado pela família dele... Sem falar das coisas que ele fez.
— Ele não pode ser responsabilizado pelos erros dos pais, e o que ele fez foi obrigado. – Resmungou o moreno. — Você sabe que eu 'vou' me intrometer e por que...
— Eu 'estou' falando sério. – Draco os interrompeu, mostrando um pouco da revolta que tinha dentro de si. — Não gosto disso. Fico com raiva, mas estou sozinho então é melhor ficar na minha. – Voltou a comer resignadamente, sentindo o sobre si peso de tudo que acontecera e que estava acontecendo consigo. — Eu entendo perfeitamente a minha situação, e o Weasley tem razão. – Disse num esgar, mantendo na voz fria e arrastada "o orgulho sonserino". — Eu mesmo contribuí ativamente para o que estou vivendo agora.
— Dá pra você parar com isso? – Rony falou em meio ao acesso de tosse, engasgado com a torrada. — Uma doninha sensata e educada é assustador... Aaaaiiii! Por que pisou no meu pé? – Acusou, indignado, a namorada ao seu lado que continuou a ler o jornal imperturbável.
— Vocês me dão licença, eu preciso passar no meu quarto para pegar a vassoura, quero voar um pouco sozinho... Enquanto não há ninguém no campo, quero treinar um pouco. – Ele se levantou. Um sorriso irônico se delineando no canto dos lábios. — Foi... 'Agradável', falar com vocês.
Draco se retirou rapidamente, deixando para trás os três amigos sem hesitar. Tinha a certeza de que estavam olhando para ele até sair do salão. Voltaram a comer, cada um com seus pensamentos, até Hermione se manifestar.
— Bem, pelo menos ele não nos rechaçou, não xingou, foi educado e civilizado. – Hermione finalmente deixou o jornal ao lado do prato.
— Isso sim foi impressionante. – Rony colocou a colher no prato, dando-se por satisfeito. — Acho que ele esta aprontando alguma...
— Você sempre acha que ele está aprontando alguma. – Harry levantou-se da mesa, deixando o casal de amigos sozinhos. — Vou dar uma volta.
Antes de sair do salão, olhou para trás, vendo os dois entretidos no que parecia ser uma discussão. Sorriu. Aqueles dois sempre iriam discutir e fazer as pazes depois. Abriu a bolsa, tirando a capa de dentro dela e saindo pela porta principal, sumiu sob ela.
oOo
Eram onze horas da noite, todos os alunos já tinham se recolhido ao salão comunal das casas. Draco fazia a ronda nas masmorras, tudo calmo e silencioso, achava que ia terminá-la sem nenhum incidente quando ouviu um gemido. Caminhou devagar e com cuidado, chegando mais perto da sala do fim do corredor, notando a porta encostada que deixou passar o som de gemidos e agora sussurros audíveis pela proximidade se seu ouvido quase colado à porta.
— Huuummm... Ai... Ai Vin-nce... – Uma voz feminina gemia dengosa.
— Fique quieta Peny... Ahhh... – O arquejo fez o loiro sorrir, tendo em mente o que eles estavam fazendo ali. — Po-ode aparecer alg-guém... Huuummm...
— Já apareceu... – O loiro falou ao abrir a porta, sorrindo ironicamente, vendo-os dar um pulo de susto, quase caindo da enorme escrivaninha, forrada com cobertores, em que estavam deitados. — A regras da escola não mudaram, então... Acho que vocês estão bem encrencados...
— Quem você pensa que é para nos falar assim? – Disse o rapaz levantando o queixo em desafio, jogando a coberta que arrastava no chão sobre a moça, cobrindo a nudez dela, antes de se abaixar e recolocar a calça do pijama, estavam precariamente iluminados por uma tocha acesa atrás da escrivaninha.
— Lumus! – Draco acendeu todas as tochas do aposento. Olhou-o atentamente, reconhecendo-o como da sua própria casa, o sorriso perverso se ampliando em seus lábios. — Eu sei quem você é... Vincent Townsend, sonserino do terceiro ano... E você... – Estreitou o olhar, fitando o rosto dela atentamente. — É Penélope qualquer coisa... Do segundo ano da Corvinal, certo?
Viu o rosto dos dois se avermelhar, o dela de vergonha e o dele de raiva, um tanto de medo passando nos olhos castanhos. A garota sentou na escrivaninha, sem saber o que fazer, talvez pensando em como se vestir com Draco Malfoy parado ali os olhando com aquela expressão arrogante e desafiadora. Nenhum dos dois lhe respondeu, o sorriso em seus lábios aumentou, talvez não tivesse perdido o jeito afinal.
— Para sua informação... 'Vincent', eu ainda sou o monitor da nossa casa. – Fez uma pequena pausa, olhando-os com o queixo erguido. – As regras da escola ainda não mudaram, vocês não deviam estar fora da sala comunal a essa hora e muito menos fazendo... Isso. Em um antigo escritório, com a porta destrancada, sem nem um feitiço de silêncio.
— Você não tem moral para...
— Francamente! Não me interessa o que você acha! Não estou nem aí se eu tenho moral ou não! – Riu baixinho, os olhos brilhantes de um gato que brinca com a comida antes de matá-la. — Amanhã serão vocês dois que vão cumprir detenção. E por Merlin, você tem sorte de nosso antigo diretor não estar aqui entre nós... O professor Snape o faria limpar o chão inteirinho do laboratório com sua própria escova de dentes! Não só por ter transgredido as regras da escola, mas principalmente por ter sido pego e ainda por cima ter exposto a garota em uma situação como esta.
— Você não sabe com quem está falando!
— Não quero nem saber! – Sibilou friamente, usando a prepotência e a superioridade tão características de sua personalidade, calando o rapaz. — Não me importa nada, seu nome, seu pai, prestígio... Apesar de tudo, ainda sou Draco Malfoy, meu nome fala por si só. Além disso... – Sorriu malicioso. — Nunca fui pego numa situação tão vexatória. – escancarou a porta, ficando de costas para eles. — Vistam-se. Vou levar você e a mocinha para a diretora da Sonserina: Professora Noxon.
oOo
Draco não demorou muito na sala da diretora da Sonserina, a nova professora de poções. Ele ainda não tinha uma opinião formada sobre ela. Só sabia que ela tinha sido aluna do professor Snape. Pelo menos ela parecia conhecer muito bem os métodos dele, aquele olhar que ela lançou ao Townsend era digno do ex-diretor sonserino. O talzinho ficou mansinho na frente dela... Pena que ele não pode ouvir qual a detenção que ela aplicou ao garoto arrogante. A garota ficou na ante-sala esperando que a Professora Noxon a levasse até o escritório do Professor Flitwick.
Suspirou enquanto terminava a ronda pelas masmorras, subindo a escadaria que levava ao hall do castelo, onde ficavam os acessos ao salão principal e às escadarias que levariam aos outros andares e às torres. A enorme porta principal ainda não tinha sido trancada, algumas tochas ainda estavam acesas deixando o ambiente à meia luz. Ouviu um barulho nas escadas, passos leves. Movido pelos hábitos furtivos se colocou na sombra, junto ao batente da porta do salão. Espiou cuidadoso pela borda do batente, ouvia os passos, mas não via ninguém, quando subitamente Harry apareceu do nada, descobrindo-se repentinamente, primeiro a cabeça, depois o resto do corpo, retirando uma capa dos ombros. Reparou nele, colocando a capa dentro de uma bolsa, carregava um livro marrom na mão esquerda e a varinha na outra.
Viu-o abrir a pesada porta e sair por ela, fechando-a atrás de si. Algo lhe disse para segui-lo e foi exatamente o que fez, abrindo a porta sorrateiramente e mantendo-se na sombra do batente de pedra, notando que o grifinório descia terreno na direção do salgueiro lutador, do lado do castelo. Assim que o viu a uma distância segura, desceu a escadaria e seguiu a silhueta disfarçadamente. Ocultou-se atrás de um dos arbustos vendo-o pegar um galho no chão e olhar ao redor, antes de tocar um nó no tronco da árvore e sumir no meio da raiz. Aproximou-se e parou, desviando o corpo quando um dos galhos do salgueiro quase o acertou. Achou melhor esperar que ele saísse.
Os minutos se passaram, Draco foi se cansando e se sentou atrás de um dos arbustos, colocando o capuz por causa do forte sereno que pairava no jardim, e para ocultar os seus cabelos que eram únicos e certamente poderiam chamar a atenção para si, esperando que o moreno saísse. Não demorou muito, cerca de meia hora, mais ou menos, quando viu os galhos se agitarem novamente, ficando subitamente paralisados e o moreno ressurgindo da terra, bem ao pé do salgueiro, de entre as raízes, largando o longo galho seco que trazia nas mãos fora do alcance dos golpes da árvore. Encolheu-se mais na sombra do castelo, atrás de uma azaléia toda florida. Assim que ele sumiu de vista, caminhou até onde ele deixara o grande galho e olhou o tronco procurando o local exato que paralisaria a árvore. Só notou um nó e tocou nele.
Passou entre os galhos parados; ainda receoso; olhando para aquele milagre, chegando à raiz e notando um buraco meio encoberto por folhas secas e se abaixou, entrando nele e se mantendo curvado lá dentro, vendo então que era um túnel. Percorreu-o, logo chegando a uma escada de madeira que dava num alçapão. Abriu-o, encostando-o na parede e saiu num hall, com várias portas e uma escada, um local cheio de pó e teias de aranha por todos os lados. Estava frio ali dentro, e escuro, e lúgubre. – Lumus! – Murmurou, levantando a varinha, a luz iluminando o local, notando que as janelas eram pregadas por fora, algumas frestas no alto das folhas das venezianas mostrando o céu noturno.
Olhou para o chão, os passos do moreno subiam as escadas. Procurou colocar os passos em cima dos dele para não deixar evidências de sua estada ali, pisando naquelas tábuas velhas que rangiam e cediam como se fossem quebrar a qualquer momento. Tomou cuidado de não tocar em nada, a camada de pó era espessa e podia deixar vestígios se tocasse em qualquer coisa, mesmo que fosse o corrimão. No andar de cima, as pegadas iam em direção de uma porta entreaberta. Caminhou até ela, passando pelo batente, entrando no que outrora devia ter sido um quarto. Apontou a varinha para a lareira.
— Incêndio! – A lareira se acendeu levando luz e calor ao ambiente.
Ele olhou cada detalhe daquele cômodo. O chão estava limpo, com um grande tapete de lã de carneiro. Havia um sofá marrom, grande, com uma manta creme e algumas almofadas de veludo vermelhas sobre ele. Ao lado uma mesinha com o livro de capa de couro, o mesmo que vira nas mãos dele, sobre ela. Numa ponta do sofá um cobertor grosso, amarelo com xadrez preto... Meneou a cabeça, pensando que o grifinório realmente não tinha nenhum jeito para decoração. Olhou para o livro, sua curiosidade aguçada, seus dedos formigando de vontade de tocá-lo e folheá-lo.
Aproximou-se e sentou tocando a capa de couro de leve, pegando-o nas mãos, virando as folhas e notando que grande parte dele estava escrito na letra irregular a angulosa do moreno. Abriu-o logo no início, virando algumas páginas, encontrando a primeira anotação. Era um diário e começava no dia que ele fora ao Beco Diagonal, comprar o material escolar. Lembrava-se bem daquele dia... Seria interessante ver tudo com os olhos de Harry Potter.
Ontem eu completei onze anos... Conheci Rúbeo Hagrid, ganhei um bolo de aniversário, o primeiro de toda minha vida. Saí com ele e fomos a um bar onde uma porção de gente me conhecia, depois uma parede se abriu e... Uma rua cheia de gente e as coisas mais fantásticas nas portas de lojas que nunca imaginei que existissem... Nunca tinha saído de casa, só para ir à escola. Era do armário para a escola e de lá para o armário sob a escada. E então...
Draco sorriu, imaginando como seria ser um bruxo e não saber nada, absolutamente nada sobre isso. E que raio de armário era aquele?
E então saí pela primeira vez e entrei em um mundo totalmente novo. Fomos à um banco, um banco bruxo, cheio de duendes. Duendes! Nunca tinha entrado em um banco, e duendes... Sempre achei que fossem só uma lenda, de contos para crianças, personagens de contos de fadas. Agora sei que bruxos, fadas, duendes e magia existem. Eu sou um bruxo, meus pais eram bruxos, estudaram na mesma escola para onde vou. Isso é incrível! Entramos no banco e fomos até os cofres... Embaixo da terra, com carrinhos em trilhos, tão velozes que fizeram Rúbeo enjoar...
Draco estava achando muito interessante, virou a folha e pulou alguns parágrafos parando os olhos em um deles mais à frente quando viu o nome Madame Malkin.
Entrei sozinho, uma mulher veio me atender e me colocou em pé sobre um banquinho. Tinha um garoto lá. Nunca vi alguém como ele, com os cabelos tão loiros e os olhos daquela cor tão... Única. Mas, ele parecia cada vez mais com meu primo Duda. E isso foi me incomodando... Fiquei chateado do jeito que ele falou do Hagrid, ele é um homem gentil, ele gosta de mim. A primeira pessoa que gostou de mim, que se preocupou comigo, que me ajudou... Mas o resto do dia foi especial. Nunca comprei tanta coisa, e com meu próprio dinheiro. Nunca tive um centavo na vida, nem nada que fosse meu, só meu. Tudo sempre foi do Duda antes de ser meu. As roupas, os sapatos, os brinquedos quebrados e agora... Tanta coisa nova e só minha. Roupas, as primeiras que são do meu tamanho, varinha, livros, pergaminhos e tanta coisa!
Aquilo era espantoso. Não ter amigos, roupas nem dinheiro, nunca ter nada que fosse seu. A narrativa o fazia sentir-se estranho por dentro. Virou algumas folhas, olhando as palavras ao léu. Então leu algo que o arrepiou:
Encontrei Voldemort... Esperava entrar naquele lugar e ver o professor Snape... Em busca da pedra para o 'mestre' dele. Mas o professor Quirrel estava lá e Voldemort estava no corpo dele, como um parasita, tentando pegar a Pedra Filosofal para se tornar imortal. Eu precisava encontrar a pedra antes deles, talvez o espelho ajudasse... O espelho estava lá também e o bruxo das trevas procurava uma pista da pedra diante do Espelho de Osejed, sem saber o que o espelho mostra de verdade. Ele tirou o turbante e onde deveria estar a parte de trás da cabeça havia um rosto, horrível, branco, com olhos vermelhos e fendas no lugar do nariz, como se fosse uma cobra horrenda. Me senti paralisado de medo. Tentei correr, mas o professor me agarrou e então minha cabeça doía como de fosse explodir. Eu ouvia os gritos do professor, os gritos de Voldemort, os meus próprios gritos enquanto lutava para não deixar que se apoderassem da pedra e quando achei que não ia agüentar, que ia morrer, tudo se apagou...
Fechou o diário repentinamente, a respiração ofegante, a testa porejada de suor, o medo percorrendo seu corpo como se estivesse novamente na presença "do mal". Fechou os olhos e reclinou a cabeça para trás, relaxando no estofado, o livro apertado na mão. Puxava o ar profundamente para regular a respiração. De repente se sentia cansado demais. Colocou o livro na mesinha e levantou-se para ir embora. Olhou para o modesto refúgio agora com outros olhos. Podia ver Harry em cada detalhe simples e despretensioso daquele lugar e o que sentia em relação àquele rapaz da sua idade era uma admiração cada vez maior. Vira-o sob uma nova luz no dia da batalha final, no dia que salvara sua vida, não uma, mas três vezes... E no fim, além de tentar protegê-lo da fúria do Lorde das Trevas, salvou sua família da prisão e da miséria, mesmo depois de terem sido seus inimigos ferrenhos durante seis anos.
— Extinguishing... – Murmurou cansado.
Apagou a lareira e desceu as escadas, saindo pelo mesmo caminho, encontrando a madrugada estrelada e sem lua sob o salgueiro paralisado, voltando o olhar para o castelo, com suas torres altas e grandes segredos. Respirou o ar frio da noite, sentindo-se acalmar, um ar de liberdade depois de mais de vinte anos de terror e escuridão. E deviam tudo isso a um garoto que estava naquele momento dormindo numa das torres.
oOo
As aulas de poções estavam muito interessantes. Sem dúvidas, as aulas de poções, sem o olhar aterrador de Severus Snape sobre os alunos, fez com que o desempenho dos mesmos melhorasse consideravelmente. E sem a rivalidade das casas tão acirradas o ambiente de trabalho seguia tranqüilo. Harry se esforçava para manter todos unidos o máximo possível, driblando a intolerância de Rony quanto à Draco Malfoy. O que não era tarefa fácil com eles se sentando ao lado do loiro na mesa da Sonserina em algumas refeições, sob os olhares de desagrado dos alunos daquela casa, por vê-lo cercado pelo Trio de Ouro, ou os três fazendo companhia ao sonserino na biblioteca nas horas de fazer as pesquisas ou os deveres...
Draco não sabia mais como se sentir com essas ações dos grifinórios. Ao mesmo tempo em que se constrangia, sentia-se confortado pela atenção deles, achava que não merecia nenhum cuidado ou gentileza da parte deles, não depois de todo inferno que os fez passar. Só Harry mesmo para ter tanta generosidade no coração. Só não sabia o que fazer com isso, nem como reagir a isso. Apesar de ficar profundamente irritado com o modo que a escola toda o olhava e tratava, pensava mesmo do modo que tinha dito. Achava tudo muito justo, mesmo não admitindo isso em público, mesmo não descendo do pedestal do orgulho que construíra para si mesmo. Ainda mantinha a altivez da sua posição social e o orgulho vindo do status financeiro que o seu nome lhe proporcionava.
Finalmente a noite chegou, e com ela o fim das atividades do dia, mas não o fim de seus deveres. Ainda tinha suas obrigações de monitor para encerrar o seu dia, depois de um banho revigorante e do jantar delicioso, seus pensamentos se voltavam para aquele refúgio simples e singelo, onde passara um tempo de reflexão e descoberta da história através de outros olhos. Olhos verdes profundos, gentis e generosos. Passou as horas da ronda daquela noite ansiando voltar lá, a curiosidade atiçando seus sentidos.
De repente se achou diante do Salgueiro, exatamente como algumas noites atrás, desta vez não viera o seguindo, e sim por seus próprios impulsos. Olhou para o chão, o galho grande jogado displicentemente por cima da relva coberta pelas folhas secas da árvore. Abaixou-se automaticamente pegando-o na mão e tocando o ponto no tronco e entrando pelo túnel sem pensar no que estava fazendo, que talvez pudesse estar invadindo a privacidade do moreno, que talvez pudesse ser pego agindo de modo tão indiscreto. Subiu as escadas com o pensamento alheio a tudo, sem a preocupação de deixar marcas ou pistas de sua intrusão.
Entrou no cômodo frio, a baixa temperatura do lugar o fazendo estremecer. Acendeu a lareira com o feitiço e se acomodou no sofá para ler, se encostando as almofadas e se cobrindo com o cobertor felpudo que ali se encontrava. Acariciou a capa do diário com respeito, ainda sentia o arrepio ao se lembrar da última passagem que havia lido ali. Abriu-o ao léu, sem escolher um local exato, folheando as páginas, deixando o olhar percorrer as palavras de letras irregulares até que uma lhe chamasse a atenção.
...Então voltamos no tempo, seguindo a sugestão do professor Dumbledore... Tínhamos que salvar o Bicuço e logo que possível salvar meu padrinho, Sírius Black... Salvar. Descobri que ele era inocente, que quem era o fiel do segredo e traiu meus pais, os entregando para Voldemort foi Pedro Pettigrew... E ele escapou, meu padrinho foi preso, os dementadores iam executar o 'beijo', nós tínhamos que salvá-lo. Vi tudo acontecendo de novo, até Sírius aparecer na beira do lago, sendo cercado pelos dementadores, e a mim mesmo e Hermione chegarmos para tentarmos salvá-lo, mas... Havia dezenas deles chegando e cercando e o lago congelando e nós estávamos perdendo a consciência, íamos ser beijados pelos dementadores... Devia ter pelo menos uns cem deles!
Eu não pude evitar, percebi naquele momento que o Patrono que salvara as nossas vidas tinha sido conjurado por mim mesmo, no momento que me vi sendo 'beijado'. Eu gritei o feitiço e vi um patrono grande e brilhante, prateado sair de minha varinha e atravessar o lago, fazendo fugir os dementadores. Ele voltou para mim e eu vi sua forma, um cervo, e antes que eu o tocasse ele desapareceu no ar. Isso salvou a minha vida, a de minha amiga e a de meu padrinho, para vê-los serem resgatados pelo professor Severus Snape. Então eu e Hermione montamos no Bicuço e voamos até a torre onde Sírius estava e ele se foi com o hipogrifo. Chegamos à ala hospitalar no exato momento que tínhamos saído algumas horas antes, a tempo de nos ver sumindo com o viratempo...
Draco mal podia acreditar em seus olhos. Eram aventuras incríveis o que estava lendo, incríveis e assustadoras! Voltar no tempo! Conjurar um patrono corpóreo com treze anos! E capaz de espantar centenas de dementadores!? Voar num hipogrifo! Ainda se lembrava da inveja que sentiu de Harry naquele mesmo ano, quando ele voou em Bicuço na primeira aula de Hagrid: Trato das Criaturas Mágicas. Lembrou-se da inveja, da raiva, do despeito e também da sua total imprudência. Mais uma delas. Foi por sua causa que quase mataram o animal. E mesmo assim ficou enfurecido quando soube que o bicho escapou. Fechou o livro e o reabriu novamente, lendo a primeira coisa que seus olhos captaram.
...Ela estava caída lá, não parecia ferida, mas estava inconsciente. Rony tinha ficado do outro lado do desabamento e eu só pensava que precisava fazer alguma coisa, tinha que salvar Gina. Então percebi que ela não estava sozinha. Aquele rapaz que eu vi no diário, Tom Ridle, estava lá também. E tinha pegado a minha varinha, estava apontando ela para mim, disse que não podia salvar a Gina, por que à medida que ela ficava mais fraca ele ficava mais forte e que ele sabia quem eu era... E o que eu tinha feito com ele... Como foi que eu, magricela, um bruxo comum, conseguiu derrotar o maior bruxo de todos os tempos e escapei apenas com uma cicatriz, enquanto os poderes de Lord Voldemort foram destruídos. E então... Então... Ele se revelou. Ele me mostrou que as letras do seu nome verdadeiro, Tom Servolo Riddle formavam o seu novo nome: Lord Voldemort.
Eu disse a ele. Eu disse que o maior bruxo de todos os tempos era Alvo Dumbledore! Que ele nunca teve coragem de enfrentá-lo, provocando seu ódio. Fawkes apareceu não sei como, me trazendo o chapéu seletor. Ele chamou o Basilisco, mandou que ele me matasse, não tinha opção a não ser enfrentá-lo, lutar pela minha vida e pela de Gina e quem sabe vencer Tom Riddle. Tentei escapar da cobra sem olhar nos olhos dela, mas Fawkes veio em meu socorro mais uma vez e cegou o Basilisco a bicadas. A cobra corcoveava de dor e acidentalmente jogou o chapéu seletor sobre mim. Eu pedia ajuda de olhos fechados e então senti algo dentro do chapéu e ao retirá-lo de lá vi em minhas mãos a espada de Godric Griffindor. Pelo menos eu podia lutar.
E eu lutei, me defendendo dos golpes da cobra, mesmo sendo às cegas ela era muito maior que eu com o olfato apuradíssimo. Eu lutei do jeito que conseguia, me esquivando e amparando os golpes daquelas presas venenosas e de repente eu consegui, cravei a espada no céu da boca da cobra, mas... Ela também enfiou uma das presas no meu braço. Naquele momento tudo estava acabado, minha morte era certa. Eu arranquei a presa venenosa do meu braço, doía e queimava, muito, meus olhos se embaçaram, e Voldemort ria, gargalhava, sentado no chão para esperar pela minha morte e somente a Fênix veio me consolar no meu fim. Mas um momento depois eu senti minhas forças se revigorarem, o frio passou, e tudo ficou nítido e claro. Olhei o meu braço e estava molhado pelas lágrimas da Fenix e não tinha mais nenhum ferimento.
Ainda assim Voldemort não se deu por vencido, ainda tinha a minha varinha e a apontou para mim. A fênix voou, mas antes que ele pronunciasse o feitiço da morte Fawkes jogou o diário ao meu lado e sem pensar duas vezes peguei a presa do Basilisco, ainda cheia de veneno e enterrei no diário. O venevo abriu um buraco nele como se o queimasse. A tinta jorrou, escorria de dentro dele como se sangrasse, manchando minha mão, fazendo uma poça enorme no chão, e Tom Riddle gritava e se contorcia no chão, à minha frente, em agonia excruciante até desaparecer...
Draco suava, estava sabendo finalmente a verdadeira história sobre a Câmara Secreta. Fechou o livro com estrépito. Um basilisco de mais de seis metros de comprimento... Inacreditável! E ele o matou. Mais um encontro do garoto com o Lorde das Trevas, um encontro perigoso de vida e morte e de novo o 'garoto' venceu o bruxo mais temido de todos os tempos. Não era a toa que o Lorde tinha tanto ódio de Harry. Vencido sucessivamente em todas as vezes que se confrontaram. O livro escapou de suas mãos, abrindo-se numa página que chamou sua atenção: VOLDEMORT RENASCEU ATRAVÉS DO MEU SANGUE! A frase o abalou demais, e ele voltou ao começo da página anterior, começando a ler alguns parágrafos antes.
Continua...
Mais uma escondida nos meus arquivos... ^^
