Hetália não me pertence, blábláblá =p

Bom, estou postando essa fic para dar uma força para a minha beta, apesar de não ter certeza de quando ela verá isso. Mas tenho certeza de que tudo vai acabar bem, afinal, é a minha hero XP


Coreia estava um pouco nervoso. Havia decidido que hoje seria o dia em que finalmente confessaria ao americano. Sabia que estava apostando a amizade que tinham e que, para o bem ou para o mal, nada seria como antes.

Fazia tempo que tinha começado a frequentar a casa do loiro, que mais tarde também virou presença constante na do asiático. Foi uma consequência natural da primeira conversa casual que tiveram, descobrindo que gostavam dos mesmos jogos e trocando animadamente convites para sessões de disputas/parcerias viciantes que não demoraram a se prolongar em maratonas, em que um acabava dormindo na casa do outro.

Também foi um processo espontâneo o intercâmbio cultural, o coreano ensinava tae-kwon-do ao mais alto, que em troca não hesitava permitir e até estimular o acesso a seus acervos ao asiático sempre ávido por informações e novidades.

O moreno não sabia dizer ao certo quando passou a sentir algo especial pelo ocidental. No começo se perguntava se não estava confundindo as coisas, se não era excesso de K-drama. Assim que aceitou os próprios sentimentos, a questão era como o loiro reagiria.

Talvez lhe desse uma chance... ou não.

E a possibilidade da negativa paralisava o oriental. A situação o incomodava, mas ser rejeitado e perder a amizade do loiro doeria, e muito.

Tony, percebendo o que acontecia, tentava acalmá-lo afirmando que pelo que conhecia do seu anfitrião terrestre, este correspondia ao asiático, apesar de provavelmente não ter se dado conta disso.

Então, Coreia montou sua tática de guerra.

Era o dia da primeira investida. América estava tendo uma festa na própria casa – o que era perfeito, pois não daria tempo para um clima desconfortável em caso de 'não', e se tivesse que abortar a missão.

Quando notou um momento em que o anfitrião estava sozinho, tomou uma dose de coragem destilada e respirou fundo, decidido a finalmente entrar em ação.

"América-ssi?"

"Coreia! Where were you, man? Por que você está vermelho? Já bebeu demais? Precisa que o Hero te salve? HAHAHAHA?"

"T-talvez... A-América-ssi, podemos conversar?" – o asiático pediu, visivelmente sem jeito.

"What's up? Se quebrou alguma coisa, com certeza dá pra consertar. Don't worry~!"

"Quebrar coisas dos outros não se originou na Coreia da ze~! DX" – protestou, mas respirou fundo, tentando se concentrar no que iria dizer – "O que preciso te dizer... t-talvez faça você não querer mais falar comigo..."

"É tão sério assim, Coreia?" – o loiro começou a se curvar para ficar na altura do moreno, mas logo se endireitou, rindo – "HA! Aposto que ia gritar no meu ouvido! Can't fool the hero, you silly!"

"América-ssi! Estou falando sério da ze!" – irritou-se o asiático.

"Ok, sorry. So, what's up?" - o ocidental voltou a se abaixar para ouvir o outro.

"E-eu... América-ssi, e-eu gosto de..." – o oriental sussurrava tentando não gaguejar, quando foi interrompido.

"América-san!"

"Hey, Japan!" – o loiro cumprimentou, se endireitando novamente.

"O que está segurando?!" – perguntou um japonês chocado.

"... um hambúrguer...?" – respondeu o ocidental, sem entender.

"Não, na outra mão... América-san, não me diga que você tomou do meu copo!"

"Ah, era seu?"

"V-você me desonrou! Que indecência!"

"Do que está falando, da ze~?" – questionou o coreano, irritado.

"Não está claro? Se ele pôs a boca onde eu pus a minha antes, é um beijo indireto!"

"QUÊ?! Japão, de onde você tira essas ideias da ze?!"

"Coreia, how can you not know that? Você não é asiático? Então devia saber, afinal vocês são todos iguais! HAHAHAHA! Espera... então, todo esse tempo que a gente dividia a coca-cola, a gente estava se beijando indiretamente? Coreia, seu safado! Everybody loves the HERO!"

"Não me importa se o Coreia não se dá ao respeito, um herói se responsabiliza pelos seus atos, América-san."

"Claro, Japan! Como eu faço isso? Hey, Coreia, onde você está indo?" – perguntou o americano, segurando o pulso do coreano, que tentava se afastar dali.

"Não me toque da ze!" – rosnou.

"C'mon! You know you love the hero~! I know! Está se fazendo de difícil agora que o Japão entregou o seu jogo?"

América não soube muito bem como, mas num piscar de olhos estava no chão, caído sobre um japonês estatelado.

"Quer saber?! Fique com o seu asiático genérico e me deixe em paz, da ze!" – declarou a nação ofendida, deixando aquela casa sob o olhar estupefato de literalmente meio mundo.

Algumas notas sobre a fic:

-Não sei até onde é verdade, mas já ouvi falar que tae-kwon-do é a arte marcial mais praticada nos EUA

-Pelo que ouvi (e dos poucos coreanos que conheci pessoalmente) coreanos amam fazer intercâmbios. E quem faz intercâmbio deve ser curioso/ter fome de conhecimento, né?

-Talvez o Coreia esteja meio OOC nesse capítulo... peço desculpas, mas é difícil fazer essa dupla sair da 'amizade entre homens', e como ele gosta de novelas, acho que teria mais chances de perceber antes que sente algo mais pelo outro ^^'


-Sobre a ideia do 'beijo indireto'... por mais estranho que pareça, é fato: para japoneses (os nascidos e criados lá, não os descendentes 'ocidentalizados') compartilhar bebidas/alimentos 'tocando com a boca onde outra boca já esteve' tem mesmo uma conotação er...