Bom, gente... essa fic é uma continuação de ACPOC, mas não uma continuação convencional. Cada capítulo será um momento especial ou rotineiro da vida de Finchel, não haverá uma ordem cronológica.

Gostaria que deixassem sugestões de coisas que gostariam de ver. Além disso, queria saber se tem algum pedido especial para o primeiro capítulo, que vai ser uma descrição mais detalhada do casamento, conforme pedido da minha xará queridona, Mari Soarez.

Espero que gostem... Beijão da Mari!

p.s.: meu tt foi suspenso, então criei outro... finchelett (cuidado porque tem outros bem parecidos!)... me sigam pra gente comentar Finchel, ok? =)


Prólogo

Envelhecer é bem difícil. A pele vai enrugando, os ossos vão enfraquecendo, a vista vai ficando cansada, a audição prejudicada, aparecem dores em lugares do corpo que antes nem eram notadas. Envelhecer também é se despedir das pessoas que vão deixando este mundo antes de nós e plantando em seu lugar a saudade de conversas, abraços, carinhos, sentimentos que não voltarão.

É claro que para Finn não tinha sido tão difícil quanto para a maioria das pessoas. É bem mais fácil levar a vida quando se tem uma família amorosa, na maior parte do tempo, e que se une nos momentos de maior necessidade, como era a dele. Além disso, ele era ainda surpreendentemente lúcido para seus oitenta e sete anos de idade, e não tinha passado por nenhum problema grave de saúde, ao longo dos anos.

Porém nos últimos dois anos a vida dele tinha ficado mais vazia, e ele tinha começado a flertar com a morte. É claro que poder estar com os filhos, os netos e os bisnetos, ver o sucesso de cada um, as marcas da família Hudson se mostrando em cada rosto ou comportamento, novos membros entrando para o clã e o amor, em suas várias formas, sempre presente em sua casa, era magnífico! No entanto, sem Rachel, ele já não tinha mais tanta vontade de sorrir como antes, de acordar depois do raiar de cada dia, quando podia continuar simplesmente sonhando com ela.

Ela tinha ido embora e deixado um espaço que nada preenchia, e ele se agarrava à esperança de que houvesse um paraíso, um outro plano qualquer onde ele poderia reencontrá-la. Por isso, não lamentava, nem um pouco, estar naquela cama de hospital, com febres altas, que não cediam, há três dias e meio. Talvez finalmente tivesse chegado a hora do descanso derradeiro e ele torcia por isso, apesar da aflição estampada nos olhos da filha, a quem, enquanto esteve completamente consciente e ligado a esse mundo, afirmou estar preparado para o que a vida lhe reservasse.

Foi quando ele a viu, de pé ao lado da cama, sorrindo, como só para ele ela sorria, não só com a boca, mas com os olhos e o rosto todo se iluminando de alegria. Era sua Rachel, seu anjo, e ele começou a chamar o nome dela, sorrindo, e agradecendo por ela ter, finalmente, vindo buscá-lo.

Sua filha chamou o médico, achou que ele estava tendo alucinações por causa da febre, ficou nervosa. Contudo, ele não estava nervoso e não achava que estava tendo qualquer alucinação. Ele sempre soubera que seria assim: que, quando a hora chegasse, um anjo viria lha buscar, e seria o anjo que tinha cuidado dele a vida toda, a sua Rachel. Suas preces tinham sido atendidas e ele estava pronto.

Finn estava sereno, quando fechou os olhos pela última vez. Ele estava indo embora dessa vida com a maior tranquilidade possível, sem mágoas, arrependimentos, dívidas ou sonhos não realizados. Partia como só uma pessoa que foi realmente feliz pode partir desse mundo. E a sua felicidade tinha sido tão grande que, há muito anos, ele já não conseguia mais fazer uma lista dos melhores momentos de sua existência. Não sem correr o risco de esquecer alguns dos momentos chave...