Heey, babies :D

Como vão vocês? Então, é minha primeira fic aqui no , e eu espero de verdade que vocês curtam *-*

A princípio a fic era uma one, mas ae a história criou vida, e foi ficando grande demais, então separei em dois capítulos.

Não entende nada de física? De boa, aqui vai uns toques pra você entender as 'jogadinhas' mais complexas do capítulo:

Terceira Lei de Newton: Toda ação tem sua reação.

Lei de Coulomb: os opostos se atraem, iguais repelem.

Trocas de calor: o calor é a energia térmica em movimento, a agitação das partículas. Absolutamente tudo, está trocando calor o tempo inteiro com as coisas ao redor, até que se atinja o equilíbrio térmico.

Inércia: Um corpo em movimento, tende a continuar em movimento, dessa forma, se você está andando em linha reta e uma curva aparece, seu corpo vai tentar se manter em linha reta, dando a impressão de que você foi jogado.

Qualquer dúvida com relação ao capítulo é só me perguntar, que eu respondo (: [/e não, eu não gosto de física, mas na prática chega a ser interessante ;p deuhduehde

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Dedico essa fic a um amigo meu muuuuito especial, que me ajudou total e completamente com a idéias pervertidas envolvendo a física, e que, definitivamente, eu adorei :D Gutinho, brigadão pela paciêcia e por se importar com as minhas coisas bobas ;p

Ah, um obrigada especial minha beta linda (e melhor amiga, lógico) DanyC. Sem você não seria a mesma coisa, preta ;)

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Rating T por palavreado impróprio e uma pegaçãozinha de leve xD

Disclamer: Naruto não me pertence, ainda. Nem nenhum conceito de física, pois eu não me chamo Newton u-u


Primeira Parte.

Kakashi's POV.

Não existia dia pior que segunda feira.

Até mesmo o mais tedioso dos domingos conseguia ser superior no quesito felicidade quando o assunto era segunda feira. Além do fato de segunda ser o único dia da semana em que eu tinha aula no primeiro horário - ou seja, deveria acordar mais cedo do que qualquer outro dia – a maldita conseguia reunir as piores salas do colégio na minha grade.

Eu estava atrasado, como de costume, e sinceramente, não estava nem um pouco preocupado com isso. Caminhei lentamente através do corredor, à essa hora sem alunos perambulando, deparando-me com a primeira sala. Terceiro ano A.

Vazio. Amaldiçoei baixinho, apertando o passo rumo à droga da sala do nono ano.

É claro que eu não achava segunda feira um dia tenebroso devido ao fato do terceiro A não ter aulas no prédio em que eu tenho a minha grade preenchida. E não, eu não estou de mau humor.

Tá, que se foda. Eu to de mau humor mesmo. O que? Vai dizer que meu comportamento é suspeito? Que parece que eu tenho interesses não muito éticos em uma certa aluna daquela sala, com intelecto comprometido pela quantidade de hormônios em seu corpo? Claro que não, ela continua com o intelecto em perfeito estado, apesar dos inumemos hormônios que fervilham por seu corpo.

Merda. Por que diabos estou admitindo meu interesse por ela a essa hora da manhã?

Chacoalhei a cabeça em sinal de negação, e para o inicio de minha tortura, adentrei a sala dos pivetes.

- Bom dia. – cumprimentei-os.

- Bom dia, Hatake-sensei. – ouvi a resposta em uníssono dos bípedes acéfalos a minha frente. Quem foi o jumento que falou que crianças de 14 anos estavam aptas a iniciar seus estudos sobre a física mesmo?

- Abram as apostilas no setor C, na pagina 51 e respondam ao questionário de revisão. Quero cada um dos 65 exercícios respondidos e justificados, com cálculos e letra legível, no final da segunda aula. Divirtam-se.

Todos os alunos me olhavam como se eu fosse um demônio, tamanho o espanto em seus lindos rostinhos juvenis. O que foi? Será que eles não haviam se acostumado ao meu mau humor de toda segunda feira?

- Mas, Hatake-sensei...- começou uma aluna da primeira fileira, cujo nome eu não estava nem um pouco interessado em saber.

- Comecem, crianças, vocês não tem tanto tempo assim pra ficar admirando minha beleza. – completei, impassível a qualquer murmúrio ofendendo até minha vigésima quinta geração.

É claro que no fim da aula, eu permitiria que eles entregassem as questões depois. Não sou tão ruim assim, eu só queria suas adoráveis boquinhas fechadas pela próxima hora, afinal.

Eu precisava refletir, assim, abri meu livro favorito para disfarçar um provável olhar perdido advindo de minha pessoa. Ultimamente eu não conseguia me reconhecer. Lecionar sempre fora algo que me agradou, no entanto, nas ultimas semanas – meses, talvez – tudo, absolutamente tudo, que não envolvia Haruno Sakura me deixava insatisfeito.

Sabe, eu costumava ser um professor digno, até honrado, eu diria. Entrei na faculdade de física com intuito de formar mentes pensantes num futuro não muito distante. Pelo meu caminho encontrei algumas dificuldades, como ensinar conceitos físicos para adolescentes com a cabeça sobrecarregada demais com coisas inúteis para entender a lei da gravitação universal, ou a aceleração e suas componentes. Felizmente a lei de Coulomb e as trocas de calor por contato eles entendiam perfeitamente. A lei de Coulomb nem todos, mas enfim... Tudo estava andando conforme o planejado, até aquele fatídico dia, de fatídicos acontecimentos.

Estávamos no final da temporada de calor, e eu rumava distraidamente a uma sala qualquer no corredor quando esbarrei em alguém, derrubando uma quantidade de água considerável em nossos corpos. Rapidamente reconheci o individuo como sendo Haruno Sakura, é claro que foi rápido meu reconhecimento, a garota tem cabelos cor de rosa. Bem, seu uniforme ficou ensopado, assim como minha camisa. Eu, com toda educação que minha mãe me deu, prontifiquei-me a ajudá-la pedindo desculpas, e foi aí, nesse exato momento que a situação tomou um rumo total e completamente inesperado para mim. Oh sim, seus lindos orbes verdes vieram diretamente ao encontro dos meus, e um sorriso digno de Afrodite despontou de seus lábios.

- Me desculpa, sensei. – ela falou, meio sem jeito, tentando desgrudar a blusa branca de seu corpo esbelto. E eu, claro, não pude deixar de notar a lingerie vermelha que adornava seu busto de tamanho perfeito; ela não deveria ter pedido desculpas naquele momento, eu é que deveria agradecer pela visão. É obvio que sou pervertido, testosterona corre pelas minhas veias, ok?

Felizmente suas mãos hábeis não haviam deixado cair o béquer de química que ela tinha ido encher no banheiro. Pra falar a verdade, eu não sei como havia percebido qualquer outra coisa ao redor com os seios de Sakura exercendo sobre mim uma ação digna de um campo magnético dos mais fortes.

- Tudo bem, Sakura, pelo menos o béquer do chato do Asuma está inteiro e o dia está lindo. – respondi, retribuindo o sorriso o mais puramente possível, tentando ignorar por segundos que fossem aquela imagem tão atrativa. – Mas, eu não acho que você deva voltar para a aula com a roupa nessas condições. – emendei, preocupado com a visão oferecida aos seus colegas de classe. – Seus amigos podem ficar empolgados. – e meu sorriso adquiriu um caráter não muito puro inconscientemente, mas a mascara provavelmente a impediu de perceber a diferença. Sakura desviou o olhar, graciosamente envergonhada.

- No final, toda ação tem sua reação, não é, Kakashi? – ela me disse, com um sorriso esperto, abandonando o momento de vergonha e apontando para minha camisa também molhada. Ou talvez para o volume em minhas calças que, em hipótese alguma, deveria estar ali, o que fazia muito mais sentido. Eu tinha tomado um banho de água fria, e mesmo assim meu amigo havia conseguido se erguer pelo simples vislumbre da lingerie de uma aluna de dezessete anos. Decadente. Decadentemente vergonhoso, na verdade. No entanto, antes mesmo que eu pudesse demonstrar qualquer sinal de constrangimento, Sakura já havia desaparecido dentro do banheiro feminino novamente.

Tudo que eu pude fazer foi rir. Esse não é o tipo de atitude que eu esperava de uma CDF do terceiro ano. Sim, por que, apesar de linda, a garota era incrivelmente inteligente. Parecia não ouvir um segundo sequer da minha aula, desenhando em seu caderno o tempo inteiro, mas tirava sempre as notas mais altas da sala. Ela me chamara de Kakashi, só Kakashi. Tinha ficado incrivelmente gostosa com a blusa agarradinha e molhada, e ainda por cima fez um trocadilho com uma lei de Newton!

Os peitos eram lindos, mas o que me atormentou por incontáveis vezes em meus sonhos foram aqueles olhos. Verdes como esmeralda, de profundez impressionante, mas ao mesmo tempo mais límpidos que água cristalina. Para meu total desgosto, pareciam tão indecifráveis quanto o universo visto da Terra. E não posso me esquecer do sorriso. Como eu nunca havia reparado nele antes? A única hipótese plausível é ela nunca o ter direcionado a mim.

Não é preciso dizer que fiquei ansioso até demais para a minha próxima aula com o terceiro ano. Quando por fim a sexta feira chegou, fiz questão de não me atrasar, causando certa surpresa a todos os alunos, com exceção de Sakura, que pareceu nem notar que eu havia entrado na sala. Ela estava lendo, tão concentrada, que parecia que toda a sala ao redor estava em total e absoluto silencio. Me senti ridículo quando me peguei elaborando um plano para fazê-la olhar para mim. Com meu orgulho falando mais alto, paguei sua indiferença na mesma moeda. É claro que fiz questão de pedir-lhe que resolvesse um exercício sobre a aula de mecânica na lousa, o que ela fez sem mais dificuldades.

Se ela me olhou? Sim, para saber se a resposta estava correta, mas aquele olhar nem de longe me parecera aquele olhar. O olhar da verdadeira Sakura. Depois de alguns dias - talvez semanas - a observando da janela da sala dos professores eu decidi que existiam duas Sakuras de opostas personalidades dentro de si.

A primeira, a minha Sakura, aparecia muito pouco dentro do colégio - como se eu a conhecesse fora dele. Ela era atenciosa, ou quem sabe uma boa ouvinte, e ria com freqüência. Em meus dias de averiguação, constatei que ela estava sempre acompanhada por figuras em específico. Naruto, um garoto irritante da sala dela que não cala a boca por nem um segundo; Sasuke, um riquinho mimado e totalmente insolente por quem minha garota demonstra um carinho perturbadoramente especial; e Ino, uma gostosa sem um neurônio sequer funcionando plenamente debaixo de suas longas madeixas loiras oxigenadas.

A segunda, a Haruno, é vista todos os dias, e com uma irritante insistência em minhas aulas. Ela é impassível e arrogante. Sabe bem da sua capacidade, então não dá a mínima pra minha aula. Tem os olhos opacos e num tom de verde mais escuro, está sempre desenhando ou lendo, e fica absolutamente sozinha.

Se eu a acho intrigante? Não, imagine.

- Sensei? – fui desperto de meus devaneios por uma voz num tom mais agudo do que meu ouvido acharia agradável.

Droga, pela cara da garota ela deveria estar me chamando a um tempinho. Eu passei duas longas aulas pensando em Sakura. De novo. E pra piorar, com meu livro na mão suspeitamente aberto na mesma pagina desde o inicio da aula. Finalmente percebendo que detinha minha atenção, ou uma pequena parte dela, a garota continuou:

- O sinal já bateu. Não consegui terminar meus exercícios, entrego assim mesmo? – ela me perguntou fazendo uma carinha insatisfeita e pedindo por piedade.

- Não. – levantei o tom da minha voz para que a sala toda me ouvisse – Levem os exercícios para casa e me entreguem na semana que vem. Podem sair, boa semana pra vocês.

Os pequenos sorriam de orelha a orelha quando saíram da sala e alguns deles se deram ao trabalho de me cumprimentar antes disso. Sorri por alguns momentos, mas ao me lembrar de que era segunda feira, senti-me mais uma vez irritado. Agora seria a vez do primeiro ano B sentir minha fúria digna de um titã.

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O dia passou torturantemente lento, mas enfim eu estava em casa. Havia acabado de sair do banho, assim, ainda enrolado na toalha me joguei na cama de casal do meu quarto. Tinha uns trabalhos pra corrigir, mas nenhum animo para fazê-lo. Fechei meus olhos, sentindo um aperto no meu peito, um buraco que parecia sugar todo tipo de emoção para dentro de si, deixando como resultado um vazio lascivo. Eu já estava num estado entre os sonhos e a consciência quando ouvi meu celular vibrar na cabeceira da cama. Resmungando um insulto qualquer, me movi totalmente a contragosto para alcançá-lo. Uma mensagem de um número desconhecido. Hm, interessante. Talvez... Rapidamente eu mandei exibir, e li uma pequena e simples frase, mas que continha um significado realmente interessante.

- O que você está vestindo, sensei? -

Foi inevitável um sorriso. Quem sabe fosse Sakura do outro lado, afinal. É claro que eu não responderia que não estava vestindo nada, não sou tão fácil assim. Ok, pra Sakura eu seria muito mais fácil do que isso, mas não tinha como ter certeza se era realmente ela do outro lado.

Tá bom. É obvio que não era ela, a quem estou tentando enganar? Meu estado já esta ficando lastimável. Sakura nem sequer olhava pra mim, ou me ouvia falando, nem devia se lembrar que eu existo. Inferno! Estou parecendo uma adolescente apaixonada, o que torna essa situação muito irônica, afinal. Era ela que, nesse exato momento, deveria estar se lamentando por estar apaixonada por seu professor de física, era ela que devia ficar noites sem dormir, e quando o fizesse, sonhar com a minha pessoa. Era ela que deveria ficar me observando no intervalo, e era ela que deveria sair da sua sala com a desculpa de tomar água só pra poder me ver dando aula em outra turma.

Mas não, eu fui idiota o suficiente pra me deixar apaixonar por uma criança totalmente indiferente, que parecia nem sequer ter sentimentos. Quer dizer, a não ser quando o otário do Uchiha estava por perto. Pff, isso não é ciúmes.

Respira, Kakashi.

Voltando ao assunto que realmente interessa, e esse assunto não tem nada a ver com uma garota de cabelos cor de rosa, eu peguei meu celular e analisei a forma como a mensagem foi escrita. Em perfeita harmonia com as normas gramaticais, até mesmo acentos ela continha. Era provável que mais uma vez alguma aluna tivesse descoberto meu número. Eu sofria um assedio constante no colégio, afinal, só por que Sakura não me achava atraente, não significava que todas as outras alunas do colégio pensassem o mesmo.

Bom, melhor do que especular era perguntar, e assim o fiz. Enquanto esperava a resposta, vesti uma cueca boxer preta e fui até a cozinha tomar um copo d'água. Assim que voltei, conferi meu celular, mas nada havia chegado.

- Que tal uma dica? – enviei.

Mas nada de resposta. Se a dica que eu esperava como resposta era algo do tipo 'meu cabelo é rosa' ou 'fico desenhando o tempo todo a sua aula'? Não, podia ser 'eu sei que você me observa da janela da sala dos professores e estou louca pra realizar cada uma das suas vontades'. Forcei, né? Certo, eu já estava conformado de que não era Sakura. Podia ser interessante flertar com outra aluna. Talvez esse fosse o meu problema. Eu tinha um fetiche oculto por alunas, que só havia se manifestado por causa da maldita lingerie vermelha que Sakura usara naquele dia. Quer dizer, podia ser qualquer aluna, não tinha a ver exclusivamente com ela e com aqueles olhos verdes.

E foi com essa desculpa ridícula que eu acabei pegando no sono, conferindo sempre que lembrava o visor do meu celular, que insistia em mostrar-se da mesma maneira como cada vez anterior. Vazio.

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Terça feira.

Terça era um dia ótimo. Eu chegava na escola somente no terceiro horário, e sim, eu tinha aula no terceiro A. Duas maravilhosas aulas. E melhor ainda, era dia de prova mensal, ou seja, duas aulas só observando Sak... quer dizer, as alunas.

Depois de desperto, tomei banho e me dirigi a minha padaria favorita nas redondezas do meu apartamento para fazer meu desjejum. Graças ao bom Deus meu salário de professor não era minha fonte de renda principal, visto que recebi uma boa quantidade de dinheiro quando meu pai morreu, dessa forma, tal tipo de regalia era permitida a minha humilde pessoa. Assim como minha inseparável Harley Davidson.

Após dar-me por satisfeito, me dirigi à renomada Konoha High School, faltando menos de cinco minutos para o inicio da minha aula no terceiro ano A. Sete minutos depois eu estava entrando na sala localizada no primeiro andar do prédio, que eu inconscientemente apelidei de 'little piece of heaven'.

Eu realmente amava minha máscara, se não fosse por ela, eu ia parecer um retardado ao começar a sorrir sempre que entrasse naquela sala.

- Bom dia, crianças. – cumprimentei-os.

- Bom dia, Hatake-sensei. – poucos alunos me responderam de volta, Sakura com certeza não estava entre eles. Eles vão perdendo a educação com o passar do tempo mesmo, se fosse na pré-escola, eles estariam cantando uma musiquinha de boas vindas pra mim. Ingratos.

- Fechem os livros, guardem os estojos, e toda aquela coisa de sempre. A prova começará em cinco minutos. – avisei-os, sentando-me em minha cadeira e tirando as provas do plástico.

A careta deles em dias de prova valia mais do que meu salário. Menos de 20% da sala tirava nota azul em minha matéria, se eles fossem inteligentes, em dias como hoje me tratariam como súditos tratavam um faraó do Egito antigo. Pobres almas, nem a arte da dissimulação eles conheciam.

Enquanto se ajeitavam fiz a chamada, constatando que Naruto havia faltado. Hm, muito interessante. Será que Sakura iria embora sozinha hoje? Senti um friozinho na barriga por antecipação, imaginando se eu conseguiria lhe dar uma carona.

Olhei no relógio e constatei que os cinco minutos haviam se excedido. Analisei a sala e pedi que três alunos se mudassem de lugar. Obviamente ninguém colava nas minhas provas. Após zerar consecutivamente as provas de alunos pegos no flagrante, eles decidiram que valia mais a pena tirar um três à um zero. Levantei-me para distribuir as provas, e só então Sakura tirou os fones de ouvidos e desligou o iPod. Quando fui entregar sua prova, nossos dedos se encostaram, será que só eu senti o choquinho?

- Obrigada, sensei. – e então ela sorriu. Não o sorriso arrogante, mas o gentil. Espertinha, me mostrando esse sorriso perfeitamente branco só pra me coagir. E, bem, tinha dado mais do que certo, só foi possível que eu continuasse a entrega das provas quando ela tirou seus olhos dos meus e começou sua prova.

- Boa sorte a todos. – disse após todas as provas entregues, peguei meu amado Icha Icha e coloquei-me a lê-lo, andando por entre as fileiras como de costume.

Se eu não ficava constrangido de ler pornografia na frente de todos? Obviamente não. Homens pensam esse tipo de coisa o tempo todo de qualquer maneira. Olhei no relógio e constatei que eles tinham cerca de uma hora e vinte para realizar os exercícios. Num estalo uma ideia brilhante surgiu em minha mente. O celular da maioria das garotas se encontrava em cima da mesa, logo, se eu ligasse no numero misterioso, seu dono seria descoberto. Tirei meu celular do bolso discretamente e mandei chamar o tal número. O celular de Sakura ficou exatamente no lugar. Merda de esperança que sempre machuca quando vai embora. Concluí que a garota misteriosa não era daquela sala visto que não ouvi um ruído sequer enquanto o número chamava. Desliguei e decidi que ler era melhor ao meu humor do que ficar tentando adivinhar a remetente da mensagem misteriosa.

Faltavam trinta minutos para o termino da prova quando o primeiro aluno me entregou a avaliação. Uchiha Sasuke. O filho de uma égua era ótimo na minha matéria, mas mesmo assim estranhei por não ser Sakura. Falando nela, eu já disse como ela fica linda com o cabelo preso e o lápis na boca? Ah, céus, o que eu fiz de mal pra ser castigado desse jeito?

Quando o quinto aluno me entregou a prova e nada de ser a vez dela, não resisti a minha curiosidade e coloquei-me de pé ao seu lado. Percebendo poucos segundos depois minha presença, ela virou-se pra me olhar nos olhos. A minha Sakura. Me olhando com o olhar pidão, como se precisasse de mim. Abaixei ao seu lado e ela apontou o exercício que não estava conseguindo fazer com o lápis. Ela estava tão perto que eu podia sentir seu perfume, doce e inebriante, por um segundo quase me esqueci que ela precisava de minha ajuda no exercício, e não para dar-lhe orgasmos múltiplos. Uma pena, na verdade.

Certo. Era um exercício de calorimetria, e eu já havia visto o erro em seus cálculos. Disfarçadamente indiquei no enunciado que os dados eram em Joules não em calorias, e seu rosto se iluminou naquele segundo. Sorri pela reação dela, e continuei meu caminho andando pela sala em seguida. Menos de dois minutos depois ela veio sorrindo na minha direção. Se eu falar que senti meus joelhos tremendo fica muito gay? Entregou a avaliação em minhas mãos e, por um segundo, eu pensei ter visto ela mordendo o lábio inferior enquanto se virava em direção a saída. Só tenho uma palavra. Sexy.

Só consegui tirar os olhos dela quando ela sumiu do meu campo de visão. A parte de trás é tão bem feita quanto a da frente, tenho que admitir. Quem mais precisa de um banho gelado urgentemente? Quando juntei forças o suficiente para mudar a direção de meus olhos, decidi conferir se o exercício feito com minha pequena ajuda estava correto. Colado na folha de trás da avaliação tinha um post-it colado, escrito com uma caligrafia bem feita e bonita:

- Obrigada, Kakashi. –

Pensei seriamente em tentar um acordo com os alunos ali presentes: eu deixo eles colarem, eles me deixam pegar a Haruno e não falam nada pra ninguém.

Quando faltavam dois minutos para o termino da prova o ultimo aluno me entregou a avaliação. Chamei todos os alunos do lado de fora para dentro e pedi que se sentassem, poupando trabalho para o próximo professor. Pro meu total desgosto, Sakura entrou com Sasuke ao seu lado, com a mão na cintura dela. Um certo Uchiha tava pedindo pra ser morto ou era impressão minha?

Ela se sentou em seu lugar, e ele ocupou uma cadeira que não era a dele, logo atrás da minha garota. Com o Icha Icha aberto novamente como álibi, concentrei-me o máximo possível para ouvi-los. Deprimente? Foda-se.

- Não sei, Sasuke-kun. – ouvi-a dizendo meio impaciente. Que sufixo irritante esse.

- Qual o problema, Sakura? – o problema é que você não sou eu, pivete.

- Me irrita quando você ignora o que eu digo. – Essa é minha garota, mostra pra ele quem manda, da um pé na bunda dele. Ela rodou os olhos e por um acaso, que não sei dizer se feliz ou infeliz, nossos olhares se cruzaram. – Depois a gente conversa sobre isso.

- Você é irritante. – ele falou tão baixo que tive que ler seus lábios para saber o que ele tinha dito, em seguida depositou um beijo cálido no pescoço alvo de Sakura. Se não fosse meu excelente auto controle esse moleque já teria levado uma voadora. Ela levantou-se com cara de poucos amigos e veio em minha direção. Ela ficava uma delicia bravinha, obrigado Sasuke.

- Posso ir ao banheiro, sensei? – perguntou, sem me olhar nos olhos. Droga.

- Claro. – vulgo: tem minha permissão para fazer qualquer coisa que quiser.

Impressão minha ou o Uchiha tava me olhando de cara feia?

Poucos segundos depois o sinal tocou e fui obrigado a me retirar da sala do terceiro ano. Minha cabeça estava a mil, eu não conseguia tirar a imagem do insolente do Uchiha tocando Sakura. Minha, só minha Sakura. Moleque ridículo! E o pior é que ela gostava dele e não de mim.

Pensa, Kakashi, pensa.

Esse negócio de amor platônico não era pra mim. Eu tinha que fazer alguma coisa, trazer Sakura para perto de mim, não permitir que o filho da puta do Sasuke encostasse em mais um fio de cabelo dela. Ela tinha que ser minha, e saber disso, claro. Chega de analise de comportamento e omissão de sentimentos. Se ela me atraía, eu a atraía com a mesma força. É física afinal, uma ciência exata, não tem como falhar. Eu iria ensiná-la na pratica cada um dos meus conceitos favoritos, desde magnetismo entre dois corpos à força de atrito e suas diversas aplicações.

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As demais aulas se passaram razoavelmente rápidas. Eu não conseguia tirar a Haruno da cabeça, mais especificamente o que ela 'não sabia', mas que o Uchiha queria tanto a ponto de insistir e deixá-la nervosa. Que minha mente poluída estivesse errada, pois se ele quisesse ir além de beijos – o que já era demais – ele realmente estava fudido na minha mão. Mas como diabos eu faria pra descobrir se essa era realmente a intenção do pervertido em miniatura? E sim, eu sei que ele tem o meu tamanho, mas eu gosto de diminuí-lo, ok?

Sakura era uma garota difícil. Se eu simplesmente a agarrasse em uma sala vazia, ou lhe roubasse um beijo em uma hora em que o corredor estivesse sem ninguém, ela provavelmente me daria uma bela paulada nos países baixos.

Por outro lado, me parecia quase impossível tentar uma aproximação gradual. Estávamos no final do segundo semestre, logo, em poucos meses eu já não a veria. Além do mais, entre todos os alunos, ela se mostrava um tanto quanto anti-social, tendo amizade com um grupo restrito de idiot... er, digo, colegas.

Quando saí pela porta do prédio principal rumando minha moto, notei Sakura de pé – eu já estava procurando por ela- em frente ao carro de Sasuke. O idiota tinha um conversível preto de dar inveja, e fazer muitas e muitas garotas do colégio implorar por um pouquinho de sua atenção.

Cogitei a hipótese de eles estarem em meio a uma discussão, vários alunos ao redor estavam olhando; assim, aproveitando que minha moto estava naquela direção fui me aproximando. Tive a certeza de que aquela não era uma conversa amorosa entre um casal adolescente – pra minha total felicidade – quando Sakura bateu a porta do conversível com mais força do que o carro merecia.

- Vai embora, Sasuke! – ela gritou, mais exaltada do que eu já tinha visto antes, virando de costas e colocando-se a andar.

O Uchiha rapidamente saiu do carro e a alcançou, enlaçando sua mão no pulso da minha garota e virando-a de frente para si. Como o professor dedicado que eu sou, senti a necessidade de intervir naquele momento, não por estar extremamente irritado com o fato de um idiota estar chateando a garota mais perfeita que eu já tinha conhecido, mas sim, por que dois alunos meus estavam tendo uma discussão que poderia terminar com alguém machucado.

- Tudo bem por aqui? – perguntei num tom firme, fazendo com que os dois pares de olhos intensos se dirigissem a mim.

Sakura puxou o pulso com força, soltando-se do enlace de Sasuke. Ela o olhava com uma fúria tamanha que seus olhos verdes pareciam arder em chamas. Eu não saberia dizer se aquela era a minha Sakura, flamejante de determinação, ou se era a Haruno, incendiada pela raiva.

- Está tudo ótimo. Estou indo embora. – falou ela determinada e cortando a ligação visual com o Uchiha.

- Nós não terminamos, Sakura. – ela tinha saído andando, deixando nós dois para trás.

- Deixe a garota, Uchiha. – falei firme, colocando meu corpo pelo caminho que ele tencionava percorrer. Ele bufou, mas não me disse nada. Entrou rapidamente no conversível e partiu rangendo pneus, passando pelo portão do colégio segundos depois.

Sakura chutou uma garrafa pet que teve o azar de estar a sua frente e continuou andando furiosa, com passos que esmagariam qualquer inseto que por acaso ficasse embaixo de seus pés. Talvez não fosse um bom momento para abordá-la, mas eu simplesmente não podia deixá-la ir embora naquele estado sozinha. Ouvi um trovão no céu, e cogitei a hipótese de ser o reflexo da natureza ao estado emocional de Sakura: intenso, barulhento e intimidador.

Apressando meus passos, cheguei a minha moto e rapidamente guardei minha mochila no compartimento da garupa. Dei a partida e menos de quinze segundos depois eu estava ao lado dela.

- Ei, Sakura. – chamei, meio incerto quanto a sua reação.

Seus olhos encontraram os meus, e eu achei melhor parar a moto. Ela esboçou um sorriso, mas seus olhos ainda estavam enevoados.

- Ah, oi. – respondeu, desviando o olhar.

- Está indo embora sozinha... Que tal uma carona? – ofereci, tentando parecer casual e gentil. Parei de respirar naquele segundo e senti meu estomago dar uma volta. Ela olhou para minha moto, e depois para mim, depois para a moto.

- Melhor não, sensei, obrigada. – dito isso, saiu andando. – aliás, você deveria colocar o capacete.

Sempre tão certinha, não pude evitar de dar risada.

- Eu coloco se você aceitar a carona – falei num tom divertido, um pouco mais alto, visto que ela ainda estava se afastando.

Ela se virou novamente, dessa vez, com um sorriso verdadeiro no rosto. Vários alunos ao redor estavam nos olhando, especulativos. Preciso admitir que adorei ser motivo dos boatos juntamente com Haruno Sakura. Ela estava hesitante, mas tenho certeza que querendo aceitar meu convite.

- Se você não aceitar a carona, eu não vou colocar o capacete, então se eu bater e morrer, a culpa é toda sua. – aumentei meu sorriso, mas não sei se a mascara a impediu de perceber. Ela mordeu o lábio inferior. Delícia.

- Sabe, muitos alunos ficariam bem felizes com isso. – retrucou, entrando no meu jogo. Eu não conseguia acreditar, nós estávamos flertando! Que foi? Eu esperei meses por isso.

Eu cruzei os braços na altura do peito.

- E você, ficaria feliz? – se ela falasse que sim, eu acho que desistia de dar aula ali e me mudaria para o Tibete, para ser monge e amar apenas as estrelas no céu.

Ela simplesmente sorriu e revirou os olhos, balançando a cabeça negativamente, em seguida colocou-se a vir na minha direção. Parecia que os momentos com Sasuke, a pouco, nunca tinham existido. O mais rápido que pude, saquei os dois capacetes estendendo o menor a ela. Minhas mãos estavam tremendo, assim como cada músculo do meu corpo. É, pareço um viado falando assim.

Ela ajeitou o cabelo pra trás e colocou o capacete.

- Eu nunca andei de moto, sensei. – ela falou, meio envergonhada. Eu ensinaria a ela todas as coisas do universo com o maior prazer se ela permitisse. Entendendo aquela frase como um pedido de auxílio, estendi minha mão para ajudá-la a se posicionar atrás de mim na moto. O contato entre nossos corpos era divino, desde o toque entre nossas mãos ao encaixe perfeito de nossos corpos.

- Segura bem firme aqui. – apertei seus joelhos contra o meu quadril, mordendo o lábio sem querer ao senti-la me apertando – E aqui. – puxei suas mãos para frente, e coloquei-as espalmadas em minha barriga. Oh céus, eu ia ficar muito tempo no banho quando chegasse em casa. – Não fecha os olhos, é muito mais gostoso olhando. – eu podia jurar que suas bochechas estavam rosadas por baixo do capacete.

Quando dei a partida senti seu enlace apertar em meu quadril, assim como as pequenas mãos começarem a amassar minha camisa. Rapidamente, nós não estávamos mais nos arredores do colégio, e foi então que percebi que não sabia pra onde levá-la, quer dizer, pra onde ela gostaria de ser levada. No primeiro semáforo em que parei, fui obrigado a perguntar:

- E então, pra onde estamos indo? – inquiri, sem desejar realmente uma resposta. Se a casa dela fosse muito perto, aquele momento duraria um tempo que eu não consideraria suficiente; bom, nem que fosse muito longe (o que eu duvidava visto que ela ia a pé todos os dias) aquele tempinho saciaria minha vontade de estar com ela.

O farol abriu e a resposta não veio. Quanto mais rápidos ficávamos, mais Sakura apertava seu corpo contra o meu, obviamente temerosa pelo passeio pseudo-radical. Andamos por mais uns cinco minutos, sem rumo, apenas sentindo o vento batendo contra nossos corpos. Pensei que as trocas de calor naquele momento seriam bem uteis para minha garota esfriar a cabeça.

Quando gotas de chuva começaram a nos atingir, ouvi Sakura praguejando e uma ideia brilhante me veio a mente. Eu pararia em algum lugar usando a chuva de desculpa, aliado a sua falta de resposta ante a minha pergunta, e assim, bem, ficaríamos mais tempo juntos.

Eu preciso ir urgentemente ao médico, devo estar com algum tipo de distúrbio hormonal grave, já reparou o quão bichinha eu pareço quando falo essas coisas 'meigas'?

Minha linha de raciocínio foi interrompida quando a chuva começou a cair torrencialmente, e eu precisei prestar muita atenção no percurso para não fazer uma besteira. O primeiro estabelecimento que me pareceu uma lanchonete foi o escolhido para ser nosso ponto de refugio. E por sorte era mesmo uma lanchonete. Parei minha Harley em uma pequena parte coberta do estacionamento e tentei ajudar Sakura a descer.

- Que lugar é esse? – questionou-me, parecendo receosa.

- Bom, você não me disse onde mora, e a chuva pesada desse jeito não deixa o passeio muito agradável. – respondi incerto, mas tentando parecer casual. O que diabos era essa sensação de desconforto no meu abdômen, como se minha vida dependesse da sua aprovação?

Ela hesitou por um longo minuto, mas se apoiou nos meus ombros e desceu da moto. Me senti aliviado por não ser taxado de aproveitador e espancado por ela. De onde eu tirei essa possível reação eu não sei, mas ela me pareceu muito possível por alguns momentos.

Sakura estava total e completamente molhada. Ai, meu Deus. A garota era um pecado, devia ser crime ser gostosa desse jeito, fala sério. Concentração, Kakashi, para de olhar pra ela como se fosse um pote de água no deserto.

- Não precisamos entrar se você não quiser, Sakura. – falei, pensando que ela pudesse estar desconfortável com a situação, eu queria diverti-la, não constrangê-la.

- Oh, não, sensei, me desculpe, eu estava com a cabeça longe. – respondeu, sorrindo pra mim.

Um trovão foi ouvido no céu, e então percebi que seu corpo magro tremia de frio. Abri o bagageiro da moto e tirei um casaco que lhe ofereci ao colocar por sobre seus ombros. Eu estava tão molhado quanto ela, mas certamente não sentiria frio com a visão oferecida aos meus olhos por aquele corpinho.

- Obrigada, Kakashi. – ela falou, sem me olhar nos olhos. – Pela ajuda na prova, ajuda com o Sasuke, pela carona e pelo casaco. – ela sorriu tímida, mas arriscou me olhar rapidamente.

- Tudo bem – sorri, achando a coisa mais linda o jeito tímido dela – Vamos entrar?

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Estávamos sentados numa mesa para dois, encostada em uma das paredes da lanchonete. Sakura quis um milk-shake de morango (que eu fiz questão de pagar), e eu optei por não tirar minha mascara. Ela brincava com o canudo, e eu a assistia disfarçadamente, fingindo olhar para a chuva ainda forte no lado de fora.

- E, então – ela começou, tomando um gole do conteúdo do copo e colocando seus orbes verdes junto aos meus, estávamos a algum tempo em silencio – qual o lance dessa mascara? Eu nunca te vi sem ela, eu acho.

Eu sorri. O clima entre nós estava leve, nem parecia que nunca tínhamos conversado fora do colégio, muito menos que éramos professor e aluna.

- Bem, me deixa mais charmoso. – respondi, me arrumando na cadeira. Nem eu sabia por que usava essa máscara, mas eu realmente me sentia mais a vontade com ela sobre meu rosto. Sakura estreitou os olhos, obviamente tencionando zoar comigo com relação a meu charme. Antes que ela pudesse redargüir, o celular dela vibrou em cima da mesa, chamando a atenção de nós dois.

Sasuke.

Ela bufou, e apertou o botão de desligar rapidamente.

- Garoto ridículo. – ela falou baixinho, cruzando os braços e fazendo uma careta adorável.

- Se eu fosse ele, ia querer pedir desculpas também. - Sakura olhou fundo nos meus olhos, dando um sorriso sem humor em seguida.

- Duvido que essa seja a intenção. – mais uma vez, o celular começou a vibrar com o nome do Uchiha no visor, e mais uma vez, ela desligou – Uma hora ele desiste.

Eu, sinceramente, torcia até mais do que ela pra que isso acontecesse. Minha curiosidade, quase mórbida, estava me matando, mas eu não podia simplesmente perguntar pra ela o que ele queria mais cedo, ou o porquê da briga. Eu ainda era somente seu professor e aquilo podia soar bem estranho aos ouvidos dela.

- Eu não devia dizer isso, mas ele não gosta de você. – ela me disse, me pegando de surpresa. Sakura tinha um sorriso esperto no rosto, e parecia estar se divertindo ao delatar o Uchiha.

Bom, tenho certeza que eu gostava muito menos dele, mas achei engraçada a situação, deixando escapar um riso de escárnio.

- Muitos alunos não gostam de mim, mas fico surpreso por Sasuke ser um deles. – falei, dando uma de bom moço. – Geralmente quem vai mal em física me odeia, o que não é o caso dele. – completei, deixando subentendida a pergunta que eu queria fazer.

- Ele tem lá seus motivos, meio duvidosos, é verdade, mas tem. – ela riu, e eu a acompanhei mesmo sem entender. Não era possível pra mim vê-la rindo e não acompanhá-la. Eu nunca gostei tanto de uma tarde chuvosa como naquele dia.

- Posso saber do que estou sendo acusado? – ela deu mais um sorriso esperto, dando um gole no milk-shake em seguida.

- Não é a hora ainda, Kakashi. – ela respondeu num tom um tanto quanto desafiador, me chamando só de Kakashi novamente. Filha da mãe, sabia como me provocar direitinho, além de me deixar muito curioso. Que motivos poderiam ser esses pro Uchiha me detestar? - Se ele soubesse que estou aqui com você, tomando um milk-shake, depois de termos saído na sua moto... – ela não concluiu a frase, parecendo se divertir ao criar a imagem mental de Sasuke ao saber que ela estava comigo.

Eu ri também, imaginando o pirralho desesperado de raiva. Pensar nas coisas dessa maneira, como se nós estivéssemos juntos fez meu corpo esquentar, de felicidade talvez.

- Colocando dessa maneira, eu também ficaria com ciúmes de mim mesmo – falei presunçoso, querendo elevar aquela situação a um patamar diferente do colocado por ela, mas que cabia perfeitamente no contesto. Ela deu um sorriso envergonhado, dirigindo sua atenção ao copo que já estava praticamente vazio.

- Não tem por que ter ciúmes, nós não temos nada, afinal. – Ai. Acho que meu sorriso morreu na mesma hora – Quero dizer, eu e o Sasuke. Somos só amigos. – Ufa. Ela falou bem mais rápido do que costumava, claramente envergonhada, percebendo que sua frase anterior tinha ficado ambígua. Sakura encolheu o corpo no momento seguinte, e apertou meu casaco com as mãos.

Tão... linda. Eu poderia ficar olhando-a o dia inteiro, sem me cansar, analisando cada detalhezinho de seu rosto, as curvas das feições e todo o resto. Vê-la assim desprotegida, amparada por uma peça de roupa minha, quase me dava gosto. Eu podia imaginar mil situações em que estaríamos a sós, com ela vestindo apenas aquele casaco, e nossos risos sendo ouvidos por quem quisesse ouvi-los.

- Nós vamos ser o motivo dos boatos pelo resto da semana – recomeçou ela, alisando o canudinho do milk-shake. Ela estava fugindo do assunto Sasuke, mas por outro lado, nos colocando em pauta abertamente. Bem interessante. – Nunca te vi oferecendo carona a alguém.

Ou ela estava jogando comigo e queria uma confissão de que era especial; ou era muito inocente, não tendo percebido nenhum dos sinais de meu interesse e agora estava mudando o enfoque da conversa para um assunto aleatório. Conhecendo-a como eu conheço, a primeira opção tornou-se muito mais plausível.

- Minha moto só aceita moças bonitas e inteligentes. – sorri insinuante, sem conseguir conter a resposta que me veio à mente. Se a intenção fosse realmente inflar seu ego, ela tinha conseguido êxito. – E você provavelmente tem razão, as pessoas costumam ver maldade em tudo, vamos ficar falados. – completei em tom de piada e ela riu.

Ficamos alguns momentos em silencio, observando a chuva que não parava do lado de fora. Sakura pegou o celular e pôs-se a mexer no aparelho, provavelmente digitando uma mensagem. Mais uma vez a maldita curiosidade me corroia.

- Naruto perdeu uma prova importante hoje. Sabe o motivo da ausência dele? – questionei, trazendo sua atenção para mim.

- Ele está com uma virose, provavelmente não irá essa semana... – falou meio distraída, parecendo insatisfeita pelo fato. Eu, pelo contrario, nunca fiquei tão feliz em saber que alguém estava doente. Se o loiro não ia para a escola essa semana, Sakura iria sozinha todos os demais dias, ou melhor, iria comigo todos os demais dias.

- Se o ver, diga que desejo melhoras. – disse simplesmente, tentando disfarçar minha sádica satisfação.

- Vou vê-lo sim, nós moramos no mesmo prédio. - respondeu, soltando um suspiro e se espreguiçando.

Muita coisa fazia mais sentido agora. Talvez eles fossem amigos de infância, fato que poderia explicar como um palhaço feito Naruto conseguiu a amizade de Sakura, que se mostrava tão seletiva.

- Eu sempre te vejo sozinha no colégio, isso tem um motivo? – aquele momento seria perfeito para fazer perguntas despretensiosas, então era melhor eu aproveitar e tentar me aproximar.

Ela sorriu de canto e ergueu as sobrancelhas, olhando pela janela. Acompanhei seu olhar percebi que a chuva estava diminuindo, pro meu desgosto.

- Pode parecer presunção, mas a pior parte de se estar um passo a frente, é ficar sempre sozinho. – ela respondeu, e foi minha vez de sorrir. Ela estava certa, não se enquadrava em nenhum dos grupos do colégio para ser rotulada. Bonita demais para estar com os nerds, inteligente demais para estar com as populares. E eu ainda me perguntava, ás vezes, por que tinha me apaixonado por ela.

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Minutos após aquela resposta a chuva cessou totalmente, eram quase 15h quando eu olhei no relógio antes de sair da lanchonete. Sakura me explicou rapidamente onde morava, por sorte não muito longe da minha casa, então eu já conhecia o condomínio em questão. Ela subiu com facilidade na moto, mostrando mais uma vez que aprende rápido. Quase deixei escapar um grunhido de satisfação quando a senti pressionando seu corpo contra o meu. Era impossível não ter meus pensamentos direcionados a parte mais pecaminosa - e deliciosa - que aquele ato poderia implicar.

Quando chegamos de frente ao portão do prédio onde ela morava, Sakura me direcionou o sorriso mais lindo que alguém poderia ter. Lamentei mentalmente quando o contato entre nossos corpos foi interrompido, e descobri o quão terrível era ter que trocar calor com o ambiente, quando segundos atrás trocava com o corpo quente de Sakura.

- Mais uma vez obrigada, Kakashi. – ela me disse, e percebi que queria tirar meu casaco do corpo para me devolver. Eu já disse que adoro quando ela me chama só de Kakashi?

- Fica com ele, depois você devolve. Pode te fazer mal ficar na friagem desse jeito, você ainda está molhada. – disse, com um tom protetor que a fez sorrir novamente.

- Você está tão molhado quanto eu, e ainda vai andar de moto.

- Mesmo molhado eu sou um cara quente, não se preocupe comigo. – redargui insinuante, subindo na moto em seguida.

Sakura riu e me dirigiu um sorriso esperto.

- Cuidado com a inércia pelo caminho. - ela me disse. Mulheres inteligentes são realmente muito excitantes, simplesmente não entendo como tem homem por aí que se contenta apenas com um par de peitos. – Até amanhã. – completou, se virando na direção do prédio.

- Se eu não sair pela tangente em qualquer curva dessas. – brinquei, ligando a moto e ela olhou pra trás com um olhar reprovador. Esperei até que ela estivesse na parte de dentro do portão e dei a partida.

Com o peito inflado por uma felicidade que há muito eu não sentia, fiz o caminho de volta pra minha casa tranquilamente. Talvez as coisas estivessem finalmente tomando o rumo que eu estava esperando há tanto tempo.

Naquele dia eu demorei a pegar no sono, relembrando cada sorriso que eu havia arrancado do rosto da minha garota e imaginando o quão maravilhoso seria consegui-los mais incontáveis vezes.

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Quarta feira.

Quarta era um dia quase bom. Eu ficava quase feliz por saber que no dia seguinte, quando eu acordasse, o próximo dia seria o ultimo dia com aula da semana. É, isso ficou estranho, por sorte de meus alunos sou melhor explicando leis da física do que meus próprios gostos.

Eu estava na sala dos professores durante o intervalo do ensino médio, conversando um assunto qualquer com Gai quando uma certa garota com cabelo cor de rosa bateu na sala dos professores. Senti uma agitação na barriga instantaneamente, sendo seguida por um calor tomando conta de meus músculos.

- Com licença. – começou ela, claramente envergonhada pela presença de todos os professores.

- Hei, Sakura. – cumprimentei, aproveitando que estava próximo da porta e deixando Gai falando sozinho. Ela me presenteou com um pequeno sorriso.

- Kakashi, poderia chamar o Asuma-sensei, por favor? – ela me pediu e eu assenti rapidamente; se eu fiquei decepcionado por ela não ter ido falar comigo? Não, não muito pouco. Asuma viadinho.

- Asuma. – chamei-o, depois de uma procura rápida entre os demais professores. Quando olhou em nossa direção, prontamente apagou o cigarro que estava fumando na janela mais ao fundo e se aproximou, parando para falar com Kurenai no caminho.

- Que tal uma carona hoje? – perguntei num tom mais baixo, aproveitando a demora de Asuma.

- Hm, parece que o Naruto teve uma melhora mais rápida do que o previsto e decidiu vir para o colégio. – ela respondeu num mesmo tom mais baixo dando de ombros, sem me olhar nos olhos. Eu podia jurar que ela fez um biquinho de insatisfação.

Ah, merda de sistema imunológico eficaz!

Sem que houvesse tempo para minha resposta, Asuma chegou tomando a atenção de Sakura de mim. A contra gosto me afastei, deixando os dois conversando sobre um trabalho da disciplina dele. Só por que eu estava contando com aqueles dias para me aproximar dela. Puta que pariu.

- Eu estou doido, ou tem alguma coisa estranha acontecendo aqui? – Gai perguntou, me tirando de meus devaneios. Só faltava essa.

- Não sei do que você está falando. – disse, virando de costas e passando a mexer em minha mochila em seguida, procurando por algo que provavelmente nem existia.

- Só 'Kakashi'? Carona? Você está nervoso! – exclamou com certo deboche, estreitando os olhos. Malditos ouvidos! Será que eu ficava tão otário assim interagindo com ela?

- Eu não estou nervoso, Gai. – respondi, com a melhor cara de tédio que eu conseguia fazer. – E não estou entendendo aonde você quer chegar com isso. – finalizei, ouvindo o sinal tocar. Quando olhei para porta, Sakura já não estava lá. Porra.

Mesmo já sabendo que tinha aula no segundo C, coloquei-me a conferir a grade de horários colada na parede, ignorando o olhar inquisitivo de Gai sobre mim. Eu definitivamente não confessaria que estava apaixonado por uma aluna pro meu maior rival, seria humilhante demais.

- Lembre-se, meu amigo, toda ação tem sua reação. – ele me falou, dando dois tapinhas nas minhas costas e saindo da sala logo em seguida.

Não, jura? Eu devo estar com cara de professor que não domina o conteúdo, não é possível.

Definitivamente quarta feira não era um dia bom.

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Os dois dias que se seguiram após aquela conversa me renderam muito tempo para pensar. Na quarta feira a tarde, recebi uma ligação da diretora comunicando que o colégio precisaria ser fechado até a semana seguinte, pois haviam encontrado centenas de ratos em uma ala desativada do prédio de laboratórios, assim dedetizadores tinham sido convocados para eliminar os pequenos e inconvenientes mamíferos.

Eu diria que minhas conclusões foram um tanto quanto reveladoras.

A primeira delas, é que eu mudaria de padaria onde tomava meu café. Só havia uma possibilidade para essa viadagem que se mostrava presente em tantos momentos do meu recente dia a dia: eu estava sendo envenenado com progesterona por aquele atendente que morria de inveja de mim! Sério, não era possível me deixar abalar tão facilmente por qualquer coisa que se referisse a Sakura. Absolutamente tudo me lembrava a garota. Eu já estava me sentindo ridículo, com minha auto estima abaixo de zero e o pior, simplesmente sem saída quanto aquilo.

A segunda é que possivelmente aquela história toda não resultaria em nada. Eu estava fazendo papel de idiota, meus colegas de trabalho estavam percebendo - e provavelmente Sakura também -, eu estava perdendo noites de sono e horas a fio com o pensamento focado naquela criaturinha.

A terceira... eu já não me lembrava. Talvez pelo fato de estar bêbado, talvez pelo fato de nunca ter chegado a terceira conclusão. Se eu havia bebido sozinho, abandonado numa porra de um bar na esquina do meu apartamento? Bebi sim e que se foda. A vida era minha, o fígado era meu e a tristeza também. E vai tomar no cú você e seus pensamentos idiotas que eu não estou nem um pouco interessado em saber.

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Mordi o lábio já inchado da garota a minha frente. Eu precisava dela, tocá-la, senti-la, tê-la pra mim. Pressionei ainda mais seu corpo magro contra a parede da sala dos professores, diminuindo toda possível distancia entre nós. Ela puxou meu cabelo com força como resposta, soltando um gemido abafado dentro da minha boca. Desci minhas mãos pela cintura dela, alcançando as coxas e puxando-as para cima. Sakura rapidamente fechou as pernas na minha cintura, tornando aquela situação cada vez mais interessante.

A trilha de beijos distribuídos por ela ao longo da linha do meu maxilar parecia estar em chamas. Minhas mãos passeavam por sua pele suave, causando-lhe arrepios e gemidos contidos.

- Eu te quero, Kakashi. – ela sussurrou ao meu ouvido e eu respondi com o beijo mais intenso que um ser humano poderia dar, tentando através daquele ato de cumplicidade demonstrar-lhe que o desejo era mais do que recíproco.

O contato entre nossos corpos era ensandecedor, embriagante, alienador. Nada, absolutamente nada mais no mundo importava, apenas nós dois, procurando dar ao outro a comprovação mais eficaz do tamanho daquele sentimento. As mãos de Sakura brincavam em meu pescoço e ombros, arranhando suavemente suas unhas contra minha pele, ao mesmo tempo em que nossas línguas digladiavam para conseguir conquistar mais espaço dentro da boca do outro. Absolutamente tudo se resumia a ela: era seu cheiro que eu sentia, sua pele que eu acariciava, suas esmeraldas queimando em desejo que eu via, seus gemidos que eu ouvia, e seu gosto que eu sentia.

Num segundo cada um dos meus sentidos foi abruptamente separado da maravilhosa sensação de ter minha garota me inebriando. Tudo que eu conseguia sentir naquele momento era o choque de temperaturas, do muito quente ao gelado extremo. Demorei alguns momentos para constatar que eu não tinha caído num lago ou algo assim, mas recebido um balde de água gelado, literalmente.

Que diabos...?

Passei as mãos pelo meu rosto, tentando me situar.

- Chega de sonhar, bela adormecida! – disse-me num tom acido uma voz masculina de timbre rude. – O dia raiou faz tempo, a menos que queira me ajudar com a limpeza, pica a mula do meu bar. – completou um homem rechonchudo, com uma vassoura na mão.

Maldito. Que custava simplesmente me cutucar?

Analisei ao redor, tentando absorver tantas informações de maneira rápida, combinando-as com minhas memórias enevoadas do dia anterior. Eu havia bebido até capotar no bar e por lá fiquei. Estava de dia. Eu estava ensopado. E, ai, minha cabeça realmente estava doendo.

Meio tonto, levantei-me desajeitadamente, derrubando a cadeira que tinha sido minha cama na noite anterior. O dono gorducho do bar esbravejou uma maldição qualquer, mas rapidamente se silenciou quando tirei do bolso uma nota de cinqüenta e arremessei na mesa. A única que tinha sobrado.

- Pela hospedagem. – falei, quando finalmente encontrei o caminho até minhas cordas vocais. E segui para a porta, ouvindo um 'volte sempre' pouco antes de deixar o recinto.

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Eu não conseguia parar de me perguntar o que estava acontecendo comigo. As absurdas pontadas que eu sentia em minha cabeça não colaboravam com a minha linha de raciocínio, muito menos as lembranças praticamente palpáveis do sonho com Sakura, entretanto, foi possível concluir que eu estava afetado, de uma maneira que eu pensei não ser mais possível. Total e completamente apaixonado, a ponto de me embriagar, ter sonhos proibidos e muitas outras atitudes pouco condizentes com minha personalidade e, mesmo assim, não ter a menor vontade de tirar Sakura do pensamento.

O caminho até meu apartamento nunca pareceu tão longo. Eu não saberia dizer se fazia realmente frio, ou era apenas a água de minhas roupas facilitando as trocas de calor entre meu corpo e o ar da manhã. Percebendo o olhar pouco discreto de certas pessoas que passavam por mim, decidi que tinha algo errado com a minha aparência, fora o fato de estar molhado. Olhei minhas roupas rapidamente, estavam amassadas e minha camisa desabotoada e suja. Eu não conseguia me lembrar onde tinha arrumado aquela mancha, onde estava todo o dinheiro que eu tinha no bolso, ou por que diabos eu fedia a perfume de mulher barata.

Após cambalear por mais dois minutos, finalmente cheguei ao meu prédio. Num estalo, um pensamento congelou minha espinha: onde estava minha moto? Apressadamente passei as mãos pelos bolsos à procura da chave. Nada. Merda de álcool que parecia ter interrompido as sinapses do meu cérebro.

- Bom dia, sr. Hatake. – me cumprimentou o porteiro do prédio. É, eu também não lembrava o nome dele. Quando me dispus para olhá-lo, ele ergueu as sobrancelhas imediatamente e ficou mudo.

Seja o que fosse que ele pudesse querer me falar não importava. Eu nem tinha certeza se estava realmente acordado. E se ele pudesse tirar essa cara de cu e agradeceria, todo homem tem direto a encher a cara de vez em quando, não é?

- Bom dia. – respondi sem emoção, ele tencionou voltar a falar, mas levantei a mão, num pedido mudo para que parasse. – Por favor, me diga que sai a pé ontem.

Ele pareceu confuso, mas depois de encarar o meu estado lastimável por mais uns segundos ele entendeu minha pergunta. Garoto esperto esse.

- Sim, senhor.

Deus existe. Respirei aliviado, sentindo a tensão de meus músculos aliviando gradualmente. Aquela moto valia uma quantia inestimável pra mim.

- Obrigado, você salvou meu dia. – disse, sorrindo para ele da maneira mais verdadeira que consegui, visto que ele ainda estava com aquela cara de quem viu alienígenas dançando axé no meio da rua. Ele ainda tentou dizer mais alguma coisa, mas tudo que eu ouvi foi meu chuveiro me convidando pra um banho quente.

Eu morava no décimo sexto andar, então ir pelas escadas, sem duvida, não era uma opção a ser considerada naquele momento. O elevador estava no térreo, assim, fui obrigado a sorrir agradecido aos céus naquele momento por não ter que esperar. Os andares passaram rapidamente, mal me dando tempo para molhar o carpete cinza e então a porta do elevador se abriu.

Senti meu estomago afundar num segundo, e no próximo, chegar à lua. Certo, eu precisava estar sonhando.

Não.

Aquela não era Sakura. E aquela-que-não-era-Sakura não estava me encarando com aqueles orbes verdes enormes. Por um longo segundo ficamos nos encarando, eu e aquela-que-não-podia-ser-Sakura.

- Kakashi? – perguntou, num tom meio incrédulo. Sua cara de surpresa estava a cada segundo mais ressalvada.

Merda. Isso era tudo que eu conseguia pensar.


Quem mais queria ter um professor gostoso igual o Kakashi? \oooo/ Fala séerio auhauhauha ;p

A partir daí o negócio começa a ficar booooom, hein! A segunda parte é um pouquinho maior e reveladooora, tem até um shipper surpresa que eu acho que vocês vão gostar :DD

Mas então? Gostaram? Odiaram? Querem mais? ;3 Tô aceitando qualquer coisa, gente! uehdeuhduheeuheuh

Assim, se não houver reviews, não vai ter continuação... E pra dar uma estimulada na coisa toda, eu pensei: Vou postar o próximo capítulo daqui a um mês, BUUUT cada review que eu receber, eu diminuo um dia dessa espera.

O que acham? Por exemplo: Três reviews, posto daqui 27 dias. Entenderam, né? xD

Muitos reviews, continuação rapidinha :3 olha como eu sou legaal :D [/e chantagista, claro kk

É isso, gente linda,

Um beijo estalado na bochecha pra você que chegou até aqui ;* e muito obrigada *-*