Notas do autor:

Mais uma fic, meus lindos! Essa é um pouco maior, serão 4 ou 5 capítulos no máximo.

O casal é bem incomum: Marin e Radamanthys. Mas porque esses dois? Porque é um desafio fazer um ship que, pelo menos eu, nunca vi em fics, pois as que estão por aí são, em sua maioria esmagadora, sobre Aiolia e Marin.

Não é bem uma continuação de "O frio que queima", mais tem ligação, pois se passa depois dos acontecimentos desta, e servirá de gancho para uma possível continuação, que ainda estou desenvolvendo.

Espero que gostem e boa leitura!

Inesperado

A paz reina no Santuário de Atena. A maioria de seus moradores está relativamente feliz, porém alguns não podem dizer o mesmo.

É o caso de Marin, a bela e discreta amazona de Águia. Ultimamente ela se sente muito perdida, sem rumo, e esse fato se deve à distância que o cavaleiro de Leão vêm mantendo dela. Ela não entendia, pois os dois sempre foram muito próximos e desde que os caídos voltaram à vida ele simplesmente se afastou, e isso doeu muito, porque tinha quase certeza de que ele iria admitir seus sentimentos por ela e formalizar um compromisso, algo que ela, em seu íntimo sempre sonhou.

Porém as coisas nem sempre acontecem como nós queremos e com ela não seria diferente. Um belo dia, subindo as escadarias das 12 casas para atender à um chamado de Atena, Marin encontrou os irmãos, Aiolia e Aiolos com algumas malas na frente da casa de Leão. Ela ficou intrigada "Será que vão viajar ou será que foram enviados à alguma missão? " pensou ela. Seguindo o seu caminho, parou perto deles e fitou Aiolia que desviou o olhar meio incomodado. Marin estranhou, porque ele nunca se comportou desse jeito com ela,(se bem que nos últimos tempo ele estava bem estranho) mesmo assim resolveu perguntar:

- Vocês vão viajar? – perguntou meio hesitante.

- Precisamos conversar Marin. -disse sério e ao mesmo tempo entristecido. – Pode nos dar licença Aiolos?

- Sim irmão, te espero lá dentro – diz Aiolos com um semblante estranho, se retirando dali.

- O que está acontecendo Aiolia? Porque você tá com essa cara? – pergunta já ficando tensa.

- Marin, eu não sou mais o cavaleiro de Leão, estou indo embora e provavelmente só voltarei de visita e não mais como guerreiro de Atena – falou de uma só vez.

Marin ficou atordoada. Foi muita informação pra sua cabeça e perguntou irritada :

- Do que você tá falando? Que brincadeira de mal gosto é essa? – diz quase às lágrimas.

- Não é nenhuma brincadeira Marin – disse frio – Ontem à noite tive uma audiência com Atena e passei a armadura de Leão para o Ikki, em definitivo.

Marin ainda atônita, começa a ligar algumas pontas soltas em relação ao comportamento de Aiolia.

- Por isso você tava treinando ele faz mais de 2 anos? Pra ele herdar sua armadura? – pergunta exasperada – O que mais você está me escondendo Aiolia? Me diz?

Ele dá um longo suspiro e responde:

- Eu vou me casar Marin. – despeja de uma só vez.

A amazona fica paralisada, em choque. Esperava escutar qualquer coisa menos isso.

- Como assim? Casar? Com quem Aiolia? QUEM? – gritou desesperada.

- Vou me casar com Lifya, a representante de Odin na Terra.

A cabeça de Marin virou um caos. Raiva, mágoa, frustração, tristeza. Tudo misturado num caldeirão de emoções desencontradas. Desilusão. Foi isso que sentiu. Seu coração foi quebrado em mil pedaços e pela pessoa que ela mais amava. Em meio a tanta dor ela ainda teve forças pra gritar:

Esse tempo todo eu fiquei esperando você tomar alguma atitude sobre nós e você vem me dizer que vai se casar com outra! Desde quando vocês estão juntos? Não me diga que foi de repente porque eu não sou idiota! Fala Aiolia, você me deve isso!

Ele abaixa o rosto resignado e diz:

- Você está certa! Agi mal contigo, me perdoe por isso! - suspira - Eu a conheci em Asgard, quando fomos revividos lá e me apaixonei por ela. Tive que deixá-la, pois o tempo em que estivemos vivos foi temporário. Quando Atena nos concedeu nossas vidas definitivamente, tive certeza do que sentia por Lifya, e desde então eu decidi que iria ficar com ela. Por isso estava treinando Ikki, pra que ele fosse o meu substituto e eu pudesse ficar de vez em Asgard. Me perdoe Marin, eu fiz tudo errado! Devia ter falado com você sobre a mudança nos meus sentimentos. Não queria te machucar, mais foi só o que eu acabei fazendo.

Marin chora, mas tenta se controlar.

- E o seu irmão? Vai junto porque?

- Ele também entregou sua armadura pra Seiya, que agora é o novo cavaleiro de Sagitário. Ele vai se casar com Hilda. Eles já sentiam algo um pelo outro e resolveram assumir seus sentimentos. Juntos nós vamos ajudá-las a governar Asgard, treinar os futuros guerreiros -deuses e fortalecer a aliança entre Odin e Atena.

- Quer dizer então que Atena sabia disso? E está de acordo? – disse ela com ódio.

- Não culpe Atena. Nunca disse nem a ela e nem a ninguém a respeito de nós, até porque esse "nós" nunca existiu de fato.

Foi a gota d'água pra Marin. Ela jamais pensou que escutaria isso dele, do "seu" Aiolia. Levantou o seu belo rosto, enxugou suas lágrimas e com a dignidade que sempre teve disse:

- Você tem razão, nunca existiu "nós", só mesmo na minha mente de mulher apaixonada. Que você seja feliz... se puder! – virou em direção ao Templo Principal e continuou sua caminhada até lá.

Aiolia a acompanhava com o olhar. Estava triste, não queria tê-la magoado, e mesmo assim o fez. Aiolos colocou a mão em seu ombro em sinal de solidariedade e diz:

- Agora não adianta ficar assim, maninho. Você errou e errou feio. Só lhe resta agora seguir em frente. O tempo vai se encarregar de curar as feridas dela. Vamos, temos que nos despedir logo dos nossos amigos, senão vamos perder o vôo.

Aiolia assentiu. Ambos desceram as escadarias para se despedirem de seus amigos, companheiros de tantas lutas, e seguirem rumo à uma nova vida.

- Adeus Marin! Que você seja feliz e que um dia possa me perdoar – diz Aiolia pra si mesmo.

Marin estava no Templo Principal, onde Atena convocou todos os prateados pra reunião. A deusa falava sobre a chegada de novos aprendizes, a nova formação da guarda, turno das rondas noturnas, enfim, pura burocracia. Mas a amazona não escutava uma só palavra. Só seu corpo estava presente, porque sua mente e alma estavam bem longe, e isso não passou despercebido por Shina, que a conhecia muito bem e sabia que tinha algo muito errado com ela.

Com o fim da reunião, Marin sai sem falar com ninguém, descendo rapidamente as 12 casas e chegando à vila das amazonas. Com passos rápidos, adentrou sua pequena casa e foi direto pro seu quarto, onde deitou-se de bruços em sua cama e chorou copiosamente.

Se sentia traída, humilhada, uma perfeita idiota! Será que todos sabiam disso e só ela não? Como ela nunca desconfiou? O amor deixava as pessoas tão burras à esse ponto? Se cobrava por sua ingenuidade e falta de malícia. Sentia-se só, tinha vontade de morrer.

De repente ouviu um ranger de porta e passos leves adentrando seu quarto. Era Shina. Marin já conhecia o som de seus passos. A amazona se aproxima, senta-se na beira da cama e acaricia os ruivos cabelos de sua amiga. Fica em silêncio, respeitando sua dor. Conhecia esse sentimento, já tinha passado por isso. Marin se sentou, com os olhos marejados, olhou sua amiga e a abraçou, voltando a chorar. Shina retribui o abraço, a consolando. Se afastam um pouco e a amazona enxuga as lágrimas do rosto da ruiva, na tentativa de acalmá-la. Já imaginava o motivo de seu desespero, mais não entraria no assunto, esperaria que ela mesma falasse, o que não demorou muito.

- Você sabia disso Shina? Sabia que ele ia embora? Que ia se casar com outra? – pergunta Marin inconformada.

- Claro que não! Fiquei sabendo hoje cedo, acho que igual a todo mundo. Fomos todos pegos de surpresa, nem o Camus que é próximo a ele sabia. Sinto muito amiga; ele guardou bem esse segredo. – diz Shina apenada.

- Desgraçado! Como ele pôde fazer isso comigo? Porque ele não me falou isso a tempos atrás? Eu teria ficado arrasada mais tenho certeza que a dor ia ser bem menor do que a que estou sentindo agora! Me diz Shina! Porquê? – falou amargurada.

- Não sei. Talvez porque ele seja um idiota? – diz tentando animá-la – Vocês brigaram?

- Brigar... – dá um sorriso seco – Não, nós discutimos. Ele jogou na minha cara que nunca houve nada entre a gente... ele praticamente lavou as mãos. Jogou a responsabilidade de me iludir nas minhas costas. E quer saber? Ele tá certo! -suspira resignada – Ele nunca me disse nada! Nunca propôs nada! Nenhum beijo... nada... é só o que tínhamos.

- Não é bem assim Marin! Ele nunca disse que não queria! Não deixava de te rondar, estava sempre por perto. Amável, gentil, cheio de conversa mole! E mesmo nesses últimos tempos, que ele andava afastado, ele nunca cortou suas esperanças! Ele foi cruel! – diz Shina com raiva. – Não se culpe sozinha!

Marin não se contém e volta a chorar. Shina novamente a abraça e acaricia suas madeixas.

- O que eu faço com essa dor? Eu me sinto sufocar! Não sei se consigo suportar! – diz desesperada.

- Só o tempo vai curar suas dores, Marin! Você pode achar que não, mais quando a poeira baixar, você estará mais forte, mais madura. Digo isso por experiência própria. – quebrou o abraço, olhando diretamente nos olhos da Águia – Hoje posso dizer que sou feliz. Tenho um homem que me ama e eu aprendi a amá-lo com a mesma intensidade. Esqueci definitivamente o passado e vivo somente o presente. Aprendi isso à duras penas. Quebrei muito a cabeça e me desesperei, como você agora. Mais a pessoa especial que eu tanto queria surgiu de onde eu menos esperava e mudou minha vida, meus objetivos, minha maneira de pensar, de agir. Com você vai ser o mesmo! Vai sofrer agora, mais vai passar! E quando você encontrar a pessoa certa , isso será só uma lembrança ruim, nada mais.

Marin dá um sorriso triste, se levanta, olha pra Shina e diz:

- Tem razão! Eu sei que vai demorar pra passar, mais vou superar! Já enfrentei desafios maiores e venci! Eu vou conseguir! – diz convicta.

- E eu estarei sempre aqui, pra te ajudar, como você fez por mim diversas vezes. – diz segurando a mão da ruiva – Agora eu vou pro Coliseu. Misty vai reunir os prateados pra discutir as novas diretrizes de Atena. Vou dizer que você tá doente e conseguir uns dias de folga. Você precisa descansar.

- Obrigada amiga! – diz beijando de leve a bochecha da Cobra.

- Qualquer coisa estou em Aquário. – dá um sorriso iluminado – Não hesite em me chamar!

Shina vai embora e Marin vai à geladeira, pega um copo d'água e um remédio em uma caixinha em cima da pia. Estava com dor de cabeça, precisava dormir. Tomou o comprimido e deitou-se outra vez, e aos poucos foi se entregando aos braços de Morfeu.

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Passaram-se 3 meses e Marin estava mais calma, tentava se conformar com a decepção que havia sofrido. Retomou suas atividades normais depois de 1 semana de folga, conseguida com a intervenção de Shina, e seguia sua vida de maneira quase que automática, sem emoção, sem entusiasmo. Às vezes olhava em direção à casa de Leão e se mal dizia por ter sido tão estúpida. Lembrava de como ele era gentil e carinhoso e não sabia de que jeito tudo se perdeu. "Nosso tempo passou e eu não vi! Burra!" pensou.

Ia para casa de Shina, mais se lembrou que ela e Camus foram passar o fim de semana em Paris, numa espécie de lua-de-mel antecipada. "Sorte a dela! Sofreu tanto, merece ser feliz! Será que comigo vai ser assim também? " E com esse pensamento triste, foi rumo à sua casa. Chegando lá, foi direto pro banheiro, tirou suas roupas de treinamento e tomou uma ducha gelada, refrescante. Secou-se, colocou um short jeans curto, uma regata azul e uma sandália rasteira e foi dar uma volta pra espairecer. Andava tranquila e até um pouco distraída, quando viu os meninos de bronze conversando animadamente. Resolveu ir cumprimentá-los, porém estancou quando escutou um certo nome: "Aiolia". Sim, Seiya estava dizendo aos outros que teria que ficar uns dias fora. Iria a Asgard ajudar o ex-dourado no treinamento dos aspirantes a guerreiros-deuses, porque estava ocupado com os preparativos de seu casamento, que seria daqui à 2 meses.

Marin tensou. Ouvir aquilo destruiu todo o progresso que teve nos últimos meses. Se afastou sem ser vista e correu de volta à sua casa. Sentou numa velha poltrona e chorou. Se sentia horrível por ser fraca. Queria ter forças pra enfrentar essa situação, mais não tinha.

De repente, teve um estalo. Lembrou-se do que sua amiga havia lhe dito: pra que não sofresse por quem não valia a pena. Levantou e foi para o guarda-roupa. Procurou um vestido bem insinuante pra colocar. Não era seu estilo de vestir, mais estava cansada de ser previsível. Achou um cor de vinho, de alças, colado no corpo até a cintura e se abria levemente, ficando um pouco acima do joelho. Tinha uns detalhes em pedrarias nas alças e no bojo. Era leve e lindo, mais nunca tinha usado pois o achava ousado demais devido ao decote. Olhando agora, nem era tão grande assim. Acho que tinha medo do novo, do diferente. Resolveu vesti-lo e ficou lindo no corpo, a deixou provocante. Pegou um sapato de salto não muito alto, num tom de rosa pálido e o colocou, combinando divinamente com o vestido. Deixou os cabelos soltos, fez uma maquiagem leve e pôs um pouco de perfume com a fragrância adocicada, que June havia dado a ela de presente no Natal passado. Quando ganhou o achou enjoativo, hoje ele tinha um aroma diferente, especial. Pegou sua bolsa em formato carteira, colocou o celular e seus documentos e foi rumo à Atenas. Foi sem destino, chegando lá veria onde iria.

Marin ainda se sentia meio deslocada, pois não estava acostumada a sair, muito menos ir à capital e menos ainda sozinha. Já era noite. Olhava para os prédios, as lojas, as pessoas e se sentia só. Era frustrante. Foi então que viu uma espécie de galpão com uma fila de pessoas jovens na porta, imaginou que deveria ser uma balada, só não sabia de que tipo, mesmo assim resolveu arriscar. Entrou na fila da bilheteira, olhou a tabela na parede e achou o ingresso caro, mas, como não gastava seu dinheiro com quase nada, se daria o luxo de extrapolar dessa vez. Pagou sua entrada, colocou a pulseirinha que lhe deram e entrou no galpão.

Ela se surpreendeu. O lugar era enorme, com muita gente, luzes piscando, fumaça, música nas alturas. Definitivamente não era o lugar que frequentaria, mas já estava ali e tentaria se divertir. Foi para perto do bar, onde o barman preparava os mais variados drinks, dos comuns aos altamente sofisticados. Sentou-se em um dos bancos e ficou olhando a pista de dança. Todos pareciam felizes, extasiados, como se não houvesse problemas em suas vidas. Pela primeira vez sentiu inveja. Queria estar assim, feliz. Mais tudo que sentia era um enorme vazio. Seus olhos marejaram. Não poderia ficar desse jeito, então levantou-se e foi em direção ao toalete. Estava tão distraída que trombou em alguém e quase foi ao chão, sendo salva por um belo homem, e muito ágil, pois impediu a queda iminente da ruiva.

Ela o olhou admirada. Era um homem lindo! Os cabelos num tom de loiro claro, os olhos quase da mesma cor do cabelo, nariz fino e uma boca sexy. Notou também as sobrancelhas que eram unidas, como se fosse uma só. Achou engraçado, mais não tirava em nada o seu charme, seu sex-appeal. Estava todo de preto. Os sapatos, o jeans e camisa de botões tipo social, só que mais despojada, com as mangas dobradas na altura dos cotovelos, contrastando com sua alva pele. Era realmente belo!

Ele também a olhou profundamente. Seu lindo rosto de traços finos, olhos azuis, nariz perfeito e a boca rosada, entreaberta que a deixava incrivelmente sensual. O vestido que usava era leve, com um decote que deixava pouco pra imaginação. Os cabelos vermelhos sedosos, fora aquele corpo delicado que segurava em seus braços pra evitar a queda da bela jovem. Era linda, estonteante. Era uma das mulheres mais bonitas que tinha visto em sua vida.

Quando a levantou, seus corpos ficaram muito próximos e ambos sentiram um arrepio gostoso. Se olharam e sorriam sem jeito, até que ele quebrou o silêncio.

- Você tem que tomar cuidado! As pessoas não costumam ser muito educadas em baladas, ainda mais quando estão meio altas! – diz com um sorriso enigmático.

- Obrigado! Eu vou ficar mais atenta. – diz ela encabulada.

- Está sozinha? – diz ele de maneira sedutora.

" Nossa! Ele é direto! Gostei disso!" pensou a Águia.

- Sim, estou. – respondeu tranquila – Precisava sair um pouco, relaxar.

- Esse lugar é um tanto estranho pra isso, não? – pergunta meio intrigado.

Marin sorri. Um sorriso largo e sincero, que deixa o rapaz encantado.

- Eu sei – responde ainda sorrindo – Pra falar a verdade, eu vim meio que sem destino. Quando eu vi as pessoas na portaria, fiquei curiosa e decidi entrar. Eu raramente frequento lugares assim.

- Entendo... então não se importa em me fazer companhia? Também estou só, e como você, não costumo andar em baladas.

- Me desculpe perguntar, então por que está aqui? – indaga a ruiva, um pouco curiosa.

- Eu também estava me sentindo sem rumo... – diz ele olhando diretamente em seus olhos.

Marin se sente quente e suas pernas parecem sem forças. Estava nervosa, tensa. O olhar desse desconhecido havia mexido com ela de um jeito que ela não esperava. Ela responde meio atordoada:

- Sim, eu te faço companhia ... será um prazer!

Voltaram ao bar, se sentaram e o rapaz perguntou :

- Você bebe alguma coisa?

Ela fica meio sem graça, pois o máximo de álcool que tomava era vinho, e só um taça!

- Não sei. O que me sugere? – diz insegura quanto à escolha dele.

- Algo que combine com você, fique tranquila! – e dá um sorriso encantador.

A amazona o olha admirada. Ele era um homem lindo, charmoso, sexy... porque estava sozinho? Seria um psicopata? Ou um tarado maníaco? Não. Algo em seu íntimo dizia que não era esse o motivo. Talvez a história fosse parecida com a sua. Talvez tivesse sofrido uma desilusão, e como ela, queria somente esquecer. Então a sexy voz do rapaz a tirou de seus devaneios.

- Amigo, vou querer um Cosmopolitan e um whisky dose dupla sem gelo, por favor!

- Sim senhor! É pra já! - fala o barman

- Whisky não é muito forte? – pergunta tímida. Ficou preocupada, pois já tinha visto vários de seu companheiros de armas em estado lastimável por exagerar na bebida, principalmente whisky.

- Não se preocupe! Já estou acostumado! – e pisca pra ela, que fica ruborisada.

Ele mantém seu olhar no dela e a acha cada vez mais linda! Parecia ingênua, mais ao mesmo tempo forte, com um caráter reto, firme, que a maioria das garotas da idade dela não tinha, ou pelo menos não demonstravam. Estava gostando de sua companhia, ele se sentia leve, as tensões que ele trazia consigo estavam se dissipando graças à presença dela. Achava estranha essa sensação, pois mal a conhecia, mais não queria parar de senti-la.

Saiu de seus pensamentos e olhou pro lado, onde viu o barman trazendo seus drinks.

- Seu pedido, senhor! – diz o barman entregando o Cosmopolitan à Marin e o whisky ao rapaz.

- Obrigado! – dizem os dois ao mesmo tempo.

Eles sorriem. Marin toma um pouco de seu drink e sua garganta arde, e pigarreia um pouco, não estava acostumada a beber. Se sente envergonhada. Mais para sua surpresa, o belo loiro toca suavemente seu rosto e lavanda seu queixo, fazendo com que seus olhares se encontrem.

- Não precisa ficar constrangida. Tudo é questão de hábito. Tome devagar, aprecie o sabor. – fala com a voz serena.

Ela faz como ele manda, toma um gole devagar e aprecia bebida, e ardeu bem menos. Ela o olha e sorri. Ele era mesmo gentil, um cavalheiro como poucos.

O tempo passa, em torno de 2 horas, e os dois conversam animadamente sobre os mais variados assuntos. Marin está cada vez mais encantada com o lindo loiro e este também não para de pensar como seria beijar os lábios rosados dela. Ele pede mais uma dose de whisky. Já era a quinta da noite e a ruiva se preocupa.

- Não acha que já tá bom? Eu não quero que te aconteça nada! – diz sinceramente preocupada.

Ele a olha com ternura. Há muito tempo que alguém não se preocupava com ele, e sentia falta desse carinho. A doce ruivinha estava mexendo com ele.

- Não se preocupe! Sou duro na queda! –sorri pra ela, que assente conformada.

Ele bebe seu whisky e a olha. A analisa. Sua postura, seus movimentos. Era graciosa, parecia frágil e ao mesmo tempo forte e determinada. Era uma combinação excitante pro gosto dele. E em meio aos seus pensamentos se dá conta que não sabia o seu nome.

- Sabe estamos aqui, conversando, bebendo e não tive o prazer de saber seu nome. – diz a olhando nos olhos, provocando nela um intenso arrepio.

- Então estamos quites, por que você também não me disse o seu. - diz de maneira sedutora, que ela mesma estranha, pois não era de seu feitio agir assim – Mas eu digo assim mesmo. Meu nome é Marin.

- Lindo nome! É bem incomum. Você não é da Grécia, certo? – indaga curioso.

- Não, sou japonesa. – sorri divertida – Apesar de não parecer uma.

- Realmente, não parece oriental, mais é linda de qualquer jeito! – diz o rapaz, que se aproxima mais dela.

- Obrigado pelo elogio – diz corada com a proximidade do loiro – Mas você também não é daqui, estou certa?

- Sim, acertou. Eu sou inglês, e a propósito, meu nome é Radamanthys.

Continua...

Notas finais:

E aí meus queridos, o que acharam? Sintam-se à vontade pra dar suas opiniões! A fic tá praticamente pronta mais nunca se sabe! Bjos!

OBS: Vou postar semanalmente, portanto, se não houver imprevistos, será toda sexta.