Título:Conto de fadas
Autora:Nayla
Categoria: MS depois da viagem do peregrino da alvorada
Advertências: nenhuma
Classificação: PG
Capítulos: 1 (one shot)
Completa: [X] Sim [ ] Não
Resumo: A professora de inglês de Lucy sempre dava-lhe um A+ em suas redações.
xxx
Lucy gostava de escrever histórias e por isso a aula de redação era a sua favorita. Fornecia-lhe a desculpa perfeita para não apenas recordar mas se deliciar, revivendo suas memórias de um conto-de-fadas bem real.
Um em que ela não era uma princesa, mas uma rainha.
Lucy se levantou, tendo roubado a espada de seu adversário. - Você está preso por rapto e desacato a um monarca de Nárnia.
Seu raptor, de barba e cabelo pretos e longos, apenas riu, limpando a boca com a mão. - O que você vai fazer com isso, garotinha? Pode acabar se machucando.
- Eu não sou apenas uma garotinha! - Ela exclamou, apontando-lhe a arma.
- Wow, wow, não é preciso ficar nervosa, eu não... - O homem ergueu suas mãos no ato.
- Ajoelhe-se. - Ela mandou, enquanto segurava uma corda com a mão direita.
- Você vai amarrar meus braços? - O outro parecia incrivelmente surpreso.
- As pernas também e talvez amordaçar sua boca. - Lucy respondeu e rapidamente desviou-se do ataque súbito do homem, que caiu de cara no chão, ao lado da rainha.
Com um pé contra as costas dele, a menina amarrou-lhe os braços, como dissera que faria. - De novo, você está preso e se você se comportar bem, eu posso demonstrar uma misericórdia que meus irmãos não possuirão.
- Você é... Eu... Eu não sabia... - O carlomeno tentava falar, em meio a lama que sujara todo seu rosto.
- Elanor! - Lucy ergueu-se e assobiou, chamando uma águia a pousar e seu braço. - Chame Peter e Edmund, avise-os de nossa localização e peça reforços. Algo me diz que o esconderijo deles não é tão longe.
- Espera... - Seu raptor finalmente conseguiu virar de barriga pra cima, finalmente a vendo, finalmente a enxergando. - Rei Peter e Rei Edmund? Você é a Rainha... mas você é uma criança! - Quase gritou, como se isso tornasse as suas palavras mais reais.
- Volte logo. - Pediu a águia, que fez uma reverência e alçou vôo em direção a Cair Paravel.
Um em que o amor, interpretado por muitos como a maior fraqueza que um monarca deve possuir, provou ínumeras vezes ser sua maior força.
- Separe-os! - O lobo gritou para o seu companheiro, que o obedeceu de pronto, chutando o pequeno Rei para uma cratera.
- Edmund! - Peter gritou, entrando em pânico, ao ver o irmão desaparecer no meio da batalha.
- O que você vai fazer agora, reizinho? - O lobo, urrou de prazer ao ver o terror se apossar das feições do Grande Rei.
- Saia da minha frente! - Peter nem se dignava a olhá-lo, seus olhos não deixavam o minotauro que começou a descer, seguindo o caminho onde Edmund caíra.
- Preocupado? Logo você se juntará a ele! - Quase riu com o sucesso de seu plano. Distração num campo de batalha era fatal e agora que o monarca não tinha ninguém para proteger suas costas... Fácil demais.
- SAIA DA MINHA FRENTE! - Peter gritou mais uma vez, partindo para o ataque, dessa vez com mais garra, com mais sede, com mais... Força, atingindo-o bem nas patas dianteiras.
Urrando de dor, o lobo despencou, suas patas dobrando-se em um ângulo estranho e sua visão começou a desfocar. A última palavra que ele ouviu foi a voz do Grande Rei chamando pelo irmão caçula.
Em um onde dor e culpa cediam lugar ao perdão e alegria.
No aniversário de 1 ano da Batalha de Beruna, Rei Edmund ergueu-se de seu trono, segurando com tanta força o discurso que vinha preparando há um mês, que quase rasgou-o.- Narnianos. - Cumprimentou-os. - Companheiros e irmãos, um ano atrás éramos poucos lutando por um ideal grande demais. Mas mesmo assim Aslam estava lá para nos fazer acreditar, não nos deixar perder a esperança, sacrificando-se por isso. - Sua voz tremeu nesse ponto, junto com suas pernas. - Ele... E é por isso que temos que celebrar mas também manter essa esperança viva. Eu vou fazer algo que no ano anterior, eu me recusava: eu vou acreditar. Em meus irmãos, em magia, no poder de lutar pelo que acreditamos, em Aslam e em nossos súditos. Mas o mais importante, eu vou acreditar em mim. Vou acreditar que serei capaz de honrar o título que recebi de Aslam. Peço humildemente a vocês que façam o mesmo. - Ele terminou o discurso, olhar fixo no chão.
No fundo ele não esperava nem pela salva de aplausos que seguiu suas palavras nem pelo abraço que recebeu dos irmãos.
Em um onde sonhos se realizam
- Rainha Susan, rainha Susan!
Os quatro monarcas viraram-se para ver quem havia chamado a Rainha mais velha, avistando um pequeno coelho, que vinha sendo seguido desesperadamente por um mais velho.
- Sim, meu caro coelho. - Susan perguntou, educadamente quando o recém-chegado parou a poucos metros, completamente ofegante.
- Ra... Rainha Susan...
- Nós sentimos muito por termos atrapalhado o piquinique real, majestades, esse fato não voltará a se repetir. - O mais velho chegou logo depois, dando um tapa nas orelhas do menor. - Vamos voltar pra casa.
- Vocês não estão atrapalhando, amigos. - Lucy fez questão de ressaltar, sorrindo para eles.
- Viu? - O pequenino cuspiu para o outro e então voltou sua atenção para os monarcas. - Eu vim até aqui com a melhor das intenções, vim pedir a mão da Rainha Susan em casamento.
O coelho mais velho levou as mãos a cabeça e a balançou negativamente, completamente frustado.
- Senhor... - Peter começou, bem devagar mas foi interrompido por Edmund.
- A mão da minha real irmã foi cobiçada por muitos e ainda será por muitos outros. O que faz de você digno de uma resposta afirmativa? - Sua voz continha um tom tão solene que Lucy teve que conter-se para não rir.
- Ed... - Susan tocou-lhe de leve o braço mas não conseguiu completar sua frase.
- Ela é minha Rainha preferida! - O coelhinho teimou. Ao receber uma cotovelada do companheiro, acrescentou: - Sem nenhuma ofensa, Rainha Lucy.
- Tudo bem. - Lucy assentiu com a cabeça.
- Mesmo assim, eu espero existir outras razões. - Foi a vez de Peter se intrometer. - E estamos ansiosos por ouví-las.
Susan revirou os olhos bem a tempo de ver Edmund fazer um sinal afirmativo com as mãos.Garotos!
- Eu te acho tão corajosa! - O coelho parecia realmente disposto a contá-las.
- Você, meu... Como? - Susan fora pega desprevenida pelas últimas palavras.
- Vossa majestade sempre fica para proteger o castelo quando há uma batalha, eu acredito que isso requer uma bravura maior do que... Eu sei porque quando meu papa foi para Beruna, eu chorei, chorei, chorei muito. E não parei de chorar até ele voltar.
- Eu... Isso é a mais pura verdade. - Peter assentiu com a cabeça. - A coragem de Su é notável.
- E ainda! - O coelhinho parecia não ter acabado. - Você protege o castelo, já pensou se alguma coisa acontece a ele, se é atacado? Tenho certeza que você lutaria até a morte com eles! E... - Ele abaixou a cabeça, um pouco envergonhado. - Você é realmente bonita, Rainha Susan.
- Eu... Obrigada, nobre coelho. Suas palavras gentis me fizeram mais feliz do que os pomposos discursos que recebi anteriormente. - Susan apoiou os cotovelos na grama, de modo a olhá-lo bem nos olhos. - Eu não posso prometer um "sim" agora, mas se daqui a alguns anos, se você não tiver encontrado uma doce coelhinha... - Ela teve que se controlar para não rir da cara de nojo feita pelo animal. - Você por favor, peça-me de novo e eu reconsiderarei.
- SIM! - O pequeno gritou, começanda a pular mais alto que a cabeça da Rainha. - Sim, sim, sim, sim!
- Obrigada pelo seu tempo, vossa alteza. - O mais velho interveio novamente. - E novamente peço as minhas desculpas. - E puxou o menor para longe, levando-o pra casa.
- Eu é que devo agradecer. - Susan sorriu e acenou para eles.
- Eu deveria ficar preocupado ou até com ciumes? - Peter deitou-se ao lado da irmã, de barriga para cima.
- Primeiro deveríamos pensar em estratégias de defesa para caso o castelo seja atacado no meio de uma batalha. - Edmund respondeu, pensativo.
- Oh, seus tolos, queridos irmãos! - Susan riu e puxou os dois para um abraço. - E o que está esperando, Lucy? - Riu gostoso.
Um conto de fadas que precisava desesperadamente de um final feliz.
