Nota: Saint Seiya não me pertence,e sim a Masami Kurumada.
Explicações ao final da fic. Aproveitem a leitura, espero que gostem.
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Antes que Amanheça o Dia.
E a alvorada caía em si
enquanto os raios de sol retrocediam-se.
Enquanto lá fora, o meu amor continuava a se encolher,
enquanto lá fora, a valsa continuava a bailar,
enquanto lá fora, a solidão continuava a permanecer,
enquanto lá fora, a minha dor continuava a verter.
Era bela. Não havia como negar. Ela era bela. E mesmo sob a luz fraca do sol, sua beleza ainda era magnética. Talvez fosse o anêmico reflexo da luz dourada em seus olhos esmeralda que o mantinham cativo e impedia-o de desviar o olhar. Mesmo diante de tal declaração. Mesmo diante dos estilhaços do seu coração. Mesmo prisioneiro da dor dela. E deparando-se com esse abismo, não era isso que esperava ouvir. Não. Não era isso que queria ouvir. Não fora para isso que viera até ali, ao lado dela. Mas rendia-se a frieza das mãos trêmulas e hesitantes.
Não conseguia pensar. Raciocinar. Seu cérebro tentava associar as afirmações, sua mente forçava-se a entender, mas seu emocional o impedia de sequer realizar algum pensamento. Entretanto, dentro dele, a verdade já rasgava lhe o peito, anunciando-se cruelmente. Tão cruel quanto às palavras que a voz cortante dela proferia. Porque sabia do tormento que havia dentro dela. Porque sabia que jamais ela seria capaz de permanecer ao seu lado, porque sabia que jamais ela o amaria na mesma intensidade que ele a amava. E por mais que não desejasse o fim, o fim havia chegado, assim como a neve que caía agora. Assim como o frio que começava uma nova estação. O fim.
Ela se afastava agora, em silêncio. E levava consigo pedaços de uma alma ferida. E cairia ao esquecimento, assim como ela se despedaçaria ao longo do tempo. Ele permaneceu imóvel, olhando a mulher cuja beleza derrubava a da Deusa Afrodite e que perfuraria para sempre seus sonhos, suas lembranças, sua mente. Que carregaria aquela pobre alma ao tormento da escuridão.
Era bela. Não havia como negar. Ela era bela.
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Vestia o casaco de couro enquanto olhava pela varanda da escadaria o céu de inverno. Seu olhar perdia-se na imensidão azul do céu, e em seu peito algo se apertava, quebrando-se aos poucos. Suspirou. A partida dela ainda lhe era um mistério, e tão logo, dolorosa. Ela apenas se fora, sem se quer despedir-se direito, sem ao menos lhe dizer um 'até logo', porque mesmo que não parecessem, mesmo depois de tudo, eles ainda eram amigos. Eram irmãos. Mas mesmo que não dissesse nada, sabia de tudo o que era mais importante. O vento sacudiu os cabelos azulados e longos, os olhos esverdeados estreitaram-se. Sentia-se ferido. Olhou para o céu acompanhando o avião que cruzava a imensidão azul e branca.
'Você precisava tanto partir assim, é? Porque não pode me deixar ajudá-la?'
Virou o rosto para o lado da cidade, o centro. A neve caía, o frio caía. O corpo estremeceu de frio. Sentiu como se as pontas congelassem, como se sua energia desaparecesse. E em meio a tanto gelo, ele pode sentir. Uma pequena chama dourada, um resquício de cosmo queimando quase sucumbido a dor e ao gelo. Pensou. Fixou o olhar até o centro. E em seu peito, algo parecia explodir. Claro. Agora fazia sentido.
'O motivo real de sua demora. Era ele! Só pode ser ele!', afinal não o vira desde manhã. 'Mu!' E logo sentiu, o cosmo ceder ao frio, ao escuro confortável que o engolia por completo. Correu em disparada até o centro. Precisava chegar lá a tempo. Ou a neve o roubaria. Ele correu. Correu para salvar O Guardião da Primeira Casa Zodiacal do Santuário.
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O sol escondia-se dando passagem á uma chuva que se formava onde estava e projetava-se em cima da cidade, carregando nuvens pesadas e escuras no céu. A imensidão azul e clara tornava-se turva, confusa e enegrecida. E pouco a pouco, a tempestade começava a cair. As primeiras gotas de chuva caíram finas, geladas, quase como agulhas penetrando em sua pele alva. Ela olhava o céu, os olhos esmeralda mar meio estreitos; as sombrancelhas curvadas. Os lábios estavam meio repuxados para cima, e respirava curto e pesadamente. Havia manchas cinza arroxeadas á baixo dos olhos, a linha do queixo estava dura, seu rosto estava pálido. Seu olhar era perturbado por um espasmo de dor, acompanhado de sua raiva rancorosa; misturando se em um mar furioso. Toda a expressão do rosto era tensa, e seu corpo, imóvel, estremecia a cada vez que inspirava e expirava. O ar que entrava dentro dela não era o suficiente para fazê-la respirar, e pontadas agudas latejavam dentro dela. O ar puro era infectado pelo acido que havia dentro dela. Ela fechou os olhos. O vento soprou lento, carregado, forte. Agitou o cabelo noite para trás, assim como sua franja que dançavam ao ar. Inspirou sentido aquele vento entrar dentro dela, sentindo seu cheiro, a frieza, a suavidade, a maresia que ele carregava. Apenas sentindo-o. E abriu lentamente os olhos, quando ele cessou. Suspirou. Deu um passo a frente e olhou para o abismo que se fazia aos seus pés: o precipício á beira mar. As ondas quebravam-se com fúria nas pedras, e faziam-se mais e mais a cada momento, agitadas devido à tempestade que caía. Ela levantou o olhar, e então se virou de costas andando alguns passos para dentro do precipício. A lama sujava os sapatos de salto alto, suas roupas molhavam-se e encharcadas, grudavam-se ao corpo delineado por algum Deus ou por alguma santidade. Assim como suas roupas, seu cabelo negro gotejava a água da chuva, também se colando ao rosto, emoldurando-o.
Ventava, trovoava, e a cada passo que dava a grossa chuva tornava-se uma tempestade torrencial, ao longo que o céu escurecia mais. Ela tremia, e não sabia se era de frio ou por outra coisa. Estancou quando o chão formava um pequeno declínio á sua frente. Fechou os olhos, suspirou demoradamente. Permaneceu assim, por alguns longos minutos. E então - como se estivesse em uma corrida - girou o corpo, arrancando e alcançando, com rapidez e precisão, velocidade e correu. Correu até a ponta do precipício, abriu os braços e fechou os olhos.
Pulou.
Seu corpo rasgou o céu, em uma trajetória de parábola perfeita. Ao longo de seu magnífico salto seus braços estavam abertos, seu corpo inclinado como se recebessem uma libertação divina. E ali, naquele momento, ela era liberta. Ali, naquele momento, ela era livre. Não havia grilhões, prisões, nem nada que a pudesse mantê-la presa a qualquer coisa a este mundo. Ela era livre.
Assim, atingiu o mar, fundo e com precisão. As ondas a empurraram para baixo, repetidas e repetidas vezes. Toda a vez que alcançava a superfície em busca de ar, ela era trazida com crueldade para dentro do mar. Para dentro do escuro e confortável mar.A tempestade se misturava com o mar sem ter exatamente uma distinção.
E tudo, tudo era apagado, lavado pelo sal da água, como se a purificasse por dentro. Seu ódio, rancor, raiva era perdido dentro daquelas ondas. E tão logo, a dor de deixá-lo. Tudo se perdia ali, em meio à fúria das ondas do mar.
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Ouviram-se estranhas e incomuns batidas na grande porta de madeira. Ansiosas e nervosas batidas. As criadas agitaram-se pela casa. Quem quer fosse ali, deveria ter sido anunciado pelos guardas no portão e elas deveriam estar cientes de quem não era esse o ocorrido. Qualquer um podia estar ali. Amigo. Inimigo. A tensão rondou, embora silenciosa, por cada criada ali presente, e tão rápida como surgiu, foi-se. Christie, a criada mais velha, movimentou-se tranqüila até a porta, com um leve sorriso nos lábios finos. A tranqüilidade se exalava dos traços finos de seu rosto, bem como seus olhos profundos e negros a transmitia. E não era só tranqüilidade, era também familiaridade. Parecia que conhecia quem estava ali. E ela conhecia. Caminhou calmamente até a porta; e a abriu. A mulher ali em frente não era de seu espanto, mas era para as outras criadas, que logo se juntaram a porta para amparar a mulher que tremia devido às roupas e o corpo molhado, e respirava ofegante. Seus olhos se voltaram para Christie, e apoiou-se no batente da porta.
-Ah, meu deus! Milady voltou!Minha senhora voltou! Vamos, ajudem-nos!
-Chamem um médico, precisamos de um médico agora!
-Tragam toalhas e cobertores! Ela está tremendo!
Logo, então, havia criadas tirando as roupas encharcadas enquanto ela dava um mísero passo para frente, outras já carregavam grossos roupões e toalhas que colocavam nela.
Ela permanecia em silêncio, sempre. Seu olhar continha fúria silenciosa e cintilavam. A cada movimento de respiração tremia mais, e era como se fosse desabar ali. Por um momento permaneceu imóvel, procurando algo com os olhos até avistá-lo. Em alguma parte da mansão, do outro lado da casa. Um pequeno santuário em alguma espécie de corredor de madeira; a estátua grande de mármore meticulosamente entalhada na forma de um homem com expressões séries e pacificas; um olhar penetrante. As mãos juntas tinham o dedo indicador de cada mão dobrado e encostados e seguravam uma rosa. A estátua em volta de rosas e uma pequena vela. Ela respirou fundo e andou até ele, fazendo um gesto para as criadas pararem.
Ajoelhou-se perante o homem de pedra, juntou as pontas da mão no chão e fez uma reverência. Sua voz saiu roca, muito mais do que ela pensou que sairia.
-Eu voltei para casa… Mestre.
O vento soprou; e permaneceu a olhá-lo por um longo segundo. Enfim levantou, deu alguns passos á frente e finalmente deixou que o frio, que a dor, que o cansaço a abatesse e a derrubasse ali. Mas antes de tocar o chão seus ouvidos puderam captar a voz no vento a chamando.
'Arisa.'
E teve a certeza de que estava de volta ao seu Clã.
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Olá!
E mais uma fic.
Eu tentei escrever uma fic e postei, mas não gostei, deletei e escrevi essa, que este capitulo ficou mais ou menos de meu agrado.
Bom, resolvi escrever aqui minha historia ArisaxMu, ao qual Arisa é original minha. Ela é da fic O Jogo do Anjo, que infelizmente não sei se vou continuar escrevendo ou não. Sinceramente, estou em duvida. Mas posso garantir que apesar de duvidas eu vou terminar esta, afinal é a fic que eu realmente gsoto de escrever, e ainda mais é a primeira que eu criei e desenvolvi por muito tempo, depois surgiu o Jogo do Anjo. E háá muito tempo também eu escrevi e postei essa historia, mas ai deletei porque não gostei.
Bom, aqui temos uma pequena introdução da historia, que vai ter um desenrolar ainda pela frente. :D
Acho que é só. Eu vou fazer algumas observações aqui durante a historia, explicando algumas coisas.
Espero que tenha ficado ao agrado de vocês, e para me ajudarem mandem reviews para eu ter uma idéia do agrado! ;D
