Well, this ain't over, no, not here…

Capítulo 1: A verdade vai te machucar.

- Eu não posso mais! – ela quase chorava ao jogar suas roupas na mala encima de sua cama.

- Porque não? – ele parecia não entender o motivo de tudo aquilo.

Lithos havia voltado ao santuário há apenas duas semanas. Fazia muito tempo que tinha sido enviada a um colégio na Espanha, depois disso nunca retornara ao santuário, nem mesmo em suas férias escolares, ainda que Aiolia tivesse tentado várias vezes trazê-la de volta á Grécia ela sempre preferiu permanecer lá fazendo cursos de férias ou qualquer coisa do tipo. Agora, já com dezoito anos, voltara á Grécia por um mês para rever aqueles a quem considerava sua família, estava esperando a aprovação de duas faculdades (Salamanca e Harvard), então iria embora novamente.

- Você não consegue entender Aiolia.

- Você nem sequer tentou me explicar.

- Eu não posso mais ficar.

- Mas o que houve?

- Aiolia... – a jovem o encarava com uma blusa amassada em sua mão. – Você é muito desatento.

- O que? Alguém te fez algo que eu não vi? Quem foi? Diga! Eu vou acertar as coisas imediatamente!

- Impossível você acertar as coisas.

- Com assim?

- Foi você.

- O que eu fiz?

Lithos apenas o encarou.

- Ontem?

- Sim.

- Não pensei que você fosse se importar tanto com o Milo. – seu tom parecia um pouco magoado.

~*~*Flashback~*~*

O santuário todo estava enfeitado para a grande festa. Todo ano comemorava-se a vitória do santuário na última guerra santa.

A noite estava particularmente bonita, a lua brilhava em um tom dourado e Lithos a observava sentada sobre o tronco de uma árvore, vestida em um vestido simples e tipicamente grego em tom azul. Amazonas e cavaleiros dançavam e bebiam alegremente, depois de Aiolia e Marin terem aproveitado a ocasião para anunciar seu noivado.

Derrepente Lithos sentiu alguém se aproximar por trás de si e virou-se bruscamente.

- Hey!

- Você me assustou.

- Calma. Pensou que fosse quem?

- Não sei.

- Ah, eu tenho certeza de que você pensou que fosse o Máscara da Morte tentando de dar um chute.

Lithos deu risada. – O Aiolia me obrigou a aprender karatê por causa disso.

- Escuta, eu posso sentar aí ao seu lado ou terei que ficar o resto da noite aqui em pé escorado nessa árvore?

- Hum... me deixe pensar. – Lithos fingiu pensar um pouco.

- Obrigado pelo convite. – disse Milo sentando-se a seu lado antes mesmo que ela pudesse responder.

- Ah, que isso. Pode ficar a vontade.

- Eu até ficaria, mas o Mestre já me advertiu sobre ficar sem roupa em locais públicos.

- Nossa como ele é antiquado não? – disse sarcástica.

- Velho gagá e retrógrado. (Se você disser a alguém que eu falei isso, negarei até a morte!)

Lithos deu risada e logo depois voltou a fitar a lua.

- Isso é um saco não é?

- Ah, eu gosto da comemoração, a festa é muito bonita.

- Não me referia à festa.

- Não?

- Não. Me referia àquilo. – Milo indicou o local onde Shura e Shaina dançavam juntos assim como Aiolia e Marin.

- O que tem?

- Como você disfarça não? Eu não consigo.

- Disfarço ô que? São dois casais muito bonitos.

- Ah, ta! A Shaina ficaria muito mais bonita ao meu lado do que com aquele Antonio Banderas do Paraguai!

Lithos deu risada.

- Não finja que você não está sentindo o mesmo com relação àqueles outros dois. – Milo continuou. – Não que você queira pegar a Marin, mas... Até que seria bem interessante de se ver, eu gostaria de ser convidado no dia...

- Que nojo!

- Não seja preconceituosa!

- Não sou preconceituosa.

- Eu sei tava brincando.

Permaneceram em silêncio por um tempo.

- Por isso você não queria voltar não é?

- Pelo que?

- Por eles dois. – Milo indicou Marin e Aiolia com a cabeça.

- Não, não era por isso, eu só...

- Você só não queria vê-los juntos.

- Marin é uma excelente pessoa.

- E daí?

- O Aiolia a ama.

- Mas ama você também.

- Eu não entendo aonde você quer chegar com tudo isso Milo? – Lithos irritou-se e levantou.

- Eu apenas, entendo sua dor de cotovelo.

- E desde quando você se importa com isso?

- Tenho meus motivos.

- Achei que você estivesse atrás da Shaina.

- Milo de Escorpião nunca está atrás de ninguém! – Milo ficou em pé diante da jovem.

- Então o que?

- Eu estou nisso para resolver outro assunto, mas para que eu possa fazê-lo terei que provar uma coisa antes. E gostaria de contar com a sua ajuda.

- Para o que?

- Nada demais. A única coisa que você precisa fazer é ficar paradinha ai.

- Hein?

Milo aproximou-se e enlaçou Lithos pela cintura, segurou sua nuca e a beijou.

A principio Lithos permaneceu estática, depois de "processar" o que estava acontecendo, começou a empurrar Milo, na tentativa de livrar-se do beijo. Segundos depois o beijo foi interrompido abruptamente e Milo encontrava-se caído aos pés de Lithos enquanto Aiolia despejava todos os impropérios que conhecia em grego e era segurado por Marin e Aiolos.

A noite acabou com Marin acompanhando Lithos até sua casa enquanto Aiolia era arrastado pelo mesmo caminho por Aiolos.

Aquela noite ninguém dormiu. Aiolia andava de um lado para outro tentando se acalmar dentro de seu quarto, enquanto Lithos permanecia trancada em seu quarto sentada na cama, sentindo-se um tanto confusa. Apenas Marin e Milo puderam entender o ocorrido.

~*~*Fim do Flashback ~*~*

Continua...