Disclaimer: Card Captor Sakura e seus personagens não me pertencem. Apenas essa história e eventuais personagens criados por mim. Não me processem...

# # # -

A noite era escura e o tempo nublado. Apesar de ser uma cidade chuvosa, hoje não parecia demonstrar qualquer sinal de água. No entanto, a temperatura fria e a neblina densa mantinham a maioria em casa. Era quase uma da manhã.

O enorme prédio parecia isolado em toda sua magnitude, os tijolos envelhecidos a vista pareciam guardar segredos, zombando daqueles que não tinham idéia da importância do que eles matinham longe dos olhos humanos ali dentro.

Tal lugar era um das atrações turísticas mais visitadas da cidade e esse dia não havia sido diferente. Contudo, a essa hora, somente os guardas noturnos poderiam ser encontrados lá, em sua ronda interminável.

Ninguém estava na rua, um ou outro carro era o que aparecia de vez em quando. O silêncio parecia eterno… Cortado apenas por um pequeno ruído que logo se perdeu na neblina. Imperceptível, uma sombra se fazia presente... um gato saía desse momento de trás de um latão de lixo em um beco.

Poucos segundos se passaram e mais uma vez um pequeno ruído cortou o ar, notável apenas devido ao silêncio total naquela noite. A Lua, cheia e brilhante no céu, era a única testemunha do que ocorria e se ali estivesse alguém que mirasse o satélite natural, piscaria duas vezes e esfregaria os olhos, pensando que o vulto que manchou o círculo prateado era imaginação sua. E realmente pareceria ser, pois logo que abrisse os olhos de novo, não haveria nada entre a bela Lua cheia e o observador.

Mas essa não era a verdade… E só a Lua sabia disso… Pois aquilo que a manchara de negro por um segundo era o vulto escuro de uma pessoa que saltara e agora pousava silenciosamente no teto da enorme construção do Museu Nacional de Londres…

(…)

A Verdadeira Face II

#-#-#

Prólogo: Uma sombra na noite

#-#-#

A figura ágil e encoberta em sombras percorreu com passos rápidos e completamente silenciosos até o meio da construção. A pessoa em negro parou agachada por um segundo e, subitamente, o chão parecia ter desaparecido ou perdido consistência, pois o indivíduo transpassou o teto lentamente, quase flutuando, como se não houvesse nada ali.

O interior do museu era escuro e pouco acolhedor a esta hora. E enquanto o guarda noturno contornou por um corredor, o indivíduo em negro tocou o chão, correndo discretamente até um pilar e se escondendo atrás dele. Cautelosamente, o desconhecido observou ao seu redor e seguiu, deslizando como um felino que caça sutilmente, até um salão em especial.

O lugar estava repleto de obras e esculturas, objetos de civilizações antigas e tribos há muito extintas. A pessoa em sombras observou atentamente o salão e finalmente pareceu se decidir por um lugar em específico. Observou e escutou, esperando identificar qualquer guarda que por acaso poderia estar passando por ali. Não percebendo nada, pareceu se contentar e aparentemente relaxar, caminhando em seguida, calmamente, até o objeto que prendera sua atenção. E, curiosamente, não parecia ser a obra mais importante ali.

O suposto ladrão de obras observou seu alvo por um instante. Esticou uma de suas mãos, mas não tocou o objeto, como se buscasse sentir algo. E, realmente, para quem observasse bem, ou melhor, para quem possuísse o dom, veria ondas anormais percorrendo a obra em questão, que parecia ser um pequeno vaso ou pote pouco chamativo, entre outras obras muito mais importantes. Parecendo satisfeito, o ladrão tocou finalmente o objeto, segurando-o cautelosamente. E, em um movimento hábil e rápido, guardou o item em uma pequena bolsa que trazia.

Todavia, antes que pudesse dar um passo, pareceu escutar algum som. E em seu rosto coberto por uma máscara negra, apenas seus olhos pouco visíveis pareciam ter vida, brilhando por um momento enquanto entrecerravam-se lentamente. Nos segundos seguintes permaneceu imóvel e pareceu sussurrar algo que pouco se poderia entender…

Para o cansado guarda noturno que caminhava nesse momento por ali, tudo o que viu ou sentiu vindo daquele salão foi uma brisa de vento passando por si.

O que o guarda não pareceu se dar conta era que nenhuma das janelas ficava aberta àquela hora da noite…

Subitamente, no silêncio da noite de Londres, o mesmo indivíduo em sombras pisou com firmeza o solo da cobertura do museu. Em seguida, calmamente desabotoou sua pequena bolsa presa na cintura e pegou o objeto que o trouxera ali, com extrema tranqüilidade. Observou-o por um segundo e logo o guardou. Passando a fixar sua atenção nos enormes prédios que circulavam o edifício em que se encontrava.

Sem mais um minuto desperdiçado, correu até a borda da construção e deu um salto em direção ao próximo edifício. Um salto mais alto que qualquer ser humano no mundo nem sonharia ser capaz de dar…

E logo tudo o que voltou a se passar, novamente, naquela noite escura e de tempo nublado, era o ruído de um gato buscando por comida em um beco por ali…

--

(Continua)

03/02/2006 (Enviado em 01/10/2006)

Mary Marcato

--

Comentários da autora: Resolvi seguir a sugestão de alguns e começar a postar de pouco em pouco. E nem reclamem, a verdade é que eu nem cheguei a um terço da fic e nem deveria estar postando. Mas como eu apreciei muito o fato de vocês terem gostado da primeira parte e pedido para eu continuar logo, eu resolvi ceder um pouquinho. Mas a verdade é que eu estou sem tempo mesmo, além de quase não poder usar o computador. Por isso, estou escrevendo em um caderno quando me sobra um pouco de tempo, paciência, então... Obrigada novamente pelo apoio gente, nos vemos! Ja ne :)