Prólogo.

Era mais que óbvio que com as perdas das memórias humanas eu fosse a mais perdida de todos nós. Mas eu fui a primeira a me adaptar.

Fui a terceira filha dos Cullen, a filha anormal. A única com defeito apesar de talentosa como o mais velho. Todos os vampiros nasciam perfeitos, apesar de serem lembranças turvas, as lembranças humanas estavam presentes. Então por que as minhas não vinham?

Carlisle disse que poderia ser um trauma da minha vida ou coisa assim. Edward vasculhou cada canto de minha mente, mas também não achou nada. Eu tinha mesmo vindo com defeito.

Adaptei-me a vida das sombras sem dificuldade - talvez por não conhecer minha vida humana. Ao contrário de Rose que tentava a todos os custos se agarrar à vida humana, eu aproveitava a vida vampira.

Estava um passo a frente de todos da família, menos de Edward, que estava no mesmo passo que eu.

Com todo o carinho daquela família eu não havia reparado, mas um sentimento novo já havia se formado. Era o amor e o conforto que eles tinham por mim e que eu tinha por eles.

Todas as outras emoções humanas vieram normalmente, umas mais fortes que as outras. Tenho que admitir agora que o tempo é curto, que a emoção de raiva e ódio proporcionava um prazer incrível neste corpo. O orgulho e a inveja eram desprezíveis, mas também estavam sempre presentes, andando um ao lado da outra.

Com a vinda de Bella descobri novas emoções, mais que isso, descobri que vivia em função de descobrir essas emoções humanas. Bella proporcionava tanto conforto quanto o resto da família. Logo já estava ciente de que a amava.

Mas o amor nunca me pareceu um sentimento tão ilógico assim, não como os livros e pessoas os descreviam. "Irracional", "incompreensível", "mais que humano" e coisas assim, não faziam sentido. O amor era algo que eu controlava melhor que qualquer humano e vampiro.

Talvez por estar um passo na frente. Não, duvido. Eu não teria dado minha vida a alguém por amor. Talvez para a família, mas isso não me pareceu irracional ou insensato. Isso parecia ser o "certo".

Então era aceitável dizer que eu não fui avisada. Que eu não sabia o tamanho do perigo que eu estava caçando. Mas eu queria descobrir de qualquer jeito qual era o sentimento que refletia naqueles olhos. Seria o mesmo que eu sentia, isso eu já havia visto.

Mas então o que é isto que sinto? Não se encaixa no termo amor. Ele não é um sentimento sofrido ou indesejado, parece o exato contrário. Era quase como uma força invisível que me mantivesse perto dele.

Será que existe mesmo uma resposta lógica para todas as idiotices que eu fiz?

Fim do prólogo.

Quis fazer um prólogo, mas mais pareceu um resumo. Quem ainda não percebeu, a história está sendo narrada por Alice. Nunca tinha feito isso, mas eu acabei me afeiçoando demais por ela e por Jasper. Ai resolvi escrever, foi tão fácil que até me assustou. Mas não sei se ficou bom, escrevi três vezes. As duas primeiras contavam tanto o fim da história que me dava raiva, então pensei que melhor seria começar do inicio. Bom, espero que gostem.

Até mais tarde, Melanie.