Declaimer: É, não me pertence! Bla bla bla bla.

Tratado de Ódio

Capitulo 1

As velas do recinto são a única iluminação do quarto que cheira a mofo. É um local subterrâneo, desses, aonde se escondem os segredos mais absurdos que se pode imaginar. Também é um lugar aonde o ar pesa, pois nele mal se consegue respirar de tão abafado e mal ventilada é a arquitetura local como um todo.

Ao centro de tal recinto uma figura obscura e esguia mexe em alguns papéis. Seu cabelo está sujo e despenteado, faz muito tempo que seu corpo não encontra uma água para se limpar, mas isso pouco importa a ele, mesmo estando todo suado e com a vestimenta grudada em seu corpo tão magro, assim como pouco importa o fato de não comer a certo tempo. O que mais o incomoda é seu fracasso.

Tenta novamente. Rapidamente sua mão faz alguns selos e sua boca profere algumas palavras. Sem sucesso. O corpo continua imóvel no chão. Ao redor do corpo morto acumula-se uma quantidade imensa de mosquitos e pequenos insetos, fora alguns pequenos animais invisíveis ao olho nu. O corpo é de uma garota, sua expressão é de terror em um rosto já levemente carcomido.

Ele se aproxima dela e põe a mão em seu rosto. Gentilmente acaricia o mesmo.

-Eu ainda vou trazê-la de volta! – diz com convicção.

Não é velho, é um rapaz novo. Sua habilidade é notável para alguém de sua idade, mas para ele pouco importa tudo isso. No momento quer apenas trazê-la de volta. A dor e o terror expresso no rosto da garota reflete a sua própria dor. Tenta mais uma vez. É um jutsu proibido. Mais uma vez ele falha.

Ouve vozes. Uma correria de pés descendo a escada que dá para aquele quarto se aproxima, ele sabe que será preso.

A porta abre-se de um estirão. Duas pessoas com máscaras da polícia especial entram no recinto. Uma delas grita:

-Uchiha Shinji. Por uso de jutsu proibido e sabotagem de túmulo você está preso...

Os dois olham ao redor. Não havia ninguém ali, apenas um corpo. Horrorizado um deles comenta:

-Ele... ele retirou a cabeça...

-Sim, precisamos avisar ao Hokage que Shinji decepou a cabeça dela e levou com ele.

O ambiente agora não é mais abafado. Todos os olhares das pessoas se convergem naturalmente para ele. Aproveitou para escapar usando a passagem secreta, atrás da estante, antes que o pegassem. Em suas costas leva uma cesta, a mesma respinga um pouco de sangue. Um menino pequeno o vê e logo sai correndo ao seu encalço.

-Tio Shinji! Tio Shinji! – ele grita, enquanto tenta alcançar o tio.

-O que você quer? – pergunta frio e grosso.

-Nada. É que você sumiu por dias. Só queria saber onde você estava, só isso.

Shinji vira-se para o garoto, mas mal tem tempo de falar-lhe qualquer coisa, pois logo atrás de si surge um rapaz com máscara que grita com ele.

-Pare! Não prossiga com essa besteira Shinji!

-Cachorro da ANBU – grita em retorno.

Mal acaba de pronunciar as palavras ele atira em direção ao rapaz da máscara duas kunais. O mesmo apenas agacha-se e atira duas de retorno, porém o rapaz da cesta apenas pega as duas no ar, como se aquilo não fosse nada e corre em direção ao ANBU, rapidamente faz dois Bunshins e os três jogam as kunais. Confuso o oponente pula, má estratégia, pois Shinji e seus Bunshins atiram a outra kunai, sem muitas dificuldades o ANBU vira-se no ar e desvia, porém sua posição oferece uma oportunidade, o infrator pega seu pé e com um movimento rápido acelera mais a sua queda fazendo com que a cabeça dele bata no chão violentamente. O ANBU ainda tenta se levantar, porém está tonto o que faz Shinji aplicar-lhe mais um golpe, um chute, diretamente na cabeça, ele desmaia.

Uma platéia formada de curiosos fica sem reação diante da luta e principalmente diante do resultado final. O vencedor apenas vira-se. O menino ainda o olhava.

-Você é forte tio.

-Você quer ser forte também?

-Claro – responde sem hesitação.

-Pois então, odeie! Odeie tudo! Pois o ódio é o que mantém a força e a faz ficar ainda maior. Lembre-se sempre disso, Itachi.

E dizendo isso ele corre para fora da vila.

Do alto de uma montanha apenas observa a pequena vila oculta da folha. Atrás de suas costas o cesto ainda pinga o sangue frio de sua namorada.

-Maldita Kyuubi! – ele reclama.

Dá um pulo e some.

Passam-se muitos anos desde o dia em que Uchiha Shinji fugira da vila da folha e fora classificado como um criminoso perigoso. O tempo passado é suficiente para que muitas coisas ocorressem na vila da folha. Dentre elas a eliminação total do Clã Uchicha pelas mãos de Itachi e seu pequeno irmão, único sobrevivente do massacre, Uchiha Sasuke, se aliar a Orochimaru em busca de um poder maior para poder derrotar seu irmão mais velho.

Porém, alheia a toda essa complicação dos Uchiha uma luta importante acontece muito perto da vila oculta da areia.

-Shikamaru! Agüente só mais um pouco! – grita uma garota de cabelos loiros.

-Ah, que saco! Você sabe que eu to tentando! – responde o garoto com certo esforço – mas esse cara... ele resiste bem...

-Não conversem como se eu não estivesse aqui! – Grita o oponente preso pelo poder das sombras.

Shikamaru prende com seu golpe um homem baixo e troncudo, o mesmo luta contra a mão da sombra que quer enforcá-lo e resiste bem, em sua cabeça há apenas uma mecha de cabelo presa por um laço e suas mãos possuem unhas notavelmente afiadas.

-Você deveria prestar atenção em si mesma. – fala calmamente o oponente de Temari.

-E você deveria parar de se dar tanta importância, eu ainda nem abri meu leque todo. – ela responde em tom rude.

-E você acha que eu usei toda minha força? – pergunta ainda calmo.

Esse segundo oponente luta contra a garota, é um homem de estatura mediana, não é gordo, mas também não é magro, seu cabelo é longo, até a cintura, e possui uma cor esverdeada, assim como seus olhos.

-Então por que não me mostra se fala tão bem dela? – pergunta ainda em tom calmo para ela.

Irritada com a provocação Temari abre seu leque e o abana mandando uma rajada de vento com areia do deserto, o oponente apenas sorri e enfia suas mãos na terra o vento passa e ele se segura em algo, abaixo da areia.

-Agora você vai provar meu leque totalmente aberto... – diz a garota em tom calmo.

-Depois, agora é minha vez de mostrar algo.

O homem de cabelo verde começa a retirar as mãos da areia, mas nas palmas de suas mãos começam a se erguer dois leões feitos de areia, como se ambos estivessem enterrados ali e ele apenas os estivesse puxando.

-Você tem o mesmo poder do Gaara? – Temari diz atônita.

-Não! – grita Shikamaru com certo esforço – preste mais atenção... Temari... essa é uma mistura de dois jutsus... um jutsu que faz a forma, já vi um cara que usava isso com pinturas e o jutsu do seu irmão Kankuro das marionetes.

-Então, são apenas duas marionetes feitas de areia? – pergunta, agora sem espanto, Temari.

-Na verdade – diz gabando-se o homem do cabelo verde – não é só areia. Qualquer material eu posso comandar...

-Saco! – grita Shikamaru – Temari! Não deixe, em hipótese alguma, que ele encoste em você! Se isso acontecer você fica sob o controle dele.

-Chega de papo! – dizendo isso o homem atira um shuriken e uma kunai na direção de Temari, a mesma desvia-se, vindo, logo em seguida, os dois leões de areia. Temari tenta desviar dos mesmos como pode, porém eles a atacavam com certo vigor que sequer deixava que ela abrisse seu leque, um deles aplica-lhe uma mordida no braço.

-Isso doeu! – ela grita – mas nem se compara à mordida de um leão de verdade! A réplica de areia tem seus defeitos.

Ela tenta, porém não consegue abrir seu leque e nem usá-lo com oponentes lutando tão perto e tão vigorosamente tentando abocanhá-la.

-E sabe o que é melhor? – diz o homem do cabelo verde – eu controlo esses dois com apenas uma mão – com um sorriso sarcástico – para essa eu tenho planos diferentes.

O homem então olha para Shikamaru que lutava no jutsu da sombra contra o outro homem. Parte correndo em sua direção.

-É isso aí, Tankei – grita o oponente de Shikamaru – transforme esse cara em uma marionete sua!

-Droga! – grita Shikamaru – Temari! Ajuda aqui!

-Não dá! Esses leões... Shikamaru!

-Temari!

Continua...

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Por favor, deixem reviews, dizer que eu não gosto de recebê-los seria pura hipocrisia e mentira minha!